30 de abril de 2014

Primeira Impressão

No Mythologies To Follow



O ano de 2014 está se aproximando da sua metade e até agora não tínhamos nenhum debut de um artista que fosse realmente bom. Até agora, pois essa posição está sendo preenchida pela dinamarquesa MØ (se pronuncia, mais ou menos, como mú) e seu surpreendente No Mythologies To Follow.

Muito pouco conhecida do grande público, MØ já está chamando a atenção da impressa especializada ganhando status de grande promessa do pop. Não é para menos, pois o trabalho que ela mostra em No seu primeiro trabalho No Mythologies To Follow é sólido, edificante e, dentro do possível, bastante original. Uma das características mais interessante da jovem de 25 anos é que, apesar de estar em fase de amadurecimento, as semelhanças com outras vozes de cantoras não atrapalha, mas faz com que MØ se mostre uma cantora versátil. Lembrando em certos momentos a Debbie Harry (vocalista do Blondie), em outros tendo com o mesmo tom peculiar da Paloma Faith e alguns momentos com a mesma pegada da Lana Del Rey, MØ consegue se sobressair devido ao seu empenho de fazer algo realmente diferente e pessoal o resulta em interpretações ousadas e inspiradas. Claro, falta mais experiência não vai fazer mal nenhum, mas pelo que ouvimos aqui a cantora ainda vai encontrar ainda mais o seu caminho. Os mesmos elogios podem ser feitos para a produção refinada de No Mythologies To Follow. Buscando uma sonoridade indie, mas que não perde o foco de ser pop sem cair em armadilhas de se transformar em comercial demais ou alternativo demais. Sombrio, mas sexy. Divertido, mas bem orquestrado. Dançante, mas não farofento. No Mythologies To Follow deve agradar quem os fãs menos xiitas das duas vertentes do pop. Mesmo permeado de boas composições falando, basicamente, de amor de maneira inteligente e refinada, MØ ainda precisa de mais urgência em suas composições. Algo que faça que suas músicas sejam ouvidas de maneira ainda mais critica. O tempo dará o que falta para ela fazer isso. Apontar uma ou mais faixas como as melhores é difícil, pois todo o álbum tem a mesma qualidade. Eu posso apontar as que eu mais gostei: Red In The Grey, Pilgrim, Walk This Way e Slow Love. De longe, No Mythologies To Follow é o melhor álbum de um artista novo até agora de 2014 e MØ a melhor artista nova. E devem se manter assim por um longo tempo.

29 de abril de 2014

Investimento Duplo

Problem (feat. Iggy Azalea)
Ariana Grande


A pergunta que começa a se fazer em minha mente nesse exato momento é: Ariana Grande pode ser o nome de 2014? Depois de uma estreia com o álbum Yours Truly sendo um sucesso bem satisfatório em termos de vendas e tendo, surpreendentemente, um resultado excepcional, Ariana prepara para lançar seu segundo álbum, ainda sem titulo, nesse ano. Para começar a divulgar o trabalho a jovem cantora lançou Problem ao lado da rapper Iggy Azalea.

A grande surpresa está sendo o sucesso comercial inicial da canção que se tornou o single que mais rápido a chegar ao topo do iTunes nos Estados Unidos com cerca de apenas 40 minutos (o recorde anterior foi de We Are Never Ever Getting Back Together da Taylor Swift com o tempo de 50 minutos). Além disso, Problem já está em número um em mais de 40 países, um feito impressionante para uma artista ainda em começo de carreira.  Dessa maneira, Ariana vai pavimentando o seu caminho, mas com uma companheira de viagem. No momento em que lança Problem, a canção Fancy  está indo muito bem em vários mercados, como o USA, Iggy Azalea também vai se beneficiar do sucesso de Problem. Um investimento duplo.

Falando da canção em si, Problem é uma boa canção. Menos inspirada que várias faixas de Yours Truly, o single continua na mesma pegada de trazer a sonoridade dos anos noventa para a elaboração da personalidade musical de Ariana. Só que dessa vez o R&B  mais tradicional foi deixado um pouco de lado e uma mistura de R&B/hip hop foi usada, algo parecido com que fez Mariah Carey nos meados dos anos '90. A batida é bem legal fugindo da mesmice atual, mas também se rende a umas pitadas de pop para fazer atual e comercial. Gosto da adição de instrumentos como o sintetizador no refrão e o saxofone em outros momentos. De uma maneira geral, a produção poderia ter entrega algo mais poderoso e menos "certinho", mas o resultado final é bom. Mostrando potencial vocal, Ariana faz uma performance boa, mas com alguns erros como, por exemplo, em certos momento parece que ela está forçando para atingir um tom mais alto e dramático, coisa que não precisaria. Iggy também não está perfeita, mas seu carisma consegue superar os pequenos detalhes errados. A composição é um pouco trivial demais com um tema batido, mas as algumas ideais são ótimas e valem os elogios (o refrão "sussurrado" feito pelo rapper Big Sean que não foi creditado e a referencia à Jay-Z no rap). Ao que parece Ariana (e Iggy) serão um grande problema... para as outras artistas em 2014.
nota: 7

