18 de agosto de 2024

Bingo!

Die With A Smile
Lady Gaga & Bruno Mars


E novamente 2024 nos surpreendente com outra marcação fora do bingo de coisas que a gente poderia imaginar acontecer com o lançamento do dueto do Bruno Mars com a Lady GaGa na ótima Die With A Smile.

Mesmo não supondo que isso seria possível de acontecer nesse ano, o encontro dos dois ídolos pop é algo que soa tão fluido que fica impossível a gente não ter imaginado antes esse encontro. Die With A Smile é uma poderosa, épica e marcante balada pop rock com toques de pop soul que não entrega nada novo, mas consegue ser tão bem feita e cativante que fica impossível a gente encontrar defeitos. E não há o que para criticar as performances dos cantores que entregam não apenas sensacionais performances individuais, mas a química entre os dois é palpável e que faz realmente a canção funcionar já que dá a força emocional que a canção precisa. E mesmo que a composição meio que transita rapidamente em um território meio genérico, Die With A Smile nunca se torna algo feito apenas ser um caça níquel barato. E isso é devido a ter dois artistas em perfeita harmonia para a sua criação.
nota: 8

Desconjuntado Bom

New Woman (feat. Rosalía)
LISA


Ao resenhar Rockstar da Lisa afirmei que era “uma pena que estão entregando coisa tão mediana para as meninas que deveriam estar com material incandescente nas mãos”. E eis que a cantora tem em mãos algo bem mais interessante com New Woman com a participação da Rosalía.

E é claro que o motivo para a canção realmente ser um caminho mais criativo para a artista é a presença inusitada e ótima da artista espanhola que carregar toda a sua força criativa para a canção. E isso já eleva o trabalho para outro lugar, fazendo New Woman se tornar um trabalho que demanda a gente escutar logo de cara. Tenho que apontar que o trabalho não funciona perfeitamente devido a parecer duas canções que foram juntadas em uma sem aparar todas as pontas. Todavia, a canção é uma inteligente e excitante mistura de EDM, trap, pop rock e latin pop que dá facilmente para ver lampejos brilhantes de genialidade. E a quebra de expectativa ao mudar completamente a batida para o verso da Rosalía é um deles. Gosto especialmente da cantora continuar a cantar em espanhol até mesmo em canções que poderia facilmente entoar versos em inglês e também admiro a performance sólida da Lisa que carrega a sua parte com dinamismo ao dar o tom ideal para a canção. Espero que a canção seja apenas o primeiro de novas aventuras que valem a pena para a Lisa e, não, um ponto fora da curva.
nota: 7,5

O Bom Irmão

For Cryin' Out Loud!
FINNEAS


Principal produtor e coautor das canções da Billie Eilish, Finneas também tem uma carreira longe da imagem da irmã. E como primeiro single do seu segundo álbum foi lançada a bonitinha For Cryin' Out Loud!.

A grande qualidade da canção é ser bem diferente do seu trabalho ao lado sua irmã e, ao mesmo tempo, ter lapsos dessa parceria. Não tem o tem a mesma força criativa, mas a canção é um bom exemplo para mostrar que o artista é parte importante do sucesso da Billie. E acredito que a principal delas é o seu toque como produtor ao fazer da canção uma cativante e com personalidade indie pop/pop rock que fica grudado na nossa cabeça. A sua competente composição demonstra o charme emocional da escrita do Finneas, mas aqui soa mais lapida para um lado mais comercial e direto. E a performance vocal do cantor funciona perfeitamente para o tipo de canção sem precisa de grandes arrombos e, sim, sendo contida e sóbria. Ao caminhar em um caminho mais tradicional sonoramente, For Cryin' Out Loud! perde certo apelo artístico que era esperado, mas isso não impede de terminar sendo uma canção encantadora.
nota: 7,5


New Faces Apresenta: JOBA

American Fever
JOBA


Uma das coisas que mais gosto ao descobrir uma novo artista é entrar na sua sonoridade e nas possibilidades que o futuro por trazer. E pelo o que é ouvido em American Fever, do cantor Joba, podemos esperar grandes coisas no futuro.

