31 de outubro de 2017

Alternativamente Cativante

Feel It Still
Portugal. The Man

Um dos sucessos indie do ano vem da banda Portugal. The Man com a canção Feel It Still. Todavia, ao contrário da maioria das canções que ficam com esse estigma, Feel It Still é, além de ser uma boa canção, um trabalho realmente divertido.

Primeiro sucesso da banda com mais de dez anos de carreira, Feel It Still é uma inesperada canção que, apesar de carregar uma atmosfera alternativa, consegue ser solar e contagiante. Boa parte disso vem do fato da canção usar como sample/base a canção Please Mr. Postman de 1959, ajudando a dar para a canção a batida leve e contagiosa da mesma. Rápida e com uma vibe pop soul/funk, Feel It Still poderia ter um refrão mais poderoso e memorável. Entretanto, o resultado final não é nada mal para aquele que deveria ser apenas o sucesso indie do ano.
nota: 7

27 de outubro de 2017

Banks OK

Underdog
Banks

Uma dos melhores nomes desse pop alternativo surgido nos últimos anos, a cantora Banks ainda falta entregar um trabalho que seja inegavelmente perfeito. Enquanto isso não acontece a mesma nos diverte com a imperfeita Underdog.


O single é uma interessante, mas com algumas falhas eletropop que impedem o resultado ser melhor que apenas morno. O problema aqui é o fato da produção ser muito clean, preenchendo todas as lacunas da boa música e esquecendo de elevar a boa batida da canção. Assim sendo, Underdog acaba soando mais como uma boa filler de um possível próximo álbum da cantora do que um verdadeiro single. Com uma boa composição e vocais com personalidade, Underdog é uma amostra pequena do que a Banks ainda pode fazer. Esperamos.
nota: 7

25 de outubro de 2017

Rainha IZA

Pesadão (Participação especial Falcão)
IZA

Não que comparações sejam exatamente muito boas, mas se você me perguntar quem é a melhor cantora pop atualmente no Brasil a resposta seria fácil: IZA e não tem nem o que comparar. Ainda mais depois do lançamento do seu último e melhor single até o momento Pesadão.

Pesadão é um dos melhores trabalhos pop dos últimos anos no Brasil sem dúvida nenhuma. A primeira razão para ter essa certeza é o fato que a canção não tem o principal problema do gênero aqui no Brasil: não soar como uma canção não acabada, isto é, Pesadão não falta nada em sua construção. E que construção sensacional, caros amigos! Uma mistura poderosa de pop, funk e reggae que lembra a sonoridade da Rihanna em Rated R, mas com uma personalidade completamente única e brasileira devido a presença de elementos na elaboração d arranjo. Há certos momentos que Pesadão quase beira a perfeição pop como a sua primeira parte antes do refrão: IZA simplesmente chega arrasando, mostrando toda a sua força. E IZA apenas confia na sua imagem como é vista no ótimo clipe, mas a cantora é dona de voz marcante e com bastante alcance como poucas. A ótima presença do Falcão (não o brega, mas, sim, o vocalista do O Rappa) é outro trunfo para contabilizar para a canção. A cantora pode até não estar recebendo o mesmo destaque que algumas de suas contemporâneas, mas não deve demorar para o seu verdadeiro boom acontecer.
nota: 8

23 de outubro de 2017

Taylor Sincerona

Gorgeous
Taylor Swift

Eu nunca fui fã da Taylor Swift, mas sinceramente estou gostando dessa nova fase da cantora. Não é algo sensacional e nem de longe tira totalmente o meu ranço dela. Todavia, a cantora está fazendo algo divertido para o seu próximo álbum. Depois de Look What You Made Me Do e ... Ready For It? chegou a vez da cantora lançar o legal Gorgeous.

