Parte I
Sharon Van Etten & Angel Olsen
"Ao prestar atenção com um pouquinho de cuidado é notável perceber a graciosidade da construção de Like I Used To e, ao mesmo tempo, uma força emocional palpável. E boa parte dessa sensação vem da incrível parceria das duas cantoras. Donas de vozes diferentes, mas que se complementam de maneira perfeita, entregando uma experiência magistral que poucos duetos conseguem alcançar. A composição poderia ter aquele momento soco no estômago, mas, felizmente, o belíssimo trabalho conquista por criar uma tempestade silenciosa."
Karol Conká & Leo Justi
"Primeiro single depois do tsunami que acometeu a sua vida com produção de Leo Justi, a canção é centrada, madura e surpreendente hip hop com toques de pop e R&B que difere bastante dos principais trabalhos da cantora. Refletindo sobre o seu passado recente, a composição é realmente um trabalho profundo que consegue não apontar situações e, sim, impressões mentais da rapper sobre os seus pensamentos depois de virar a pior pessoa do mundo."
Chlöe
"Have Mercy é uma descaradamente sexy mistura de R&B, pop e hip hop que consegue criar uma batida frenética, deliciosamente viciante e comercialmente atrativa. Mesmo sendo curta, a canção consegue soar bem maior devido a excepcional produção capitaneada por Murda Beatz que consegue entrega personalidade suficiente para não apenas separar Chloe da multidão, mas também estabelecer com apenas uma canção possibilidades novas e excitantes para a cantora."
Lil Nas X & Jack Harlow
"Completamente a vontade na sua pele e com um conhecimento de como funciona a internet, o rapper lança um espetacular e já icônico clipe que consegue tirar sarro da situação e dar um tapa na cara daqueles que achavam que o artista não tinha fogo para queimar depois de Old Town Road. Sonoramente, o single também é outro acerto, tornando-se a sua melhor música até o momento. Produzido por Take a Daytrip e Kanye West, INDUSTRY BABY é uma excitante e encorpada mistura de rap e pop que acerta na mosca em uma produção que consegue ter força criativa e ser comercial na medida certa."
Porter Robinson
"Sem precisar em nenhum segundo recorrer a saídas fáceis com a adição de um “pancadão”, Porter Robinson consegue dar emoção para uma canção que seriam normalmente associada a “fritação” em raves quando o mundo voltar ao normal. Boa parte dessa sensação vem da ótima composição sobre as angustias que o DJ teve ao escolher o mundo da música como caminho para a sua vida."
Squid
"Com um pouco mais de seis minutos, Paddling é uma mistura bem azeitada, rica, eletrizante e impressionante de rock, punk, indie rock e toques de rock industrial que poderia desandar em uma suruba sem sentido, mas, felizmente, ganha um corpo extremamente bem definido devido a extraordinária instrumentalização."
Wolf Alice
"Assim como a sonoridade da banda, The Last Man On Earth é uma mistura de indie rock com rock alternativo transformado em uma power balada clean e direta. O resultado poderia facilmente descambar para o clichê caso a produção de Markus Dravs (Coldplay, Florence + the Machine, Mumford & Sons) não construísse uma complexa e densa atmosfera que começa delicada e melancólica a base de piano para se transformando aos poucos em uma poderosa e acachapante explosão controlada que consegue derrubar até os mais fortes emocionalmente. Boa parte desse efeito é devido ao excelente trabalho de instrumentalização que em nenhum momento deixa a canção cair em clichês, mas, sim, cria um arranjo enredado, maduro e se uma segurança melódica impressionante."
Kylie Minogue & Jessie Ware
"Kiss of Life é uma mistura perfeita das sonoridades das duas cantoras em seus últimos álbuns: de um lado, a energética vibe de Kylie e, do outro, o aveludado envolvimento de Jessie. Entretanto, a canção consegue manter intacta a elegância madura que ambas trazem para esse post-disco que marcaram os seus últimos trabalhos. E a produção consegue equilibrar de maneira exemplar as personalidades das cantoras sem deixar ninguém brilhar mais que a outra. E isso é outra qualidade, pois a canção termina como sendo uma parceria de verdade e não apenas um caça níquel barato apenas para ter a canção ter destaque."
Jessie Ware
"Um pouquinho diferente da vibe geral do álbum “raiz”, Please dá uma acelerada na batida ao flertar pesadamente com a música eletrônica que teve início durante os anos setenta. Dessa maneira, o single é uma energética, explosiva e sensacional mistura de disco/eletrônico que tira referencia direta da revolução feita pela Donna Summer. Sem querer copiar e, ao mesmo tempo, prestando uma homenagem, a produção da canção acerta em todos os detalhes possíveis: a atmosfera vintage/modernosa, as nuances deliciosas e as camadas instrumentais que dão para a canção um corpo suculento e vibrante. Novamente sem querer guerra com ninguém, Jessie escreve uma letra simples, extremamente eficiente, romântica, sensual na medida e com um refrão viciante."
26. Say What You Will
James Blake
"Liricamente, a canção mostra um James menos tenso ao não se importar com as opiniões de outras pessoas sobre a sua vida, mostrando uma confiança inspiradora e uma positividade orgânica. Em uma época em que a saúde mental está se mostrando cada vez mais importante para o nosso bem viver, James Blake mostra que é realmente possível a gente encontrar esse lugar saudável com nossas emoções e sentimentos. Sonoramente, Say What You Will também reflete essa felicidade com um espetacular indie/eletrônico com toques de post-dubstep em uma atmosfera leve e energética sem perder, porém, a qualidade técnica excepcional com adição de gratificantes e revigorantes nuances e texturas que sempre permeiam a sonoridade de James. Todavia, o grande destaque vai para a avassaladora performance do cantor que coloca toda a força do timbre único em uma entrega vocal que consegue captar o seu estado de espirito e, ao mesmo tempo, encantar de maneira desconcertante. Especialmente a última nota é um verdadeiro soco no estomago."
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