A canção é uma inspirada glam rock/piano rock que fica perfeitamente entre a influencia do David Bowie e do Elton John. Existe uma elegância nata para uma canção que caminha nessas praias que aqui é executado de maneira exemplar e também uma grandiosidade reconfortante que faz a gente facilmente se atraído pela sua gravidade sonora. Lindamente instrumentalizado, a canção poderia ainda ser épica na sua construção, mas ainda assim é um trabalho sonoro que respeita e exalta as suas referências. Bem longe de ser uma cópia, American Fever encontra a sua própria personalidade ao adicionar uma dose suculenta de acidez ao ser também uma canção com uma mensagem potente e voraz sobre o famigerado “american dream”. Outro ponto alto é a presença do Joba, ex-integrante do coletivo BROCKHAMPTON, que encontra a sua personalidade facilmente sem precisar de se apoiar a clichês que seriam até fáceis de perdoar aqui. Espero que esse seja realmente o começo de uma grande carreira para o Joba, pois só com esse preview é fácil de notar o potencial. 
nota: 8


O Vírus da Brevidade

DEVIL IS A LIE
Tommy Richman


Novamente ataca o vírus da brevidade que vem criando uma epidemia de canções que não atingem o seu potencial devido a sua curta duração. E a vitima é DEVIL IS A LIE do Tommy Richman.

Sucessora do sucesso Million Dollar Baby que já sofria do mesmo mal, a canção é até bastante interessante ao entregar uma refinada fusão de R&B alternativo, funk, hip hop e synth-pop que resulta em uma batida efervescente e madura que quando a gente começar a realmente entrar no clima vem o seu clímax antecipado e já acaba. Como disse, essa brevidade em canções (aqui em apenas dois minutos e onze segundos) é algo que deriva do fato que as produções pensam mais no lado “viral” do que realmente na qualidade. E isso que DEVIL IS A LIE perder boa parte do seu potencial. Outro ponto questionável é sua composição que funciona esteticamente, mas falta substancia verdadeira para o cantor. Tommy, porém, é um cantor mais interessante que o esperado, mas que precisa de maior estrutura para crescer. Espero que a cura para esse vírus seja encontrado rápido para não continuar a matar boas músicas.
nota: 7

10 de agosto de 2024

Uma Segunda Chance Para: Fancy

Fancy (feat. Charli XCX)
Iggy Azalea


Ao contrário de outros Uma Segunda Chance Para, a resenha dessa vez não será para revistar uma canção que inicialmente não achei tão boa e com o tempo a minha percepção mudou positivamente. Nesse caso, a minha opinião inicial já era boa e com tempo melhorou mais, mas que parte do publico não tem o mesmo apresso. E essa a hit Fancy da Iggy Azalea com a Charli XCX.

Acredito que a canção é a melhor definição do que seria pop/rap. E veja que coloquei o pop na frente, pois é essa essência da canção. Despretensiosa, exagerada, comercial, divertida e deliciosamente campy, Fancy é uma canção que não dá para levar a sério como sendo algo que tenta ser mais do que realmente é ou que mostra a presença de algo inovador. A grande qualidade aqui é ser esse grande vislumbre no que o pop em seu estado puro pode ser misturado com outros gêneros. Apesar de não ser uma rapper ótima, Iggy entrega o seu melhor momento ao carregar com força e estilo a canção, sabendo exatamente como dar o tempero dessa mescla entre o pop e rap. Todavia, o grande toque da canção é a presença de uma ainda semidesconhecida Charli XCX que consegue amarrar as pontas para entoar um sensacional refrão e uma ponte final marcante. Fancy é um marco que é amada por uns e odiada por outros. Para mim, a canção é memorável e merecia ser melhor apreciada.
nota: 8,5

Fora do Bingo

HIGHJACK
A$AP Rocky & Jessica Pratt


Em um ano com várias surpresas, a mais recente é a colaboração inusitada entre o rapper A$AP Rocky com a cantora Jessica Pratt na canção Highjack. E o pior que o resultado é bem melhor que o esperado.

