31 de agosto de 2013

O Décimo

Play Hard (featuring Ne-Yo & Akon)
David Guetta

Por falar em superlativos de número de singles lançados envolvendo um DJ, David Guetta lançou o décimo single do álbum Nothing But the Beat que foi lançado em 2011. A canção escolhida foi Play Hard.

A canção que tem parceria com o cantor Ne-Yo e o rapper Akon é até legalzinha, por incrível que pareça. Mesmo com o cansaço que se apresenta pelo cansaço de imagem pelo excesso de canções lançadas, Play
Hard mostra uma vibe mais old school do eletrônico ajudado pelo sample da canção Better Off Alone do grupo Alice DeeJay. Nada muito ousado ou diferente, mas é bem divertido. As performances de Ne-Yo (refrão) e Akon (versos) são apenas ok, mas cumprem seus papeis sem atrapalhar. Mas já deu, né, Guetta?
nota: 6,5

30 de agosto de 2013

Primeira Impressão

The Blessed Unrest
Sara Bareilles

As vezes, um álbum tem a tarefa de apenas fazer bem a quem ouve. Não é preciso ser um trabalho genial ou/e revolucionário. Claro, a qualidade precisa ser ao menos acima da média já que de um álbum ruim nunca vai emanar nenhuma sensação positiva. Caso essa boa vibração venha acompanhada de um álbum realmente bom é ainda melhor. Esse é o caso do cativante e delicioso quarto trabalho da cantora Sara Bareilles, The Blessed Unrest.

The Blessed Unrest é uma pequena obra "feel good" do começo ao fim. Contudo está longe de qualquer guia de autoajuda em forma de CD. Sara, a compositora, consegue navegar de uma maneira delicada, doce e, o mais importante, madura sem cair em pieguismos fáceis ou bobos. Só que vai um pouco mais além no momento que consegue tocar de maneira edificante a alma de quem ouve seja com uma bela mensagem de libertação (Brave) ou para acalentar a solidão (Satellite Call). Letras inspiradas vão construindo um trabalho cativante e cheio de momentos realmente edificantes como na linda Cassiopeia e na tocante Chasing The Sun. Na questão sonoridade, The Blessed Unrest é um trabalho certinho sem nenhum avanço no pop adulto que Sara faz, mas é tão bem produzido e conduzido com Sara comandando a maioria das canções que fica difícil não se deixar encantar com os ótimos arranjos. A ótima vibe de The Blessed Unrest é ajuda pela produção como na deliciosa Little Black Dress e gostosinha I Choose You. Sara é cantora perfeita para o tipo de música que faz: sem uma potencia gigantesca, mas com uma técnica perfeita e um tom de uma beleza simples que é tocante. Tudo que disse antes encontra a perfeita tradução na avassaladora Manhattan, uma balada com base de piano que faz chorar o mais duro dos corações. Também tem a romântica e melancólica 1000 Times e na delicada e inspiradora Beautiful Girl. Não há como não terminar de The Blessed Unrest como um baita sorriso sincero de contentamento no rosto. Muito obrigado Sara por fazer tão bem a minha alma por apenas ouvir um álbum!

29 de agosto de 2013

2 Por 1 - Mumford & Sons

Whispers In The Dark
Babel
Mumford & Sons



Os últimos singles lançados pela banda Mumford & Sons devem ser encarados com uma espécie de continuação um do outro já que estão disposta uma atrás da outra no álbum Babel e reúnem basicamente as mesmas qualidades.

Whispers In The Dark e Babel são faixas com cadencias bastante violentas fazendo o grupo realmente mostrar sua faceta rock sem perder a personalidade indie folk deles. A produção acerta no tom das duas canções com trabalhos impressionantes de instrumentalização que só pecam por serem um pouco parecidos, mas nada que tire o brilho das canções. As duas canções são contempladas por atuações viscerais do vocalista Marcus. Um pouco mais suave em Whispers, mas não menos impactante. A diferença entre as duas é o resultado de suas boas composições: enquanto Babel tem uma pegada bem mais significativa e forte que a quase romântica Whispers In The Dark. Nem sempre "repetição" causa uma brusca queda qualidade.
nota
Whispers In The Dark: 8
Babel: 7,5

28 de agosto de 2013

O Sétimo

I Need Your Love (feat. Ellie Goulding)
Calvin Harris


A contagem de singles lançados pelo DJ Calvin Harris do álbum 18 Months chegou ao número sete com o lançamento da parceira com a inglesa Ellie Goulding, I Need Your Love.

