31 de março de 2019

Um Encontro

Here With Me (feat. CHVRCHES)
Marshmello

Uma das coisas mais comuns que a indústria fonográfica pode entregar atualmente é a parceria entre dois artistas para o lançamento de uma música ou até mesmo um álbum. Entretanto, de vez em quando, surge uma dessas parcerias que a gente se pergunta: por que? Esse é o perfeito exemplo de Here With Me.

Para quem não sabe que Marshmello é só lembrar daquele DJ/produtor que tem um balde com uma cara enfiado na cabeça. Alcançado bos resultados comercias nos últimos tempos com as suas questionáveis canções EDM ao lado de nomes como Bastille e Anne-Marie, o DJ convidou a boa banda de pop/electropop CHVRCHES para fazerem uma parceria em Here With Me. Apesar das estranhezas entre os dois artistas, a canção resultante desse encontro é um decente e até divertidinho EDM/dance-pop que não tem nada de diferente, mas que tem o seu charme. A principal razão é a presença da vocalista da banda que dá uma personalidade tímida para a canção. Composição na média e uma produção correta dão para Here With Me uma chance de ser melhor que os trabalhos médios do DJ com balde na cabeça, mas fica abaixo do normal para a banda. E a grande pergunta que fica sobre Here With Me: por que?
nota: 6,5

My Kind Of Love

Sparrow
Emeli Sandé

Existem alguns momentos que uma pessoa que "trabalha" como música precisa simplesmente voltar ao básico e deixar a mais pura emoção rolar ao ouvir uma canção, deixando de lado noções como, por exemplo, originalidade ou inovação. E assim que sinto ouvindo Sparrow, novo single da britânica Emeli Sandé.

Primeiro single do seu terceiro álbum, Sparrow não acrescenta nada de novo no panteão da música, mas é um trabalho tão edificante que fica difícil de não se maravilhar com o poder da música. Seguindo a sonoridade básica da cantora, a canção é uma power ballad R&B/gospel com uma instrumentalização poderosa que consegue encontrar nuances diferentes, mas sem perder o vigor que os dois gêneros trazem. Épica do começo ao fim, Sparrow fala sobre tem uma mensagem de esperança e força para poder lutar por um novo amanhã, mesmo que tudo na sua vida lute contra você. Emocionante, tocante e de uma força que deixa quem ouvi ao menos com uma pequena chama começando a queimar dentro de si. Todavia, o grande ponto alto da canção é a performance de Emeli que entrega, sem dúvida nenhuma, o seu melhor trabalho, conseguindo deslumbrar quem ouve desde a primeira nota até os seus momentos finais. Sem precisar reinventar a roda, Emeli Sandé mostra de verdade uma das importâncias da música para a humanidade: o seu poder de emocionar.
nota: 8

30 de março de 2019

Coisas da Vida

Two of Us
Louis Tomlinson

Viver é algo muito difícil, apesar de apresentar desafios diferentes para cada pessoas. Alguns, porém, seguem um mesmo roteiro para qualquer pessoa. O que difere um artista do resto de nos mortais é o fato deles poderem expressar os seus sentimentos através do seu oficio. E é isso que Louis Tomlinson faz em Two of Us.

Normalmente, eu faço uma especie de "arquivo" de posts que devo resenhar e esse já tinha começado a ser feito quando saiu a noticia da morte da irmã mais nova de Louis, corroborando ainda mais para as linhas do primeiro parágrafo. Escrita em homenagem ao a mãe do cantor que faleceu em 2016, Two of Us ganha novo contornos emocionais que, infelizmente, adiciona apenas tristeza para a canção sobre tentar viver o máximo em respeito a quem partiu, mesmo que a saudade seja enorme. Simples, direta e vividamente real, Two of Us irá ser marcada por esse peso trágico por toda a vida do cantor. Sonoramente, a canção poderia ser bem melhor se fosse uma balada pop mais tradicional e, não, ser quase um trabalho mid-tempo. Claro, esse detalhe ao final é irrelevante em comparação a dor que Louis deve estar sentindo. E, infelizmente, isso são coisas da vida.
nota: 7

27 de março de 2019

2 Por 1 - cupcakKe

Bird Box
Squidward Nose
cupcakKe

Cada vez mais a diversidade é valorizada no meio musical. Diferentes raças, gêneros e orientações sexuais ajudam a dar uma nova cara para gêneros que até não tinham quase representatividade. Entretanto, quando o assunto é diversidade corporal parece que o caminho ainda é mais longo. Felizmente, nomes como a Lizzo esta aí para ajudar a quebrar essas barreiras assim como a rapper cupcakKe.