A grande sacada da canção é a cantora relatar que quando se trata de conquistar o crush ela é igualzinha a um monte de gente, fazendo aquele joguinho de ignorar o "boy" para ver se ele nota, sentir ciúme de quem está com ele, mandar indireta ácida para ver se cata algo no ar. Claro, coisas que não funcionam de verdade, mas que todos já fizeram em algum momento. Divertida e sincerona, pois continua a despir Taylor da fantasia de ser aquela princesinha do começo da carreira. Sonoramente, Gorgeous é um bom eletropop com uma batida mais slow/mid-tempo com uma produção certinha de Max Martin e Shellback. Nada de genial, mas estamos vendo uma Taylor que parece estar começando a passar pela sua maturidade artística.
nota: 7

22 de outubro de 2017

2 por 1 - Anitta

Is That For Me
Alesso & Anitta

Will I See You
Poo Bear & Anitta


A internacionalização da carreira da Anitta está sendo feito a todo o vapor e, gostando dela ou não, não podemos negar que a cantora está fazendo a cartilha bem feitinha. O que podemos criticar é o conteúdo dessa nova etapa da cantora, pois, até agora, os dois singles lançados são bem aquém do esperado. Começo com a baladinha Will I See You.

Em parceria com o produtor Poo Bear, a canção é uma inofensiva e nada marcante baladinha que faz uma mistura rasa de pop com bossa nova. Obviamente, a canção não foi feita para ser sucesso, mas poderia ter um acabamento com cores mais fortes. Com base de violão, Will I See You é tão bland para a carreira da Anitta que nem precisaria ter ganhado clipe. O ponto alto da canção é a contida e melódica interpretação da cantora que deixa mostrar um pouco da sua voz de forma sincera. Com muito mais intenção está a parceria com o DJ Alesso em Is That For Me.

A canção poderia ser o grande momento nessa fase da carreira da cantora, mas acaba sendo um quase tiro no pé. Primeiramente, Anitta lançou aquele estranho e brega clipe na Amazônia que mais parece concurso de qual é a pior roupa do ano. Em segundo, a canção em si é um trabalho bem complicado, pois o resultado final é abaixo da média. Tudo soa morno na canção: a produção EDM no automático, a batida fraca e sem sal, a letra rasa e com refrão pobre e a performance apática de Anitta (mais devido a atmosfera da canção do que culpa da cantora). Nada realmente funciona em Is That For Me, mesmo que seja claramente um trabalho com características internacionais. É bom ver a estratégia e como uma artista brasileira tem chances de estourar lá fora. Todavia, Anitta precisa acerta de verdade nas canções que lança com esse propósito, pois senão será cheque-mate.
notas
Is That For Me: 5
Will I See You: 6

21 de outubro de 2017

A Massificação de Emeli

Starlight
Emeli Sandé

Infelizmente, o maravilhoso segundo álbum da Emeli Sandé não rendeu como deveria ou se previa, principalmente em comparação ao seu enorme sucesso inicial. Então, a cantora decidiu seguir o jogo e preparar para lançar o terceiro álbum para o fim desse ano ou começo de 2018. A noticia ruim é que a cantora parecer querer apostar em algo bastante comercial como é ouvido no primeiro single, a mediana Starlight.

Dona de uma das melhores carreiras surgidas nos últimos, Emeli parece que quer reconquistar uma parte do público com um gosto, digamos, menos exigente. Assim nasce Starlight, uma canção que soa como uma tentativa com uma atmosfera um pouco desesperada. Não, a cantora não se rendeu de completo para o pop comercia, mas o single flerta pesadamente com gêneros bem comercial que vai de contramão ao soul/R&B de antes. Starlight é uma bem feita dancepop/eletrônico, mas completamente sem gosto e força, não refletindo o talento de sua dona. A produção não acerta na emoção que uma vocalista do porte de Emeli consegue entregar. Já a própria cantora entrega uma performance alegrinha, mas longe do seu poder de emocionar. Emeli ao menos mostra que é versátil vocalmente. Infelizmente, Starlight não está a altura até mesmo das canções mais comercias do começo da sua carreira. Uma pena.
nota: 6,5

19 de outubro de 2017

Cool Miguel

Sky Walker (feat. Travis Scott)
Miguel

Com um segundo semestre tão agitado como está esse de 2017 alguns lançamentos podem passar despercebido dos nossos ouvidos. Um desses é o retorno do cantor Miguel, preparando o seu terceiro álbum lançou a boa Sky Walker.

