31 de dezembro de 2024

Primeira Impressão

rosie
ROSÉ



O começo da carreira solo da Rosé está sendo em grande estilos devido ao imenso sucesso de Apt.. Todavia, rosie, o seu álbum debut, fica devendo bastante quando a gente nota que a cantora tem talento de sobra para sustentar um trabalho bem mais excitante que o entregue.

É necessário dizer que o álbum não é ruim de maneira nenhuma. Na verdade, o resultado é até melhor que o esperado devido a alguns fatores, mas a produção encontra diversas pedras no caminho para impedir um resultado que realmente fica em nível que seja acima do “bonzinho”. O maior deles e, acredito, é as amarras que a produção estrelada dá para a atmosfera geral de rosie. E a principal delas é decisão de fazer do álbum uma coleção linear de faixas que transitam entre a balada direta e tradicional para uma baladinha mid-tempo. Não que precisaria ser um álbum ser um álbum dançante do começo ao fim, mas partindo do maior sucesso seria normal o álbum ter mais canções nesse reino sonoro. Todavia, o caminho seguido é completamente ao contrário, deixando apenas a parceria com o Bruno Mars o único momento de “diversão” em um álbum linear, contido e meloso demais. Isso tira excitação do trabalho ao deixa-lo chapado e com canções muito parecidas entre si.

Sonoramente, rosie é um trabalho correto, simpático, massificado e fofo de uma mistura previsível de pop/R&B que ajuda a Rosé a se desassociar da sonoridade do Blackpink sem a fazer a mesma perder a sua personalidade. Falta, porém, ousadia para pegar algo que a mesma já domina e a elevar para um novo patamar sonoro e artístico que a fizesse ter uma marca que fosse sua e não um compilado de outras artistas ao ser pintado em rosa pastel e em aquarela. O que a cantora precisaria era de uma sonoridade pintada em rosa neon bem forte e marcante. E isso fica mais claro quando a gente perceber que a Rosé consegue carregar com muita dignidade todo o álbum ao entregar performance seguros e carismáticas mesmo quando a canções não estão na sua mesma altura. Claro, ainda falta certa maturidade para que a mesma tenha a capacidade de imprimar de maneira mais profunda sua personalidade, mas pelo o que ouvi aqui é fácil vê-la crescendo com o material certo em mãos. E não seria estranho de notar esse crescimento quando a mesma entrega uma ótima performance na balada dramática stay a little longer ou uma performance cativante na contida e sentimental number one girl. Entretanto, o grande momento do álbum é para o seu hit mundial em que “Rosé mostra um caminho bem diferente do que as suas companheiras do Blackpink estão fazendo na sua carreira solo, mostrando que consegue transitar em diferentes cenários do pop sem perder seu carisma. Além disso, a sua presença em APT. é tão vibrante e carismática que dá até para perdoar o quase irritante refrão.”. Mesmo sendo um álbum bem aquém que do que a Rosé merecia, a cantora começa a sua carreira com o pé direito ao se colocar como uma das maiores promessas para os próximos anos. 


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