Conhecida pela sua língua afiada ao falar, principalmente, sobre sexo, cupcakKe é um verdadeiro empoderamento em pessoa, mesmo que infelizmente enfrenta uma depressão nos últimos anos. E acredito que Bird Box é uma forma da rapper lidar com alguns problemas, pois a canção sai do esquema normal das temáticas ao ser um recado claro e direto para os "odiadores" de plantão. Sem meias palavras, a rapper entrega uma composição sensacional que consegue manter a sua verborragia única em um trabalho mais "sério" e focado. Além disso,  Bird Box tem uma produção impecável, misturado bem hip hop com electropop com uma atmosfera sombria e equilibrada. Mesmo com uma qualidade acima da media, a canção não tem o mesmo apelo quando a voluptuosa rapper está no seu território com em Squidward Nose.

Squidward Nose é sobre a frustração da rapper em perceber que o cara com que está saindo não tem, digamos, um grande talento. E o principal: cupcakKe gosta de cara que tem atributos parecidos com o nariz do Lula Molusco. Sim, queridos leitores, Squidward Nose é sobre o tamanho de pênis e, sim, a letra tem várias passagens bem explicitas. Entretanto, a composição tem uma inteligencia tão aguçada ao lotar a mesma com dezenas de referências da cultura pop sem parece desespero ou presunção. E mais: o refrão é um trabalho certeiro e divertidíssimo. A produção é ainda mais refinada que o trabalho anterior, pois consegue entregar um trabalho hip hop/electropop dançante que fica no equilíbrio exato entre a paródia e a seriedade. A deliciosa e suculenta cerja em cima do cupcake é a magnética, carismática e poderosa presença da rapper, entregando duas performances impecáveis e de uma versatilidade ímpar. Espeto que mais e mais artistas de todas os tipos e formam possam ter cada vez mais espaço.
nota
Bird Box: 7,5
Squidward Nose: 8

A OK OK

A No No
Mariah Carey

Se o último álbum da Mariah não me empolgou, ao menos o mesmo é responsável por dar ao público a divertida A No No.

Com co-produção de Jermaine Dupri, A No No é um decente e, por vezes, divertido R&B/hip hop dançante que não tem a mesma pungência que uma It's Like That, mas funciona melhor que a maioria das outras canções do álbum. Acredito que a batida nada contida e a sua despretensão sonora ajuda a canção ser um destaque no meio de canções tão lineares. Além disso, a boa e inteligente composição é outro acerto, pois lembra bons momentos da cantora na última década. Não é com A No No irá voltar ao topo, mas o resultado final é um bem vindo ok.
nota: 7

25 de março de 2019

Um Toque de Cardi

Sally Walker
Iggy Azalea

Não acredito que o lançamento de Sally Walker será a responsável em fazer a Iggy Azalea voltar ao topo das paradas mundiais, mas é interessante ver que a rapper está tentando da melhor forma que pode. E mais: a canção é uma prova da atual influência da Cardi B.

Seguindo os caminhos que ajudaram a Cardi B estourar com o sucesso de Bodak Yellow, Sally Walker é hip hop minimalista, direto e com forte influência do trap que ajuda a dar personalidade para a canção. Também lembrando Humble do Kendrick Lamar, o single tem uma produção decente e até divertida, mas que não consegue sair da sensação de ser uma cópia razoavelmente bem feita. Faltou nuances na construção da canção e, principalmente, uma performance poderosa de Iggy. As duas músicas citadas são perfeitas, mas tinham interpretes em atuações sensacionais que conseguiam elevar as mesmas. A rapper australiana entrega uma boa performance, porém, sem ter a mesma força artística, resultado em algo apenas mediano. A composição é divertidinha e tem bons momentos, não ajudando muito o resultado final. O bom mesmo é ver que a Iggy Azalea pode estar no caminho certo.
nota: 6,5

24 de março de 2019

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Complicated
Avril Lavigne

Ao resenhar o mais novo álbum da Avril Lavigne relembrei que a canadense pode até não ter a mesma força comercial que no começo da carreira, mas é indiscutivelmente um dos principais nomes do pop que surgiu depois da virada do novo milênio. E mais: a cantora foi uma das peças principais responsável por moldar o cenário pop nas últimas décadas. Então, nada mais justo que voltar alguns bons anos e revistar o seu primeiro grande sucesso: Complicated. Para entender o sucesso de Complicated é necessário voltar no tempo e compreender exatamente o contexto em que a canção foi lançada.

Começo de 2002. O mundo tinha acabado de passar pela mudança de milênio. A tecnologia começava a evoluir em uma rapidez como nunca antes na história. E a indústria fonográfica vivia a época de uma nova geração de ídolos jovens em plena ascensão. "Liderados" pelo então fenômeno Britney Spears, a geração era a representação do que se achava de mais "perfeito" na sociedade americana, representando o tal falado "sonho americano". Jovens, bonitos, talentosos e capazes de atrair uma multidão de jovens fãs assim como a atenção da mídia, a geração Dois Mil é a primeira a se beneficiar do uso da tecnologia, mesmo que ainda em processo de passos de formiga. Entretanto, haviam uma parte do público jovem que não se viam exatamente nessas figuras, mas, ao mesmo tempo, também queriam ter uma voz no mesmo nível. É aí que surge Avril Lavigne.

