28 de fevereiro de 2015

Um Pouco de Mainstream Não Mata Ninguém

All Hands On Deck (Remix) [feat. Iggy Azalea]
Tinashe

Nem sempre dar uma "comercializada" em uma canção é negativa, pois alguns artistas precisam disso para ganhar mais atenção do grande público para o seu excelente trabalho. Esse é o caso da cantora Tinashe e do lançamento do single All Hands On Deck.

A canção, uma dos destaques do álbum de estreia Aquarius, é a faixa bastante comercial por si, mas, para ganhar ainda mais destaque, ganhou uma nova versão para se lançada como single: a participação da Iggy Azalea. Felizmente, a canção não perdeu a sua qualidade já que o verso de Iggy é legal, apesar de não acrescentar nada novo e a parte da rapper soar nitidamente colocada depois devido a mudança de acústica entre as partes. Porém, a produção continua com a mesma qualidade entregando uma deliciosa e dançante faixa CrunkR&B com a Tinashe exalando carisma. E, claro, está perdoado qualquer tentativa "clichê" de fazer a cantora estourar: ela merece.
nota: 8

27 de fevereiro de 2015

Give Me Everything 2 - O Regaste de uma Carreira

Time of Our Lives
Ne-Yo & Pitbull

Tentando levantar a sua carreira do "quase limbo" que entrou desde o lançamento do injustiçado Libra Scale de 2010 e do fraquíssimo R.E.D., Ne-Yo resolveu fazer o que qualquer artista faria: retomar o que deu certo. Nesse caso, o cantor resgatou a sua parceira com o rapper Pitbull que resultou no mega sucesso Give Me Everything gerando a genérica Time of Our Lives.

O que fazia da canção de 2011 um grande acerto era a sua acelerada e descerebrada batida que deixava um gosto de prazer culposo no ar. Característica essa deixando de lado em Time of Our Lives. A produção prima por uma batida mais cadenciada e sexy, mas acaba criando um dance pop preguiçoso e sem graça. Pitbull e Ne-Yo tem até química juntos ajudando a dar um pouco de liga na canção. Porém, isso não é suficiente para sustentar a letra pouco inspirada e o refrão esquecível. Está na hora de Ne-Yo pensar em um plano B para o resgate da sua carreira.
nota: 5,5

O Príncipe de Selena

I Want You to Know (feat. Selena Gomez)
Zedd

Normalmente, quando alguém termina um relacionamento espera-se que o próximo possa ser com alguém "melhor" que o anterior, pois se o último fosse bom teria durando. Nem sempre isso acontece, mas no caso da Selena Gomez está funcionando bem. Depois do tumultuado namoro ioiô com o Justin Bieber, a jovem começou, recentemente, a namorar o produtor/DJ Zedd mais conhecido pelo sucesso Clarity. Não sei exatamente o que isso muda na vida pessoal da jovem, mas posso afirmar que o namoro já resultou em parceria musical com resultado positivo.

I Want You to Know é o primeiro single do segundo álbum de Zedd mostra a boa química entre os dois namorados. A canção segue o velho roteiro EDM comercial que o produtor assume entregando uma excepcional single comercial que deve conseguir bons resultado comerciais. O ponto positivo é que a produção não consegue alcançar o mesmo brilho carismático de Break Free, a parceria de Zedd com Ariana Grande. Apesar disso, a canção é uma prova que Selena pode render muito bem com uma boa produção a dirigindo. E a pergunta agora é: e eles viveram felizes para sempre?
nota: 6,5

26 de fevereiro de 2015

The Best...So Far 2010 - 2014

Passado cinco anos da nova década, eu acredito que está na hora de olharmos para trás e começar a refletir sobre o que passou no mundo da música. Para tanto resolvi montar essa lista e decidir quais foram as melhores músicas lançadas até o ano de 2014. Foram escolhidas cem canções para integrar essa lista e as decisões foram baseadas em vários critérios como, por exemplo, qualidade, sucesso de vendas, legado e, claro, um pouco de gosto pessoal, entre outras coisas. Em algumas canções será colocado um novo texto explicando o motivo de a canção estar inclusa na lista e em outras será colocado partes da resenha original, mas, de qualquer forma, eu espero que vocês gostem e participem comentando. Sem mais delongas, aqui estão as dez primeiras canções de...