28 de abril de 2014

Uma Katy Com Cobertura

Birthday
Katy Perry

Katy vem comprovando cada vez mais como uma das artistas pop com maior poder midiático da atualidade. E, claro, ela se usa disso para fazer o que tem fazer: sucesso comercial. Sua última aposta é o single Birthday.

Para quem não está sabendo o último "bafafá" com o nome da cantora ocorreu devido ao fato dela interpretar um comediante judeu no clipe de Birthday, fato que causou criticas por esse personagem ser considerado estereotipado e clichê. Não que isso vá impedir o possível sucesso da canção ainda mais que Birthday é feita para vender/tocar nas rádios. Uma produção certinha misturando pop e uma dose grande de disco que acaba resultando em uma canção divertida, despretensiosa e dispensável. A composição é mediana e tem algumas insinuações sexuais, mas nada vulgar ou interessante. O melhor de Birthday é a simpática performance da cantora que faz a canção ser um trabalho bem agradável de ouvir. Em outras palavras, Katy é a cobertura que melhora o bolo em si.
nota: 6,5

26 de abril de 2014

Primeira Impressão

St. Vincent
St. Vincent


Nem sempre o que parece a "regra" é o que deve ser o que norteia nossas opiniões, principalmente, quando se trata do mundo da música. Por exemplo: o álbum homônimo da cantora americana St. Vincent foi aclamado criticamente por muitos especialistas dando uma classificação de 89 no Metacritic. Porém, nem por isso todos que ouvirem o álbum vão achar a mesma coisa. Esse é o meu caso.

St. Vincent é um álbum interessante e com boas sacadas, mas, na minha opinião, um trabalho apenas mediano. Não há como negar que a produção não faz um trabalho criativo e bem diferente construindo uma sonoridade pop, mas conceitual em sua estrutura minimalista misturando estilos como art pop e rock indie. Porém, dando uma boa analisada na sonoridade de St. Vincent, fica claro que mesmo envolto em um belíssimo "papel de presente" o álbum é apenas um CD de pop comum mais requintado. É fácil até notar em alguns momentos como, por exemplo, em I Prefer Your Love tem uma vibe meio Madonna das baladas dos anos oitenta misturado com a temática religiosa. Não é uma falha, mas não impressiona como vários críticos falaram. Vocalmente, a cantora St. Vincent tem personalidade bem definida sabendo como se colocar nas canções se adequando ao seu próprio estilo. Nada realmente marcante, mas um trabalho bem conduzido. O ponto negativo do álbum são as suas composições. Entendo perfeitamente e até curto quem busca algo mais autoral e indie, mas aqui o trabalho é hermético demais e não passa emoção ou mesmo um sentimento de afinidade com as mensagens passadas no álbum. É um trabalho bem escrito, mas faltou um toque mais acessível. Resumindo: regras estão aí para ser quebradas.

25 de abril de 2014

O Criador

Marilyn Monroe
Pharrell Williams


Depois de muitos anos, quase sempre, nos bastidores o cantor/rapper/produtor Pharrell Williams finalmente alcançou o panteão do estrelato com o mega sucesso de Happy. E nos próximos meses Pharrell vai ainda estar mais em evidencia como produtor para vários nomes importantes e também novatos, sendo o novo jurado do The Voice US e, claro, como artista solo. Segundo single do álbum G I R L, Marilyn Monroe mostra um pouco da genialidade de Williams.

A canção tem com a sua grande qualidade a produção apurada dada pelo próprio cantor. Usando de maneira espetacular toda a sua bagagem ao criar uma batida funk/R&B que consegue sair do lugar comum devido a elaboração do arranjo inspiradíssimo, cheio de nuances em uma batida contagiante. A composição poderia ser mais elaborada já que a ideia por trás é muita boa: uma ode ao amor. Outra coisa que poderia ter sido melhor aproveitada é a participação da Kelly Osbourne que mesmo rápida é marcante e inusitada. Mesmo não sendo o melhor trabalho da carreira dele como produtor, Marilyn Monroe é a plataforma perfeita para o mundo ver o talento de Pharrell como criador de músicas impressionantemente originais.
nota: 7,5

24 de abril de 2014

Uma Segunda Chance Para "Tightrope"

Tightrope (feat. Big Boi)
Janelle Monáe


Músicas se tornam eternas por vários motivos. Um desses motivos é a sua qualidade. Uma música que está nessa categoria é a canção Tightrope da Janelle Monáe.