O cantor sempre exalou uma sensação cool das suas canções, mas com Sky Walker essa sensação é elevada ao cubo devido a sua deliciosa e convidativa batida R&B/hip hop. Longe da experimentação que o cantor fez em Wildheart de 2015, Sky Walker tem uma produção bem mais redonda e segura, mas isso não impede que o resultado seja de ótimo nível. Bem equilibrado a presença do rapper Travis Scott, Miguel entrega uma performance que combina perfeitamente com a vibe da canção: descolada e despretensiosa. Não é tipo de canção que irá fazer, mas é deliciosamente viciante.
nota: 7,5

16 de outubro de 2017

Salvem Nick!

Find You
Nick Jonas

Alguém sabe explicar o motivo dos trabalhos do novo álbum do Nick Jonas ainda não terem emplacado? Depois do modestíssimo desempenho da boa Remember I Told You,  a sua nova música Find You vai indo para o mesmo lugar. E, assim como a anterior, não é nada merecido.

Find You é uma gostosinha mistura de R&B e dancepop que se não quebras as barreiras dos gêneros pelo menos entrega uma convidativa canção com uma produção redonda. Sabe aquele tipo de canção que faz a gente bater os pezinhos acompanhando a batida? Find You é o tipo dessa canção, tendo também uma boa atmosfera comercial que poderia, sim, resultar em um sucesso para o cantor, mesmo que modesto. Talvez a batida mais lenta possa ter atrapalhado a sua comercialização. Além disso, o single é o tipo que demora em grudar na nossa cabeça. Isso não impede, porém, Nick Jonas continuar o seu caminho de um dos melhores cantores pop da atualidade, mesmo sendo "vitima" dessa injustiça comercial.
nota: 7

14 de outubro de 2017

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Existem alguns artistas que é quase impossível não conhecer pelo menos uma canção sua. Nem que seja, ao menos, só a melodia ou algum pedaço da letra, mesmo que no embromeichon. Esse é ocaso do Elton John que, para ser franco, é um verdadeiro colecionador de canções marcantes. Your Song, Rocket Man (I Think It's Going To Be A Long Long Time), Goodbye Yellow Brick Road, Candle In The Wind e Circle Of Life são apenas cinco exemplos dessas canções que marcaram, marcam e irão marcar as vidas de muitas pessoas. Entretanto, algumas canções se perderam literalmente no meio de um catálogo tão extenso como é o do Elton. É sobre uma dessas canções que o especial As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer irá falar hoje. Uma canção que o cantor fez para celebrar o seu status de...

13 de outubro de 2017

Esquecidas no Churrasco

Take Me
Aly & AJ

A dupla de irmãs Aly & AJ tiveram relativo sucesso na metade dos anos dois mil com o lançamento de alguns singles e três álbuns. Todavia, Amanda Joy "AJ" Michalka e Alyson Renae "Aly" Michalka saíram da gravadora em 2009, mudaram de nome para 78violet e tentaram lançar um novo álbum. Não deu certo. Então, as duas investiram na carreira de atriz cada uma, alcançando relativo sucesso atualmente já que ambas estão em um elenco de series americanas. Eis que surge 2017 e as duas decidiram volta ao mundo musical e divulgaram o bom single Take Me.

