BANKS
É fato que a Banks não está disposta a reinventar a roda para criar algo genial para a sua carreira e, sim, entregar o melhor da sua visão sobre o pop. Quando mesma faz isso em Serpentina é algo realmente especial e revigorante. Uma pena que o álbum apresenta tantos momentos mornos, deixando o resultado final aquém do potencial da cantora.
Em suma, o quarto álbum da cantora é um revigorante, aveludado e bem pensado mistura de synth-pop, electropop, R&B e indie que acerta nos momentos que a produção adiciona uma carga forte de texturas e nuances que transformam o que poderia ser massificado em um trabalho realmente interessante. O melhor momento de Serpentina deixa bem claro em Holding Back e a “sua estranha e interessante produção vocal ao ser uma mistura de texturas e efeitos vocais que quebram expectativas do começo ao fim da faixa, a produção cria algo realmente original com a adição de nuances que ajuda a faixa ganhar força verdadeira”. No instante que as faixas seguem um caminho mais tradicional, o álbum perder brilho já que a sonoridade de Banks se torna algo que realmente poderia ser ouvido na boca de qualquer outra cantora na mesma “categoria”. E é por isso que canções estranhas como o single The Devil em que a cantora “escolhe sussurrar o refrão em várias vezes para depois repeti-lo de forma normal” funcionam devido a ousadia estrutural que apresentam. E como vocês podem notar, os vocais da Banks são parte primordial para o resultado positivo do álbum.
Sempre confiante e acertando no uso dos efeitos vocais, a cantora entrega no álbum performances inspiradas que conseguem expor a sua versatilidade vocal sem a fazer perder o brilho do seu timbre aveludado. E as suas habilidades são integradas de maneira sólida e, alguns vezes, sensacionais nas construções das faixas, elevando o material consideravelmente. Em I Still Love You, a “sensacional performance da Banks que novamente quebra outra expectativa sobre baladas ao ser poderosa sem precisar de grandes agudos, mas, sim, uma performance contida e linda”. “O grande trunfo de Skinnydipped é a incrível, versátil e inegavelmente sensual performance vocal que em apenas uma canção que não atinge três minutos consegue mostrar mais alcance que algumas cantoras em anos de carreira”. A delicada Birds By the Sea é beneficiada pela performance crua e sentimental da cantora, mas o seu ponto alto é a honesta composição em que Banks declara sobre um amor do passado:
Heard you live with a girl by the sea
Used to think it could be you and me
Heard she's having a baby now, how Sweet
Entretanto, o melhor momento vocal do álbum fica pela ótima Deadend devido a sua entrega emocional e, principalmente, as camadas vocais que são adicionadas na parte final. Outros momentos de destaque do álbum é o abre alas/intro Misunderstood e a sua poderosa finalização, as quebras de Meteorite e, por fim, a emotiva Burn. Serpentina é um álbum que poderia ter sido elevado por decisões mais ousadas no contexto geral, mas é fato que a Banks entrega um trabalho realmente sólido que deixa claro o seu potencial.
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