Apesar de estar quase no mesmo nicho que a P!nk, a canadense representava um grupo ainda mais diferente dentro do mainstream jovem em 2002. Com apenas dezoito anos de idade na época, Avril precisou ser muito bem gerenciada até descobrir qual seria a sua imagem, mas o resultado foi certeiro: cantora veio para representar o que intitulei de o "gótico de butique". Influenciada pelo punk, mas com os dois pés afundados no pop, Avril se transformou na representação de jovens que queriam ser diferentonas, mas que, além de não terem exatamente ideia sobre como serem rebeldes de verdade, não queriam estar distantes do que eram moda naquele momento. E a cantora era exatamente isso ao se apresentar com roupas estilo punk/grunge, mas com etiquetas de grifes e valores bem altos. Dona de um rosto angelical,  a cantora quase não usava maquiagem e tinha como marca um delineador preto bem marcado nos olhos. E, obviamente, a maior bandeira de propagação era através da música. 

Produzido pela equipe The Matrix, Complicated consegue ao mesmo tempo ser o oposto do que o pop em 2002 era e encontrar o seu próprio nicho no mainstream. Vendido como um pop rock/alternative rock, a canção é, na verdade, um bom e velho pop comercial que apenas possui um verniz diferente e nem tão espesso como é esperado. Bem produzida e com parte técnica elogiável, Complicated não parece ter envelhecido como outros sucessos da época. Não que tenha se tornando uma canção ruim, mas. quanto mais o tempo passa, fica bem claro a sua criação foi algo artificial como suco em pó e, não, algo orgânico que foi descoberto com potencial de ser comercial. Claro, para pessoas como eu que viveu a época, a canção deve ter um lugarzinho no coração. Além disso, Complicated também uma composição madura sobre a percepção da falsidade das pessoas e o desejo de mais naturalidade. Obviamente, o trabalho vai de encontro com os "valores" daquela geração do público que, ao mesmo tempo, questionava quem era o "padrão" sendo um tipo novo de "padrão". De qualquer forma, Complicated tem um lugar guardado no panteão das canções pop mais importantes da história, mesmo tendo sido lançada para ser contra o pop.
nota: 7,5

23 de março de 2019

Sem Vida

wish you were gay
Billie Eilish

Depois de duas resenhas que, apesar de boas, eu não tinha ainda encontrado o problema com a novata Billie Eilish. Finalmente posso apontar com certeza o que me incomodada na sonoridade da jovem: a falta de vida. Cheguei a essa conclusão com a canção wish you were gay.

wish you were gay tem todas as características que fãs desse indie pop "too good for school" que a jovem de 17 anos representa: letra ácida e com uma profundidade media à régua, atmosfera pop que finge ser algo maior do que realmente é e uma a presença de uma cantora vocalmente diferente e que acredita que a sua interpretação é algo realmente novo. Essas coleções de "elogios" pode até parecer criticas, mas quando as mesmas são entregues com verdadeiro espero pode ser um verdadeiro trunfo sonoro que, normalmente, não agrada a todos. O problema é que em wish you were gay nada disso funciona como deveria, revelando impetuosamente a falta de força vital de Billie Eilish. 

wish you were gay é um trabalho lento demais na sua primeira metade e pouco criativo quando surge as nuances nada novas na sua segunda parte. Produzido pelo seu irmão, a canção deixa Billie completamente exposta e sem quase nenhuma base para se sustentar. Na verdade, a composição tem algo que pode ser chamado de interessante, parecendo prometer que com a maturidade teremos uma artista realmente inteligente e com uma deliciosa ironia. Entretanto, nesse momento a letra sobre não ser correspondida pelo crush e, por isso, desejar que ele seja gay para explicar a falta de interesse soa como as declarações de uma menina mimada e que ainda não sabe muito sobre a vida. E o que mais irrita é como a jovem se coloca vocalmente em uma performance irritante e que parece que a mesma estava muito entediada para cantar a própria canção. Sem a sorte de boas músicas, Billie Eilish se mostra uma artista em busca da sua própria vida.
nota: 5

21 de março de 2019

Muita Gente, Pouca Música

I Can't Get Enough
benny blanco, Tainy, Selena Gomez & J Balvin

Um mal que vem assolando o cenário musical é a ascensão de uma prática que não acrescenta nada: a lotação de nomes em apenas uma canção. Olhemos o caso de I Can't Get Enough.

