29 de abril de 2013

A Garota Que Ainda Pode Ser

Radioactive
Rita Ora

Mesmo com todo o estardalhaço demasiado feito sobre a inglesa Rita Ora e seu álbum debut que não refletiu na qualidade do trabalho em si, ainda acredito no potencial dela como podemos conferir em Radioactive.

Possivelmente último single de CD ORA, Radioactive é um bom pop/house com composição da Sia Furler que tem como ponto forte a forte inspiração dos anos '90 no divertido arranjo que acerta em cheio no tom usado: menos frenético que um "batidão" e com uma cadencia mais "street". Rita mostra dominio da canção mesmo não sendo uma cantora fantástica enquanto a composição faz sua parte sem maiores problemas. O principal defeito é sua duração que deveria ser menor para deixar a canção mais redondinha. Com um novo álbum planejado para esse ano quem sabe Rita não acerta de verdade e saía da promessa?
nota: 6,5

28 de abril de 2013

Primeira Impressão

Overgrown
James Blake

Posso definir o segundo álbum do inglês James Blake como "genialmente difícil". Ainda pouco conhecido de parte do grande público, especialmente fora do eixo alternativo da Inglaterra, James foi previamente aclamado pelo seu álbum debut homônimo de 2011 e novamente repete o feito com Overgrown. Só não pense que é um trabalho para todos os gostos ou que seja de fácil "degustação".

James Blake é um artista completamente único e quase inclassificável. Partindo de uma base eletrônica, ele vai desenvolvendo uma sonoridade que vai agregando vários estilos, influências e texturas para depois refinar tudo isso com uma visão tão individual que resulta em uma das sonoridades mais originais que eu já ouvi desde que o blog começou. A atmosfera de Overgrown é tão "lúdica" que eu não consigo definir com palavras, mas deixo essa visão para que vocês tentem visualizar o que senti ao ouvir o álbum: "imagine-se no meio de uma floresta deserta coberta pela uma camada de neve eterna e que nunca para de nevar. Você, sem nenhuma proteção, sente o frio glacial entrar em seu corpo trazendo a sensação da morte cada vez mais perto, mas mesmo assim você é inundado por toda uma saraivada de outros sentimentos mais importantes que se esquece dessa sensação e se deixa levar". Difícil, não é? Praticamente produzindo o álbum inteiro sozinho, James mostra uma força inegualável ao somar sua visão artística com trabalhos instrumentais poderosos e composições simples e ao mesmo tempo simplesmente desconcertantes.  Um homem de poucas, mas poderosas palavras. Se não bastasse tudo isso junto, ele é ainda dono de uma voz desconcertante seja em seu singular tom ou na sua espetacular forma de interpretação que é quase um estado de espírito. Nem tudo sai perfeito em Overgrown já que as canções Voyeur e Every Day I Ran (da versão deluxe) não estão à altura do resto do álbum, apesar de serem boas canções. Do resto, Overgrown é um álbum impressionante que precisa ser descoberto por quem não tem medo de entrar em uma experiência "genialmente difícil", mas compensadora.

O Curioso Caso de James Blake

Retrograde
James Blake

Imagine uma mistura de soul music com eletrônico com uma cadencia bem lenta. Contudo, pense de novo sobre o resultado que você obteve usando a perspectiva única do James Blake.

Retrograde, primeiro e único single lançado até agora de Overgrown, é um viagem sonora na cabeça de um
artista impressionantemente diferente. Sua interpretação para a composição magistral de sua própria autoria falando sobre solidão de maneira cativante é um trabalho ousado, com uma força motora quase transcedental e um trabalho técnico único. A estrutura do arranjo quebra paradigmas estáticos do que poderia se esperar para atingir um estado não apenas mais elevado, mas exclusivo que apenas ele consegue no atual cenário musical. Um caso curioso de um artista fora dos padrões.
nota: 9

27 de abril de 2013

Um Pouco Menos

Get Lucky [feat. Pharrell Williams]
Daft Punk



Eu até entendo todo o barulho em torno da volta do duo francês de música eletrônica Daft Punk, que ajudou o estilo a se firmar com o público e a critica durante os anos noventa, pois a última vez que eles lançaram um álbum próprio foi em 2005. Só não vejo muito explicação na exaltação da critica em relação ao single Get Lucky que é apenas uma canção boa e só.

Primeiro single do álbum Random Access Memories que será lançado em Maio é uma boa canção eletrônica em fusão com funk (não do Rio, mas do James Brown) e disco que tem como maior qualidade ser completamente diferente do que se fazendo hoje em dia. Claro, a produção do duo é sempre acima da média e a boa decisão de navegar em outras sonoridades ajuda a canção a ganhar personalidade. Só que mesmo com um trabalho instrumental ótimo, Get Lucky tem uma construção um pouco conservadora que afeta o resultado final já que é de se esperar algo mais "inovador". A parceria com rapper/produtor Pharrell Williams dá uma lufada de ar bem interessante que não encontra "apoio" na composição regular. Resumindo: vamos ficar felizes pela volta do Daft Punk, mas nem "taaaaaaaato".
nota: 7

Primeira Impressão

Native
OneRepublic

Sabe qual é o maior problema do terceiro álbum do OneRepublic intitulado Native, grupo liderado pelo compositor/produtor/cantor Ryan Tedder? O álbum é chata para "caramba"!

Sempre na direção da produção, Ryan faz um trabalho sólido em Native com produções pomposas, cuidado minucioso de instrumentalização e com uma sonoridade interessante sendo uma mistura de rock com pop indie, mesmo que em vários momentos se pende para um folk estilo Mumford & Sons ou o som do U2. Contudo, tudo é tão certinho, quase asséptico diria, que o resultado final é maçante, repetitivo e sem nenhuma força. Até mesmo as canções acima da média são um pouco chatas. Vocalmente, Ryan faz um trabalho descente, mas bastante genérico. Não há momentos marcantes e a maioria das canções poderia receber outros vocais que não faria muita diferença. Mesmo com o esforço de soar profundo e "cool", as compoisções (claro, capitaneadas por Ryan) são chatas em sua grande maioria. É como olhar uma montanha coberta de neve: bonita, mas cansa depois de um tempo sem nada acontecendo de verdade. Escapando com alguma personalidade está a boa I Lived que poderia ser até mais se seguisse o caminho que a influência que é o folk. Counting Stars que abre o álbum é legal assim como o single Feel Again. E praticamente é isso já que o resto passa batido. Um álbum tecnicamente bom, mas que perde em essência.