Lançado como single do primeiro álbum da cantora (The ArchAndroid), Tightrope se torno quase imediatamente em um clássico moderno e, claro, uma das marcas da carreira da cantora. Não é para menos que a canção tenha alcançado esse posto tão rapidamente, pois, em um mar de mesmices, Janelle veio como uma verdadeira ventania de ar fresco ao entregar uma obra encantadoramente genial. Com uma forte veia funk, a canção dá uma remodelada no estilo em uma produção primorosa com uma batida viciante e deliciosa tão bem construida que coloca no chinelo muitas carreiras de cantoras de R&B/soul menos talentosas. Janelle ataca a canção como uma leoa em busca de alimento em uma performance arrebatadora desde o primeiro momento até o fim. A participação do rapper Big Boi (da dupla OutKast) poderia ser completamente desnecessária, mas sua parte é tão simpática e bem costurada que apenas aumenta a qualidade da canção. Sem mais, apenas um canção que virou eterna.
nota original: 8,5
nota atual:9,5
Resultado Final: Uma canção que precisa ser lembrada como um dos marcos da música dessa geração.
Resenha Original

23 de abril de 2014

O DJ Que Sabia Cantar

Summer
Calvin Harris


O DJ/produtor Calvin Harris tem uma grande vantagem em relação aos seus concorrentes diretos: ele canta.
Quando uma canção dele não tem um featuring, ele mesmo vai lá e empresta a sua voz para a canção. Esse é o caso do seu mais recente single, Summer.

A canção não está veiculada (ainda) a nenhum álbum do DJ e foi lançada no começo de Março. Summer segue a risca a cartilha das produções de Calvin: house pop comercial bem feitinho, mas completamente sem imaginação. Parece um eterno déjà vu. O que consegue sair um pouco da mesmice é a participação ativa de Calvin como cantor (melhor em gravação que muitos cantores pop por aí) dono de uma voz rouca e a composição bonitinha. Quem diria que chegamos num ponto que cantar seria um ponto positivo para uma canção?
nota: 6

22 de abril de 2014

Os Estados Unidos da Shakira

Empire
Shakira


Shakira é uma força da natureza. Claro, podemos sentir todo o seu poder quando a colombiana acerta de
verdade como no caso do single Empire.

A canção marca a volta da cantora às suas influências mais rock que é uma das bases de sua sonoridade. E mais que apenas um retorno, Empire mostra toda a força artística da cantora. Produzida pela cantora e por Steve Mac, o single é uma balada rock/pop com um arranjo épico muito bem construida tanto na sua parte técnica quanto na sua sonoridade em que podemos testemunhar toda a exuberância criativa que Shakira é capaz de entregar. A composição também é um trabalho poderoso que tem uma mistura de paixão e sexualidade latente sem precisar de apelação gratuita. Mesmo entregando uma performance vocal arrasadora, Shakira tem um erro em apoiar, em alguns momentos, em efeitos para dar uma dinâmica diferente para sua voz o que resulta em algo estranho e desnecessário. Apesar desse deslize, Empire é a melhor música da cantora lançada em anos. Um verdadeiro trufo e triunfo.
nota: 8

21 de abril de 2014

A Canção Que Deveria Ser Single

Whispers
Passenger

A escolha de qual música deve ser single pode passar por vários critérios que, as vezes, nem quem acompanha o mundo da música entende muito bem. A estranheza aumenta quando a gente presencia um artista perdendo a oportunidade de lançar uma música ótima como single. Isso está acontecendo com o cantor britânico Passenger e a sensacional Whispers.

Conhecido pelo sucesso Let Her Go, Passenger está trabalhando para lançar seu próximo CD intitulado Whispers. Para tanto, ele vai lançar o single Hearts on Fire. Contudo, o que está chamando a atenção é a canção Whispers que foi lançada como single promocional e que conseguiu mais destaque em alguns mercados internacionais, antes mesmo do single oficial. E não é de se estranhar, pois Whispers é uma canção impressionante. Se o cantor já tinha mostrando o quanto interessante é a sua voz rouca e estranhamente cativante, mas aqui ele entrega uma performance impressionante cheia de nuances emocionantes desde o começo bem contido até o final mais grandioso. A construção do arranjo também é espetacular que vai em uma crescente até um final épico, mas sem nenhum momento perder a essência de cantor/compositor do Passenger. Só que o melhor da canção fica por conta da sua composição que é uma dilacerante exposição sobre a dúvida que paria nas cabeças de todos nós em algum momento de nossas vidas: qual o motivo de estarmos aqui? Linda, emocionante e inteligente. Whispers deveria ser single para que todos possam ter a oportunidade de ouvi-la!
nota: 8,5