25 de fevereiro de 2015

Guetta is Back! Who's Care?

What I Did for Love (feat. Emeli Sandé)
David Guetta


Depois de grandes sucessos com o lançamento de dois álbuns de dezenas de singles, o DJ francês David Guetta lançou o seu sexto álbum (Listen) no final do ano passado sem alcançar o mesmo sucesso dos seus antecessores. E, até agora, nenhum dos singles chegou perto dos arrasa quarteirões como Titanium ou When Love Takes Over. Nem adiantou a canção What I Did for Love ser uma música razoável.

A canção tem com grande trunfo a presença inspirada e delicada da inglesa Emeli Sandé que traz para a produção sensibilidade e verdade incomum em produções do DJ. Até mesmo a composição ajuda
com sua história sobre uma decepção amorosa, mas, infelizmente, o também não passa da superfície de uma emoção representada como um sentimento clichê. Porém, o maior problema é a produção de Guetta ao lado de Giorgio Tuinfort que não sabe se faz uma power balad ou uma EDM pacadão deixando What I Did for Love sem personalidade e apática. Em outras: é o que o David Guetta tem para hoje.
nota: 6,5

24 de fevereiro de 2015

Apertem o Cinto, Senhores!

The Blacker the Berry
Kendrick Lamar

Eu posso estar enganado, mas acredito seriamente que estamos a mercê de uma nova onda de luta
pelos direitos civis. Essa impressão que tenho vem dos últimos acontecimentos ao redor do mundo e, principalmente, da atual situação nos Estados Unidos. E assim como todas as movimentações sociais está começando a refletir nas representações artísticas.

The Blacker the Berry é o segundo single do seu próximo e ainda sem nome álbum do rapper Kendrick Lamar . Depois do lançamento da interessante i que ganhou dois Grammys na última edição, Kendrick demonstra que não está para brincadeira ao entregar uma das melhores canções rap dos últimos tempos com uma mensagem atual e pontual sobre o racismo. A composição em The Blacker the Berry é direta, sem meias palavras, inteligente e, o mais importante, furiosamente verdadeira. Kendrick tece criticas ácidas sobre a hipocrisia da sociedade e as suas concepções do que é ser negro hoje em dia. O rapper entrega uma performance raivosa conseguindo expressar toda a raiva e a indignação de uma vida inteira vendo e sendo vitima de injustiça. Uma pena que a produção erra na sua introdução, pois The Blacker the Berry engrena quando começam os versos em uma batida "dura" e classuda aliando-se à um refrão cantando pelo cantor de dancehall Assassin. Mesmo lembrando o trabalho de Kanye West em Yeezus,The Blacker the Berry surge com uma urgência que mostra um pouco da efervescência social que está "cozinhando" ao redor do mundo. Só espero que isso realmente se concretize.
nota: 8,5

23 de fevereiro de 2015

Consistência Bland

Heartbeat Song
Kelly Clarkson

Não há como negar que a Kally Clarkson se estabilizou na carreia faz algum tempo, mas, infelizmente no caso dela, isso também significa que ela se acomodou em relação ao sua sonoridade. Tirando certas investidas no country, Kelly apenas vem repentino sucessivamente o mesmo esquema pop comercial desde My Life Would Suck Without You. Com Heartbeat Song, primeiro single do nono álbum da cantora intitulado Piece by Piece, a situação não é diferente. 

Apesar da boa intenção de falar sobre a chance de encontrar um novo amor, Heartbeat Song caí nos mesmíssimos lugares do pop que Kelly vem fazendo: pop com pegada dance, mas com influência de pop rock. Mesmo com uma cadencia inusitada no refrão, o single não passa de uma requentada versão de canções como Stronger (What Doesn't Kill You) e Catch My Breath . Nem adianta Kelly mostrar sua capacidade vocal se ter um material à altura para trabalhar. Heartbeat Song é bem feita, mas sem graça no mesmo tanto.
nota: 5,5

21 de fevereiro de 2015

Pequena Lição Sobre Tradição

Living For Love
Madonna

Nem sempre um professor deve ensinar ao aluno a pensar por conta própria, mas, as vezes, um professor precisa ensinar a fazer o bom e tradicional "arroz com feijão". Assim Madonna faz com o primeiro single de Rebel Heart, a ótima Living For Love.