Com quase trinta anos ambas, o duo parece ter crescido também artisticamente, pois Take Me está bem distante da sonoridade que elas fazia no começo da carreira. A canção é uma interessante e bem finalizada synth-pop que, obviamente, possui uma forte influência dos anos oitenta. Com um arranjo que lembra uma versão romântica e pop da abertura da série Stranger Things, Take Me acerta no tom que foi dado pela produção. O erro da canção é a sua mediana e rasa composição que não passa de uma pobre coleção de frases com algum sentido. Falta aquele toque especial como a Carly Rae Jepsen dá para as suas canções no mesmo estilo. Bons vocais completam o pacote de Take Me. De qualquer forma, a volta da dupla parece algo que ninguém exatamente pediu, mas pode até render algo bom.
nota: 7


12 de outubro de 2017

Um Giro R&B Feminino

Deadwood
Toni Braxton

The Weekend
SZA

The Line
RAYE

Incapable
Keyshia Cole


Depois de dar uma olhada em como anda o country chegou a vez de falarmos de outro importante gênero que está deixado meio de lado: o R&B. Especialmente irei falar sobre aquele feito pelas mulheres que, principalmente, na década de noventa era algo gigantesco. Agora, o gênero foi renegado a um nicho bem longe do mainstream comercial. Felizmente, ainda existem ótimos artistas que carregam a bandeira dignamente como é o caso da veterana Toni Braxton.

Conhecida pelo mega sucesso de Un-Break My Heart, Toni Braxton ainda está na ativa mesmo que não tenha o mesmo sucesso que na década de '90. Depois de dar a volta por cima ao enfrentar problemas de saúde e financeiros, a cantora irá lançar o seu nono álbum que tem como primeiro single a boa Deadwood.

Longe da grandiosidade do seu maior sucesso ou mesmo da maior parte das canções na sua discografia, Deadwood é uma sólida e redondinha faixa que tem uma pegada bem violão e voz. O arranjo mostra uma Toni bem mais simples e contida, longe de qualquer exagero sonoro. A batida que a produção pode até careta, mas é bem feita e combina bem com a pegada geral da faixa. Com uma composição falando sobre dar a volta por cima depois de uma grande desilusão amorosa, Toni ainda é dona de um voz completamente sua e um timbre distinto e carismático que dá para qualquer canção uma vibe sexy e aveludada. Sem correr grande riscos, mas sabendo como usar toda a sua experiência, Toni ainda é uma força a ser reconhecida como tal. Assim como é a novata SZA

Considerada com um dos melhores nomes surgidos nos últimos tempos, SZA ajuda o grande público a entender qual é a desse novo R&B, mas sem perder a sua vertente comercial. Como terceiro single do seu álbum de estreia foi lançada a ótima The Weekend.

A canção que é a melhor do álbum é uma pequena e brilhante amostra do que a cantora é capaz de fazer. The Weekend fala sobre uma situação complicada: a narradora ama um cara que também ama outra garota e, então, a mesma precisa aceitar a situação para poder ficar com o cara. Não é expresso, mas a canção fala sobre como ama a garota que é "a outra". Normalmente, canções assim falam sobre traição no lugar de fala de quem é traído e, não, de quem é a outra parte da equação. Ousada e com uma construção impecável que exala toda a atmosfera cool de SZA, mostrando o quanto inteligente é a cantora ao criar a suas composições. Além disso, a cantora entrega uma performance tão descolada e carismática que ajuda a canção a ter mais personalidade com a sua batida sensual, delicada e cadenciada. Apesar de ter mais destaque nos Estados Unidos, não é só desse lado do Atlântico que existem boas cantoras de R&B novatas. 

RAYE é uma britânica que recentemente ficou em terceiro lugar na prestigiada lista Sound of... da BBC e tem todas as chances de ser a próxima artista a estourar lá na terra da Rainha. Entretanto, a cantora ainda precisa de ganhar um verniz mais refinado como prova a canção The Line.