20 de abril de 2014

Primeira Impressão

The New Classic
Iggy Azalea


 Um álbum de debut de um artista pode seguir dois caminhos enquanto ao resultado: pode ser um trabalho genial mostrando todo o potencial do artista ou pode ser um álbum que mostra o caminho que o artista deve seguir em futuros projetos. Nessa segunda categoria entra o álbum de estreia da rapper australiana Iggy Azalea, o legal The New Classic.

O grande problema de The New Classic é que em nenhum momento podemos saber quem é Iggy Azalea. O álbum é composto de várias canções bem produzidas, mas que são completamente genéricas em sua essência. Uma mistura de pop, dance, hip hop, trap e R&B fazem parte da confusa, pouco criativa e sem direção produção do álbum que mirou em um mercado bem amplo e competitivo tentando competir com nomes como Katy Perry e Rihanna. Não que isso seja ruim, se tivesse um bom apoio, mas The New Classic poderia ir bem além e entregar algo mais substancial. 

Como disse antes, o trabalho não é ruim, pois mesmo com erros na sua construção ainda podemos ouvir com clareza o que Iggy pode se tornar. Um ótimo exemplo disso é o single Fancy, que além de ser uma das melhores faixas do álbum, mostra que quando dão uma produção inspirada para Iggy, a rapper consegue sair do lugar comum. Por falar em comum, as composições do álbum têm esse traço: são até bem feitas e tem o fator "catchy", mas carecem de um maior aperfeiçoamento já que são, em sua maioria, trabalhos medianos e repetitivos. Até entendo a necessidade de Iggy falar das suas dificuldades antes da fama e como ela chegou onde está, mas fica cansativo quando o letra não é um trabalho sensacional. Com isso, as atuações de Iggy ficou prejudicada já que que não há como brilhar quando se não tem uma base a altura. Porém, é nesse quesito que o álbum tem o melhor resultado já que Iggy se mostra uma rapper muito futuro com performances sólidas mesmo ainda tentando encontrar sua identidade. Além da canção Fancy, já citada, outros momentos que merecem atenção são Change Your Life, Black Widow com a Rita Ora, Lady Patra, Fuck Love (melhor canção do álbum) e, por fim, Bounce. Agora, o futuro espera por Iggy e o que ela pode fazer. É esperar para ver.

19 de abril de 2014

Velhos Problemas

Loyal (feat. Lil Wayne & Tyga)
Chris Brown


Tem momentos que eu fico sem inspiração para escrever certas resenhas, pois tenho a impressão que eu fico
batendo na mesma tecla de novo e de novo e mais uma vez. Isso tem acontecido ultimamente com o Chris Brown.

Eu vou repetir mais uma vez de maneira clara: Chris tem nas mãos bons produtores, mas falta substância para suas canções. A últimas delas é a mediana Loyal. A produção do desconhecido Nic Nac consegue fazer uma mistura de hip hop com uma batida mais eletrônica que funciona até bem. Só que tudo é atrapalhado pela composição sobre como "uma mulher deve ser fiel ao seu homem". Dizem que a letra seria para a Rihnna, mas nada confirmado. Ok, até aí eu engulo, mas em uma canção com 16 compositores é imperdoável não sair algo, ao menos, decente. Em Loyal apenas vemos um amontoado de clichês e machismos. Além disso, Chris precisa de "achar" novos amigo, pois já deu o que tinha que dá a sua parceria com o Lil' Wayne e Tyga. E assim temos novos velhos problemas.
nota: 6

17 de abril de 2014

Melhor Que A Encomenda

Wild Wild Love (feat. G.R.L.)
Pitbull

Um single do Pitbull é, normalmente, mais um single do Pitbull. Só que tem alguns momentos um single do Pitbull consegue ser mais que isso: ele consegue ser uma boa canção. Wild Wild Love é o ultimo caso de "uma música boa do Pitbull".

