17 de dezembro de 2023

Single Do Ano - Votação

E assim chegou outro final de ano e com isso chegou o momento de escolher os melhores do ano. Tudo começa aqui pelos duelos para escolhi os cinco finalistas de Single do Ano. A primeira disputa é entre dois opostos que fizeram 2023: de lado, a titã Taylor Swift com o sucesso viral de Cruel Summer que foi lançadas originalmente em 2019 e, do outro lado, a ascensão merecida da carreira da britânica Raye com o smash hit Escapism com a presença da cantora 070 Shake. Votem!


Primeira Impressão

SAVED!
Reverend Kristin Michael Hayter



Uma Ressureição

I WILL BE WITH YOU ALWAYS
Reverend Kristin Michael Hayter


Em sua nova fase da carreira, a cantora Reverend Kristin Michael Hayter entrega novamente um verdadeiro soco no estomago com a espetacular I Will Be with You Always.

Mantendo o mesmo estilo do projeto anterior que tinha a alcunha de Lingua Ignota, a canção é uma poderosa, devastadora, densa e soturna mistura de gospel e avant-folk que impressionante pelo gigantesco trabalho vocal da cantora. Com formação clássica, Kristin é capaz de injetar tanta significação em uma performance que consegue unir essa grandiosidade quase espectral e, ao mesmo tempo, ter um toque tão intimo e pessoal que faz quem escuta parece estar ouvido a confissão de uma pecadora. E, queridos leitores, cada momento da força da cantora é de arrepiar e deixar quem escutar hipnotizado. Liricamente, a canção é uma angustiante e de uma beleza devastadora crônica sobre finalmente se libertar dos nossos próprios demônios. Tocante pelo lado de esperança que a canção passa, mas também tem um peso mortal pela construção que usa da religião para alcançar o seu final espetacular. Não importa qual é o nome que a artista decide entoar I Will Be with You Always, pois o que é certo será entregue uma canção memorável.
nota: 9

Primeira Impressão

Playing Robots into Heaven
James Blake


Estranho James

Tell Me
James Blake


Um dos melhores momentos de Playing Robots into Heaven, Tell Me mostra exatamente o que o James Blake queria fazer no resto do álbum, mas tropeçou no resultado final.

Uma atmosférica experimental/eletrônica/trance, a canção é construída em volta da batida densa e cheia de texturas que cria uma cruza perfeito e elevado do poderia facilmente ser uma farofada do Blake. E acho que essa seja a melhor definição para a canção: uma farofada elevada. A inspiração dos anos noventa/dois mil de batidas feitas para fritar pessoas em raves que poderia rapidamente descambar para o massificado ganha um verniz pesado pela sensibilidade elegante do artista que adiciona bastante da sua etérea personalidade vocal. Tell Me poderia, porém, ter uma letra mais bem trabalhada, mas a intenção aqui é dar apenas algo para o cantor adicionar o seus lindos vocais. Se o resto do álbum seguisse assim teríamos não um bom álbum, mas, sim, um brilhante.
nota: 8

Mamacita Wins

Negona (feat. Tasha & Tracie)
Karol Conká


Acredito que a melhor redenção para o que aconteceu com a Karol Conká é o mostrar o talento. E isso a mesma tem sobra e exala poder na ótima Negona.

Empoderada, sexual, divertida e corajosa, a canção é sobre o poder da mulher negra poder e ter o direito de sentir prazer sem amarras de uma sociedade que normalmente quer coloca-las em uma caixa definida. Não é um assunto novo para a rapper, mas Negona é uma das canções que melhor mostram isso com uma composição carismática, divertida, estilizada e poderosa. Na verdade, a canção poderia ser até maior para aproveitar a sua ótima batida hip hop/rap com toques de pop. Dominando com maestria, Conká abre espaço para a dupla Tasha & Tracie que estão a altura de mamacita que poderia ser até maior a suas participações que não iria ofuscar a dona da canção. E assim mamacita vencer novamente. 
nota: 8.5


Faltou Tempo

Is It Love
Loreen


Depois de voltar ao topo do Eurovision com a vitória com a ótima Tattoo, a cantora Loreen lançou a boa Is It Love. Poderia ser ótima, mas faltou tempo.