Apesar de verdadeiramente apenas a Selena e J Balvin estão presente vocalmente, a necessidade de creditar quatro pessoas em I Can't Get Enough é um verdadeiro exagero infumável. Ainda mais que a produção de benny e do produtor de reggaeton Tainy não conseguem entregar uma canção que nem ao menos consegue chegar perto do mediano. Sonoramente, a mistura de electropop com reggaeton é uma das mais fracas e insonsas que já passaram pelo grupo. E nem usando os principais clichês dos gêneros é capaz de fazer de I Can't Get Enough seja um trabalho comercial de verdade. A inexistente composição é piegas e de uma falta de criatividade absurda e a presença de Selena e J Balvin nem ajudam a canção ter alguns pontinhos, pois suas performances são massificadas e sem nenhum pingo de força. Sinceramente, quando a quantidade de pessoas envolvida em uma canção é mais impressionante que qualquer coisa na canção é porque algo deu muito errado.
nota: 4

El Bad Boy Boa Praça

I Guess I Just Feel Like
John Mayer

Com uma carreira que inclui sete Grammys, milhões em cópias vendidas e alguns hits, John Mayer parece ser mais lembrado pela sua fama de bad boy. Apesar de carismático, a figura do cantor se tornou associada com algumas polêmicas, especialmente a envolvendo os inúmeros relacionamentos amorosos com algumas famosas. De tempos em tempos, porém, John resolve lançar músicas como é caso de I Guess I Just Feel Like.

Se nos últimos anos, John Mayer parece que tinha entrado em uma marcha automática, entregando bons trabalhos que, porém, tinham a sensação de serem mais do mesmo, I Guess I Just Feel Like vem para dar um chacoalhão nessa continuidade. Não espere uma mudança sonora e, sim, a realização do que o músico sempre fez de forma exemplar, pois I Guess I Just Feel Like é um indie rock/pop com uma produção certeira e uma instrumentalização sensacional. Com dois solos instrumentais que poderia até ser encurtados, Mayer nos faz relembrar o quão bom é o seu domínio sob a guitarra e como o mesmo utilizar para elevar uma canção linear como I Guess I Just Feel Like. Com um letra simples e profundidade e uma performance ao seu estilo contido e charmoso, John Mayer pode até ter uma "fama de mal", mas quando quer é um artista acima de qualquer título pessoal.
nota: 7,5

19 de março de 2019

POPular

Talk
Khalid

Se existe algo realmente compreensível comercialmente para um artista fazer é dar uma popularizada na sua sonoridade ao adicionar um toque de pop. E se for feita na medida certa é ainda melhor, pois apenas acrescenta qualidades. Talk do Khalid é um bom exemplo.

Produzido pelo duo britânico Disclosure, Talk é R&B/pop que flerta delicadamente com electropop e uma atmosfera dos anos oitenta. Sem maiores compromissos com esse flerte, o single torna-se um agradável trabalho, mas que deixa na boca a vontade de ouvir como seria a canção se a produção tivesse mergulhando mais fundo nesse caminho. E essa possibilidade fica bem clara devido a presença certeira de Khalid na canção, pois o cantor mostra habilidade em segurar esse tipo de canção. O problema da canção é a sua genérica composição que se apóia em clichês para entregar um trabalho lírico apenas mediano. De modo algum um trabalho ruim, Talk só mostra que Khalid tem como se popularizar se aparara as pontas certas.
nota: 7

18 de março de 2019

O Mesmo, Mas Diferente

So Am I
Ava Max

Imagina você é um treinador que conseguiu montar um time que venceu de forma arrebatadora o primeiro jogo de um campeonato importante. Você seria corajoso o suficiente para mudar o time para o segundo jogo? Claro que não, né? É provavelmente isso que a novata Ava Max deve ter pensado ao lançar So Am I.

Seguindo os mesmos passos de Sweet but PsychoSo Am I é uma bom e bem feito pop comercial que consegue pontos ao ser fiel ao gênero. Na verdade, a nova canção é quase uma cópia da anterior, mudando apenas o teor lírico. Falta de criatividade? Pode até ser, mas, por enquanto, o resultado está funcionando bem. Como dito, a diferente de So Am I é que a sua composição sai do dark cool para passar uma mensagem positiva sobre aceitação e diversidade. Esbarrando no clichê aqui e ali e bem intencionada, a canção tem momentos realmente divertidos e inteligentes (Oh so dressed so fancy, like Sid and Nancy). Espero que o próximo single de Ava Max possa mostrar o real potencial da cantora e não confirmá-la como um pônei de um truque só.
nota: 7


Teste

Peer Pressure (feat. Julia Michaels)
James Bay

Assim como vários artistas, o britânico James Bay caiu na famigerada maldição do segundo álbum. Depois de um começo com um sucesso grandioso com o álbum Chaos and the Calm que teve os hits Hold Back the RiverLet It Go, o segundo álbum, Electric Light, lançado no ano passado passou meio que desapercebido. Então, o momento para carreira do cantor é de fazer alguns testes para acertar por qual caminho trilhar. Por isso, Peer Pressure é uma escolha inteligente.