O single é o primeiro do seu novo álbum que deve ser lançado ainda esse ano. Dentro de um mundo de baixas expectativas que as canções do rapper trazem já associadas consigo antes do lançamento, Wild Wild Love é bem melhor que o esperado. Começa pelo fato da canção ser bem menos "esquizofrênica" e farofa que as músicas anteriores de Pitbull já que os produtores seguiram um caminho mais pop chiclete em uma batida divertida. Não que seja a oitava maravilha do mundo, mas a canção desce bem fácil. A escolha do featuring é inusitada, pois o cargo ficou com a nova girl band G.R.L. criada por  Robin Antin, fundadora do Pussycat Dolls. A participação delas é até boa, principalmente, a voz principal no primeiro refrão (diferente do que a gente espera para uma integrante de uma girl band). O rapper faz seu papel de sempre depositando todo a sua confiança no seu imenso carisma o que ajuda a carregar a letra fraca. E nem isso a gente pode reclamar muito, pois o resultado geral de Wild Wild Love é positivo. Uma surpresa.
nota: 6,5

16 de abril de 2014

Mudança de Hábito 2

West Coast
Lana Del Rey

Falei bem recentemente sobre os desafios que um artista novo enfrenta no lançamento de seu segundo trabalho. É não é que outro artista também está no linear dessa nova fase da carreira: dessa vez é a Lana Del Rey. Mesmo parecendo que a cantora já está há muitos anos e com vários CDs já lançados, Lana está preparando para lançar seu segundo álbum intitulado Ultraviolence. O primeiro single já mostra um pouco do que pode vim por aí.

Ao que parece, Ultraviolence inteiro deve ser produzido pelo mesmo produtor do single West Coast, Dan Auerbach vocalista/guitarrista da banda The Black Keys. O que a sonoridade de Lana ganha com isso? Em West Coast podemos ouvir uma Lana menos pop e mais rock, mais indie e menos grandiosamente épica e bem mais "refinada" na sua produção. Isso é bom, pois notamos a evolução na sonoridade da cantora buscando lapidar sua personalidade sendo que ainda temos o DNA primário dela com a melancolia e o o toque sombrio que ela sempre expões em suas canções. Acontece que West Coast tem alguns defeitos na sua construção: o principal é a elaboração do seu refrão que não se encaixa com o resto da canção. Parece fora de contexto como se fossem duas canções completamente diferentes mesmo que o arranjo em toda a canção seja um trabalho muito bem feito. Dito isso, Lana continua entregando uma performance forte e com seu carisma único. Mesmo sem vermos uma evolução na parte da composição, West Coast é um trabalho interessante e continua a mostrar o amor que Lana tem por "amores despedaçados". Terminando o post com o primeiro, só tenho a dizer que West Coast "agora é esperar para saber se essa mudança é apenas uma fase rápida ou isso é uma preview do que vem por aí".
nota: 7,5

15 de abril de 2014

Reggae, Is Still Alive?!?!

Rude
MAGIC!


Preconceito é uma das doenças que atinge a humanidade. Mesmo entendendo certos pontos de quem tem
preconceito quando se refere ao reggae, nunca foi capaz realmente de aceitar quem menospreza o estilo apenas baseado em estereótipos e clichês. Apesar de não ser realmente fã, eu devo admitir que um reggae as vezes faz bem. Por isso fico feliz de saber que ainda temos representantes do estilo fora da Jamaica como é o caso da banda canadense MAGIC!.

Formado por Nasri (parte do duo de produtores The Messengers) e por mais quatro integrantes, o MAGIC! lançou recentemente o primeiro single deles intitulado Rude. A canção é um reggae pop bem feitinho que lembra demais o que The Police fazia nos oitenta. Se você tirar essa impressão do caminho é capaz de se divertir com a história do cara que vai pedir a mão da amada para o pai dela e leva um não e tem que "lutar" para concretizar o seu amor. Bonitinha e bem escrita, Rude também tem uma batida bem convidativa usando bem o reggae mesmo de forma superficial. Então, o reggae ainda está vivo? Ou vocês vão matá-lo com seus "pré-conceitos"?
nota: 7

14 de abril de 2014

Mudança de Hábito

Sing
Ed Sheeran

Uma grande questão sempre aparece quando um artista novato começa a trabalhar no seu segundo álbum: continuar com a mesma sonoridade e correr o risco de soar repetitivo ou evoluir em busca de novos sons e correr o risco de não agradar? Mesmo sendo um pouco cedo para afirmar com cem por cento de certeza, parece que o Ed Sheeran optou pelo segundo caminho e, por enquanto, acertou em cheio com o lançamento de Sing.