Com uma batida com uma pegada mais pop que R&B, The Line poderia ser um trabalho comercialmente perfeito, mas que erra em uma construção de batidas confusa. A canção tem várias ideias sonoras interessantes e que poderiam fazer a diferença nessa canção dançante. Só que a produção não consegue dar a liga para todas essas batidas e, pior, não dá o brilho necessário para que a canção se destaque como deveria. Não é o caso de The Line ser ruim, mas de não ser tão boa quanto a sua ideia. Felizmente, RAYE é uma cantora interessante e segura bem a canção no final das contas. Algo que a veterana Keyshia Cole não tem nenhum problema em fazer.

Incapable, single do seu próximo álbum, é a prova cabal que mesmo com as mudanças ao longo dos anos, o bom e velho R&B bem feito é algo louvável. Sem grandes arrombos sonoros, Keyshia Cole entrega uma refinada, tradicional e bem produzida balada R&B sobre finalmente terminar um relacionamento turbulento, mesmo que isso a faça sofrer. Interpretando de maneira corretíssima por Keyshia, Incapable é o tipo de canção que poderia fazer sucesso uns quinze anos atrás. Isso, felizmente, não tira o brilho da mesma e, também, de um gênero que continua vivo e forte em várias formas diferentes. 




notas
Deadwood: 7,5
The Weekend: 8
The Line: 6,5
Incapable: 7,5

11 de outubro de 2017

Um Nova Kelly - Parte 2

Move You
Kelly Clarkson

Lançado simultaneamente como Love So Soft, a canção Move You prova cabalmente a ótima fase da Kelly Clarkson. Mais do que isso, na verdade, pois a canção também tornou-se uma das melhores baladas do ano.

Em um ano carente de canções de amor, Move You vem preencher esse espaço em todos os critérios de uma forma impecável. Começa pela performance poderosa de Kelly que sabe como poucas como utilizar o seu alcance sem exageros e dar para a canção a dose exata de emoção que a mesma pede. E emoção é a base motriz do single, pois a sua composição fala de forma lindíssima sobre querer amar uma pessoa especial da mesma forma que ela nos ama. Sem precisar ser exatamente romântica, pois a sua intenção poderia ser de uma filha para um pai, de um amigo para outro, de uma avó para seu neto, etc, Move You é uma balada pop soul de qualidade digna de aplausos, apesar de que poderia ter tido uma construção diferente em sua parte final. Nada impede, porém, de Move You ser uma das canções mais belas de 2017.
nota: 8

9 de outubro de 2017

Uma Música Para Salvar 2 - Despacito, A Vingança Continua

Mi Gente (feat. Beyoncé)
J Balvin & Willy William

O mundo vive um momento muito difícil em vários cenários e, infelizmente, parece que essa atmosfera pesada e sombria deve demorar muito a passar. Caso realmente passe. Entretanto, é sempre bom ver que ainda existe esperança no mundo e para aqueles que estão precisando. Depois do furacão que literalmente destruiu Porto Rico e afetou várias ilhas caribenhas e, também, o terremoto do México, alguns artistas se reuniram para tentar amenizar o sofrimento dessas populações com o lançamento de alguns projetos. O mais curioso deles foi o remix de Mi Gente com a participação da Beyoncé.

Vamos aos fatos: a canção não se transformou em um trabalho genial, mas a presença marcante de Beyoncé ajudou a mesma a melhorar, pois a cantora realmente participa da canção. Ao contrário de outros artistas que quando fazem alguma participação em regravação/remix de uma canção e fica parecendo algo completamente deslocado, Beyoncé consegue se envolver de verdade em Mi Gente. A presença de Queen B muda drasticamente boa parte do single, acrescentando muito mais substância para essa "latin pop/reggaeton com mais fusão de outros gêneros, principalmente elementos africanos e eletrônicos". Com mais substância sonora e com composição bem mais interessante devido a inserção dos versos de Bey. Além, claro, do vocais da cantora que, como dito anteriormente, não apenas canta um pouco e some, mas, sim, participa ativamente de todo o remix. Gostando ou não, o importante é o bem de verdade que a canção irar fazer para pessoas que precisam.
nota
Original: 5,5
Remix: 7

7 de outubro de 2017

Fé, Paloma, Fé!

