21 de setembro de 2024

2 Por 1 - Megan Thee Stallion

Mamushi (featuring Yuki Chiba)
Neva Play (featuring RM)
Megan Thee Stallion

Megan Thee Stallion está exatamente o merece está ao ocupar o lugar de rapper mais importante da atualidade, especialmente comercialmente. E a prova disso é os dois singles mais recentes: Mamushi e Neva Play.

Curiosamente, ambas canções tem ligação com artistas asiáticos, mostrando o interesse da rapper em expandir sua fanbase e explorar suas próprias influencias. Bem antes de virar um dois virais do ano já tinha realmente gostado de Mamushi ao ouvir o álbum que foi retirada. Mesmo curta e rasteira, a produção acerta na sua cadenciada e estilizada batida e que faz dessa southern hip hop ganhar sobrevida. Entretanto, o que realmente faz a canção é presença inusitada do rapper japonês Yuki Chiba. Existe, claro, um ruido em ouvir o flow do rapper na sua língua natal, mas também existe uma vibe carismática nessa estranheza que faz a gente se sentir envolvido pela presença única do rapper. Além disso, a sempre poderosa força da Megan dá o toque sensual da canção, colocando Mamushi como um trabalho que apenas a rapper poderia entregar. Menos inspirada, mas também divertida, está Neva Play.

Puxando mais o pop rap com toques trap e hip hop, a canção marca a parceria com o rapper RM, integrante do BTS. Divertida e carismática, a canção erra em um grande momento: o refrão. Sem pegada e pouco marcante, o refrão de Neva Play não tem o punchline que uma canção desse deveria ter para realmente estourar. Ainda mais quando os pontos da canção se encaixam perfeitamente. RM tem uma voz tão distinta e grave que aqui dá para a canção personalidade a altura de competir com a presença magnética da Megan. Neva Play não é o suprassumo, mas é outro tijolo na construção do domínio da Megan Thee Stallion. Que assim seja!
notas
Mamushi: 7,5
Neva Play: 7

Um Bom Sabor

Taste
Sabrina Carpenter


Entre os pratos sem muita graça que fazem parte de Short n' Sweet, Sabrina Carpenter entrega um bom sabor com Taste.

A melhor qualidade da canção é a influência pop rock que a produção dá para a sonoridade pop da cantora, adicionando novas nuances para o resultado final que se torna quase irresistível e viciante. Além disso, Taste apresenta uma performance iluminada da cantora em que a mesma deixa nítido um pouco do seu potencial quando tem em mãos um material que a acompanha perfeitamente. Não é um prato para ser melhor do ano, mas alimenta a fome de quem quer um pop bem feito. 
nota: 7,5

Mais Raye, Por Favor!

Moi
Central Cee & RAYE


Como você pode convidar um talento como o da Raye e não usar ela de maneira a explorar todo o seu potencial? Esse é caso de Moi do rapper Central Cee.

Participando um verso logo no começo da canção, a cantora é literalmente o ponto alto da canção ao elevar a canção para outro nível com a sua presença iluminada e marcante. E os versos em francês dão um toque especial para a sua presença. Depois disso, a cantora some completamente de Moi, deixando um gosto de quero mais fortíssimo. Mesmo que Central Cee entrega uma performance sólida, a canção careceu das texturas vocais que Raye poderia dar para o resto da construção dessa boa mistura de rap, pop e uk garage. Não é um trabalho sensacional por não saber se apoiar no seu maior trufo, deixando essa sensação que faltou algo que estava já diposição.
nota: 7

Desrespeito

Mania de Você
Anitta


Dá até para entender o motivo da regravação de Mania de Você da eterna Rita Lee pela Anitta e, sinceramente, acho que daria certo se não fosse a maneira porca que a produção lida com esse trabalho.

Tema da nova novela da Globo das nove, essa regravação até tem uma ideia boa por trás ao fazer uma versão pop/electropop com uma atmosfera épica. E isso seria até passável, mas, por algum motivo, a canção foi lançada com apenas um minuto e meio como se fosse apenas para justificar a sua existência como tema de abertura. Não há nenhum cuidado ou respeito de verdade em fazer uma canção que não seja um rascunho mal engembrado, mal pensando e que não dá um mínimo de respeito para Rita e o seu legado. Uma vergonha que merece apenas uma nota.
nota: 0

13 de setembro de 2024

A Volta da Gloriosa

Eusexua
FKA twigs


Depois de um hiato de quase três anos sem lançar nenhuma música, a FKA twigs está finalmente de volta a música com o álbum e o single de mesmo nome: Eusexua.