Primeiro single do segundo álbum de Ed, intitulado apenas com x, Sing é uma lufada de ar fresco na
sonoridade triste/melancólica de cantor/compositor do inglês. Trabalhando com o homem do momento Pharrell Williams como produtor e co-autor, Ed entrega seu trabalho mais animado em uma canção pop dance/R&B com uma forte influência funk. Muitos vão achar a canção muito parecida com os primeiros trabalhos solo do Justin Timberlake e isso é a mais pura verdade, pois Pharrell foi um dos colaboradores do JT nessa época. Porém, Sing consegue superar essas comparações devido ao fato de podemos ver a versatilidade de Ed mesmo que ainda precisa encontrar mais a sua personalidade. Isso também se estende aos vocais que em certos momentos parecem o Justin, mas que no final das contas é um trabalho bastante sólido. A composição também está bem construída e conta com um bom refrão. Agora é esperar para saber se essa mudança é apenas uma fase rápida ou isso é uma preview do que vem por aí.
nota: 8

12 de abril de 2014

Algo Nos Anos Oitenta

Sleeping With a Friend
Neon Trees

Minha infância teve uma grande influência das "artes" em especial dos filmes e das músicas feitos durante os
anos oitenta mesmo que tenha vivido toda a minha infância nos anos noventa. Então, toda vez que ouço uma canção e/ou vejo um filme dessa época tenho uma especie de saudade de coisas que não vivi. É uma sensação estranha e ao mesmo tempo agradável que traz na minha memoria lembranças fabricadas por mim mesmo. Então, não é difícil ter afeto por uma canção que remeta ao uma sonoridade daquela época como o single Sleeping With a Friend do grupo Neon Trees.

A sensação já começa devido a voz de Tyler Glenn que tem a mesma vibe dos vocalistas de várias bandas de pop rock alternativo da década retrasada mostrando a personalidade e um toque de "estranheza" que é muito bem vindo. A produção também acerta na elaboração de um divertido cruzamento entre pop e new wave que emoldura bem as influências, mas sem parecer algo datado. O leve toque sombrio também faz a diferença no resultado final. A única coisa que não tem tanta inspiração oitentista é a boa composição sobre amizade colorida que releva um lado mais "moderninho" e divertido do  Neon Trees. Enquanto isso, eu vou vivendo de falsas lembranças de um tempo que eu não vivi.
nota: 7,5 

11 de abril de 2014

A Cereja

Let Go for Tonight
Foxes

O atual cenário pop sofre de uma séria crise de criatividade atualmente. Entre tantas mesmices e repetições que assolam o estilo é necessário "escavar" bem para encontrar pérolas como, por exemplo, é a canção Let Go for Tonight da novata Foxes.

Mais conhecida por ter sido a voz do hit internacional Clarity do produtor Zedd rendendo um Grammy de  Best Dance Recording, Foxes está trabalhando a sua carreira solo com o lançamento do seu primeiro álbum Glorious marcada para começo de Maio. Um dos singles já divulgados do álbum é a canção Let Go for Tonight. A canção é um verdadeiro bálsamo para meus ouvidos cansados por fazer um pop refinado em todos os níveis. As boas decisões da produção começam pela ótima construção do arranjo que abriu mão de artifícios como, por exemplos, o uso de sintetizadores para construir uma batida mais natural através de uma base em um piano. Sem precisar apelas para batidas estereofônicas, Let Go for Tonight se baseia em um pop mais clássico mesmo com elementos de eletropop. O que também faz da canção um trabalho sensacional é a forma como Foxes se coloca perante a mesma. Além de possuir uma voz "acetinada" e com um tom delicadamente poderoso, a cantora de 24 anos segura extremamente bem a onda exalando a atmosfera perfeita para interpretar a boa composição que prova que ainda há vida inteligente no pop. Foxes é como a doce cereja colocada em cima de um bolo de sabor "duvidoso": salvando o dia do desastre completo.
nota: 8

9 de abril de 2014

As 8 Músicas Que Deveriam Ter Um Clipe


As Aparências Quase Enganam

I Will Never Let You Down
Rita Ora

Quando eu li que a inglesa Rita Ora se "juntou" com o DJ e atual namorado Calvin Harris logo pensei: "Lá
vem outro eletropop mais ou menos!". Para a minha surpresa I Will Never Let You Down não é um eletropop mais ou menos. Não, queridos leitores, mesmo sendo uma produção do DJ a canção é um pop bem tradicional. O que não me surpreendeu foi a qualidade da canção: mais ou menos.

