Primeira Impressão

Smoke + Mirrors
Imagine Dragons

Para definir o segundo álbum da banda Imagine Dragons é necessário se fazer uma analogia culinária: Smoke + Mirrors é como aquela "gelatinona colorida" que leva pedaços de vários sabores de outras gelatinas, isto é, é uma mistureba de vários elementos para criar apenas um. Infelizmente, o Imagine Dragons esqueceu de uma coisa primordial na sua "mistureba": sabor.

Smoke + Mirrors é uma coleção de retalhos de sonoridades de vários outras bandas que o Imagine junta para dar a forma do sucessor de Night Visions de 2012. No álbum é possível identificar claras influências de bandas como Link Park, Metallica, Mumford & Sons, The Black Keys, Coldplay e várias outras em um desfile de canções de rock/rock indie/pop rock feitas para angariar fãs ao redor do mundo. "Copiar" sonoridades não é exatamente pecado, mas o Imagine Dragons não consegue entregar faixas que estejam na mesma sintonia das originais ou muito menos acrescentar nada de novo. Resumidamente: Smoke + Mirrors é um amontoado de "covers originais" fracos e sem nenhuma gota de criatividade. Obviamente, com essa configuração o Imagine Dragons se torna uma banda sem personalidade parecendo depender da originalidade de outros e da boa instrumentalização perseguindo faixas cada vez mais comerciais. Essa busca por canções comerciais gera composições meticulosamente pomposas e falsamente profundas, mas que na verdade são feitas simplesmente para serem cantadas a plenos pulmões pelos fãs em shows da banda. Novamente, isso não é um pecado, mas em Smoke + Mirrors a falta de força criativa da banda resulta em letras sem graças e pretensiosas. O que salva o álbum de não ser uma total bomba são os vocais competentes de Dan Reynolds que mostra versatilidade e algum carisma em canções como I'm So Sorry, I Bet My Life e, na melhor do álbum, Dream. Mesmo assim, Smoke + Mirrors não escapa de ser quase intragável, mas tem gosto para tudo nessa vida já que tem gente que realmente curte "gelatinona colorida".