9 de julho de 2024

Primeira Impressão

DOPAMINE
Normani



Quando começou a sua jornada na carreira solo, a Normani parecia que seria a próxima grande estrela da música. Então, assim como fogo de palha, a sua chama foi apagando rapidamente até que o lançamento do seu debut se tornou quase uma lenda urbana. Então, eis que a mesma anuncia finalmente o trabalho sem o mesmo impacto que teria alguns anos atrás. E o pior é que DOPAMINE reflete isso perfeitamente.

Tenho que apontar que o motivo para o flop da carreira da cantora é da sua gravadora que claramente não soube como trabalhar com a cantora, deixando o que seria um diamante bruto de lado. E é um pouco triste ouvir essa falta de lapidação no álbum, pois o resultado está bem aquém do que poderia ao ser sem foco, sem graça e esquecível. Apesar de bons nomes na produção, DOPAMINE parece um amontoado de faixas que ficaram de fora de um álbum incrivelmente melhor, sendo lançadas como b-sides e não um álbum que realmente tenha sido pensado como um trabalho completo e com alguma personalidade de fato. O pior, porém, é que existe uma ideia boa por trás do trabalho que seria o perfeito para Normani ao dar para mesma uma sonoridade R&B que transita entre o passado e o presente do gênero com alguns ousadias aqui e ali. Todavia, a falta de criativa para boa parte do álbum fazem com que essa ideia se torne apenas um sonho quase distante demais. Isso fica ainda mais evidente quando o álbum realmente acerta o caminho. Um desses momentos é o single Wild Side com a Cardi B em que “a produção aposta em um R&B com uma batida cadenciada, sensual e fortemente inspirada em uma época em que o gênero era um dos principais do mainstream. A grande sacada aqui é não fazer Wild Side não soar datada e, sim, moderna e comercialmente viável para os tempos atuais”. No quesito experimento, Tantrums com participação e co-produção do James Blake é um momento iluminada e surpreende em um álbum tão previsível e monótono. Outro momento de destaque que também mostra perfeitamente o que poderia ter sido é a classuda R&B Insomnia que tem composição da Brandy e os vocais da cantora em segundo plano. Sem o material necessário nas mãos, Normani se torna a que poderia ter sido, desperdiçando um talento nato. Quem sabe se a mesma se torna uma artista independente poderemos ver o seu potencial todo sendo usado da maneira que se deve?


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