13 de janeiro de 2024

Single Do Ano - Votação IV

A penúltima disputa para a escolha do Single do Ano é entre a consolidação da força da SZA em Kill Bill contra o comeback da lendária da Kylie Minogue com Padam Padam. Votem!



A Nova Era de Ariana

yes, and?
Ariana Grande

Com um hiato de mais de três anos, a Ariana Grande está de volta para reentrar na arena pop com uma arma que até não é original, mas é divertida como uma noitada com seus amigos. Essa é a melhor definição da dançante Yes, And?.

Sem medo de mostrar que a canção é influencia do Renaissance da Beyoncé, usando até mesmo o sample de Vogue, Ariana entrega uma requentada, divertida, elegante e fácil de viciar fusão de dance-pop, house e post-disco que tem estampado a sua personalidade de maneira impecável. O grande trunfo de Yes, And? é que a sua produção, assinada pela cantora ao de Max Martin e Ilya Salmanzadeh, cria uma batida que é leve, direta e extremamente comercial, mas que devido a adição da suas influencias não se torna dispensável. É como se fosse uma Break My Soul na sua versão comercial sem ser massificada. A canção não alcança um voo maior devido a sua composição fofa que tem toques de auto ajuda que passa longe da mediocridade sem nunca ser realmente ótima, especialmente o refrão um pouco morno. Além disso, a canção não tem um clímax a altura da sua construção inicial e, por isso, Ariana entrega vocais aveludados que mostram novamente a sua versatilidade que não tem muito a fazer nos momentos que deveriam ser o de explosão plena. De qualquer forma, Yes, And? é um começo bem legal para a nova era da cantora.
nota: 7,5

A Nova Era da J.Lo

Can’t Get Enough
Jennifer Lopez


Se tem alguma coisa que mais faça sentido agora é a Jennifer Lopez lançar uma “continuação” de This Is Me... Then de 2002 intitulado This Is Me... Now já que nos dois a cantora estava em um relacionamento com o Ben Affleck e parte da inspiração vem disso. E pelo single de estreia, Can’t Get Enough, a cantora promete entregar o mesmo nível que o álbum anterior.

Na minha opinião, o álbum de 2002 é o melhor da carreira da cantora por alguns motivos e, sinceramente, tenho um hype até bom para o novo lançamento. Entretanto, Can’t Get Enough aumentou esse nível bastante ao ser realmente uma boa canção. Uma das melhores lançadas pela J.Lo em muito tempo, a canção é uma simpática, divertida, dançante e com personalidade de sobra mistura de pop, dance, R&B e toques de reggae que consegue fazer a gente lembrar da sonoridade do álbum antecessor e, ao mesmo tempo, ser uma brisa de ar fresco. Bem produzida do começo ao fim, o single acerta no uso do sample de I'm Still in Love with You de Ellis que ficou famosa por ser usada como sample na canção de mesmo nome do Sean Paul. Existe esse ar de familiaridade na canção de J.Lo, mas o uso é tão acertado que dá aquele toque especial para a canção. E quem diria que entre os retornos recente, a Jennifer Lopez teria a mais interessantes de todas.
nota: 8  

A Nova Era do Lil Nas X

J CHRIST
Lil Nas X

Uma regra de ouro: menos é mais. A nova era do Lil Nas X começou com um exagero de promoção em que o rapper quis a todo custo fazer polemica com a estética religiosa/cristão, mas termina sendo mais exagerado do que passar uma mensagem clara. E nem tenho problema com esse tipo de caminho, mas é que ficou meio desesperado da parte dele. E isso fez a canção J CHRIST ficar em segundo plano.

Apesar de não ser a nível de uma Industry Baby, a canção é um bom momento em que o rapper mostra que é uma força carismática imensa que segura toda a canção apenas no “carão”. Na verdade, J CHRIST poderia facilmente cair no lugar comum, mas é elevada com a presença magnética do Lil Nas X. Sonoramente, o single é o tipo de canção que é boa dentro das suas limitações e que poderia ser bem melhor se tivesse uma produção que pudesse trabalhar melhor as ideias desse pop rap/trap para um nível que saísse do quase lugar comum que cai. Apesar disso, J CHRIST é divertida e tem um clipe que por si só seria suficiente para mostrar a mensagem do Lil Nas X que acabou pecando pelo excesso.
nota: 7

Verde Pastel

One Eyed Bastard
Green Day


Sabe aquele tipo de canção que é na teoria é boa, mas na pratica é apenas ok? Então, esse é o perfeito caso de One Eyed Bastard da banda Green Day.

Single do próximo álbum da banda (Saviors), a canção tem todos os elementos básicos que fizeram o Green Day uma das maiores bandas de punk rock, mas tudo é feito apenas na medida certa. Falta substancia para que a canção seja além de boazinha. Por exemplo, a produção One Eyed Bastard tem um refinamento palpável sem nunca, porém, chegar a empolgar com sua batida que exala a sensação de requentado. Bom requentado, mas ainda algo que está a sombra do que poderia ser. O principal problema aqui é a sua clichê composição sobre vingança que até diverte se a gente se deixar levar pela metralhadora de frases de efeitos disparada do começo ao fim. One Eyed Bastard é como se fosse uma canção parodiando o Green Day feita pela própria banda. 
nota: 6



7 de janeiro de 2024

Single Do Ano - Votação III

A terceira disputa para decidir qual foi o Single do Ano será entre o sucesso da controversa Doja Cat em Paint The Town Red contra o estouro de Boy’s a liar Pt.2 das novatas PinkPantheress ao lado da Ice Spice. Votem!



Antes Tarde do Que Nunca

Loose
Nelly Furtado



Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Drew Barrymore
SZA

Antes de se tornar uma hitmaker, a SZA despontou no cenário musical já como a nova estrela do R&B desde o começo. Todavia, a sonoridade da cantora tinha um lado bem diferente do atual em que a cantora apostava mais no experimental do que o comercial como prova a sensacional Drew Barrymore, um dos primeiros sucessos da sua carreira.

Quero deixar claro que gosto da atual sonoridade da cantora, mas como escrevi na resenha de SOS que “a produção deixa a desejar no instante que esse escopo todo falta uma carga de exploração das possibilidades que a sonoridade ouvida é capaz de chegar”. E é em Drew Barrymore que esse lado artístico da cantora se mostra de maneira plena. O grande trunfo da canção é a capacidade de criar uma batida encorpada, refinada, envolvente e classuda de R&B que é misturada com uma dose cavalar de grunge que dá para o resultado final um resultado estranhamente renovador que a transforma em algo genial e, ao mesmo tempo, tão familiar. Atualmente, as canções da SZA não têm esse vigor sonoro que a fez ser notada e isso é algo que realmente sinto falta. O que não dá para sentir falta é da maestria lírica que consegue descrever as inseguranças sobre a sua aparência em um relacionamento que parece não ter o peso para os envolvidos. Apesar de ter outros envolvidos, a composição deixa claro a força criativa da SZA que mostra essa sensibilidade até quando está em canções não tão inspiradas. O nome da canção é devido ao fato de a cantora ter se inspirado no personagem da Drew Barrymore em Nunca Fui Beijada. E o ponto mais interessante da canção é que existe um lado comercial, mesmo que seja bem contido em relação a esse fator. Espero que no futuro a SZA posso continuar a fazer esse sucesso imenso, mas também entregar canções tão inspiradas como essa perola.
nota: 9