A canção é uma mistura entre a batida eletrônica de Calvin com pitadas do indie pop feito por Ellie. Infelizmente, Calvin erra ao não saber misturas as duas sonoridades pesando bem mais para seu lado fazendo mais um dance pop estilizado, mas repetitivo ao extremo. A performance fraca e sem graça da jovem cantora faz com que a boa composição perca bastante do seu impacto emocional. Para piorar a situação, Calvin já lançou o oitavo single. Assim não há quem acompanhe.
nota: 6

27 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Blurred Lines
Robin Thicke

O ano nem acabou é já podemos afirmar que a música Blurred Lines é um dos maiores sucessos do ano, se não o maior. Esse fato fez com que Robin Thicke, depois de mais de dez anos de carreira solo com já cinco álbuns lançados, finalmente adentrasse no mainstream da música pop. Ajudado com o sucesso da canção, o álbum Blurred Lines também está indo bem já que estreou em primeiro lugar da Billboard vendendo 177 mil cópias na primeira semana sendo o maior debut da carreira do cantor. Infelizmente, todo esse sucesso não se refletiu na qualidade do trabalho que podemos considerar como um grande fiasco.

Blurred Lines (o álbum) parece que foi finalizado as pressas para aproveitar o sucesso da canção. Essa sensação começa pelas composições que parecem que foram escritas apenas para encher "linguiça". Além da falta de criatividade sobre o teor que varia de sexo para sexo com amor, a própria construção das canções são de uma qualidade bem pobre tanto nas escolhas gramáticas como nas escolhas "poéticas". O resultado disso tudo é uma espécie de atmosfera de cafetão com playboy que não desce fácil. Thicke ajuda a piorar bastante ao escolher um caminho bem equivocado para a produção vocal do álbum usando a sua voz no limite máximo do seu falsete quase o tempo todo durante todas as faixas. Essa escolha junto com performances que vão de medianas até ruins faz com que Robin se perca completamente deixando uma sensação de falta de direção e pouco planejamento. O principal defeito do álbum é a sua sonoridade: em um ano que o "rival" Justin Timberlake lançou um álbum sensacional consolidando sua carreira, Thicke entrega um álbum perfeitamente sem graça, repetitivo e, que para atrair um público maior, comercializa a sonoridade deixando tudo ainda mais massificado. O álbum se divide entre o R&B moderninho e completamente fraco com uma parte pop tão generica como qualquer outro pop farofa que toca no rádio. Não há momentos de destaque tirando o hit Blurred Lines (por falar na canção, a família do Marvin Gaye abriu um processo contra o cantor alegando plágio) que por sua vez nem é lá essas coisas. Então, dá para imaginar o resto. O álbum de Robin Thicke só reforça a minha antiga teoria: sucesso não é sinonimo de qualidade.

A Canção Errada Na Hora Errada

Give It 2 U (Feat. Kendrick Lamar)
Robin Thicke


A canção que sucede como single um grande sucesso precisa ser muito bem escolhida se não pode ser um grande tiro no pé. Esse é o caso de Give It 2 U do cantor Robin Thicke que foi escolhida para suceder o mega hit Blurred Lines.

