Tears For Fears
É sempre revigorante ouvir artistas com décadas de estrada ainda colocarem esforço para produzir, gravar e lançar novos trabalhos, especialmente depois de anos em hiato. Depois de quase vinte anos parados, o Tears for Fears está de volta com o lançamento do bom The Tipping Point.
Conhecidos pelos mega sucessos dos anos noventa como, por exemplo, Mad World, Everybody Wants to Rule the World e Woman in Chains, a banda não tem a intenção de reinventar exatamente nada na sua discografia, mas, sim, entregar um competente, sólido e maduro trabalho com as principais características da banda. Por isso, The Tipping Point, sétimo álbum da banda, é um classudo trabalho de pop rock com pinceladas fortes de new wave e electropop que consegue explorar certa nostalgia sem precisar ser caça níquel barato. A principal razão para isso é o ótimo trabalho instrumental que deixa o trabalho maduro e com uma atmosfera de completude e maturidade. O melhor momento do trabalho é exatamente para a canção que consegue encapsular todas as qualidades do álbum em apenas só uma faixa: a que dá nome ao trabalho em The Tipping Point. Uma excelente synth-pop/new wave, a faixa parece saída dos áureos tempos da banda, mantendo uma atemporalidade realmente impressionante. Nem sempre, porém, a produção mantem o mesmo nível de excitamento para todas as faixas que perdem impacto devido ao fator filler que entranham pela sua construção. De qualquer forma, o álbum apresenta outros momentos realmente interessantes como na abre-alas No Small Thing ao ser uma indie rcok/pop misturada com folk que funciona bem melhor que o esperado para o Tears For Fears, a energia luminosa de My Demons, a balada pop Rivers of Mercy que parece algo que o Coldplay poderia fazer se ainda fossem bons e, por fim, a elegante End Of Night. The Tipping Point não é para todo o público atual, mas o Tears For Fears sabe qual o seu nicho e entrega um álbum que respeita a sua história e a inteligência dos seus fãs.
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