Não que seja novidade uma parceria com dos artistas tão distintos, mas nem sempre dá muito certo. Em Highjack, porém, a estranheza é traz o tempero especial para a canção dá certo. E o elemento principal é a ótima produção que entrega uma canção estilizada que mistura de maneira ousada e bem balanceada de rap, trap, psychedelia, R&B e indie rock. Não é um trabalho obvio e comercial, mas ganha pela sua força criativa. E a colocação da participação da Jessica Pratt para entoar a parte final ajuda a aumentar o nível da canção devido a maneira inesperada e criativa que a canção termina. Isso não seria possível se o rapper não entregasse um trabalho a altura da produção, mas A$AP Rocky consegue entregar um trabalho sensacional que, ao mesmo tempo, consegue mostrar a habilidade dele e versatilidade para se adequar a canção. E assim temos outra canção que estava bastante longe do que esperava para o ano, mas fico bem feliz de existir.
nota: 8

2 Por 1 - FLO

Caught Up
Check
FLO


Apesar do desejo não acho que a girlband FLO deve emplacar comercialmente tão cedo, mas sempre existe uma esperança de acontecer esse milagre musical. Por enquanto, a gente aproveita a qualidade em mais dois ótimos singles: Caught Up e Check.

As duas canções matem no mesmo nível a qualidade que o trio vem mostrando desde a canção debut ao serem refinadas, divertidas e personalidade que emula o R&B dos anos noventa/começo dos anos noventa sem soar forçado e/ou apoiando em nostalgia barata. A melhor entre as duas é Caught Up, pois a mesma tem uma batida estilizada e de uma cadencia deliciosa. Outro ponto positivo é a composição que lembra a temática de “boy pego no pulo” de grandes sucessos do R&B que a canção é inspirada como, por exemplo, Say My Name e Bills Bills Bills das Destiny’s Child. Um pouquinho menos inspirada, mas ainda sendo um trabalho inspirado está Check que entrega uma gostosinha mid-tempo R&B com toques de dance-pop que ajuda o FLO a ter nuances na sua sonoridade, fazendo a girlband ganhar ainda personalidade. Gostaria que o trio encontrasse o sucesso comercial definitivo, mas fico feliz delas manterem a qualidade alta em todos os seus lançamentos. 
notas
Caught Up: 8
Check: 7,5

2 Por 1 - Shawn Mendes

Why Why Why
Isn’t that enough
Shawn Mendes


Sempre admirei o Shawn Mendes e sempre achei que o canadense não recebe exatamente os elogios que realmente merece. Não acho que com o seu comeback depois de quatro anos será feito “justiça”, pois os primeiros singles do seu novo álbum estão abaixo do esperado.

Ambas canções lançadas são boas, mas bastante mornas e levemente desinteressantes. Entre as duas canções, a melhor por pouco é Why Why Why devido ser a que tem mais personalidade artística, mas mesmo assim ainda é bastante meio do caminho. Tentando capitalizar na onda country por artistas fora do gênero, a canção é um country pop/folk pop redondinha e agradável, mas bem longe de ser memorável. Faltou tempero para trazer a tona a ideia, pois a composição sincera e pessoa da canção é um trabalho muito bom. Em Isn’t that enough, porém, a canção perder ainda mais força ao seu uma simpática e pálida balada folk pop. Ambas canções tem sólidas performances de Shawn que garante certa personalidade para as canções. Apesar desse resultado mediano, ainda acho o Shawn Mendes um ótimo artista subestimado.
notas
Why Why Why: 6,5
Isn’t that enough: 6





O Fundo da Katy

LIFETIMES
Katy Perry


Eu até prometi não acompanhar essa era da Katy Perry, mas, sinceramente, é quase impossível não dar atenção a esse monstruoso desastre que estamos vendo. E a nova peça para o fundo do poço da cantora é a péssima Lifetimes.