A Perfeição que Não Funciona

If I Lose Myself
OneRepublic


If I Lose Myself, segundo single de Native, é a amostra do motivo que o trabalho do OneRepublic não funcionou.

A produção segue o caminho do pop rock alternativo com um arranjo eficiente que em nenhum momento chega realmente a empolgar e deixa um gosto de "comida requentada" que fica difícil se importar com ela. Ryan faz a lição de casa direitinho que só faltou a personalidade, quer dizer, faltou quase tudo para um bom vocalista. Sem contar a fraca composição que não mostra para que foi escrita em nenhum momento. O que adiante ser bem feita se não é uma boa canção?
nota: 5,5

26 de abril de 2013

Sem Saco

22
Taylor Swift

Há algumas coisas nesse mundo que eu realmente não tenho saco para aturar: fila, esperar ônibus, gente pedante, cheiro de manga, Marco Feliciano e os rumos da carreira da Taylor Swift. E toda vez que a moça lança uma nova canção como single o meu saco se enche mais. Com a canção 22 não é diferente.

Seja realista: quem realmente (além dos fãs) tem saco para aturar a pobre menina rica, loura e alta mandando um recado para um dos seus 22 ex-namorados? A composição é tão piegas na sua tentativa de ser cool e pop que chega a ser constrangedor. A produção de Max Martin e Shellback tenta fazer dela uma cantora pop, mas apenas consegue um resultado pobre mostrando que Taylor precisa de uma direção competente se não perde qualquer brilho que possa ter na sua voz. Quer saber, essa resenha já deu no meu saco. Fui.
nota: 3

25 de abril de 2013

Primeira Impressão

Girl Talk
Kate Nash

Um artista que muda drasticamente de estilo musical pode dar um grande tiro no pé resultando em um álbum simplesmente horrível. Claro, essa decisão mostra que, além de estar no controle de sua carreira, ele ou ela deseja crescer como artista. Quando dá errada essa manobra acontece algo com o My December da Kelly Clarkson, quando dá certo (ou quase) acontece algo como o terceiro álbum da britânica Kate Nash, Girl Talk.

Nash fez sua estreia em 2007 com o pop indie Made Of Bricks e com o sucesso Foundations tudo na esteira da conterrânea Lily Allen. Seis anos de passaram e ela deu uma guinada sonora em Girl Talk indo do pop indie para uma mistura de punk, grunge e pop. Quem conheceu Kate no começo deve estranhar bastante a nova "faceta" dela, mas de uma maneira estranha o álbum até funciona bem por alguns motivos. Um deles é que Kate não se leva muito a sério nunca tentando ir muito a fundo na sonoridade escolhida, algo como punk de butique só com substância. Não que a produção funcione em todas as faixas, mas o resultado geral é até legal. Assumindo essa figura mais roqueira, Nash até vai bem mesmo fazendo certas performances quase histéricas e uma ou outra bem sem graça. O que se mantém intacto em Nash é seu talento para compositora sempre ácida, inteligente e em Girl Talk ela mostra ainda mais o seu feminismo com letras honestas com na boa Rap For Rejection. Há também a melancólica Part Heart, Death Proof se destaque pela construção e a divertida Fri-end?. Contudo, a melhor do álbum é a ótima Sister. O álbum foi um fiasco na parada inglesa, mas é uma boa pedida para quem quer ouvir algo diferente. E no fim, Kate Nash provou que pode ser positivo mudar. Só basta saber o que se faz.

24 de abril de 2013

Um Beijo de Leve

Kisses Down Low
Kelly Rowland


Enquanto se cria toda uma expectativa em torno do lançamento do álbum da Beyoncé, Kelly Rowland vai trabalho em seu álbum Talk a Good Game quase em surdina. E não ajudou nada o desempenho e a
qualidade do segundo single Kisses Down Low.

O single tem uma produção correta fazendo um R&B mid-tempo com toques de eletropop redondinho, mas que peca demais por não ir além disso. Toda a estrutura da canção é batida e não representa o que a Kelly é capaz de entregar ao "colocar" nas mãos dela uma produção mais corajosa. Até mesmo a composição falando sobre sexo oral sem nenhuma metáfora parece deslocada já que se não é vulgar, também não é realmente divertida. Nem mesmo Kelly está inspirada fazendo uma performance segura e bem "arroz com feijão". Esperamos um "beijão de língua" e não um "selinho", querida Kelly!
nota: 6

Primeira Impressão

Same Trailer Different Park
Kacey Musgraves

O começo do ano está sendo muito bom para os lançamentos de cantoras country. Além do aclamado Like a Rose de Ashley Monroe, a quase desconhecida Kacey Musgraves lançou seu quarto álbum e primeiro por uma grande Same Trailer Different Park no começo do mês passado e conseguiu "arrancar" as melhores criticas do ano até agora com uma média de 90 no Metacritic. Apesar de achar que o álbum não é tão genial quanto a maioria dos criticas afirmam, devo confessar que fiquei surpreendido com o trabalho de Kacey.

