Tinashe
Desde que se tornou uma artista independente, a Tinashe vem construindo uma carreira realmente louvável em que está totalmente dona do seu caminho artístico. Isso tem a suas desvantagens, pois diminui bastante o seu alcance perante o grande público sem o apoio de uma grande gravadora. Entretanto, isso dá uma liberdade para a cantora explorar sua sonoridade de uma forma sem amarras criativas. E é por isso que BB/ANG3L, o seu sexto álbum, é uma verdadeira perola musical raríssima.
Com apenas sete faixas e cerca de vinte minutos, o álbum é um conciso, coeso, bem conduzido, cativante, estiloso e tão cheio de personalidade que essa rapidez não atrapalha o resultado final. Completamente mergulhada na sua sonoridade e com um senso estético refinadíssimo, Tinashe trabalha com um grupo de produtores que não apenas sabem perfeitamente qual o intuito da cantora, mas, também, adiciona texturas brilhantes e camadas excitantes de experimentações que adicionam apenas estofo solido ao final. E isso é feito de uma maneira tão ligado ao que esperamos da carreira da Tinashe que BB/ANG3L se torna um verdadeiro triunfo.
Essencialmente, o álbum é uma mistura madura e inspirada de R&B e pop que apresenta pinceladas de eletrônico, uk garage e alternativo que teoricamente não tem nada de novo, mas na pratica é tão revigorante e refrescante que o público é sugado para o vórtex sonoro que é BB/ANG3L desde o seu marcante começo na R&B/eletrônica Treason. Mesmo curta, a faixa apresenta uma completude sonora incrível que é abre ales perfeito para o álbum. Logo em seguida, a cantora nos presenteia com a suculenta Talk to Me Nice que é o melhor exemplo de possível viral sem precisar força a barra ao ser “encorpada sonoramente devido a sua produção refinada, sóbria e lindamente cadenciada”. Menos inspirada, Needs “tem um apelo leve, descontraído e sexy que a faz ser deliciosamente irresistível”. Gravity adiciona a mistura uma carga preciosa de uk garage que faz BB/ANG3L tem essa multifacetada personalidade sem perder a essência básica da artista. None Of My Business é mais tradicional sonoramente ao ser uma R&B redonda e bem feitinha, mas é tão envolvente e com um carisma claro e reconfortante. E o álbum finaliza com a incrível Tightrope que poderia facilmente ter saído do álbum Raven da Kelela, mas que na voz de Tinashe ganha personalidade própria e, principalmente, um apelo pop irresistível. BB/ANG3L poderia ser ainda melhor se tivesse mais tempo em que pudesse trabalhar mais suas ótimas ideias, mas isso não impede da Tinashe ainda ser uma artista única e excitante.
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