Novamente trabalhando com o produtor que não merece nenhum tipo de atenção, a cantora entrega ainda mais mediocridade com uma horrível e desconcertante mistura de dance-pop/house que faz a discografia da Ava Max soar como o era de ouro da Madonna. Tudo aqui é datado, massificado e sem criatividade que fica complicado achar o motivo para a cantora ter decido trabalhar com quem trabalhou. E o pior de Lifetimes é sua letra que só exala a sensação de vergonha alheia devido as escolhas pobres líricas. O único ponto que dá para tirar alguma coisa boa é do sólido vocal da cantora em algumas partes, mas que é massacrado pelo uso de auto-tune no refrão. É tão ruim que a gente não consegue não dar atenção. Infelizmente, isso é o que a Katy está colhendo merecidamente.
nota: 4,5


5 de agosto de 2024

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Existem algumas impressões que são difíceis de tirar, pois estão tão gravadas na nossa mente que fica algo consolidado como algo imutável. E quando isso envolve o passar do tempo e o surgimento de novas gerações fica algo quase imutável. E isso que o As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer vai falar hoje, pois é sobre um artista que meio que esquecemos que o mesmo tem uma carreira de sucesso também na música. É hora de falarmos sobre...



Dando a Vida Para a Batida

Life
Jamie xx & Robyn


Com o começo verdadeiro da promoção do seu segundo álbum com o lançamento da ótima Baddy On The Floor, o DJ/produtor Jamie xx volta a acertar com o lançamento da também ótima Life com participação da Robyn.

A canção é simplesmente deliciosa em um nível que poucas canções conseguiram ser esse ano e olha que nem é exatamente um trabalho genial. A produção Jamie xx acerta ao criar uma batida que transita entre a farofão eletrônico com a sonoridade Ballroom, sendo envernizado com doses cavalares de funky, hip hop e pop. Essa mistura parece na teoria não funcionar, mas a maneira elegante e inteligente que a canção é conduzida é o ideal para cozinhar tudo isso em um delicioso e substancial sopão. E o toque especial é a presença picante da Robyn que adiciona a sua personalidade sem retirar nada da ótima produção. Tenho que apontar que apesar de ser divertida, a composição de Life é superficial demais e quase dispensável. Esse detalhe, porém, não chega a atrapalhar o resultado final em que o Jamie xx vai hypando cada vez mais o seu novo álbum.
nota: 8

Sample Vazios

Lucky
Halsey

Sabe o que é tão ruim como ter uma canção pop ruim é ter uma canção pop vazia. Esse é o caso de Lucky da Halsey.

É necessário dizer, porém, que a canção tem uma ideia simplesmente genial por trás, sendo o problema principal é sua realização. A canção é uma especial de “parodia” do que seria uma canção pop felizinha e despretensiosa para falar de um assunto triste e forte que é os problemas pessoais e de saúde que a cantora enfrentou nos últimos tempos. E, apesar de ter bastante empatia pela cantora, a composição de Lucky soa levemente forçada não tematicamente, mas, sim, esteticamente devido as escolhas líricas parecem previsíveis e sem muita força emocional de fato. Todavia, o grande problema da canção é o uso pesado dos samples de duas canções sensacionais, mas que terminam sendo desperdiçadas ao final. Mesmo com todo a polemica envolvendo a Britney Spears e o uso de Lucky com base do refrão, a grande mancada de fato é não aproveitar com inteligência a base da genial You Gotta Be da Des'ree. Faltou inteligência criativa para fazer todas as peças se juntaram que ainda tem outro sample da Monica com a canção Angel of Mine. Lucky é bem intencionada, mas completamente dispensável e sem substancia.
nota: 6

Pop Brazuca

Tudo
Liniker


O pop no Brasil poderia ser tão melhor se tivesse a ideia de procurar o seu lugar artisticamente e manter a qualidade estética alta. Isso fica comprovado na deliciosa Tudo da Liniker.