A canção tinha tudo para dar certo já que conta com a produção de Dr. Luke e Cirkut e participação do
rapper Kendrick Lamar. Contudo, Give It 2 U é um erro do começo ao fim. Bem diferente do soul da sua antecessora o novo single é um dance pop como pitadas de hip hop que não mostra nada de diferente que qualquer canção pop da atualidade. Só que para piorar Give It 2 U é tão genérica que poderia de qualquer cantor desde o Justin Bieber até o Enrique Iglesias. Os vocais de Robin estão completamente deslocados em relação a canção e a presença de Lamar ajuda a agravar essa sensação de estranheza: como um rapper tão classudo se presta a fazer uma participação em uma canção tão ruim? Mistério. A canção pode até ser sucesso, mas vai precisar ralar muito para conseguir tal feito.
nota: 4,5

26 de agosto de 2013

Um Dueto Para Esquecer

Everything Has Changed (featuring Ed Sheeran)
Taylor Swift

Mesmo sendo um dos melhores momentos do álbum RED, Everything Has Changed é uma canção chata
para caramba e dispensável.

A principal qualidade da canção é sua boa produção que dá para Taylor uma cara mais indie pop requintada. Pena que a qualidade instrumental é perdida pelo fato de esteticamente a canção é bem chata sendo uma história boba de amor contada em uma composição piegas. A participação burocrática de Ed Sheeran (casinho da cantora) e a performance sem graça da própria artista não ajudam muito a canção que resulta em canção sem brilho. Para esquecer depois de cinco minutos de ter ouvido.
nota: 5,5

25 de agosto de 2013

Primeira Impressão

The Gifted
Wale

Fechando a semana hip hop tem o rapper Wale que lançou seu terceiro álbum intitulado The Gifted que estreou em primeiro lugar na Billboard.

Wale consegue, mesmo que longe da perfeição, uma mistura bem legal entre o hip hop mais clássico com pitadas de soul music. Sem muitos arrombos criativos, The Gifted é conduzido de maneira mais que correta durante seus longos oitenta minutos de duração sem altos, mas também sem baixos. As composições são boas, principalmente, quando ele toca em assuntos mais pessoais e podemos ver o homem além do rapper. Como disse antes não há exatamente momentos geniais, mas Wale segura bem em suas boas performances e alguns convidas se destacam como Ne-Yo e Rick Ross na boa Tired of Dreaming e Rihanna no remix da canção Bad. Então, é basicamente isso pessoal! Até a próxima semana hip hop!

24 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Watching Movies With the Sound Off
Mac Miller

Quando se fala de um "rapper branco", normalmente, lembramos do Eminem. Para aqueles com uma bagagem musical podem lembrar-se do trio Beastie Boys. E é basicamente isso. Então, ainda é um pouco surpreender ver nomes como Macklemore (dono dos hits Thrift Shop e Thrift Shop) e Mac Miller conseguirem debutar no mercado mainstream com bastante sucesso de público e critica. Mesmo que esse sucesso tenha chegado apenas no segundo álbum como é o caso de Mac que lançou o surpreendente Watching Movies With the Sound Off.

Depois do bom desempenho comercial do seu álbum de estreia Blue Slide Park que ficou em primeiro lugar na Billboard em 2011, mas que não rendeu boas criticas o rapper voltou para provar de fato seu talento em um álbum poderoso que se consolidada com o trabalho hip hop mais sólido até agora. Watching Movies With the Sound Off  mostra bem a capacidade de Mac como rapper em performances cuidadosamente bem trabalhadas, originais e, na maioria das vezes, bastante introspectivas. Isso reflete nas composições que transitam pelas várias reflexões pessoais de Mac que vão desde a sua vida antes da fama, amor, sexo e o sucesso. A produção acerta no tom intimista do CD e também na sua sonoridade que mantém certa atmosfera de um trabalho "cru", mas que se mostra bem mais refinado e requintado do que se pode imaginar. Além disso, Mac mostra alguns "saltos" na sua sonoridade como na ótima na neo soul/hip hop Objects in the Mirror com produção do Pharrell Williams e na inusitada Youforia misturando hip hop com pop psicodélico resultando em um trabalho bem interessante. Mesmo em menor número, quando um "branquelo" resolve fazer hip hop é melhor ficar de olho, pois algum bom deve estar por vim.