Lançado como um single aparentemente "solto", Peer Pressure é um agradável e comercial balada pop que tem todas as qualidades para ter um bom resultado nas paradas ao acertar em quase todos requisitos. Apesar de uma produção cautelosa demais, o single tem uma atmosfera certeira para conquistar uma parte do público que preza por se encantar por canções românticas quase clichês. A composição caminha nesse mesmo território ao ser quase um encontro do Ed Sheeran com o James Arthur, mas é bem escrita e tem seu charme. O grande defeito de Peer Pressure é utilizar a Julia Michaels quase como uma back vocal de luxo ao não dar um solo para a jovem, mesmo que a performance segura de James. Peer Pressure é um teste ideal para mostrar para qual lado deve ir a carreira de James comercialmente.
nota: 7

17 de março de 2019

A Sumida da Inglaterra

Flux
Ellie Goulding

Depois do reaparecimento da Sara Bareilles chegou a vez da Ellie Goulding começar a fazer o seu retorno com o lançamento de Flux.

Apesar de ter lançado algumas canções ao lado de nomes como Diplo e Kygo, Flux parece ser a primeira canção realmente composta para o seu próximo álbum. E, ao contrário de alguns sucessos na sua carreira, o single está bem longe do apelo radiofônico que a cantora sempre apresentou. Felizmente, isso não é um problema tão grande, pois a canção dá uma boa visão da evolução artística de Ellie, especialmente a parte lírica. Flux é uma excepcionalmente bem e com uma profundidade emocional rara canção sobre não saber se a outra pessoa em um relacionamento sente o mesmo, gerando grandes dúvidas se vale a pena investir em algo que tem todos os indícios para acabar mal. Sincera e de uma beleza lirica tocante, Flux poderia ter uma produção bem mais ousada, pois a canção não é nada mais que uma competente e delicada balada pop não atinge o mesmo nível de força que uma Love Me Like You Do. Isso não é algo que possa fazer a canção perder pontos no resultado final já que a volta da Ellie está só no começo e acredito que ainda tem boas surpresa por vim.
nota: 7,5

2 Por 1 - Carly Rae Jepsen

Now That I Found You
No Drug like Me
Carly Rae Jepsen

Se 2018 foi um péssimo ano para as artistas femininas em relação ao lado comercial, 2019 parece que vai ganhando contornos bem melhores E, melhor ainda, parece que a qualidade dos lançamentos feitos por cantoras está só aumentando como prova o lançamento duplo da Carly Rae Jepsen.

Provavelmente parte do seu próximo álbum, Now That I Found You e No Drug like Me deixam claro que a cantora irá continuar a apostar acertadamente na sonoridade que ajuda a fazer de E•MO•TION uma pequena joia pop: electropop com fortíssima influência dos anos '80. E é bem fácil observar essa característica ao perceber que Now That I Found You poderia muito bem ter sido lançada por algum nome da época como, por exemplo, Tiffany ou Debbie Gibson. Eletrizante do começo ao fim, mas com doses cavalares de romantismo, Now That I Found You é de um refinamento sonoro exemplar, mesmo que não tenha a mesma força que outros trabalhos da cantora. Na verdade, a canção é inferior a sua "companheira" de lançamento, pois No Drug like Me é uma inspirada e envolvente mid-tempo electropop que consegue emoldurar perfeitamente a vibe dos anos oitenta sem esquecer o toque de modernidade. Elegante e com uma batida deliciosa, a canção ajuda a mostrar a qualidade lírica de Carly, pois o público fica diante de uma canção pop que saber ter profundidade sem perder a estética. E como a cereja em cima do bolo, a cantora entrega performances vibrantes e com uma personalidade carismática que se casam perfeitamente com as canções. Que 2019 continue nessa mesma toada.
notas
Now That I Found You: 7
No Drug like Me: 7,5

16 de março de 2019

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Ao resenhar o álbum de covers do Weezer afirmei que "existe uma constante em fazer o cover de uma canção clássica: respeitar a versão original ao alterar o mínimo possível e dando a melhor na parte técnica possível ou reverter tudo em um trabalho completamente desconstruído e surpreendente, dando o seu toque pessoal.". E é desse segundo cenário que está firmemente calcada a canção de hoje em  As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer. Na verdade, na minha humilde opinião, a canção de hoje é o melhor exemplo de um cover que conseguiu reinventar uma canção sem perder, porém, a sua essência. Sem mais delongas aqui está...



