9 de novembro de 2021

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Be Right Back
Jorja Smith



Conquistando aos poucos um espaço próprio dentro do mainstream, a cantora Jorja Smith é o tipo de artista que conquista pelo imenso talento. Ainda sem ter um material que esteja exatamente a sua altura, a cantora ainda precisa corrigir algumas pontas soltas sonoramente em seus trabalhos. Entretanto, o EP Be Right Back é uma doce e interessante previa do que Jorja pode entregar no seu segundo álbum.

Com oito faixas, Be Right Back funciona primordialmente devido a presença luminosa e sedosa de Jorja que adiciona doses cavalares de personalidade, conseguindo elevar todo o material em outro patamar. Isso não quer dizer que a produção comete erros graves, mas, sim, não dá para a cantora uma base forte suficiente para que o resultado seja acima do bom. Be Right Back começa demonstrando essa percepção com a faixa Addicted: “a canção peca devido a produção não entender muito bem como juntar de forma eficiente essas duas pontas da sonoridade da cantora, deixando a canção linear demais e sem as nuances necessárias para aprofundar a sua atmosfera climática. (...) De qualquer forma, a performance sedosa e sensual de Jorja ajuda Addicted a não ser uma canção apenas morna”. O EP encontra o seu melhor momentos nas faixas seguintes.

Um dos melhores momentos do trabalho, Gone dá para Jorja uma base interessante para que a mesma consiga expor sentimentos delicados como o de lamentar a morte de alguém querido. Uma electro-soul delicado, mas sempre pungente, a faixa encaminha a cantora para uma sonoridade bem mais refinada que precisa ser melhor explorada para encontrar o seu nirvana. O EP continua com a presença da envolvente Bussdown que, apesar de não ter exatamente a mesma força da ótima Be Honest, continua a mostrar a versatilidade da cantora em canções com uma batida “dançante”, mesmo que aqui a cadencia seja mais lenta e sensual. A presença da interessante rapper Shaybo ajuda a dar mais nuances para a canção. Acústica e pendendo para o neo soul, Time é um para Jorja desfilar a força vocal e mostra personalidade criativa. Apesar de ser apenas uma intro, a faixa tem uma interessante produção que poderia ser melhor explorada. Uma que o EP continua de volta a lugares seguros para só depois apresentar coisas interessantes.

Time e Burn são boas faixas que, infelizmente, soam como fillers que não deveriam estar em um trabalho curto como um EP. As duas canções caem nesse lugar que a sonoridade de Jorja perde brilho, especialmente quando não apresentam uma urgência de serem ouvidas. Essa sensação muda com o fechamento de Be Right Back. Começa pela densa Digging que ao aumentar a cadencia da batida apresenta uma força que parece começar a dar para a cantora a base que a mesma merece. E, por fim, o trabalho finaliza com o seu melhor momento: Weekend. A canção é uma delicada, aveludada e complexa construção soul/R&B em que a cantora é cercada de uma produção bastante eficiente e com capacidade de criar algo que a envolve em uma teia intricada de texturas e nuances, lembrando os melhores momentos do seu álbum debut Lost & Found e, ao mesmo tempo, dando um passo adiante. Acima da média, mas ainda longe da capacidade de entrega da cantora, Be Right Back é um bom aperitivo para o que está por vim na carreira da Jorja Smith.
notas
Addicted: 7
Gone: 7,5
Bussdown (featuring Shaybo): 7,5
Time: 7,5
Home: 7
Burn: 7
Digging: 7,5
Weekend: 8
Média Geral: 7,3

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