O single passa longe de ser o mais ousado já lançado por Madonna, mas, sem dúvidas, é um banho no quesito de como fazer uma canção pop. Produzindo ao lado do Diplo, Madge entrega um pop dance redondinho que ganha destaque devido ao seu pomposo arranjo que tem Alicia Keys tocando piano e muito mais que apenas sintetizadores. Com a inclusão de um toque de gospel (lembrando Like A Prayer), Living For Love se torna uma canção arrasadora sem precisar de "inovar" ou "reinventar" a sonoridade. Madonna mostra vocais poderosos em  ma composição divertida com um refrão certeira que ajuda a canção a se tornar o melhor primeiro single da Rainha do Pop desde Hung Up de 2005. Madonna dando lições de como fazer o bom e velho pop desde... bem, desde de sempre!
nota: 8

20 de fevereiro de 2015

A Supremacia Florence

What Kind of Man
Florence + The Machine

Poucos artistas que alcançaram o grande mainstream se mantém tão fieis a uma estética alternativa quanto o grupo Florence + The Machine. Capitaneado pela cantora Florence Welsh, o grupo mostra uma coragem inigualável ao trazer para o grande público a sua concepção do que a música pop e, quando falo em pop, me refiro é no sentido de popular entrando qualquer tipo de estilo e gênero. Preparando o novo álbum (How Big, How Blue, How Beautiful), o grupo lançou o primeiro single What Kind of Man, uma modesta e interessante mudança na sonoridade deles, mas sem perder a sua característica de serem artesoes do pop.

What Kind of Man tem todos os elementos típicos das canções do Florence + The Machine como, por exemplo, a voz celestialmente gótica de Florence e a produção grandiosa, mas com vários elementos novos à sonoridade do grupo. Produzida por Markus Dravs (Mumford & Sons, Björk), o single começa de maneira emblemática com a voz da vocalista sobre um arranjo gospel usando um base de órgão e de repente se torna uma frenética batida rock soul em um pulso de raiva inesperado. Revigorante e ousado são os melhores adjetivos para descrever essa mudança de caminho na cação que ainda conta com os vocais "em chamas" de Florence capaz de incendiar a alma mais fria. O pequeno defeito fica por conta do confuso refrão que se perde no meio da música. Porém, a temática (sobre o mal de uma pessoa indecisa pode causar) e a construção dos versos compensam esse erro. Além disso, What Kind of Man ganhou um clipe avassalador que entra na galeria dos melhores dos últimos anos. E o ano apenas está começando!
nota: 8,5

18 de fevereiro de 2015

Um Parcialmente Novo Kanye

Only One (feat. Paul McCartney)
Kanye West

Eu já escrevi sobre isso, mas tenho que repetir: o tamanho da arrogância e da babaquice do Kanye
West é equivalente à sua genialidade em relação à música. Um pouco dessa genialidade e, surpreendentemente, um pouco de uma faceta diferente é vista no single Only One.

A grande sacada de Only One está na sua emocionante letra: o narrador não é o Kanye, mas, sim, a sua mãe falecida "conversando" sobre a sua neta e o próprio filho. Ao colocar nessa posição, o rapper mostra um lado seu pouco conhecido colocando para fora sentimentos sinceros em uma declaração de amor para sua mãe e pela filha realmente tocante. A presença da lenda Paul McCartney como produtor e featuring dá para a canção uma atmosfera diferente do trabalho de Kanye: uma construção soul minimalista elaborada e delicada. Uma pena que parte da emoção em Only One é tirado pelo uso do auto-tune na voz do rapper tentando cantar. Mesmo assim, Only One é uma canção muito boa. Só Kanye poderia parar de ser um babaca.
nota: 7,5

O Melhor Está Fora da Telona

Earned It
The Weeknd

Não há como negar: 50 Tons de Cinza é um imenso sucesso de público, mas uma gigantesca bomba em relação a qualidade, ou melhor, a falta de qualidade. Todavia, o melhor do filme é, sem dúvidas, a sua trilha sonora. Igual a Love Me Like You Do, a canção Earned It do The Weeknd segue o mesmo caminho.