13 de março de 2019

As Contas Chegam

Sucker
Jonas Brothers

Depois de se aventurarem em carreiras solos com algum sucesso, principalmente a do injustiçado Nick, e o Kevin não fazer nada durante todo esse tempo, os irmãos Jonas resolveram voltar com a banda que os levaram ao sucesso lá pela metade da década passada. E para começar a nova trajetória, os Jonas Brothers lançaram Sucker.

Vamos aos fatos: apesar do grande sucesso entre o público teen, o trio nunca tiveram em mãos algum trabalho que pudesse realmente mostrar o que os mesmo eram capazes. Só nas carreiras solos de Nick e do Joe é que podemos ter uma noção. Então, o mais certo em assumir que o trio irá se beneficiar da experiência dos dois para dar uma nova cara para a sua sonoridade. E Sucker é o resultado dessa nova fazer do trio que, apesar de ainda precisar aparar as pontas, se mostra um caminho acertado.

Sucker é um dance-pop/electropop que apresenta boas ideias, mas não tem força suficiente para se sustentar inteiramente. Em comparação aos trabalhos anteriores da banda, o single é uma evolução e tanto, mas ainda está longe do que seria o ideal. Apesar da instrumentalização cheia de boas ideias e uma construção bem amarradinha, Sucker perde fôlego da sua metade para frente, deixando a sua parte final com uma leve sensação de estar arrastada. Com composição dos Jonas ao lado de Ryan Tedder, a composição é um trabalho até legal que perde pontos no seu longo refrão. O melhor da canção são os seus vocais que realmente mostram a evolução dos seus integrantes. Espero de verdade que a volta do Jonas Brothers não seja apenas para pagar as contas, mas, também, um verdadeiro passo artístico.
nota: 6,5


12 de março de 2019

Hoje Não, Faro! 2: Não Foi Malandra

Bola Rebola (feat. J Balvin, Anitta & Mc Zaac)
Tropkillaz

Um fato sobre o Carnaval de 2019: não teve "o" sucesso que normalmente é conhecido como a canção da festa. E nem o bonde pesado que entoa a salada de frutas de Bola Rebola conseguiu salvar.

Capitaneado pelo Tropkillaz, Bola Rebola é uma até legalzinha mistura de latin pop com funk e hip hop que empolga mais do que eu esperava, mas que apresenta erros pontuais que não deixa a canção voar como poderia. O primeiro deles é o fato da canção ficar em uma batida linear que nunca chega ao seu verdadeiro clímax, deixando muito a desejar. Além disso, o refrão é repetitivo e colocado nos momentos errados. Além disso, a distribuição dos três artistas vocalista é questionável, mesmo que os três tenham entregado performances inspiradas para o tipo de canção. O segundo e mais importante problema é a sua composição salada de fruta sem graça: obviamente, ninguém espera algo nível Chico Buarque, mas Bola Rebola é um trabalho, digamos, questionável. Se não bastasse isso, a decisão por fazer uma letra meio português, meio espanhol, meio inglês e meio portunhol não ajuda em nada, principalmente quando a Anitta não canta uma frase inteiro em português. Nada contra a Anira ser poliglota, mas é uma bola fora a mesma não ter um verso na sua língua. E, claro, isso não ajudou em nada para fazer de Bola Rebola a canção desse Carnaval. 
nota: 6

11 de março de 2019

Sem Amarras

Adore You
Jessie Ware

O surgimento da era digital que trouxe a possibilidade ter apenas uma música através de download ou/e streaming, invés de comprar o álbum inteiro ou uma mídia física, abriu a possibilidade de artistas poderem lançarem canções "soltas" sem precisar ter um vinculo com algum trabalho. E assim que a britânica Jessie Ware está fazendo com o lançamento de Adore You.

Seguida do lançamento de OvertimeAdore You segue não apenas o mesmo modelo de divulgação, mas, também, a mesma sonoridade. Aqui é possível ouvir Jessie explorando o seu lado eletrônico ao entregar uma caprichosa e deliciosa mistura de EDM com pop soul. Apesar de não ser melhor que a canção anterior, Adore You apresenta uma magnética instrumentalização que consegue equilibrar romantismo com sensualidade e o fator "dançante". Com a sua voz aveludada, Jessie entrega uma performance envolvente e no ponto exato para segurar a atmosfera da canção. Uma pena, porém, que a composição seja tão simples, mesmo que um trabalho bom, Adore You faltou aquela emoção que as canções da cantora apresentam de praxe. Todavia, o ponto alto da canção é a possibilidade de ouvir Jessie sair do seu lugar comum e arriscar em lançamentos sem nenhuma amarra criativa.
nota: 7,5 



9 de março de 2019

Pop Adulto

Fire
Sara Bareilles

Assim como trocar uma lâmpada que a gente só lembra realmente quando uma queima e ficamos no escuro, alguns artistas só são lembrados quando  lançam algo novo. E é aí que lembramos o quanto o mesmo é importante só quando aparece algum trabalho novo. Esse é o caso da Sara Bareilles.