Lindamente bem produzida, a canção é uma graciosa e gostosa mistura de pop, R&B e afrobeats que passam quilômetros de distância de soar incompleta ou/e rasa. A produção dá cara, alma e coração para a canção, criando um trabalho inspirado e inspirados. A condução graciosa dos vocais da Liniker é outro grande momento da canção, pois dá toda a personalidade de acabamento da canção. Infelizmente, Tudo não alça maior voo devido a sua boa, mas um pouco rasa composição que falta certo complemento para realmente funciona perfeitamente. Mesmo assim, Tudo é literalmente tudo que o pop brasuca deveria ser. 
nota: 7,5

Tentativa Sincera

Dead Man
Alessia Cara


Apesar de alguns sucessos, a Alessia Cara não tem infelizmente o reconhecimento que realmente merece. E isso é provado em Dead Man.

Primeiro single do seu novo álbum, a canção mostra a evolução sonora da cantora ao entregar uma madura, inspirada e criativa fusão de Pop, R&B contemporâneo e soul que tem inclusão de jazz e big band na construção da sua interessante instrumentalização. É preciso apontar que Dead Man parece ser influenciada pela sonoridade atual da Raye, mas isso não é nenhum problema já que a cantora está no auge da sua capacidade criativa. O problema é que a canção da Alessia Cara ainda falta certo refinamento e urgência que intrínseco da sonoridade da britânica. Gosto da composição e do seu toque ácido ao falar se livrar de um relacionamento lixo. Dead Man seria o tipo de canção que ficaria feliz de virar um sucesso viral, pois a Alessia Cara realmente merece o reconhecimento. 
nota: 7,5

O Bom Ano da Tinashe

Getting No Sleep
Tinashe

Tenho que admitir que fiquei feliz pelo sucesso da Tinashe com o single Nasty, pois ela é uma das artistas que acompanho que mais merecem o reconhecimento. E isso é devido ao fato dela sempre entregar um nível alto de qualidade como é a delicinha de Getting No Sleep.

A canção é menos explosiva que o single anterior, mas ainda assim deixa claro o trabalho sólido e inspirada da produção ao criar uma envolvente mistura de R&B, uk garage e eletrônico. Faltou, porém, um momento de explosão para a musica realmente grudar nos nossos ouvidos. Isso não quer dizer que Getting No Sleep não seja capaz de viciar, ainda mais quando a gente escuta mais de uma vez. Outro tropeço da canção é a composição que tenta um pouquinho demais ser “cool”, mas acaba sendo apenas levemente acima da média. E mesmo com esses problemas, Tinashe ainda mostra força ao entregar o que saber fazer de melhor. 
nota: 7

2 de agosto de 2024

The Year of Brat

Guess featuring Billie Eilish
Charli XCX & Billie Eilish

Não é possível afirmar que o ano vai ser definitivamente marcado pela gloria da Charli XCX na sua era Brat. E com outra mostra da sua força, a cantora lançou outro remix com participação de um grande nome ao convidar a Billie Eilish para participar de Guess.

Parte da versão deluxe do álbum, a canção não seria exatamente a minha opção para um remix tão high profile como esse, mas, felizmente, o resultado é bem legal. E a presença da Billie que realmente faz valer essa nova versão, pois a sua performance emoldura a vibe da mesma no começo da carreira adicionando uma dose de maturidade deliciosa. O seu verso é sensacional, pois tem um toque ácido e divertido em que a mesma fala da sua sexualidade de maneira inteligente. Sonoramente, a canção é uma explosiva electro house rápida e rasteira que não chega a explodir como poderia, mas também passa longe de ser uma decepção ao ser realmente memorável. E assim a Charli XCX continua a sua dominância como fazia muito tempo que uma artista pop não alcançava. 
nota: 7,5

Um Verdadeiro Musicão

I Guess Time Just Makes Fools of Us All
Father John Misty


Existem algumas músicas que são tão épicas que fica quase impossível não serem boas quando estão nas mãos certas. Esse é o caso da excepcional I Guess Time Just Makes Fools of Us All do Father John Misty.