Same Trailer Different Park é um bom trabalho country contemporâneo se posso chamar assim já que a sonoridade apresentando por Kacey não é tão raiz, mas também não debanda para um caleidoscópio interminável de influências ou se transforma em um álbum apenas pop. A produção geral do álbum é boa sabendo utilizar bem os atributos da cantora, mas faltou um tempero mais "apimentado" para dar um toque a mais mesmo entendendo o caminho que foi escolhido para dar a personalidade de Same Trailer Different Park. Mesmo sendo uma cantora vocalmente limitada Kacey usa toda a sua doçura e delicadeza para "navegar" lindamente entre as boas composições. Nessa área a jovem de apenas 23 anos mostra bastante talento em letras inteligentes e adultas que não se limitam a falar apenas de corações machucados, mas quando faz não se prendem a confissões de "pobre menina rica". Com doze faixas apenas, Same Trailer Different Park tem com principais destaques o single Merry Go 'Round (resenha a seguir), a irônica Blowin' Smoke, seguida pela lindinha I Miss You e a divertida Follow Your Arrow. Acho que Kacey Musgraves tem um caminho longo pela frente. Só espero que ela não caía na tentação de se "popularizar".

Sempre de Volta ao Começo

Merry Go 'Round
Kacey Musgraves


A melhor qualidade do country é sua capacidade de "contar" uma história em forma de música. Nos últimos anos isso ficou em segundo plano para dar espaço para a "massificação" do estilo. Felizmente, ainda existem novos artistas que retomam e valorização essa arte. Assim é o caso de Kacey Musgraves com o single Merry Go 'Round.

Primeiro single de Same Trailer Different Park, a canção conta a história de uma jovem média do interior dos Estados Unidos com todos os clichês que estão envolvidos em sua vida. Narrando de forma contundente e sincera, Kacey tece uma delicada, ácida e contundente critica que faz pensar: "será que estamos apenas repetindo os mesmo erros de nossos pais, quando sempre afirmamos que não iríamos?". A produção acerta ao dar para a canção um tom simples e quase lúdico para acompanhar a suave interpretação de Kacey. Uma canção que volta no tempo para olhar para o hoje e assim vislumbrar o futuro de uma possível grande artista.
nota: 7,5

23 de abril de 2013

O X Da Nicole

Boomerang
Nicole Scherzinger

Carta aberta para a Nicole Scherzinger;

"Querida Nic,

Não sei como está exatamente a sua carreira profissional ou muito menos qual são os seus planos para os próximos messes, mas por favor volta para ser jurada/mentora do The X Factor UK! A sua participação no ano passado foi simplesmente S-U-P-R-E-M-A. Uma coisa para quadar para sempre no meu coraçãozinho! E se você voltar, eu prometo, que até esqueço essa Boomerang.

Não que a canção seja ruim, mas ela é chata 'pra' caramba. Boomerang é um pop dance sem energia nenhuma que parece saído de algum bonus track de álbum. A produção em seis mãos (Sandy Vee, Anthony Preston e Will.I.Am) nem parece estar presente já que a canção parece que feita em cinco minutos em uma pausa para o café usando ideias de outras canção e esquecendo de colocar qualquer personalidade. A composição não fica por menos que consegue ter a proeza de ser mais sem graça que o arranjo. Ao menos você, Nic, é uma cantora competente e mesmo não sendo uma performance memorável é o que dá uma salvadinha nem Boomerang. Então, estamos combinados? Você volta ao reality e eu esqueço que ouvi essa música. OK?

Beijos,

Ass: Sucesso."
nota: 5,5

22 de abril de 2013

Primeira Impressão

Paramore
Paramore

Em certo momento do sétimo álbum da banda Paramore, a vocalista Hayley Williams dispara: "Alguns de nós tem que crescer às vezes/ E então se eu tiver, vou te deixar pra trás". O refrão de Grow Up pode até não ser uma direta para os fãs já que muitos não vão gostar da nova sonoridade da banda, mas é um claro manifesto de que a banda está a procura da sua evolução musical e está disposta a deixar para trás todas as amarras que os prenderam nos últimos anos. E se depender do resultado do álbum homônimo deles lançado no dia 5 desse mês, eu posso afirmar que eles conseguiram cumprir com muitos louvores essa meta. E vou afirmar mais: não só apenas chegaram nessa como entregaram um álbum surpreendentemente sensacional.

Sempre acompanhei a evolução do Paramore, hoje em nova formação, desde os tempos onde eles faziam um pop rock teen bem ruim passado pelo legal Brand New Eyes (de onde saiu a genial The Only Exception) e comecei a notar que havia potencial verdadeiro na banda (vocês podem ver toda a trajetória deles aqui). Claro, não poderia nunca imaginar que um dia eles iriam entregar um trabalho tão interessante, ousado e realmente de qualidade como o novo álbum deles. Falei anteriormente que os fãs "originais" (uma parte deles) da banda não vão gostar da nova sonoridade escolhida pelo grupo por dois motivos: 1°; eles deixaram de lado o estilo pop rock/punk de butique para teens, e, 2°; eles seguiram o caminho mais arriscado possível e não se "encaixotaram" em um estilo usando dezenas de sonoridades para construir o álbum. E nessa característica que reside a maior qualidade do trabalho: o produtor Justin Meldal-Johnsen, que já produziu desde o Beck até o Black Eyed Peas e era baixista do Nine Inch Nails, ajudou a costurar uma colcha de estilos que mistura rock, punk, pop, eletrônico, soul, new have, indie pop, rock alternativo, pop teen, rock eletrônico, gospel, música latina, algumas décadas como os anos '80 e '90 e ainda outros que não me vem na mente que em nenhum momento se mostra um "samba do crioulo doido". Todo o refinado trabalho de Justin se mostra no cuidadoso processo de criação de cada faixa que não são apenas músicas muito bem produzidas, mas se "ligam" uma nas outras criando uma coesão para o álbum mesmo com a profundidade de sonoridades. Uma surpresa sensacional. Claro, não são apenas "sons" que compõem o CD. O trio acerta em cheio nas composições que mostram uma inquietação bem-vinda de jovens que acabaram de sair da "adolescência musical" e estão em uma busca pela verdade deles. Composições  interessantes aparecem falando de maneira direta e cheia de ironias sobre vários assuntos mesmo faltando algo aqui e acolá que com  tempo o grupo deve conseguir. Hayley Williams está muito bem nos vocais mostrando confiança verdadeira sem parecer àquela menina que queria gritar até o mundo acabar e chegando ao ponto de ser uma "verdadeira vocalista de rock". Entre todas as ótimas faixas posso destacar em especial a canção Ain't It Fun que ao misturar pop rock com soul gospel entrega uma experiência memorável. E se eles desapontarem uma parcela dos fãs, eu espero que uma nova legião possa reconhecer a qualidade do trabalho desse "novo" Paramore já que eles realmente merecem.