Dona de uma carreira sólida, Sara chega ao seu sexto álbum (Amidst the Chaos deve ser lançado no começo de Abril) sem precisar comprometer a sua sonoridade pop contemporânea com influências de jazz, blues e indie, mas mostrando que vem evoluindo. O primeiro single deixa bem claro essa mudança, pois, apesar de estar na mesma zona de seus sucessos como, por exemplo, King of AnythingBraveFire mostra algo de novo em sua construção. Menos comercial que as canções citadas, o single tem uma instrumentalização que, a principio, pode afastar ou causar estranheza para quem ouve pela primeira vez. Com uma batida que lembra referências do folk/country, Fire é um dinâmico e rico mid-tempo pop adulto que pode não ser para todos os gostos. Felizmente, quem aprecia um pop mais trabalhado vai encontrar uma pequena pérola em Fire. Além disso, Sara é dona de uma escrita excepcional e consegue entregar uma refinada e inteligente composição sobre terminar uma relação meia boca sem precisar soar dramática demais ou demasiadamente fria. E, apesar de não está na lista de nomes mais frequentes na playlist de muitos, a Sara Bareilles sempre que aparece é sempre muito bem vinda.
nota: 7,5

6 de março de 2019

Still Lost

Last Hurrah
Bebe Rexha


Mesmo alcançando certo sucesso comercial e conseguindo duas indicações ao Grammy (incluindo para Best New Artist), Bebe Rexha ainda parece estar meio perdida em relação a sua carreira. Ou vocês acham que uma cantora de pop que tem como maior sucesso uma canção meia boca de country pop e um álbum péssimo é sinal de ter se encontrado artisticamente? De qualquer forma, Bebe continua a sua busca ao lançar Last Hurrah.

O lado negativo de Last Hurrah é que a canção não deve fazer sucesso comercial. O lado bom é que a canção dá indícios que a cantora ainda pode fazer algo como o do começo da carreiraLast Hurrah é um decente e bem produzido pop com pitadas de pop rock e dance- pop que consegue se sustentar por si com uma batida redonda e uma atmosfera acertada. Rápida e rasteira, o single falta profundidade, mas não é algo que se possa chamar de desperdício. A melhor parte é a sua criativa, divertida e moderadamente empoderada que fala sobre juntar as suas forças para lutar contra o que te faz mal. Bebe, por sua vez, segura a canção bem, mas longe de mostrar realmente para o que veio. A cantora pode até está perdido, mas o caminho se mostra bem a sua frente. É só seguir.
nota: 7

4 de março de 2019

Novos Ares

Feel Something
Adam Lambert

Assim como a Jennifer Hudson, Adam Lambert não precisou vencer o American Idol para se tornar uma figura importante no mundo da música, seja pela sua sólida carreira solo ou por ter assumido os vocais do Queen. E é por isso que é bom ver a evolução sonora de Adam com o lançamento da interessante Feel Something.

Conhecido pela sua sonoridade pop com toques de pop rock, dance-pop e glam rock e com uma pegada sempre poderosa, Adam aposta na delicadeza em Feel Something ao entregar um refinado e melancólico mid-tempo pop/indie pop. Claro, existe uma surpresa ao ouvir a canção, mas é algo positivo para a construção da identidade do cantor, mostrando versatilidade e um tino artístico mais elaborado. É verdade que a canção poderia ser mais aprofundada, pois a produção erra ao não deixar o arranjo mais complexo. Todavia, a canção é elevada pela performance de tirar o fôlego de Adam que acompanha o estilo da canção ao entoar a mesma de forma contida e, por vezes, contemplativa. Isso ajuda o público a compreender melhor a inspirada e madura composição sobre sentir-se sozinho, procurando desesperadamente por algo que possa dar alguma sensação real de estar vivo. Um trabalho menor, mas que mostra um importante e bem vinda mudança de ares para a carreira de Adam. Que bom!
nota: 7,5

O Inexorável John Legend

Preach
John Legend

Com uma carreira que já se aproxima de vinte anos, John Legend é, provavelmente, um dos melhores artistas masculinos norte americanos da atualidade. Apesar de não atingir níveis de vendagem impressionantes, apesar de alguns sucessos no currículo, o cantor é mais bem conhecido pela sua constância criativa e a sua constante luta em questões sociais. E essas duas coisas se refletem no seu novo single, a ótima Preach.

