16 de novembro de 2021

Primeira Impressão

Dawn of Chromatica
Lady Gaga




Terminei a resenha de Chromatica dizendo que a GaGa “entrega o que estava prometendo: um divertido álbum pop e nada mais. Para saber a reação de cada um é necessário saber em qual lado do prisma amor/ódio você se encontra em relação a GaGa”. E é assim também é com o álbum remix Dawn of Chromatica. Quem gostou do original vai acabar curtindo de verdade essa divertida aventura inofensiva. Quem não embargou para esse planeta deve continuar odiando tudo que vê. No meu caso moro exatamente no meio ao realmente achar divertido em uma primeira escutada, mas nada realmente me empolga nesse planeta da GaGa que a mesma nem faz muita questão de visitar.

A melhor coisa de álbum remix é a coragem de sair completamente fora do lugar comum sem perder a essência do álbum original ao chamar nomes interessantes para criarem as versões remixes ou/e participarem. Uma pena, porém, que o resultado é extremamente irregular. Enquanto alguns elevam o material, outros criam versões arrastadas de canções que já não eram impecáveis e outros atrapalham bons momentos com decisões erradas. O melhor exemplo dessa montanha russa são os dois remixes de Babylon. A versão com a participação de Bree Runway e produção de Jimmy Edgar acerta no alvo ao resultar em uma excitante faixa que adiciona uma dose cavalar de personalidade sem perder a essência de uma das melhores faixas do álbum original. Enquanto isso, Babylon (Haus Labs version) resulta em uma versão apenas ok que não faz jus ao material original e nem coloca nada de excitante no contexto final. E isso acontece em vários outros momentos de Dawn of Chromatica, deixando os melhores momentos para aqueles convidados que decidem partir para a ousadia. E é por isso que a versão de Dorian Electra para Replay é tão sensacional, pois quebra quaisquer expectativas ao criar uma versão electro/rock que consegue elevar e muito a faixa original que, sinceramente, nem lembrava antes de escutar a versão remix. Outros momentos interessantes, mesmo que não sejam sensacionais, ficam por conta de Free Woman com a participação da sempre ótima Rina Sawayama e produção de Clarence Clarity, a parceria de Charli XCX com o produtor A. G. Cook resulta em uma elétrica versão de 911, a rapper Shygirl dá a sensualidade que faltava para Sour CandyStupid Love remixado por Coucou Chloe é o único remix sem featuring que funciona e, por fim, Fun Tonight se torna em uma inusitada forró/arrocha com a participação de Pabllo Vittar. Completamente dispensável, Dawn of Chromatica adiciona peso para a discografia da GaGa apenas para os fãs que ainda moram em Chromatica. Uma pena.

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