Uma das grandes qualidades da cantora é que apenas de ter uma personalidade bem definida artisticamente, a gente nunca pode de verdade prever o que ela vai lançar. Em Eusexua, palavra criada pela mesma, a produção entrega uma elegante, complexa, intricada e efervescente mistura de art pop, trance, techno e experimental em que é possível sentir toda a força da cantora, mas também é possível ver a sua busca por novos caminhos. Tenho que admitir que meio que faltou algo para a canção se elevar de ótima para genial como a FKA twigs já entregou várias vezes. Todavia, essa impressão não atrapalha a notar quanto inspirada é a canção, especialmente quando a gente nota a maneira impressionante em que a cantora entoa a canção ao mostrar toda a beleza do seu timbre único sem perder a atmosfera da canção em volta. E isso é o que da FKA twigs uma artista genial em todos os sentidos. 
nota: 8

Contemplativo Dançante

Dancing In The Flames
The Weeknd

Depois de quase explodir a sua carreira com aquela série hedionda, o The Weeknd volta totalmente ao seu mundo de origem e se prepara para começar uma nova era na música com o lançamento de Dancing In The Flames, primeiro single de Hurry Up Tomorrow.

Apesar de não ter o mesmo impacto que outros primeiros singles da sua carreira, a canção é um trabalho com a estampa de qualidade do artista ao ser uma virtuosa, dançante e envolvente syhth-pop/dance-pop que consegue fazer a gente realmente sentir vontade de dançar com melodia conduzida por sintetizadores. Não é nada que o mesmo não tenha já feito, mas também demonstra o quanto o cantor tem domínio da sua sonoridade a plenitude. É interessante apontar que Dancing In The Flames não tem, como já citado, o mesmo impacto em comparação devido a soar mais contemplativo do que explosivo em relação aos trabalhos que deram inicio as novas eras da carreira do The Weeknd. É como se a canção estive no meio do caminho entre Blinding Lights e Call Out My Name. Não sei se esse será o caminho todo do álbum, mas é interessante que o The Weeknd volte ao trazer o melhor das suas personalidades em apenas um single. Aguardemos. 
nota: 8


Por Favor, Salvem a Doechii!

I'm His, He's Mine (featuring Doechii)
Katy Perry


Na sua árdua missão de entregar o pior álbum pop do álbum, a Katy Perry dessa vez leva para o buraco a talentosa Doechii com o lançamento da sem graça I'm His, He's Mine.

Completamente datada e mediana, a canção não mostra apenas como a sonoridade da cantora está datada como, também, completamente sem nada que possa redimir. Uma mistura nada inspirada de pop, rap, electropop e house que tem até um vislumbre de ser uma boa canção, mas desperdiça em uma construção arrastada e sem um pigo de excitação verdadeira. E ainda por cima não sabe verdadeiramente a tirar proveito do uso do sample de Gypsy Woman da Crystal Waters que poderia ser o seu grande trunfo. O que salva a canção de não ser pior é a presença da Doechii que dá alguma vida para a canção, especialmente ao citar no seu verso a sua genial canção Yucky Blucky Fruitcake. Todavia, isso não é capaz de I'm His, He's Mine de salvar de ser mais um tijolo no fundo do poço da Katy Perry. 
nota: 5

Natural

Talk talk featuring troye sivan
Charli xcx & Troye Sivan


Depois de todos os remixes com participações especiais, a Charli xcx lança a que mais parece natural ao voltar a trabalhar com o Troye Sivan na nova versão de Talk talk.

Tenho que admitir que, sinceramente, o resultado é um pouco abaixo do esperado, especialmente quando a gente coloca em comparação com as outras parcerias dos dois. Entretanto, Talk Talk mostra bem a química explosiva dos envolvidos em uma deliciosa future hous/dance-pop que é o que mais se aproxima de uma canção romântica na era Brat. Gosto em particular de como novamente a produção dá espaço de sobre para o convidado brilhar e não apenas sendo uma participação caça níquel. Na verdade, esse remix mais parece uma canção do Troye com participação da Charli que o contrário. O que não dá para desculpar é que a Dua Lipa dá a cara na canção como um voice over no começo e no fim e não como uma participação de verdade. Quem sabe na próxima?
nota: 7,5

O Segundo Ato de Monét

SOS (Sex on Sight) (feat. Usher)
Victoria Monét

Depois de bater várias vezes na trave, a Victoria Monét finalmente teve o reconhecimento que merece com o sucesso comercial e de prêmio do álbum Jaguar II que venceu dois Grammys e a ajudou a ganhar o de Best New Artist. E como começo de nova era, a cantora lançou a delicinha SOS (Sex on Sight) com participação do Usher.