2 por 1 - Paramore

Now
Still Into You
Paramore


Do álbum Paramore do Paramore já saíram dois singles: Now e Still Into You. As duas são uma amostra perfeita sobre a diversidade e qualidade que o trio mostra no seu mais recente álbum. Começando com Now.

O primeiro single do álbum é um ótimo pop punk com pitadas de eletrônico que pode até parecer uma sopa de letrinhas desordenada, mas que se mostra bem melhor que a encomenda. O arranjo é a concretização da evolução da sonoridade deles: pegou a veia rock que eles tinham misturado com certas "esquizofrenias" de banda pós-adolescência e refinou tirando os defeitos e acrescentando boas influências e um trabalho instrumental perfeito. A boa composição é um reflexo caprichado dessa fase do grupo e a performance precisa de Hayley fecha a canção perfeitamente.

Com Still Into You o Paramore dá uma guinada sensacional ao fazer um delicioso pop chiclete com pitadas de rock que conquista desde as primeiras batidas. A atmosfera propositalmente "bobinha" da letra romântica combina com a produção que recorre a certa afetação que é usada para incrementar a música brincando com os clichês. Até mesmo os vocais da vocalista parece tirar sarro ela mesma de outros tempos, mas sem perder a candura que a canção pede. Duas canções que não poderiam ser mais diferentes, mas que são igualmente ótimas.

nota
Now: 8
Still Into You: 8

Todos Temos Nossos Paraísos

Tonight I’m Getting Over You
Carly Rae Jepsen

Não, a canadense Carly Rae Jepsen não é a melhor artista que surgiu nos últimos tempos.
Não tem "a" voz. Não tem "o" talento. Ainda é uma cantora de "one hit wonder". Só que ela conseguiu ser dona de uma das canções pop mais interessantes lançadas recentemente. Estou falanda da canção Tonight I’m Getting Over You.

A premissa é simples: uma canção de rompimento com uma visão quase juvenil demais. Só que o grande diferencial de Tonight I’m Getting Over You é a incrível produção que combina a doçura de Carly com uma sonoridade mais forte e moderninha. Só que tudo poderia desandar para uma farofa teen chata, mas os produtores Max Martin e Lukas Hilbert conseguem refinar a música extraindo o melhor do potencial da ótima concepção. Uma outra característica importante é que a jovem, além de ter uma produção vocal perfeita, faz uma performance imbatível sabendo como utilizar sua voz sem exagerar ou deixar momentos "falhos". A melhor parte é que ela toma a música para ela a transformando em uma música que só ela "pode cantar". A letra é bobinha só que funciona tão bem que até deixo passar. Por um mundo com mais Tonight I’m Getting Over You e menos Call Me Maybe. Seria um paraíso diferente, mas ainda um bom lugar.
nota: 8

21 de abril de 2013

Primeira Impressão

Based On A True Story...
Blake Shelton

Acho que muitas pessoas têm aquele parente tiozão (que pode ser o tio de verdade) que é um pouco pé no saco com suas brincadeiras irritantes, sempre está deslocado tentando parecer jovem só cada vez está mais tiozão e sempre faz você passar vergonha. Só que de alguma maneira ele é simplesmente carismático e tem aquela atmosfera estranhamente convidativa que faz dele um cara que todos querem ser "amigos". Então, para mim esse cara é o cantor e jurado do The Voice Blake Shelton que mesmo entregando um álbum morno como Based On A True Story... consegue ganhar a nossa simpatia. Todo álbum é calcado na personalidade de Blake que mesmo não sendo o mais original vocalista country ele consegue "preencher" todo o álbum sem muita dificuldade. Essa característica é que ajuda a salvar Based On A True Story.... A grande maioria das canções são apenas mais do mesmo do country repetindo velhos chavões várias e várias vezes até o final do álbum combinado com a produção careta que não colocar nada de relevante nas faixas deixando o álbum ainda mais sem graça. Há alguns bons momentos como as divertidas Boys 'Round Here resenha a seguir) e I Still Got A Finger e nas baladas Sure Be Cool If You Did e Mine Would Be You, mas não é o bastante para salvar o álbum. Só que devido a ser o Blake a gente dá um credito. Só não repetir de novo.

Medida Certa

Boys 'Round Here
Blake Shelton


Uma das melhores canções do álbum Based On A True Story..., o single Boys 'Round Here mostra um
Blake Shelton em boa forma: descontraído, divertido e até um pouco original.

Boys 'Round Here é um country rap com produção certeira para o tipo de canção que foi planejada. Apesar de não aproveitar a participação no backvocal do grupo Pistol Annies (onde a mulher dele, Miranda Lambert é uma das integrantes) para realmente dar um up na canção, o desempenho bom de Blake encarnando essa faceta nova ao misturar rap com country. A composição pode até não escapar de certos clichês, mas a vibe compensa tudo. Recomenda-se ouvir com uma dose de winsky.
nota: 7

20 de abril de 2013

New Faces Apresenta: "A Nova Cara do R&B"

Wicked Game
The Weeknd

Guardem esse nome: The Weeknd, pois vocês devem ouvir bastante nos próximos messes. O jovem canadense (não é só de Justin Bieber que vive o país) chamou bastante atenção da impressa especializada com o lançamento de três mixtapes (House of Balloons, Thursday e Echoes of Silence) que foram reunidas na compilação chamada Trilogy que já vendeu mais de 250 mil cópias, um fato impressionante para um artista ainda bastante desconhecido do grande público e independente. Todos os trabalhos foram aclamados pela critica seja por sua capacidade vocal comparada com a de Michael Jasckson e descrita com a "voz da nova geração" pela MTV americana, seja pela suas composições primorosas ou seja pela sua sonoridade original e revigorante que está sendo associada com o surgimento de uma nova geração de artistas como Frank Ocean e Miguel. Tanto que já foi escolhida uma nomenclatura para o estilo que eles estão apresentando: PBR&B,  que seria o R&B alternativo misturado com rock, eletrônico e, claro, soul music. Com a exposição, The Weeknd foi contratado pela Republic Records e vai lançar seu primeiro álbum (Kiss Land) ainda esse ano. Para saber o que pode estar vindo por aí, vou dar uma visitada no passado recente de The Weeknd com a canção Wicked Game.