A canção é até simpática, pois, além de mostrar um lado diferente para uma canção assinada por Calvin e também a volta do pop mais simples e menos estridente. Porém, a produção não consegue dar "emoção" para I Will Never Let You Down. A canção com várias ideias legais, mas que são mal aproveitadas. Rita faz um trabalho digno, até bonitinho, mas nada marcante e nem que estabeleça uma marca para ela. I Will Never Let You Down é basicamente uma canção genérica que quase me enganou. Assim como a capa do single: é a Rita Ora e não a Beyoncé!
nota: 6

8 de abril de 2014

Dias Melhores Estão Chegando

Stay With Me
Sam Smith

Escrevi recentemente sobre um dos nomes que devem bombar ainda em 2014: Sam Smith. Na resenha do single também apontei o fato de que o que foi mostrado na canção não estava à altura do talento do cantor. Então, tive minhas preces respondidas com o lançamento do terceiro do seu álbum de estreia, In the Lonely Hour. A canção em questão é a boa Stay With Me.

Stay With Me não é um trabalho genial ou coisa parecida, mas só de seguir um caminho completamente diferente do single anterior já é alivio e uma evolução imensa. O single é um simples e eficiente balada pop soul sendo a plataforma perfeita para Sam mostrar a beleza que sua voz pode proporcionar. Mesmo sendo uma performance contida é possível não se deixar encantar com o tom de Sam: uma voz aveludada, sexy e com um toque de melancolia. Nas mãos do produtor certo, Sam pode chegar ao nível da sua conterrânea Adele. A composição ajuda sobre um cara que pede para que sua "transa de uma noite só" fique com ele, pois ele se sente sozinho poderia cair no pieguismo, mas aqui é feita com uma delicadeza tamanha que acaba conquistando aos românticos de plantão. Agora, esperar que coisas melhores viram para Sam Smith.
nota: 7,5

5 de abril de 2014

O Último dos Moicanos

Raging Fire
Phillip Phillips

Apesar do declínio de audiência do American Idol nos últimos anos, o reality musical ainda é o único a lançar cantores que conseguem ter algum impacto verdadeiro no mundo fonográfico. O último foi o vencedor da décima primeira temporada Phillip Phillips. E, novamente, ele prova que ainda há esperança para os aspirantes a estrelas que passam pelo programa ao lançar seu mais novo single, a boa Raging Fire.

O single segue o mesmo esquema de música anteriores do cantor: pop rock com um pé no indie rock. Porém, em Raging Fire podemos notar uma evolução na sonoridade de Phillip que parece estar mais madura. Isso se reflete na produção da canção que é capaz de construir um arranjo redondinho que é capaz de expor as suas qualidades sem perder o vibe comercial. Ainda falta bastante para que Phillip ainda seja dono de sua sonoridade, pois, Raging Fire ainda soa como um trabalho mais fraco do Mumford & Sons. Porém, o caminho que ele está traçando é o mais correto ainda mais se analisarmos a boa composição: mesmo não sendo um trabalho genial, a linha autoral é bem forte mostrando o potencial que o jovem cantor possui. E o American Idol ainda vai fazendo o seu trabalho de descobrir ídolos americanos.
nota: 7

4 de abril de 2014

Leves Palpitações

Beating Heart
Ellie Goulding

Beating Heart, último single lançada da Ellie Goulding faz parte da trilha do filme Divergente (também conhecido como "Quero Ser Jogo Vorazes") e tem todas as qualidades que faz da britânica ser um nome de futuro. Porém, ele também tem todos os defeitos de Ellie que ainda não fizeram a cantora dar o próximo passo no seu "nível artístico".

A produção de Beating Heart, dividida entre a própria cantora e Joe Janiak, consegue transmitir a vibe "fantástica" que a sonoridade da cantora tem, mas novamente a cantora erra ao não elevar seu próprio som para outro nível deixando a impressão de repetição da mesma batida de outras músicas dela. A composição é mediana, pois, além de não parecer funcionar longe do filme, a letra é um pouco confusa e não tem nenhum apelo comercial. A melhor qualidade de Beating Heart é sem duvida nenhuma os vocais de Ellie que sabe carregar a canção de maneira graciosa. Mesmo assim, a sensação que fica que Ellie ainda está "pegando leve" e ainda vai mostrar sua força em algum momento. Espero que em breve.
nota: 6

3 de abril de 2014

Uma Canção para Sia

Chandelier
Sia

Se tem uma pessoa que pode dizer que trabalhou com mais da metade da indústria fonográfica, essa pessoa é a australiana Sia. Mesmo com uma carreira bem longa, Sia só ganhou notoriedade no mainstream quando escreveu e cantou a canção Titanium do DJ David Guetta. Depois esteve em outro mega hit como coautora e featuring: Wild Ones do rapper Flo Rida. Com a exposição recente, Sia começou a emplacar composições para Deus e o mundo (Beyoncé, Rihanna, Eminem, Katy Perry e Christina Aguilera são apenas alguns nomes). Então, após tanto sucesso nada mais justo que Sia voltar a investir na sua carreira solo. Para tanto ela lançou o single Chandelier, o primeiro solo dela desde 2010.