A canção mostra um pouco da sonoridade do cantor The Weeknd, mas sem perder uma vertente comercial e a identificação com o tema do filme. A batida R&B contemporânea é grandiosa com uma cadencia sensual misturada com um lado sombrio perfeito para o filme. Melhor: bem mais adequada que o próprio tom do filme. The Weeknd domina muito bem a canção mostrando sua voz, mas, infelizmente, a composição é apenas mediana, caindo em uma rede de clichês. De qualquer forma, Earned It vale bem mais a pena do que o filme que é tema.
nota: 7,5

17 de fevereiro de 2015

Primeira Impressão

Reflection
Fifth Harmony


Algumas Mudanças, A Mesma Emoção

Lay Me Down
Sam Smith


Depois de se consagrar no Grammy levando quatro gramofones de ouro, Sam Smith vai aproveitar o ótimo momento para relançar a canção Lay Me Down como o novo single de In the Lonely Hour.

A canção lançada como primeiro single do debut álbum do cantor ganha uma nova chance de ser descoberta pelo grande público já que é a melhor dele até o momento, apesar de algumas mudanças feitas da versão original. A principal diferença é no arranjo que na nova versão single se torna mais "acelerado" alterando a lindíssima introdução em que Sam canta apenas acompanhando de um piano em tom mais intimista para depois "explodir" em um turbilhão de emoções. A nova versão já dá uma atmosfera mais grandiosa já desde o começo perdendo um pouco do fator surpresa. Porém, nada faz os vocais de Sam perderam o brilho na sua mais poderosa interpretação se beneficiando de uma composição avassaladora. E o que posso dizer: obrigado, Sam!
nota
Versão Álbum: 8,5
Versão Single: 8

16 de fevereiro de 2015

Faixa Por Faixa - Votação 8

A nova votação para escolher o próximo álbum vai ser entre dois álbum que já se tornaram clássicos modernos: de um lado a continuação do projeto Metropolis da Janelle Monáe em The Electric Lady ou o primeiro álbum em uma grande gravadora do rapper Kendrick Lamar intitulado good kid, m.A.A.d city. Façam a sua escolha e votem! E quem quiser pode sugerir álbuns para o Faixa por Faixa!

Primeira Impressão

Uptown Special
Mark Ronson


15 de fevereiro de 2015

Escolhas

One Last Time
Ariana Grande

Quem administra a carreira da Ariana Grande está de parabéns por vários motivos, mas o principal são as sensacionais escolhas das canções como single. Depois de Love Me Harder, chegou a vez de outro destaque do álbum My Everything: One Last Time.

One Last Time é, até o momento, o melhor desempenho vocal de Ariana. Mostrando doçura e romantismo ao mesmo tempo em que desfila o seu poder vocal, a jovem ajuda a transformar a canção em um trabalho realmente marcante e acima da média. Nas mãos de outra artista novata, One Last Time poderia perder o brilho da ótima produção dance pop romântica com um arranjo deliciosamente viciante, mas Ariana dá vida a uma letra bonitinha sobre arrependimento (detalhe: um dos compositores é o David Guetta, mas ele não assina a produção!). Torço para que Ariana continue desfrutando de ótimas escolhas para o bem da sua carreira e do público.
nota: 8

14 de fevereiro de 2015

Rita Minaj

Doing It (feat. Rita Ora)
Charli XCX

Mesmo sem previsão de lançar o seu segundo álbum, Rita Ora vai se mantendo relevante na música por outros caminhos assumindo o posto de jurado do The Voice UK e participando de canções de artistas que estão no auge. Depois de Black Widow da Iggy Azalea, Rita está presente na versão single de Doing It da Charli XCX.