O grande trunfo da canção é fazer a gente lembrar o quanto eficiente pode a presença do Usher quando usado da maneira ideal. E isso é feito perfeitamente ao deixar o cantor mostrar toda o seu poder carismático e sensual em uma performance envolvente que completamente bem a delicada e cativante performance de Monét. SOS (Sex on Sight) não reinventa a roda, mas faz um gracioso e refrescante R&B que continua a construir a imagem da cantora como um dos atuais expoentes do gênero. E é por isso que a cantora merece todas as flores.
nota: 7,5

7 de setembro de 2024

Primeira Impressão

Underdressed at the Symphony
Faye Webster



Encontro Estranho

Lego Ring
Faye Webster & Lil Yachty


Single do álbum Underdressed at the Symphony, a canção Lego Ring marca um dos encontros musicais mais estranho do ano ao fazer a cantora Faye Webster ter um dueto com o rapper Lil Yachty. E apesar dessa estranheza, a canção funciona até bem.

O maior motivo para a canção realmente funcionar é a sua estranheza em todos os sentidos. Começa pelas performances dos dois artistas envolvidos. De um lado, Faye entrega uma sólida e com personalidade bem paralela com que a gente pensa em ser uma interpretação de uma cantora indie para uma canção como Lego Ring. Do outro lado, Lil Yachty entrega uma voz distorcida e esquisita ao entoar alguns versos ao lado da cantora para, ao final, entregar um curto verso sozinho que finaliza a canção de uma maneira ideal para a sua construção. Em teoria, o resultado não funcionaria, mas acontece que tudo dá melhor que o esperado quando é acrescido da produção que entrega uma pequena montanha russa de nuances em uma canção indie/alt pop inusitada. Se o álbum tivesse inteiramente nessa mesma pegada, o trabalho seria realmente interessante. Já vale, porém, por esse perola. 
]nota: 7,5

Pop Perfeição

BIRDS OF A FEATHER
Billie Eilish


Apesar de não ser a melhor canção da carreira da Billie Eilish, Birds of a Feather é sem nenhum duvida um dos momentos da sua carreia que podemos chamar de “pop perfection”.

Invocando uma nostalgia sincera, a canção poderia facilmente ter a sua melodia tirada de uma canção pop feitos por nomes como The Cranberries, The Bangles, Debbie Gibson, Belinda Carlisle, entre outras. Entretanto, a produção refinada do Finneas construiu a delicada batida de Birds of a Feather de uma maneira tão natural que essas semelhanças ficam por contam em segundo plano, pois a canção é um trabalho que apenas a Billie teria a capacidade de entregar de maneira tão distinta. E é na presença graciosa e brilhante da cantora que a canção realmente se torna um trunfo com uma performance doce e emocionante em que o seu timbre brilha devido a maneira quase sonhadora que a cantora entoa a canção, mostrando o tamanho da inteligência artística que a mesma tem em saber usar o seu instrumental de maneira perfeita. E tenho pessoal apreço pela construção dos versos antes do refrão, pois acho que é ali que a canção encontra o seu melhor momento. E o mais incrível é que a canção faz parecer que criar um joia como essa é algo fácil, mas é apenas para talentos raros como o da cantora e do seu irmão produtor.
nota: 8

Um Remix Na Média

Alibi Pt. 2
Sevdaliza, Anitta, Pabllo Vittar & Yseult

Tenho que admitir que realmente fiquei com medo com o anuncio que o remix de Alibi teria a participação da Anitta, mas, sinceramente, o resultado é bem melhor que o esperado. Apesar disso, a pergunta que não mudou é: pra quê?

Quase sem mudar a versão original, essa remix mantem intacto o brilhantismo de uma “canção que não deveria funcionar, pois mistura ao mesmo tempo funk brasileiro, latin pop, alt pop e reggaeton. Todavia, a produção da própria Sevdaliza ao lado de Mathias Janmaat consegue ligar todas as pontas com uma mestria genial ao criar uma fusão tão perfeita entre todos os gêneros usados que faz de Alibi uma das canções pop mais interessantes dos últimos tempos”. A adição da Anitta apenas aumenta o tempo cantado e estiga um pouco da melodia, sem adicionar nada realmente excitante para a canção. Felizmente, a presença da brasileira também não é vergonhosa, especialmente seus versos em português que realmente são bons. Em uma versão estendida da canção, a presença da cantora ao final ajuda a realmente arrematar a sua presença de forma digna. O problema, como dito antes, é que artisticamente a versão não faz sentido existir, pois não tem nada realmente substancial adicionado, tirando algumas pequenas e legais mudanças sonoras aqui e ali. Existia um rumor que o remix teria a presença do Bad Bunny e, sinceramente, acredito que seria bem mais interessante que esse resultado. Quem sabe ainda não vai rolar?
nota: 7,5

Uma Visão Embaçada

Flash in the Pan
Jane Remover

Sabe quando o vidro embaça e fica totalmente fosco? Então, essa sensação de olhar para isso é a mesma ao ouvir Flash in the Pan da Jane Remover.