Lançado como single de Trilogy, a canção é um cartão de apresentação perfeito para o cantor: crua, estilizada, espetacularmente bem produzida e com uma composição ousada e acachapante. Ao contar uma história de um cara que procura uma "acompanhante" (leia-se garota de programa) para buscar a sensação de ser amado, ao menos por aqueles momentos pagos, The Weeknd desenvolve uma composição honesta e direta que deixa um gosto desconcertante já que ao mesmo tempo consegue ser melancólico e sexy. A produção foi capaz de construir um arranjo espetacular que realmente mistura vários estilos ao R&B em um intrigado arranjo que valoriza a história que ele quer passar usando isso a seu favor. Como cantor,
The Weeknd tem um futuro glorioso pela frente. Ainda há muito para ele crescer, mas só por essa arrojada performance podemos esperar muito nos próximos trabalhos. E que assim se crie a nova geração do R&B.
nota: 8,5

19 de abril de 2013

Os Sentimentos Que Não Falamos

Just Be
Paloma Faith

As vezes o amor não apenas flores e chocolates. Ele pode ser flores e chocolate bem amargo. É disso que fala a ótima Just Be da Paloma Faith.

A simples balada com o esquema de "voz e piano" pode até parecer conservadora, presa dentro de uma já
batida elaboração de melodia mesmo sendo um trabalho sólido e bem orquestrado, mas a grande diferença que faz Just Be distinta e uma grande canção é a sua verdade desconcertante. Paloma já abre dizendo isso:

Vamos envelhecer juntos
Vamos ser infelizes para sempre
Porque não há mais ninguém neste mundo
Com quem eu preferiria ser infeliz


Quando se está apaixonado ninguém pensa que vai passar por momentos tristes ou vai perguntar se é aquilo que quer. Ninguém pensa nos baixos quando os altos são bem mais agradáveis. Ninguém imagina que vai enfrentar desafios. Ninguém pensa em brigas. Ninguém pensa que é nos momentos "baixos" que se faz realmente a base para sustentar os momentos de "altos". Nisso se baseia a linda composição de Just Be. Esses sentimentos nos recusamos a sentir, viver e até mesmo falar. A performance inspirada de Paloma sabendo onde exatamente "colocar" as emoções certas ao lado da técnica vocal perfeita amarra qualquer ponta solta que a música poderia ter. E pode ter certeza que Just Be não tem nenhuma.
nota: 8,5

O Cara Que Eu Esqueci

The A Team
Ed Sheeran

Como eu acho que vocês sabem, só existe uma pessoal por trás de todos os postes: eu. Por isso, infelizmente não consigo "dar conta" de tudo que envolve o mundo musical ainda mais com o meu comprometimento em abranger o maior número de artistas e estilos possíveis. Com esse acumulo de lançamentos saído todos os dias e com as minhas obrigações pessoais o blog sofre certo "delay". E têm alguns casos que essa demora é muito grande como é o caso dessa resenha sobre o inglês Ed Sheeran e o seu hit The A Team.

O jovem de apenas 22 anos lançou seu álbum de estréia em Setembro de 2011 com o curioso nome de + (que seria "plus", sendo "mais" a tradução) e como primeiro single foi lançado a canção The A Team. Com o bom desempenho da canção e dos singles seguintes o álbum conseguiu a impressionante marca de 1,5
milhão de cópias só na Inglaterra desde o lançamento. Com esse barulho, logo Ed Sheeran foi lançado no mercado americano em meados de 2012. O single de The A Team foi bem nas paradas chegando a posição de número 16° e com vendas de cerca de 1 milhão de cópias. Então, esse ano a canção levou uma surpreendente indicação ao Grammy de Canção do Ano perdendo para We Are Young. Mesmo assim, Ed conseguiu abrir as portas do mercado mundial, já tem parcerias com Taylor Swift e um novo álbum para ano que vem. Contudo, a pergunta que fica é: The A Team foi merecedora disso tudo?

Vamos ao fato: a música é bom, mas não sensacional. Entendo um pouco do sucesso já que vejo Ed como uma resposta "indie" contra o sucesso de Justin Bieber, mas um pouco das criticas positivas sobre The A Team é exagero. A qualidade principal da canção está em sua dark e melancólica composição sobre a dependência química e suas consequências. Um trabalho inesperadamente marcante. A sonoridade folk pop é bonitinha e bem produzida, mas não tem nada de novo na elaboração do arranjo a base de violão. Vocalmente, Ed é um cantor ok. Ele tem uma voz legal perfeita para esse tipo de canção, mas ainda espero ver mais dele como interprete. Só espero que eu não o esqueça de novo.
nota: 7,5

18 de abril de 2013

Azealia Está Entre Nós!

Yung Rapunxel
Azealia Banks

Finalmente a rapper Azealia Banks fez sua estria "oficial" com o lançamento do primeiro single do seu álbum debut Broke with Expensive Taste e pelo que foi apresentando estamos presenciando o que pode ser um álbum para entrar na história.