Com menos de dois minutos e meio, a canção poderia se beneficiar e muito de uma duração maior para poder trabalhar melhor o seu clímax e explorar a sua própria ideia original. Uma dance-pop com influência de sonoridades étnicas, Is It Love poderia ter um instrumental massificado e sem graça. Entretanto, a batida apresenta uma construção rica e que sabe bem utilizar a sua ideia principal para criar algo realmente maduro. Todavia, o seu fim abrupto faz a canção perder força no momento que deveria explodir. Felizmente, Loreen carrega a canção com maestria, adicionando personalidade que une algumas pontas soltas. Se tivesse esses momentos a mais, Is It Love poderia ser uma música sensacional e não apenas boa.
nota: 7,5 

New Faces Apresenta: Peso Pluma

BELLAKEO
Peso Pluma & Anitta

Com as listas de melhores de anos saindo de várias publicações surgiu um nome que sinceramente que nem tinha ouvido até o momento: o mexicano Peso Pluma. E para a minha maior surpresa é a sua parceria com a Anitta em Bellakeo.

É necessário dizer que a canção é de longe a melhor que a brasileira se fez presente nos últimos tempos, mas mesmo assim ainda é bem medíocre. Começando pela presença do dono da canção Peso Pluma que tem uma voz no mínimo estranha que, sinceramente, não funciona para mim de nenhuma maneira. E para piorar, o cantor não tem nenhuma química com a Anitta, deixando Bellakeo com um ruido bem alto. Anitta entrega, por sum vez, uma performance ok que é atrapalhada pela produção vocal mediana da canção que parece querer encobrir a sua voz com um instrumental bem mais alto que deveria. Funciona por apresentar a possibilidade da brasileira ser capaz de segurar uma canção que seja completa e não esses arremedos que a mesma vem se envolvendo. Enquanto ao Peso Pluma, o seu conhecimento foi desnecessário, mas foi assim que o Bad Bunny começou. Quem sabe as coisas melhoram?
nota: 5

10 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

Black Rainbows
Corinne Bailey Rae



Primeira Impressão

Heaven knows
PinkPantheress



Mother Beyoncé

MY HOUSE
Beyoncé


Com o lançamento de Renaissance: A Film by Beyoncé, a dona Bey resolveu lançar a canção My House como “tema” do concerto-filme. E, queridos leitores, a canção é outro acerto nessa incrível era, apesar de não ser tão genial como outras canções.

Produzido pela cantora ao lado do The-Dream, a canção foge um pouco do conceito inicial do álbum na sua primeira parte ao ser uma batida hip hop mais tradicional para depois na sua segunda parte adicionar uma camada de house/dance-pop estilizada. Não chega aos ápices que a mesma fez no álbum, mas My House tem uma força explosiva que faz a gente ser atraído para a sua orbita facilmente. E como é usada como música fundo aos créditos do filme, a canção funciona perfeitamente já que mantem o ritmo lá no alto e causa um impacto logo nos primeiros segundos. O problema da canção é a sua previsível composição que não tem a assertividade e o carisma que seria necessário para ser memorável. Felizmente, a performance da Beyoncé colocando a mostra toda a sua versatilidade vocal é o ingrediente que dá a liga para o resultado funcionar. Assim continua a jornada da Beyoncé em fazer de Renaissance a sua era mais importante da carreira.
nota: 8



Extensão Sensacional

Houdini (Extended Edit)
Dua Lipa


Poucas vezes presenciei uma canção que já era boa na sua versão original melhorar consideravelmente em uma das suas versões remix. Esse é o perfeito caso de Houdini da Dua Lipa em sua versão estendida.

