Benson Boone
Apesar de fazer parte com louvor da categoria dos piores álbuns do ano, American Heart tem uma qualidade que o coloca um pouco acima de trabalhos de nomes como Tate McRae e Addison Rae: o potencial da voz de Benson Boone.
Segundo trabalho da carreira do “cara das piruetas”, o álbum é salvo da total bomba atômica pelo fato de Boone, por trás da mediocridade da produção e de toda a breguice das composições, ter uma presença realmente carismática. O cantor entrega performances que conseguem mostrar o potencial da sua voz. Dá para notar que, mesmo ainda precisando de experiência, Boone é capaz não apenas de adicionar certa personalidade às canções, mas também de exibir um alcance vocal imenso, até explorado em alguns momentos do álbum.
Todavia, o material que o cantor tem em mãos é totalmente indigno da sua voz. Tudo é feito de maneira tão clichê para construir esse pop rock capenga que dá vergonha praticamente do começo ao fim, especialmente no quesito composição. Sério, há momentos tão ruins, mas tão ruins, que a gente ri — porém não de forma divertida, e sim com aquele riso nervoso causado pela vergonha alheia. Um dos piores exemplos é em I Wanna Be The One You Call, quando o cantor declama: “Hey there, little wonder girl, if somebody lit your world / Set it on fire, would you be fine, or would you cry?”.
Felizmente, existem dois momentos que se sobressaem por serem surpreendentemente bons: Sorry I'm Here For Someone Else, "que se diferencia na discografia do cantor por apresentar uma produção com personalidade de verdade — mostrando que, nas mãos certas, existe um artista interessante por trás do bigode e do tanquinho" — e a realmente divertida Mr. Electric Blue, o momento de maior carisma de Boone.
American Heart é um álbum ruim, mas que tem a salvação de trazer em seu coração alguém que realmente tem talento: Benson Boone. Falta apenas alguém saber como usá-lo.


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