Chandelier é, como eu classifico, como uma canção "quase": quase é um trabalho brilhante, mas ficou no meio do caminho. O caminho seguido pelo produtor Greg Kurstin é muito parecido com a sonoridade pop que nomes como Beyoncé (Pretty Hurts) e Shakira (Empire) estão fazendo ultimamente. A canção tem uma produção bem amarradinha que a transforma em uma balada power pop com uma batida diferente. Mesmo sendo uma música interessante, Chandelier tem um que de "eu já ouvi isso antes". Sia ao lado de Jesse Shatkin compõe uma letra muito boa falando sobre solidão o que consegue seguir na contramão do atual cenário pop, mas falta algo para dar a liga para que o trabalho seja inesquecível. O maior problema aqui são os vocais de Sia. Não que ela esteja ruim, pelo contrario, ela mostra ser capaz de estar entre as melhores cantoras da atualidade. Contudo, ela comete alguns exageros, em especial, no refrão que quase fica "fora do controle" o uso do seu potente falsete. Ainda acredito que a Sia seja capaz de entregar algo realmente brilhante. Agora é esperar.
nota: 6,5

2 de abril de 2014

Os Sinais do Apocalipse

#SELFIE
The Chainsmokers


Em alguns momentos, eu realmente acredito que o apocalipse está cada vez mais perto. O último sinal que
me fez pensar novamente sobre o fim dos tempos foi saber do sucesso da "canção" #SELFIE da dupla de DJ's The Chainsmokers.

Você pode perguntar: qual o motivo de tanta consternação? É até bem simples: #SELFIE é a canção mais ridícula a fazer sucesso dos últimos tempos. O grande "problema" da canção é a sua concepção: #SELFIE é um eletrônico que seria apenas mediana se não fosse por um detalhe. A canção é basicamente uma mulher falando sobre tirar selfies e outras coisas fúteis. Sim, #SELFIE é monologo inútil "emoldurado" por um arranjo. E essa canção alcançou o 16° da Billboard. Se isso não for um sinal do Apocalipse, nada mais é!
nota: 3

1 de abril de 2014

Primeira Impressão

The Power of Love
Sam Bailey


Ganhar um reality musical deve ser o sonho de boa parte de cantores que nunca alcançaram o sucesso, ou mesmo, aqueles que tiveram e perderam. O vencedor tem garantido a possibilidade de (re)começar a carreira com o lançamento de um álbum sempre com a ajuda de uma equipe estabelecida e experiência para guiar a pessoa pelo espinhento mundo fonográfico. Depois disso, o que acontece com a carreira do cantor(a) é uma consequência de fatores que vão além do resultado inicial. O que pode ser um grande sucesso ou um grande fracasso. Quem deu esse passo recentemente foi Sam Bailey, última vencedora do The X Factor UK, que lançou seu debut no ultimo dia 21. (Para quem não a conhece deem uma olhada nessa resenha)

The Power of Love é basicamente composto por regravações de sucessos dos anos '80 e '90, algumas mais recentes e uma original. O grande e principal problema do álbum é falta de personalidade, pois o trabalho é feito para Sam e, não, feito pela Sam. As escolham das canções que compõem o CD parecem refletir mais os gostos pessoais da cantora e o que os produtores acham que ela deve cantar para atrair o público do que a cantora é de verdade. Além disso, a mistura de estilos das escolhas das canções que vão desde o country até pop rock também ajuda a dar essa impressão de falta de personalidade para o trabalho. A produção faz um trabalho decente, mas completamente sem criatividade e em certos momentos se excedendo em arranjos grandiosamente artificiais. Dito tudo isso, o que faz de The Power of Love um álbum digno de ser ao menos ouvido é a presença da própria artista. Sam Bailey foi comparada com  a Susan Boyle, por causa de terem semelhanças em suas histórias como, por exemplo, o fato de serem mulheres mais velhas descobertas em reality show. Contudo, Sam é uma cantora muito superior à Susan em vários quesitos seja na versatilidade quanto na potencia vocal. Aqui, podemos ouvir um pouco do talento dela, mas a produção vocal erra ao não tirar toda a versatilidade que ela pode entregar. Um dos melhores momentos do álbum é a regravação da canção From This Moment On da Shania Twain que mesmo com alguns defeitos consegue um resultado acima da média assim com a canção original Treasure em que podemos ver um pouco da capacidade de Sam saindo da sua zona de conforto. Agora o tempo dirá como Sam vai dar o segundo passo em sua carreira.