Em relação a artistas veteranos que fizeram um comeback esse ano, o The Cure pode ter sido o mais aclamado, mas é preciso apontar que a lendária dupla Pet Shop Boys também lançou um álbum: o sólido Nonetheless.
Ao contrário da banda liderada pelo Robert Smith, Neil Tennant e Chris Lowe tem uma presença mais constantes nos últimos tempos, pois seu ultimo álbum foi lançado em 2020 (Hotspot). Além disso, apesar de ser um bom trabalho, Nonetheless está bem longe da grandiosidade de Songs of a Lost World. Entretanto, isso não quer dizer que o décimo quinto álbum da dupla que modelou o synthpop para todas as gerações que vieram depois não mereça ser ouvido. Na verdade, o trabalho é boa introdução para a sonoridade do Pet Shop Boys já que mantem praticamente intacto toda a personalidade deles em um trabalho de uma maturidade elegante e de uma atemporalidade tocante. Preciso dizer, porém, que por ser manter tão fielmente as características do duo, o álbum pode soar antiquado, criando uma sensação forte de ser algo ultrapassado. E isso é de certa maneira verdade, mas para aqueles que tem entendimento ou/e gosta do que o Pet Shop Boys sempre entregou não ter essa característica como um problema, mas, sim, como uma qualidade do trabalho. E eu estou nesse segundo grupo de pessoas, pois acho o trabalho um acerto verdadeiro. Isso é basicamente de responsabilidade do produtor James Ford que não apenas entender perfeitamente a dinâmica artística da dupla como, também, entrega uma produção que a valoriza. O grande momento aqui acontece logo no seu inicio com a ótima Loneliness ao ser dançante, nostálgica, envolvente e tocante synth-pop que apenas o Pet Shop Boys poderia entregar. Outros bons momentos ficam por conta da elegante Feel, a sentimental New London boy e a cativante Dancing star. Nonetheless é um álbum que consegue quase o impossível que é estar parado no tempo, mas manter o Pet Shop Boys ainda radiantes e merecedores de serem ouvidos.
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