Sonoramente, a canção é ótima ao ser uma estilizada mistura de R&B, indie, drill e eletrônico que funciona devido a produção inteligente e muito bem azeitada. É revigorante notar uma visão tão peculiar, mas Flash in the Pan perde força devido a sua produção vocal. Até entendo a intenção dos efeitos vocais colocados sobre a voz da cantora, especialmente devido a parecer querer criar uma textura sonora para o resultado final. Entretanto, essa decisão parece tirar força da performance da Jane, deixando uma ruido metalizado e uma impressão clara que a sua voz está por baixo do instrumental. Acredito que essa visão embaça da produção é o que não deixa Flash in the Pan ser um musica realmente ótima. 
 nota: 7,5


1 de setembro de 2024

Kylie Vive!

Edge of Saturday Night
The Blessed Madonna & Kylie Minogue

Depois de um tropeça enorme com My Oh My, a Kylie Minogue está de volta aos trilhos ao participar da divertidíssima Edge of Saturday Night da DJ/produtora The Blessed Madonna.

A grande qualidade da canção é saber bem o que uma artista como a Kylie tem para entregar em uma canção como essa e dar realmente possibilidade da mesma fazer o seu trabalho. E é por isso que a cantora está ótima em uma performance carismática e com personalidade de sobre em que sua voz brilha em todo o seu potencial. Sonoramente, a canção peca um pouco por ser previsível demais, mas, felizmente, Edge of Saturday Night consegue fazer perfeitamente o básico ao ser ume elétrica e cativante mistura de dance-pop com pinceladas de EDM e electropop. Apesar de ser single do álbum da The Blessed Madonna, espero que esse seja o caminho que a Kylie irá tomar para seu próximo álbum.
nota:7,5

Quando As Peças se Encaixam

Bright Lights
The Killers

O The Killers é uma banda que nem sempre acerta perfeitamente, mas quando todas as peças estão na posição correta é fácil tudo perceber os fogos de artifícios explodindo ao fundo. Esse é o caso da ótima Bright Lights.

Apesar de apresentar nada de novo para a sonoridade da banda, a canção é uma excitante e iluminada mistura de pop rock e heartland rock que exala a personalidade inconfundível da banda de maneira louvável. E uma das qualidades que mais gosto é o quanto “cinematográfico” é a atmosfera das canções da banda e em Bright Lights segue esse caminho em um instrumental sensacional. A canção tem a sempre extraordinária presença do Brandon Flowers que consegue elevar qualquer material devido a sua capacidade impar de soar grandioso e, ao mesmo tempo, emocional. O único problema na canção é sua composição que poderia facilmente ter sido mais aprofunda, mas, felizmente, o resultado final já é realmente inspirado em especial o primeiro verso. E quando o The Killers acerta tudo é um presente para quem os escuta.
nota: 8

Uma Pequena Preciosidade

Never Be Yours
Kali Uchis

E continuando a ótima fase da sua carreira, a Kali Uchis lança a preciosidade de Never Be Yours que é, na verdade, um presente do passado.

Uma regravação de uma faixa que a cantora lançou em 2012 na mixtape Drunken Babble, a canção pode não ter a mesma força das suas canções atuais, mas mostra o quanto refinada a sua sonoridade sempre se mostrou. Uma cativante balada R&B com toques de bedroom pop e soul, Never Be Yours é dominada pela performance sedutora e inspirada da Kali que adiciona toda a sua personalidade na canção. E isso é o que realmente a faz brilhar, pois sua composição não teria força suficiente caso não tivesse uma interprete tão competente como é a cantora. Não é um trabalho genial, mas é uma amostra deliciosa da capacidade da Kali Uchis.
nota: 7,5

A Calma Depois

Too Good to be True
Kacey Musgraves

Uma das melhores qualidades da Kacey Musgraves é falar sobre assuntos profundos de maneira a soar leve e delicado. Esse é o caso de Too Good to be True.

Na canção, uma das melhores de Deeper Well, a cantora fala sobre o medo de se entregar para uma nova pessoa depois de ter se machucado anteriormente. Nas mãos diferentes, Too Good to be True poderia soar dramática e/ou clichês, mas Kacey escreve a composição de maneira que parece uma conversa sincera de uma pessoa se abrindo para outra. Sonoramente, a canção é uma calma e contemplativa country/folk pop que não tem nada novo para a construção da persona da cantora, mas é feita com uma elegância graciosa. A canção é uma brisa depois de um temporal emocional e isso é encantado de verdade.
nota: 7,5