Yung Rapunxel é uma ótima amostra do que Azealia está planejando: uma sonoridade original, pungente, crua, extravagante e única. Mesmo não sendo melhor que outras músicas lançada por ela na EP 1991 e na mixtape Fantasea, Yung Rapunxel tem uma produção animalesca do desconhecido Lil Internet que pega várias influências do hip hop mistura com doses de pop/house para elaborar o visceral arranjo que deve não agradar quem está acostumado com algo "massificado". Um trabalho quase experimental que desafia as lógicas comerciais para mostrar um lado artístico de Azealia. Se por um lado a composição deixa a desejar visando que outros trabalhos da rapper eram bem mais elaborados, mas a intensidade que ela dá para sua interpretação completamente memorável consegue suprir essa "carência". E a cereja do bolo é a adição de um trecho da canção No More Drama da Mary J. Blide no meio da canção dando uma "quebrada" na cadencia que deixa a canção ainda mais interessante. Azealia chegou e veio para ficar.
nota: 8

16 de abril de 2013

Primeira Impressão

It Happens All the Time
Megan Hilty


Nem sempre você saber cantar perfeitamente garante que você vai ser um cantor realmente bom. Vejamos o caso da atriz Megan Hilty: conhecida por ser uma das protagonistas da série Smash e também ter feitos vários papeis em musicais na Broadway, ela lançou seu primeiro álbum recentemente e o resultado foi bastante inexpressivo.

It Happens All the Time é um álbum de pop contemporâneo que mistura regravações com músicas inéditas descartadas por grandes nomes como Carrie Underwood que não consegue encontrar uma sonoridade própria ou ao menos que seja realmente interessante. Uma produção sem foco deixa It Happens All the Time com uma coleção de faixas fracas que vão se arrastando longamente mesmo que sejam apenas 10 canções. Megan tem uma voz bem interessante como já mostrou na série Smash, mas não funcionou como cantora pop. O grande problema é que ela não conseguiu desvincular a atriz/cantora da cantora apenas. Isso deixa as interpretações com certas afetações que não combinam com a atmosfera e a qualidade da produção não ajuda em nada. Contudo, não é tudo erro em It Happens All the Time: a regravação de The Heart of the Matter, mais conhecida na voz da India.Arie, ganhou um trabalho simples e eficiente demonstrando que Megan pode ir além quando bem produzida. E também tem a bela Dare You to Move fechando o álbum. Mesmo com o talento, não foi dessa vez que apareceu a próxima "Barbra Streisand".

15 de abril de 2013

A Perfeição do Hip Hop

Poetic Justice (Feat. Drake)
Kendrick Lamar


Há certos momentos que definem a minha paixão pela música. A mais recente foi ouvir a magistral Poetic Justice do rapper Kendrick Lamar que foi lançado como single do álbum good kid, m.A.A.d city.

Há tantas possibilidades de como em posso enfocar essa resenha ressaltando as várias qualidades que fazem a canção uma obra de arte do hip hop. Posso falar da produção que não tenho nem palavras que possam expressar exatamente o quanto genial é a criação da batida monumental que mistura uma gama de variantes, mas que em nenhum segundo perde o foco e acaba uma "mistureba" sem propósito.  Bem longe
disso já que Poetic Justice é a celebração máxima que o hip hop é mais complexo que as pessoas podem imaginar. O ponto mais alto disso que falo é a inclusão do sample da canção Any Time, Any Place da Janet Jackson que resulta na mistura ideal elevando a canção e mantendo intacta a essência das duas músicas. Usando outra "obra" de Janet como base (o filme Poetic Justice de 1993), a canção é uma bela, ousada e diferente história de amor. Saindo completamente da caixa (apesar de em certos momentos haver um pouco de ressonância de clichês), Kendrick mostra capacidade criativa como poucos no atual mercado e marca seu nome entre os grandes nomes do hip hop. Mesmo reinando soberano na canção, a participação do rapper Drake manda muito bem mostrando seu talento real. Enfim, uma canção para entrar na memória para sempre.
nota: 10

14 de abril de 2013

Faixa Por Faixa

CD: Destiny Fulfilled
Artista: Destiny's Child
Gênero: R&B, hip hop soul
Vendagem: Cerca de 7 milhões de cópias
Singles/Peak na Billboard: Lose My Breath (3°); Soldier (3°); Girl (23°) e Cater 2 U (14°).
GrammyIndicações
2005
Best R&B Performance by a Duo or Group with Vocals (Lose My Breath)


2006
Best R&B Performance by a Duo or Group with Vocals e Best R&B Song (Cater 2 U)
Best Rap/Sung Collaboration (Soldier)
Best Contemporary R&B Album

Ano: 2004


13 de abril de 2013

Uma Questão

Started From the Bottom
Drake

Sempre tive muita dúvida em relação ao talento do rapper Drake. Nos últimos tempos comecei a notar que ele é realmente um bom rapper, mas aí veio outra questão bastante importante: por que ele só funciona de verdade em canções onde ele é "featuring"? Started From the Bottom, primeior single do álbum Nothing Was the Same, mostra isso.

A canção fala sobre o começo da carreira dele de uma maneira prosaica devido a uma composição pobre
em ideias e sem nenhum atrativo que seja digno de nota. Assim também é a performance inexspressiva de Drake que já mostrou mais habilidade em canções onde era apenas "um featuring de luxo". A qualidade da canções, que está na posição de número seis na Billboard, é um arranjo minimalista que dá um tom sério e até legal para a canção. A duração reduzida também ajuda, mas não melhora drasticamente a canção que parece mais um b-side do que um single de verdade. Ainda estou esperando o momento do Drake ser um artista solo de verdade.
nota: 5,5

11 de abril de 2013

Primeira Impressão

Dreamchaser
Sarah Brightman

Uma coisa que eu gostaria que todos pudessem entender sobre o pop é que pop é muito mais que as pessoas podem pensar. Por exemplo, Sarah Brightman é pop. Um pop diferente, mas pop.