23 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Iv Play
The-Dream


Um dos produtores mais influentes do meio R&B/hip hop da última década lançou seu quinto álbum solo em Maio passado e quase ninguém deu muita importância. Por que? Dois motivos: sua carreira solo nunca realmente decolar e, desse vez, ele fez um trabalho bem abaixo do esperado. Estou me referindo ao cantor/produtor The-Dream responsável por hits como Umbrella da Rihanna, Singles Ladies da Beyoncé, Baby do Justin bieber e entre outros, que depois de uma sequência de trabalhos solos memoráveis, ele entrega o mediano Iv Play.

O bom do álbum é que em nenhum momento perde a sua sonoridade que o fez conhecido: uma mistura própria de pop com R&B com uma forte influência de hip hop com a sonoridade do Michael Jackson. Contudo, mesmo com a sua produção mão de ferro, The-Dream não acerta em criar faixas em que faça mais que o bom arroz com feijão. Tudo é muito certinho dentro dos parâmetros dele sem muita ousadia ou inovação. Faltou inspiração também na hora de escrever as composições que basicamente giram em torno de sexo e em fazer sexo. Há outros assuntos, mas o teor em geral é repetitivo, pouco inspirado e de nível não exatamente muito alto. Há bons momentos como na boa Turnt, parceria com a Beyoncé, em Iv Play (leia-se Four Play) e em  Holy Love que é a melhor do álbum. Nem mesmo o grupo seleto de convidados ajudam a melhor o resultado final que incluem nomes como a já citada Beyoncé, seu marido Jay-Z, a prima Kelly Rowland e alguns rappers. Já o próprio The-Dream entrega performances apenas na média sem empolgar muito. Só quero fazer uma ressalva: só percebi que o The-Dream é artista R&B depois de já ter escolhido ele para essa semana! De qualquer forma, não mudaria muito a minha opinião.

22 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Born Sinner
J Cole

Nem sempre é preciso entregar "o" álbum para provar que um artista tem talento. Esse é o caso do rapper J Cole que entrega no bom álbum Born Sinner a prova cabal disso.

Segundo trabalho dele, o CD mostra o verdadeiro potencial de Cole como rapper, compositor e produtor. Como rapper, Cole se mostra um potencial próxima grande estrela do rap entregando performance seguras, classudas e com personalidade. Ainda falta certo toque de classe para ele atingir o nível de grandes nomes, mas ele está no processo de evolução nítido e, provavelmente, deve chegar lá com a maturidade adquirida. Composições refinadas que mostram a visão apurada de Cole que vai bem além dos clichês e estereótipos comuns do estilo buscando referencia nos grandes nomes como Tupac, Jay-Z, Kanye West e Nas. Para esse último, seu maior ídolo, Cole escreveu a ótima canção Let Nas Down falando sobre quando ele descobriu que o veterano rapper não gostou da sua canção Work Out. Como produtor principal de quase todas as faixas de Born Sinner, J Cole demonstra uma capacidade incrível de criação ao fazer pequenas obras originais e refinadas indo em caminho oposto a sonoridade do hip hop comercial de hoje. Seguindo suas influências, Cole está mais preocupado em criar uma sonoridade verdadeira e rica que se dedica a construção bem mais a construção de arranjos. J Cole é sem dúvida nenhuma um nome para se acompanhar bem de perto para os próximos anos.

2 Por 1 - J.Cole

Power Trip (feat. Miguel)
Crooked Smile (feat. TLC)
J.Cole



Dois singles foram lançados do álbum Born Sinner: Power Trip e Crooked Smile. Primeiro, vamos a parceria com a cantor Miguel.

Power Trip é uma boa canção com uma vibe que consegue tirar o melhor da sonoridade dos dois artistas envolvidos. A produção de Cole acerta ao fazer uma mistura refinada da batida hip hop mais adulto com o R&B contemporâneo. Falta um toque mais poderoso para elevar a canção, mas o caminho é esse mesmo. A composição não chega a ser genial, contudo estamos diante de um trabalho bem acima da média com bastante personalidade. Mesmo não aproveitando como poderia a presença de Miguel, Power Trip tem uma performance do rapper no ponto exato.