Single da sua primeira coletânea de grandes sucessos, a canção é uma épica, grandiosa, acachapante e incrível jornada de mais de oito minutos e meio em que o cantor nos leva para uma experiencia realmente memorável. Uma mistura refinadíssima de americana, country rock e soul, I Guess Time Just Makes Fools of Us All apresenta uma construção rítmica impressionante em que sem precisar de grandes mudanças apresenta uma verdadeira montanha-russa emocional e criativa. Apesar de longa, a canção não se torna em nenhum momento cansativa, mas, pelo contrário, a gente fica desejando que a mesma tenha mais tempos. Lindamente instrumentalizada com dois breaks que adicionam mais substancia para o resultado final, a música também conta com uma impressionante composição que não tem refrão, dependendo da imensa capacidade narrativa de Father John Misty para segurar nossas atenções do começo ao fim. E esse é significado de um verdadeiro musicão.
nota: 9

She Bop

HOT TO GO!
Chappell Roan


Com o sucesso estrondoso e inesperado da sensacional Good Luck, Babe!, a cantora Chappell Roan viu outras canções suas ganharam destaque comercial. E o caso principal é de HOT TO GO!.

Lançada no ano passado como último single do seu debut álbum (The Rise and Fall of a Midwest Princess de 2022), a canção alcançou a vigésima sexta colocação da Billboard devido ao seu desempenho viral impulsionada pelo sucesso atual da canção. E, sinceramente, fico feliz pelo publico estar descobrindo a canção, pois HOT TO GO! é uma canção realmente merecedora de se tornar um sleeper hit. Uma synth-pop bem executada e com personalidade, a canção parece um trabalho que poderia muito bem ser feita pela Cyndi Lauper no auge da carreira. Divertida, leve, extremamente carismática e deliciosamente despretensiosa, a canção também mostra a capacidade da Chappell Roan de ser nostálgica sem soar datada e/ou desesperada. Espero que esse seja apenas o começo do domínio da Chappell Roan, pois consigo ver um futuro realmente brilhante para a artista se a mesma continuar nesse caminho.
nota: 8

Uma Tema Para Caroline Polachek

Starburned and Unkissed
Caroline Polachek

É claro que a Caroline Polachek nunca teria uma canção que fosse tema de um filme que se encaixasse no padrão de canções temas, mas, sim, um tema para um filme de terror psicológico como é o caso do aclamado I Saw the TV Glow. E é por isso que temos em Starburned and Unkissed.

Ouvir a canção é fácil perceber de quem é a autoria, pois a produção de A. G. Cook consegue captar a essencial da Caroline Polachek. Estranha, interessante e completamente única, Starburned and Unkissed é uma mistura madura de indie rock, eletrônico e noise pop que instiga quem ouve devido a sua construção quebrada entre partes lentas e sonhadoras em contraste com partes ruidosas e grandiosas. Tenho que apontar que a canção erra ao terminar de forma abrupta, deixando uma sensação que faltou algo no resultado geral. Além disso, acredito que a composição só realmente funciona depois de ver o filme, pois existe um certo distanciamento com a escrita sozinha. Felizmente, a canção é elevada pela presença sensacional da Polachek. Em um mundo ideal, a canção estaria na corrida para ser indicado ao Oscar, mas só de existir já está de bom tamanho.
nota: 8


Na Busca

15 MINUTES
Madison Beer


Com o imenso sucesso da Sabrina Carpenter, o mercado da música está aberto para quem pode seguir o caminho da cantora. E um dos nomes que surge na minha mente é o da Madison Beer. Todavia, até agora não veio o seu momento Expresso e não acho que deve vim com a canção 15 MINUTES.

A canção segue o caminho do single anterior Make You Mine com um resultado um pouco menos inspirado, mas ainda bem feitinha. E o grande destaque é novamente o ótimo instrumental que consegue dar personalidade para essa sóbria dance-pop com toques claros de house e progressivo. Criativamente, porém, a canção parece meio quadrada sem apresentar nada de realmente excitante, mas bem seguro e cativante. Madison segura muito bem 15 MINUTES, mas não adiciona uma dose de personalidade realmente forte para a canção ganhar vida. Entretanto, o problema maior da canção é a sua composição que não consegue conquistar quem houve de fato. Mesmo sendo uma canção sólida e bem intencionada, o single não vai ser o Espresso da Madison Bee.
nota: 7