Addison Rae
Tenho que admitir que, atualmente, nada é mais surpreendente do que a recepção da carreira de Addison Rae pelo público e pela crítica. E a situação se intensificou com o lançamento do seu debut: o vazio Addison.
Com uma nota 8 da Pitchfork, o álbum, para mim, é uma coleção de um pop sem graça, sem força, sem carisma e sem criatividade. É emoldurado como algo que transita entre o comercial e o experimental, mas soa como tentativas vazias de nos fazer comprar algo que a cantora não tem: naturalidade. Addison pode até ter talento, mas, sinceramente, o que escuto aqui deixa claro que não estamos diante de uma artista de verdade. E nem me importo com o fato de ela ter “migrado” de influenciadora digital para artista pop. O problema é que o trabalho não tem nada de verdadeiramente interessante, sendo apenas uma casca bonita, colorida e brilhante para a total falta de conteúdo sonoro, lírico e vocal.
E esse último ponto é o maior fator de desagrado no álbum, pois a cantora parece estar cantando a mesma canção uma após a outra, com sua voz limitada e o estilo sussurrado de interpretar. Para não dizer que o álbum não tem bons momentos, é necessário apontar dois que oferecem um mínimo de esperança em meio à mediocridade: Aquamarine, que “tem uma concepção ousada e bem pensada, mas que nunca sai do lugar de conforto para alcançar outros níveis além do seguro e linear em que se encontra — não é ruim, mas sim uma decepção quando se pensa no que poderia ter sido com mais ousadia na produção”; e a melhor do álbum, Headphones On, "cuja grande qualidade está em sua interessante produção, que entrega uma sonoridade nostálgica ao buscar influências do R&B/pop dos anos noventa, especialmente do álbum Bedtime Stories, da Madonna".
Infelizmente, o álbum não apresenta mais momentos que possam salvá-lo de ser uma coleção de canções comparáveis a um balão: bonito por fora, mas vazio por dentro.


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