Laçada como terceiro single de Sucker, Doing It é a escolha perfeita para ser single: divertida, despretensiosa e bem produzida. A mistura de pop e glam rock cria uma batida contagiante com uma atmosfera juvenil e inconsequente que deveria ser a sonoridade da Avril Lavigne caso ela tivesse evoluído de verdade. Mesmo sem alterar em nada a canção, a presença de Rita dá química com Charli sem fazer a canção perder qualidade. Isso não tira o fato que Rita está a ponto de virar arroz de festa.
nota: 7,5

12 de fevereiro de 2015

Primeira Impressão

Rebel Heart
Madonna


O Reverso da Música

I Bet
Ciara

Desde que conseguiu se estabelecer artisticamente com os seus últimos lançamentos, a cantora Ciara
viu a sua carreira perder popularidade. I Bet, o seu mais novo single, atingiu apenas a posição de 96° na Billboard. E nem adiantou a canção ser um trabalho muito bom.

O single, apesar de remeter aos trabalhos iniciais da cantora, mostra um belo amadurecimento da sonoridade dela. Todos sabem que Ciara nunca foi dona de um "vozeirão", mas, como mostra em I Bet, ela conseguiu achar o lugar da sua voz e como usa-la da melhor forma mostrando um performance bastante segura e consistente. Falando sobre o rompimento do ex-marido, o rapper Future, Ciara mostra uma honestidade de partir o coração, pois, ao mesmo tempo em que se mostrar forte, ela deixa escapar parte do sofrimento que está passando. I Bet é um R&B mid-tempo com influência dos anos noventa muito bem conduzido pela produção; Erra, porém, na duração de quase cinco minutos o que deixa a canção com certo ar de ser "arrastada". E, novamente, sucesso está na outra ponta de qualidade.
nota: 7,5

11 de fevereiro de 2015

O Buzz Certo

Sugar
Maroon 5

Sempre foi necessário fazer divulgação quando se lança uma música ou um álbum, porém, as estratégias mudaram com o aparecimento de novas tecnologias. Só que algumas coisas ainda funcionam muito bem quando bem feitas. O vídeo clipe, que era considerado "morto" por muitos, há algum tempo está conseguindo reconquistar a sua importância e ainda influencia o sucesso de um artista. 

Se aproveitando do "burburinho" que o clipe fez em que, supostamente, mostra o Maroon 5 invadindo festas de casamento para tocarem fazendo uma surpresa para os noivos, o single Sugar está tendo bom desempenho nas paradas mesmo com os fatores contra. No caso da música são três esses fatores: primeiro, o fato da canção ser o terceiro single do álbum V o que, normalmente, já não tem a mesma força que os outros, em segundo a distância que foi lançado o último single (Animals foi lançada em Agosto) e, por fim, o fato de Sugar não exatamente a canção mais comercial possível.

O single é uma boa tentativa da banda fazer um soul pop/disco, mas que acaba esbarrando na problema da falta de carisma da uma produção quadrada e pouco imaginativa. Faltou em Sugar uma pimenta na mistura para dar um toque ousado para melhorar o bom arranjo. A canção só querer começar a empolgar do seu terço para frente, mas já tarde demais. O bom mesmo da canção é Adam Levine bem contido e sexy que faz de Sugar um pouco mais interessante. De qualquer forma, o trabalho em cima da canção mostrou que, as vezes, é apenas preciso o markenting certo para o sucesso.
nota: 6,5

10 de fevereiro de 2015

50 Tons de Nada Haver

Love Me Like You Do
Ellie Goulding


Eu gosto muito de ler. Ler qualquer tipo de literatura seja ela um clássico ou de apelo popular. Assim como a música, eu gosto de boa literatura. Só que, as vezes, nem é preciso ler uma obra completa para saber que a mesma não é uma boa pedida. Um desses casos, que me desculpem os fãs, é do fenômeno 50 Tons de Cinza. Não é por causa da sexualidade mostrada no livro, mas a forma como ela é colocada: mostrando uma personagem feminina construída com base em uma visão machista. Não cabe a mim uma investigação da personagem principal, mas é bem fácil perceber o que digo pelas noticias que envolvem o livro e a caracterização da história e dos personagens. Além disso, com base nessas mesmas informações, percebo como a escrita da autora é pobre. Mesmo assim, a trilogia de livros se tornou um sucesso imenso de vendas e está sendo transportada para o cinema em um longa metragem que estreia ainda esse ano.