Crybaby
Paloma Faith

Alguns artistas são tão talentosos que ganham a minha torcida para entregarem um trabalho que possa estar a altura do seu dom. A Paloma Faith é um desses artistas, mesmo que a britânica já tenhas ótimos trabalhos como Picking Up the Pieces de 2012 e Only Love Can Hurt Like This de 2014, mas até o momento não tenha entregado um álbum que faz jus ao seu potencial. E acredito que o seu próximo álbum (The Architect) não será esse o trabalho que fará isso, pois o mesmo já começou de forma um pouco decepcionante com o single Crybaby.

É necessário dizer que a canção não é ruim, pelo contrário, pois Crybaby é uma boa e original canção. O que falta aqui, assim como na maioria das canções da cantora, não alcança o mesmo nível que o talento da cantora. Em Crybaby acontece a mesma coisa, pois a canção parece amarradas nas suas boas ideias. Começa pelo fato que o single segue por um interessante e bem vindo caminho ao ser uma bom trabalho soul/funk com toques de disco music. Quem atualmente está fazendo esse tipo de canção? Poucas pessoas. Entretanto, a produção parece não dar o sustento sonoro do começo a fim para fazer a cantora brilhar como poderia, pois Crybaby decola de verdade a partir do bom refrão. Até mesmo a sempre poderosa Palona parece despida de seu brilho, mesmo que entregue um ótimo trabalho. O grande trunfo da canção é a sua excelente composição que fala de um assunto pouco falando em canções: o machismo, ou melhor, a quebra de estereótipos que nesse caso é a famoso que "homem não chora". Bem elaborada e, dentro do seu propósito, emocionante, a produção de Crybaby perde uma incrível oportunidade de ser um musicão ao não usar todo o seu potencial.
nota: 7

4 de outubro de 2017

Cachorros Velhos Não Sabem Novos Truques?

You’re The Best Thing About Me
U2

Com mais de quarenta anos de carreira o U2 não precisaria fazer mais nada a não ser o que a banda já faz com maestria, isto é, grandes e memoráveis turnês ao redor do mundo. Entretanto, os quase sessentões ainda não se aposentaram do estúdio e ainda não desistiram de investir em novidades na sonoridade da banda. Preparando o décimo e quarto álbum da carreira deles (Songs of Experience), a banda tenta algo de novo com o lançamento do single You’re The Best Thing About Me.

Vamos aos fatos: não espere que a banda tenha feito um revolução própria e mudou completamente o som deles. You’re The Best Thing About Me é, indiscutivelmente, uma canção rock com toques de pop que o U2 sempre fez ao longo das décadas, uma das suas principais características da banda. Todavia, a canção apresenta algo de novo no reino da Irlanda, pois a atmosfera tem algo de contemporâneo e refrescante. Muito provavelmente isso acontece devido a co-produção de Ryan Tedder, mas também da necessidade da banda de soar jovial e demonstrando uma vontade de ainda mostrar que os mesmo ainda podem ser relevantes. O resultado é meio duvidoso, pois, ao mesmo tempo, acerta da atmosfera e erra na execução geral já que You’re The Best Thing About Me acaba como uma canção levemente arrastada e com pouca força, principalmente da sua metade para frente depois de ter um começo promissor. Com vocais sóbrios e bem executados de Bono, o single também erra em uma letra romântica nada marcante, passando longe daquela sensação de ter sido feita para milhares de pessoas cantarem em suas turnês. Esses erros, porém, não apagam o fato que o U2 ainda tem bastante material para queimar e, não, apenas viver do passado.
nota: 6,5  

3 de outubro de 2017

Um Giro Country

Craving You (feat. Maren Morris)
Thomas Rhett

No Such Thing as a Broken Heart
Old Dominion

Small Town Boy
Dustin Lynch

When Someone Stops Loving You
Little Big Town

Apesar de não chegar com a mesma intensidade em outros mercados que não seja o norte americano, o country é ainda um dos gêneros que maior vendagem nos Estados Unidos. Prova disso é só olhar o atual ITunes e contar quantas canções do gênero estão entre as 100 mais baixadas. Devido a esse grande mercado é quase impossível acompanhar o mesmo de perto o ano todo. Então, resolvi criar esse mini especial para dar uma rápida passada em algumas das canções do gênero lançadas como single. Começo com um dos atuais queridinho do country Thomas Rhett.