Apesar de ser conhecido por canções românticas como Ordinary PeopleAll of Me, John Legend sabe muito bem colocar as mazelas da sociedade em suas canções como provou na vencedora do Oscar, Glory, E se Preach não tem a mesma força desse último, o single é uma revigorante e urgente canção protesto sobre a atual situação da sociedade americana que, na verdade, vale para qualquer uma ao redor do globo. A canção incita que aqueles que estão cansados de como as coisas estão caminhando é melhor parar apenas de falar e começar a agir de fato para as mudanças aconteceram. Direto como um soco no estômago, Preach também tem uma produção acertadíssima ao entregar uma poderosa R&B/soul/gospel que pode não ser uma grande novidade, mas se mostra ideal para passar a poderosa mensagem e, principalmente, dar suporte para que John Legend consiga brilhar vocalmente. Se existisse justiça de fato no mundo, a mensagem de Preach seria ecoada por todo o mundo. E John Legend estaria no topo das paradas.
nota: 8

3 de março de 2019

A Princesinha do Country Moderno

Rainbow
Kacey Musgraves

Comentei recentemente sobre a importância da Kacey Musgraves para o movimento da nova geração das cantoras de country, mas nada melhor do que falar diretamente da cantora. Aproveitando a sua apresentação na noite do Grammy, Kacey lançou a delicada Rainbow.

Mesmo não sendo a melhor de Golden Hour, Rainbow é uma boa amostra sobre o motivo que a Kacey é tão aclamada criticamente: a sua sensibilidade. O single é uma edificante, simples e nada clichê canção sobre superar os seus problemas ao olhar o bom da vida que rodeia cada um depois de um período difícil. Escrita há mais de seis anos, a canção teve importância na vida de Kacey, pois foi uma canção que a sua avó a viu escrever e que foi tocada no funeral da matriarca. Além disso, a cantora dedica a canção para todo o seu público, em especial o LGBTQ, como uma forma de ajudar quem está passando por momentos sombrios na vida. Sonoramente, a canção é uma contida e suave balada country pop que não é revolucionária, mas é um trabalho bem produzido e que deixa Kacey brilhar da melhor forma. E é assim que se vai construindo a nova princesinha do country.
nota: 7,5


Um Alento

Walk Me Home
P!nk

Durante toda a sua carreira, a P!nk sempre entregou canções que de alguma forma falavam de sentimentos e emoções bem mais profundas que o normal para o mundo pop. As dificuldades em se manter sóbrio (Sober). A decepção de perder alguém que se ama (Who Knew). As lutas de uma jovem em busca de seu lugar no mundo (Don't Let Me Get Me). Os altos e baixos de um relacionamento (Try). E até mesmo a luta por uma sociedade mais junta (What About Us). Como primeiro single do seu próximo álbum, a cantora resolveu presentear o seu público com um tocante alento em forma de música.

Walk Me Home não foge de mostrar emoção sincera e, por vezes, desconcertante que a P!nk sempre primou nas suas canções, mas dessa vez o foco é diferente já que a canção quer passar a mensagem que ás vezes é bom fugir um pouco dos problemas. Se as canções citadas tinham uma sensação que a cantora estava enfrentando os seus problemas, Walk Me Home mostra que a mesma não tem medo de querer se abrigar no ombro de quem se ama e tentar abafar dos "ruídos" do mundo em que vivemos. Uma mudança e tanto, mas que não impede da cantora entregar uma composição madura e com um senso pop exemplar devido ao seu ótimo refrão. Sonoramente, Walk Me Home mostra que a cantora conseguiu dominar o seu próprio estilo de pop com toque de pop rock, mesmo que não seja o melhor da sua carreira. De qualquer forma, Walk Me Home é o tipo de presente que a cantora sempre sabe entregar para o público como poucos são capazes atualmente. 
nota: 7,5

2 de março de 2019

De Olha Nela

When I Die
ALMA

Para quem curte um pop menos mainstream é bom ficar de olho na finlandesa ALMA que está prestes a lançar o seu primeiro álbum que se tiver canções como When I Die poderá ser algo realmente interessante.

Conhecida pelo sucesso contido da mediana de Chasing Highs na Inglaterra, a finlandesa ALMA surpreende com a interessante When I Die. Bem longe de qualquer lugar comum, o single é uma inusitada e criativa mistureba de dance-pop com indie rock e electropop que tinha todo para não funcionar, mas, por algum motivo, funcionar melhor que o esperado. As mudanças sonoras ao longo de uma canção com um pouco menos de três minutos dá uma leve sensação que a produção quis enfiar tudo de uma vez. Isso não consegue, porém, de fazer a canção funcionar dentro da sua estranheza, principalmente devido a sua curiosa composição em que a cantora deseja sair dessa vida com um verdadeiro "boom". Na verdade, a composição usa de uma estética audaciosa para falar, na verdade, sobre o famoso e velho "aproveite a vida como se não houvesse amanhã". Além disso, ALMA entrega uma performance na medida certa com versatilidade e um toque de cinismo perfeito para a canção. Então, acredito que When I Die é a razão ideal para dar uma canção para ALMA.
nota: 7,5