A soprano, que fez a transição para o mundo pop ao "cruzar" os dos gêneros já vendeu mais de 40 milhões de álbuns desde 1988 e aqui no Brasil é mais lembrada pela regravação da música Dust in the Wind de 1998, lançou o seu décimo primeiro álbum. Dreamchaser é um álbum pop clássico que mostra que ao cinquenta anos de idade mantém em plena forma sua voz. Sim, é um trabalho perfeito de uma cantora "lirica" pop, mas que não agrada a todos os públicos. Dito isso, vamos as noticias ruins de verdade: a escolha do repertório. Uma coleção, em sua maioria, de músicas chatas e pouco conhecidas que ajudada pela produção esquizofrênica transforma cada canção em um ato de ópera que peca pela falta de originalidade. É muita pretensão para pouca ousadia e personalidade. Contudo, existe três bons momentos que fazem o álbum valer a pena: a linda Angel, a interessante Glosoli e surpreendente Kaze No Torimichi em japonês. De qualquer forma Sarah apenas comprova que o pop é democrático.

10 de abril de 2013

Que Bom Que é Por Uma Boa Causa!

One Way or Another (Teenage Kicks)
One Direction

 Quando vi que o One Direction tinha regravado as canções One Way or Another do Blodie e Teenage Kicks e Teenage Kicks do The Undertones em forma de medley, pensei apenas em um grande desastre. E não é por dois motivos: não ficou tão ruim e o single foi lançado com a renda voltada para a caridade.

Essa "dupla" regravação tem como prncipal qualidade o fato das duas canções serem sensacionais, em especial o hit do Blodie. Isso foi até capaz de dar uma "disfarçada" nas mudanças feitas no arranjo das canções que ao se mesclarem e ganharem a roupagem "radiofônica para teen do século 21", mas não foi suficiente para não deixar passar a impressão que a banda é uma colcha de retalhos quase sem nenhuma
personalidade de verdade. Isso é agravado pelos vocais dos rapazes que não mostram capazes de colocar qualquer expressar maior de emoção. Até eu tentando decorar quem é quem vendo o video clipe nunca consigo saber quem está cantando ao ouvir a canção. Uma versão tão dispensável que se não fosse pela intenção seria nem digna de atenção de verdade.
nota: 6

9 de abril de 2013

Uma Segunda Chance Para "Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)"

Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)
Lady Gaga


Há uma mancha no histórico de singles da Lady GaGa e ela responde pelo nome de Eh, Eh (Nothing Else I Can Say).

Lançado durante o processo de escalada de do mega hit Poker Face, Eh, Eh (Nothing Else I Can Say) nem ao menos foi lançado no mercado estadunidense. E não é de se estranhar. A canção é um pop sem graça que pega carona em uma pegada reggae fusion com toques de sintetizador que ainda deixa o single ainda mais genérico. Muito estranho se compararmos que o single seria a ótima LoveGame. Vocalmente, GaGa faz a sua pior performance usando uma estratégia de usar um tom "menina fofa" que não combina com ela. E a composição é tão boba que nem vale muito comentário, apenas deixo vocês com o refrão:

"Eh, eh, there's nothing else I can say
Eh, eh, I wish he never looked at me that way
Eh, eh, there's nothing else I can say
Eh, eh"



Graças a Deus, ainda viria pela frente uma Bad Romance para fazer Eh, Eh (Nothing Else I Can Say) sumir do mapa.
nota original: 4
nota atual: 4

Resultado Final: A mancha da carreira de GaGa será por muito tempo e eu acho muito difícil ela lançar algo pior.
Resenha Original

8 de abril de 2013

Primeira Impressão

Like a Rose
Ashley Monroe

Há duas verdades que eu aprendi aqui no blog nesses anos: primeira, sucesso não é sinônimo de qualidade, e, segunda, qualidade pode vim dos lugares mais surpreendentes possíveis.

Ashley Monroe, integrante do trio country Pistol Annies, lançou recentemente o seu segundo álbum solo intitulado Like a Rose. Sem nenhuma promoção de grandes escalas ou notoriedade pelo grande público mainstream, o álbum estreou apenas na posição 43 da Billboard. Contudo, isso não reflete na qualidade que a cantora entrega em um álbum espetacular que, felizmente, recebeu os louvores merecidos da critica americana que ovacionou em resenhas melhores que até do David Bowie (se você comparar a média, claro). Claro, que pelo êxito que ela teve no grupo country já poderia se esperar algo decente dela, mas Like a Rose vai muito, muito, muito além disso. Like a Rose é uma coleção de apenas nove músicas que busca na raiz do country sua alma para construir uma sonoridade simples, doce, elegante e extremamente bem produzido. O cuidado em criar cada arranjo é nítido e exemplar na forma de conduzir as belas e sensíveis melodias que mostra o quanto rico pode ser o country executado da maneira certa. As composições são outro ponto forte do álbum: não importa se são letras mais acidas e divertidas para as canções up-tempo ou as tocantes e lindas declarações sobre o amor e suas formas nas baladas, cada faixa é uma pérola tirando sentimentos verdadeiros usando inteligência, sensibilidade e talento. Como cantora Ashley é uma "velha senhora". Sua voz tem todos os atributos e qualidades das grandes cantoras de country como a Dolly Parton. Pode até não agradar quem curte Taylor Swift, mas para quem curte o estilo ou não tem preconceitos pode encontrar uma interprete vigorosa, versátil dentro do estilo e com capacidade de encantar em qualquer momento. Dentro de um álbum "curto", mas riquíssimo que precisa ser descoberto e ouvido na integra consigo ressaltar os momentos de maior destaque: a melancólica Used, a divertida Monroe Suede, o dueto sensacional com Blake Shelton em You Ain't Dolly (And You Ain't Porter) e as melhores do álbum as tristes e geniais The Morning After e She's Driving Me Out of Your Mind. Um trabalho marcante que veio de maneira imprevisível.

6 de abril de 2013

Geração Eletropop

Shut Up (And Give Me Whatever You Got)
Amelia Lily


Penso que daqui alguns anos, quando olharmos para os dias de hoje, vamos chegar a conclusão que essa época é a era do eletropop. Só o que eu não sei se isso vai ser bom ou ruim. Se depender da próxima música ainda vou ficar na dúvida.

