7 de julho de 2022

Primeira Impressão

Love Sux
Avril Lavigne



Dentre todos os principais nomes da era pop punk/emo do começo dos anos dois é inegável que a que mais foi influente dentro do mainstream e com o público foi a Avril Lavigne, especialmente o seu gigantesco debut Let Go de 2002. Vinte anos depois, a cantora lança o sétimo trabalho com Love Sux tentando recriar o princípio da sua carreira. O resultado, infelizmente, é previsível e simplesmente ruim na maior parte do tempo.

O maior e principal erro de Love Sux é a sua pobre, repetitiva, boba e terrivelmente datada coleção de composição que tenta recriar a atmosfera dos trabalhos do começo da carreira de Avril de maneira inútil e sem um pingo do frescor. Analisando as letras nesse álbum é fácil notar que essa tentativa é um verdadeiro tiro no pé, pois o resultado não tem o mesmo cuidado de finalização e, principalmente, infantilizado sentimentos e emoções que tiveram resultado superior e realmente maduro como, por exemplo, em Complicated, I'm with You, My Happy Ending e The Best Damn Thing. Parece que Avril é uma novata que se inspira no movimento, criando trabalhos que parecem pastiches/imitações fracas dos originais. Um exemplo claro disso é na fraquíssima Bois Lie ao lado do péssimo Machine Gun Kelly em que tem essa atrocidade de refrão:

Bois lie, I can too
Revenge is my sweet tooth
Girls cry, but so will you
'Cause bois lie, bois lie

E isso ocorre basicamente em todo o álbum, pois Love Sux não apresenta nenhuma letra que seja de verdade boa. Sonoramente, o álbum também é outro erro ao seguir o mesmo caminho falho das composições ao ser uma tentativa mofada de recriar o pop punk/emo com um resultado repetitivo, previsível e, por vários momentos, irritante. Tecnicamente, o resultado é bom, mas a qualidade instrumental não escode a falta de criatividade e péssimas decisões que fazem parte de todo o trabalho. O único ponto que pode ser de elogio é a presença de Avril que entrega boas performances, mostrando o seu domínio com o material proposto. Infelizmente, a sua presença não é suficiente para elevar o resultado final além do mediano. Existe, porém, um momento que realmente merece ser elogiado com o single Bite Me ao ser “uma leve, divertida e segura pop/punk que deveria soar extremamente datada, mas se torna um refresco delicioso no instante que mostra que a Avril mostra como fazer para os novinhos de plantão”. Outros momentos que apresentam algo bom é a energética Kiss Me like the World Is Ending que parece uma filler do áureos tempos e Avalanche que quase entrega uma boa balada pop rock. Nesse trem na nostalgia, a Avril Lavigne deveria estar na condução com o resultado de Love Sux, mas termina fora do vagão ao lado de outros “rejeitados”.


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