Na sua resenha original afirmei que a canção “é uma refinadíssima e graciosa synth-pop com adição deliciosas de nu-disco, synth funk e psychedelic-pop que resulta em uma canção dentro do nicho sonora da cantora, mas é claramente embelezado por influencias novas e reluzentes. Funciona bem devido a engenhosidade rítmica da produção, mas parece que faltou um momento de explosão para elevar a canção para o outro parâmetro”. E, querido leitores, aqui está o que faltou: o melhor trabalho instrumental. Ao adicionar quase três minutos a mais de duração, a produção pode adicionar passagens que deram profundidade a já ótima batida, criar mais forma para a envolvente atmosfera e criar ainda mais excitação para a sua envolvente construção. Ao invés de diminuir para criar uma versão mais apta a viralizar, Houdini (Extended Edit) opta por dobrar o que já era bom, dando a oportunidade para que a canção pudesse florescer da maneira que realmente a completa e a eleva.
nota: 8

Uma Segunda Chance Para: when the party's over

when the party's over
Billie Eilish


Apesar de não ser a primeira canção lançada da carreira da Billie Eilish, when the party's over foi aquela que chamou a minha atenção pela primeira vez. Cinco anos do seu lançamento volto minha atenção para reanalisar a mesma e entender que, apesar de não ter envelhecido de maneira a melhorar a minha percepção, a canção é um claro mostrador do que estava por vim para a carreira da jovem artista.

Acredito que o principal motivo para a canção não estourar em qualidade como vários trabalhos posteriores da artista é o fato da mesma não ter suas mãos na composição, deixando apenas para o seu irmão e produtor Finneas O'Connell os créditos. E devido a isso falta um toque pessoal para when the party's over que é dado pela inspirada e tocante mão da Billie. Isso não quer dizer que a composição aqui seja ruim, pois é um trabalho eficiente, simples e pungente. E, na verdade, menos impessoal que gostaria que fosse. Todavia, Finneas entrega uma produção inspiradíssima ao seu uma balada indie/ambient pop que dá resquícios perfeitos sobre o que iria se transformar a sonoridade da cantora sem ainda está madura. O ponto brilhante da canção é deixado para os vocais cristalinos e hipnóticos da Billie que não gostava plenamente quando escutei pela primeira vez, mas foi percebendo a sua complexidade interpretativa ao longo dos tempos e como o seu delicado timbre é usado para extrair sentimentos profundos de maneira sutil. Não é a melhor canção da Billie Eilish, mas, sim, um bom começo para a conhecer uma das artistas mais interessantes dos últimos tempos.
nota: 8

3 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

My Back Was A Bridge For You To Cross
ANOHNI and the Johnsons



Clima & Melancolia

It Must Change
ANOHNI and The Johnsons


Single de My Back Was a Bridge for You to Cross, It Must Change é uma das canções mais climáticas de 2023 a ser uma ode a melancolia sobre a percepção que algo precisa mudar para não ser o fim.

Uma grandiosa e épica soul/neo-soul/R&B que está perfeitamente no limiar entre o vintage e o atual, It Must Change apresenta uma força emocional que reduz até os corações mais peludos ao choro sem precisar soar piegas ou parecer se apoiar no sentimentalismo. Existe uma verdade desconcertante na maneira em que a dor que Anohni expressa nos seus impecáveis e volumosos vocais que faz a canção ser arrematada de maneira vigorosa. Entretanto, It Must Change se torna uma grande música devido a sua ambígua e poderosa composição que fala sobre o momento de clareza que a gente passa ao notar que se não existir uma mudança real tudo irá se perder, sendo da maneira pessoal com um coração quebrado ou em relação global sobre as mudanças climáticas. Sem nenhuma dúvida, uma das maiores canções de 2023.
nota: 8,5

Primeira Impressão

Fanfare
Dorian Electra


Primeira Impressão

SCARING THE HOES
JPEGMAFIA & Danny Brown



Primeira Impressão

nadie sabe lo que va a pasar mañana
Bad Bunny