Craving You, primeiro single do seu novo álbum Life Changes, mostra que Thomas Rhett em uma vertente mais pop do que country, sabendo criar uma canção razoavelmente boa e com um senso comercial impecável. Sem usar grandes arrombos criativos, Craving You é uma honesta e inofensiva balada country pop que poderia ser melhor se usasse a parceria com a novata Maren Morris melhor, pois a cantora parece mais uma backvocal de luxo do que um verdadeiro featuring. Com um arranjo certinho e bem executado, Craving You erra em não dar para a canção uma identidade própria, pois, assim como várias canções de vocalistas masculinos ultimamente, possui a mesma vibe sonora e uma composição romântica que parece saída do mesmo lugar. De qualquer forma, Thomas Rhett soa um pouco acima da média em comparação a outras canções como é o caso de No Such Thing as a Broken Heart da banda Old Dominion.

A canção se diferencia devido a sua sonoridade mais country com leves toques de rock, mas não vai além do que uma correta canção country contemporânea. Talvez esse seja o problema do country atual: sempre muito correto no quesito comercial, mas falta senso estético mais old school e, principalmente, grandes vocalistas. No caso de No Such Thing as a Broken Heart, o vocalista do Old Dominion é tecnicamente correto e até possui alguma personalidade, mas entrega uma performance segura demais e, principalmente, massificada. Parece que cantores de country possuem uma forma emocional em que todas as canções soam vocalmente quase igual, mudando de vez em quando o timbre. Bem feito a canção pode até ser, mas é completamente carente de emoção. Mesmo repetindo alguns erros, Dustin Lynch consegue entregar em Small Town Boy alguma emoção de verdade.


O grande acerto de Small Town Boy é a presença marcante de Dustin e o seu timbre mais grave e marcante, mesmo que a performance geral não seja exatamente excelente. Small Town Boy possui, porém, o maior defeito do atual country contemporâneo, principalmente aquele feito por homens: a composição romântica rasa e que reflete de maneira pobre sobre relações amorosas que sempre segue o modelo de garoto do interior se apaixona por bela garota. Obviamente, esse é o tema mais antigo do mundo, mas a maneira que as canções country vem fazendo é basicamente a mesma. Em Small Town Boy, felizmente, existe um cuidado técnico interessante, resultando em uma canção clichê e até carismática. A boa noticia é que ainda existem bons exemplos como é o caso de When Someone Stops Loving You da banda Little Big Town.

Primeiramente, a canção tem uma produção que sai desse lugar comum para criar uma bonita e triste balada country que não recria a roda, mas mostra o verdadeiro alcance do poder do bom country. When Someone Stops Loving You é sobre a sensação que todos sentimos quando terminamos um relacionamento e precisamos continuar a nossa vida mesmo vivendo com uma dor quase insuportável. Simples, honesta e bem escrita, o single emociona de forma verdadeira, ainda mais com a interpretação contida e segura dos vocalistas, sendo que aqui ganha um dos vocalistas masculinos da banda. Sem precisar ser genial, o Little Big Town ainda consegue resultar em algo que vá além do lugar comum instituído, mas o cenário do atual country pode até ser promissor comercialmente, não impedindo que a qualidade artista seja muito duvidosa.


notas
Craving You: 6,5
No Such Thing as a Broken Heart: 6
Small Town Boy: 7
When Someone Stops Loving You: 7,5