Depois de oito sem lançar nada a girl band TLC, hoje um duo, faz uma participação na canção Crooked Smile. O single é um dos melhores momentos do álbum com a sua produção acertando ao usar sample da canção No One Gonna Love You da Jennifer Hudson que deixa Crooked Smile mais acessível sem perder sua originalidade. Novamente o featuring não é aproveitado como poderia ser, mas o bom resultado da canção é ajudado pelo refrão cantado pelo TLC e a performance acima da média de Cole. Duas boas músicas de um bom rapper que ainda deve no futuro um grande rapper.

nota
Power Trip: 7
Crooked Smile: 7,5

20 de agosto de 2013

O Manifesto West

Black Skinhead
Kanye West

Black Skinhead tem um pouco mais de três minutos de duração e é tempo suficiente para que Kanye West faça o single mais impactante do ano.

Escolhido single depois do lançamento do álbum Yeezus, Black Skinhead é um manifesto mais do que aberto é uma manifesto escancarado, visceral e contundente sobre racismo. Bem mais cometido em suas palavras, mas não menos ácido em sua critica social apurada e inteligente. Claro, não bastaria apenas essa consciência para criar uma composição tão poderosa como a de Black Skinhead, mas é necessário muito talento para construir uma letra tão perfeito e magistral. Apesar de ser creditado dez nomes como coautores da canção é nítida a mão de West na canção dando essa sensação de urgência para o single. Nem mesmo a performance acachapante do rapper poderia ajudar se a produção capitaneada pelo duo Daft Punk não transforma-se a canção em uma explosão de uma sonoridade grandiosa que cada segundo é extremamente importante para o magistral final. O que mais posso dizer a não ser que Kanye West fez de novo!
nota: 9,5

19 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Magna Carta... Holy Grail
Jay-Z

Nem o mais benevolente e sábio rei que já reinou sobre essas terras conseguiu reinar sem ter ao menos um momento de fraqueza. E assim é desde os tempos mais remotos e vai ser assim até os fins dos tempos. Não é diferente para os "reis da música". O último deles a entrar nessa lista é o "rei do hip hop" o rapper Jay-Z (agora se estiliza sem o hífen) que depois de uma discografia impecável entrega no seu décimo segundo álbum solo Magna Carta... Holy Grail o seu trabalho mais fraco.

Vamos deixar claro que quando eu falo do trabalho mais fraco é, principalmente, comparando com a própria discografia do Jay Z. Já que se compararmos com outros rappers, Magna Carta... Holy Grail ainda está bem acima da média. E ainda por cima o álbum está bem longe de ser considerado em qualquer categoria de flop comercial já que na semana de lançamento lançou mais de 500 mil cópias físicas marcando o 13° primeiro lugar de Jay-Z no topo da Billboard e mais de 1 milhão de cópias via download usando a parceria com a Samsung, um numero sem precedentes até hoje. Então, mesmo ainda não sendo o trabalho artístico que se esperava, Jay Z ainda tem nas mãos mais um sucesso.