Claro, como qualquer outro filme de apelo "pop", 50 Tons de Cinza terá uma trilha sonora composta
de vários nomes do mundo pop da música. Uma dessas artistas é a inglesa Ellie Goulding que lançou recentemente a música Love Me Like You Do como single da trilha. O curioso da canção é que a mesma é completamente diferente do que poderia se esperar de um tema do filme que fala sobre sadomasoquismo: romântica e delicada.

Love Me Like You Do mostra que Ellie pode ter encontrado o caminho perfeito para unir a sua estética com um verniz para um público mais abrangente. A produção acerta o tom em uma canção pop romântica longe de ser uma balada repetitiva, mas também não se tornando um batidão farofa sem sentido. A dosagem entre os dois mundo faz Love Me Like You Do uma deliciosa canção synthpop com um arranho pomposo e ao mesmo tempo acolhedor. Ellie mostra uma segurança impressionante em seus vocais "fantasmagoricamente encantadores" conseguindo imprimir a sua personalidade no single. Uma pena, porém, que a composição seja clichê, apesar de ser envolvente e com um refrão perfeito para ser cantado bem alto. Também é uma crueldade desperdiçar uma canção tão boa como trilha de um filme que nasce para ser ruim.
nota: 8

9 de fevereiro de 2015

Um Ano Que Promete

FourFiveSeconds
Rihanna, Kanye West & Paul McCartney


O que esperar de 2015 quando se trata do mundo da música? Apesar de já estarmos no segundo mês do ano, ainda parece um pouco cedo para dar qualquer previsão mais concreta, pois tem muito coisa interessante para acontecer desde o retorno de grandes nomes, a consolidação de novos nomes e, claro, o surgimento de novos artistas. Todavia, o começo do ano já teve algumas surpresas que vão deixar uma marca para o futuro.

FourFiveSeconds é a parceria entre a Rihanna, Kanye West e a lenda Paul McCartney (para quem não sabe, Paul é aquele integrante daquela banda que quase não fez sucesso algumas décadas atrás chamada Beatles kkkkkkk). A união desses três nomes causa certo frenesi, pois são artistas com estilos e imagens bem diferentes, apesar de West e Rihanna já terem trabalho juntos algumas vezes. Só que se a gente olhar em perspectiva podemos notar que não é a primeira que Paul faz uma parceria tão inusitada: no começo dos anos oitenta ele já tinha feito parceira com Stevie Wonder ("Ebony and Ivory") e Michael Jackson ("The Girl is Mine" e "Say Say Say"). Só que isso foi a mais de trinta anos atrás e o mundo deu várias voltas colocando o cenário musical em uma configuração bem diferente. Eu poderia até tecer mais comentário sobre isso, se caso achasse que fosse realmente importante para o resultado de FourFiveSeconds. Isso porque, não importa o que se diga, a canção é realmente boa.

Provavelmente sendo lançada como primeiro single do novo álbum da Rihanna, FourFiveSeconds é uma mudança drástica na sonoridade da cantora: saí do pop/eletrônico/EDM dos seus últimos trabalhos e entra uma mistura inusitada de pop/folk/R&B . Ótima escolha para ajudar a reinventar a cantora que vinha demonstrando que tinha perdido força artística com músicas como Right Now, Pour It Up, Jump What Now (todas dos seu último álbum Unapologetic). A produção quase minimalista com acréscimo de poucos instrumentos usando de base os acordes de violão em estilo acústico tocado por Paul dá a atmosfera perfeita para que FourFiveSeconds seja uma canção sólida, diferente do que toca no mainstream e ao mesmo tempo viciante. A composição da canção segue o mesmo estilo em que o menos é mais, mas, felizmente, o teor pessoal e confessional sobre estar a um passo de "estourar" cria um laço com o público que se reconhece na letra. RiRi entrega uma performance vocal crua e madura conseguindo se adequar ao estilo da canção. Sem prejudicar a canção a presença de Kanye usando a sua faceta de cantor é questionável já que ele não é cantor e usa do auto-tune na canção. Quem sabe não seria legal ver o próprio Paul cantando? De qualquer forma, o lançamento de FourFiveSeconds é o primeiro acontecimento de um ano que parece que promete. Aguardemos.
nota: 8