Amelia Lily lançou o segundo single do seu não-lançado álbum Be a Fighter intitulado Shut Up (And Give
Me Whatever You Got). Começamos com a boa noticia: a influência da canção é o dance dos anos noventa com o Lasgo. Dito o bom, vamos a parte ruim: a canção é mais do mesmo. A voz de Amelia é "ofuscada" pelo arranjo que peca ao tentar reproduzir a atmosfera da década retrasada, mas sem dar substância de verdade para o arranjo. Mesmo com a tentativa de colocar personalidade atravéz da composição a canção não funciona no final das contas. Agora é esperar para ver o futuro vai dizer.
nota: 5,5

5 de abril de 2013

Como Se Fosse 1995

Change Your Life
Little Mix

Então, não mais que de repente estamos de volta à 1995 com a girl band Little Mix com a canção Change Your Life que basicamente faz o pop fútil/chiclete que vários grupos ingleses fizeram. Só quem em pleno
2013 a canção funciona melhor que se pode esperar.


A canção tem aquela letra de auto ajuda que poderia doer nos ouvidos, mas é tão bem feitinha e com um refrão tão grudento que é difícil não se pegar cantando com vontade com se fosse a letra mais inteligente do mundo. A melhor qualidade da canção é que ouvimos quatro meninas com talento vocal que mesmo não sendo as melhores cantoras do mundo conseguem segurar uma canção com muita garra. Além, claro, da ótima produção vocal. O arranjo é inteligente ao não descambar para a "balada" e fazer algo no meio termo misturando pop com R&B. Resumindo: Change Your Life é igual quando você come a pizza da noite seguinte. Pode ser até requentada, mas ainda enche a barriga.
nota: 7,5

4 de abril de 2013

3 X Country

Every Storm (Runs Out of Rain)
Gary Allan

Sure Be Cool If You Did
Blake Shelton

Downtown
Lady Antebellum


Vamos dar nossa olhada rápida de como está o mainstream do country americano.


Conhecido e respeitado cantor country, Gary Allan lançou recentemente o álbum Set You Free e dele saiu o single Every Storm (Runs Out of Rain).

A canção é uma balada country que precisava de uma produção mais apurada para alcançar o objetivo de conseguir emocionar de verdade já que a sua concepção é bem interessante. Vocalmente, Gary é correto e consegue ter uma atuação competente, mas sem passar as barreiras da canção. A composição tem uma bela construção que fala de superação depois de uma grande decepção que não chega a emocionar devido ao arranjo plano e sem momentos inspirados. Uma canção no limite entre o bom e o medíocre.


Talvez o que poderia ter ajudado a canção de Gary melhorar seria o carisma de Blake Shelton que é tanto que salva qualquer música.

Sure Be Cool If You Did, primeiro single do álbum Based on a True Story…, tem tudo para ser uma canção bem sem graça: a composição brega/romântica que não leva a lugar nenhum, a produção que não ousa e cria uma balada mid-tempo batida e "seca" ao não mostrar emoção de verdade. Contudo, quem canta é o Shelton. O jurado do The Voice consegue carregar uma canção sem precisar de vocais arrebatadores apenas com o seu belo tom e a sua imensa personalidade que salta da canção.

 Por falar em personalidade, o Lady Antebellum vêm perdendo a sua já faz algum tempo e o single Downtown do novo álbum deles é a prova.

Sabe aquelas músicas que você acha que deve ter sido escrita em meia hora? Downtown é assim e pior deve ter sido gravada em menos tempo. A produção faz um arranjo tão sem graça e sem qualidade que nem ao menos sabe se a canção é pop, country ou os dois. Para piorar a vocalista Hillary Scott está sem graça parecendo uma cópia mal feita dela mesma. E nem comento a péssima composição. Perda de tempo total.
notas
Every Storm (Runs Out of Rain): 6
Sure Be Cool If You Did: 7
Downtown: 4

3 de abril de 2013

A Que Ponto Chegamos!

Harlem Shake
Baauer


Ok, a moda do cantor Psy foi divertida e até rendeu uma canção bem legal, mas qual é exatamente a graça do Harlem Shake? Se o meme em sim é até legal não podemos falar de toda a canção que deu origem ao famoso viral.

Harlem Shake, a canção, é de produção do DJ Baauer e tem nos seus trinta segundos iniciais a base inteira da canção: um hip hop house divertido, bem dançante e contagiante. Não vou falar que a revolução da música eletrônica. Contudo, é sempre bem vindo um olhar original. As palavras quase incompreensíveis dão
um toque irônico e distinto para a canção. Só que passado o tempo do "meme" a canção fica repetitiva não saíndo do lugar. Caso tivesse dado algo a mais para construir uma canção mais "encorpada" e mostrar mais que apenas uma boa ideia, Harlem Shake poderia ser uma canção bem melhor. No mais é apena um meme legal que chegou ao primeiro lugar da Billboard. Que coisa, né?
nota: 6

2 de abril de 2013

Você Realmente Conhece a Kelis?

Essa segunda etapa do especial Você Realmente Conhece? vai falar de uma cantora com uma carreira impecável que, infelizmente, é apenas lembrada pelo grande público pelo sucesso comercial Milkshake. Claro, que estou falando da Kelis! P.S: peço com todas as minhas forças que você ao menos ouça o último vídeo! Obrigado!

1 de abril de 2013

Uma Pequena Grande Canção

Mama's Broken Heart
Miranda Lambert


Não é preciso que uma canção tenha uma duração grande para ser uma grande canção.Em Mama's Broken Heart, a cantora country Miranda Lambert faz uma canção sensacional sem nem chegar aos três minutos de duração.

A canção fala sobre uma jovem que está sofrendo após o termino de um relacionamento só que seu comportamento é extremamente criticado por sua conservadora mãe. Esse choque de gerações resulta em uma canção cheia de ironia refinada e bastante contundente. Assim também é a atuação de Miranda: ácida, fluida e poderosa em interpretação. Fecha o pacote o bom trabalho de produção ao criar um arranjo country rock com toques de folk harmonioso e com personalidade. Isso tudo no tempo de preparo de um miojo.
nota: 8