Magna Carta... Holy Grail marca o primeiro trabalho de Jay Z que tem uma concepção mais "artística" dele. Além da união com a Samsung unindo o álbum com os novos veículos de comunicação, Magna Carta... tem tudo a atmosfera de não apenas mais um álbum de hip hop, mas um "manifesto" pessoal usando o hip hop hop como veículo de expressão. Liricamente, o álbum é bem construido seguindo uma linha de raciocínio coerente e bem amarradinha uma faixa com a outra. O que faltou aqui é aquilo que eu chamo de o fator "Z" que apenas o Jay Z pode trazer com toques de genialidade inspirados e inesperados que mostram a superioridade poética dele e da produção que o cerca. São composições boas, mas não chegam a empolgar como poderiam. Um bom exemplo disso é em Tom Ford uma boa música que faltou algo na sua elaboração final. A produção que ficou divida entre o Timbaland e Jerome "J-Roc" Harmon (com algumas produções adicionais de nomes como Mike Will Made It, The Dream, Swizz Beatz, Pharrell Williams e outros) elabora uma caprichada e refinada coleção de faixas. Infelizmente, tudo se perde na tentativa de criar uma sonoridade mais apurada que não é o suficiente poderosa para transcender os limites do CD. De certa maneira a produção restringe Jaz Z que entrega boas performances, mas em sua maioria contidas e em certos momentos em automáticas que não refletem o que ele pode fazer. Em algumas faixas, Jay Z conta com participações que conseguem "superar" o próprio rapper e por coincidência então entre as melhores do álbum: o carro chefe do álbum que também é o o primeiro single Holy Grail tem a participação do Justin Timberlake; a dramática Oceans tem Frank Ocean, e por fim; Part II (On The Run) com a esposa Beyoncé. Há também outros momentos interessantes no álbum como a divertida Somewhere in America (que faz uma critica à Miley Cyrus), a boa Heaven e a em tom de desabafo JAY Z Blue que o rapper fez para sua filha. Sim, Magna Carta... Holy Grail é o calcanhar de Aquiles de Jay Z, mas o cara tem tanto crédito que esse deslize não vai fazer sua coroa perder quase nenhum brilho, quanto mais destrui-lo como o gigante da mitologia.

Semana Hip Hop

17 de agosto de 2013

2 Por 1 - Ellie Goulding

Explosions
Burn
Ellie Goulding


Mesmo ainda com certas reservas começo a ver um futuro cada vez mais brilhante para a inglesa Ellie Goulding. Ainda mais com os dois últimos single lançados por ela.

Explosions é o terceiro single do álbum Halcyon e mostra uma faceta um pouco diferente do que ela mostrou até então: menos indie e bem mais dramática. Contudo, isso não afeta a sonoridade de Ellie que continua a explorar sua atmosfera etérea só que a produção apara todos os excessos para elaborar um arranjo grandioso transformando Explosions em uma bela canção épica. Ellie usa as melhores qualidades de sua voz "diferenciada" para entregar uma performance tocante e, surpreendente, brilhante. Não é necessário uma voz gigante para segurar uma canção como essa. A composição continua demonstrar o lado indie da jovem, mas que aqui se encaixa perfeitamente com a intenção da canção devido ao seu ato teor dramático.

Um pouco menos inspirada, mas ainda assim um trabalho interessante está Burn, primeiro single do relançamento de Halcyon. 


A canção mostra o poder comercial que Ellie pode ter quando a produção acerta todas as arestas. Com a produção de Ryan Tedder e Greg Kurstin, Burn é um ótimo synthpop que se mostra original na sua elaboração com nuances interessantes se diferenciando da multidão de pop farofa de hoje em dia. A boa composição tem a marca do Ryan ao criar uma "peça" bastante radiofônica, mas que consegue transmitir a personalidade de Ellie sem maiores problemas. Ainda com alguns vícios vocais Ellie entrega uma atuação acima da média que conquista por ser diferente da maioria das cantoras do estilo. Será que Ellie a grande cantora pop dessa década vinda da Inglaterra?
nota
Explosions:8
Burn: 7,5

15 de agosto de 2013

A Volta

Home Again
Elton John


Em um ano que marca a volta de alguns dos nomes mais importantes da música surgidos nos últimos anos há também um comeback ainda mais importante que, infelizmente, uma boa parte do público atual nem vai ligar. Estou me referindo ao lançamento do trigésimo álbum solo do magistral Elton John. Intitulado The Diving Board, o trabalho é apenas o segundo que o ele não trabalha com nenhum músico da sua banda regular desde 1979 com o lançamento do CD Victim of Love. Como primeiro single foi lançada a linda Home Again.

Home Again é uma balada rock/pop que n]ao é preciso muito tempo para que se perceba que estamos diante de uma canção feita por Elton: uma belíssima introdução, basicamente ao piano, abre a canção e permeia toda a sua duração. E Elton já avisou que esse será o seu trabalho que vai mais utilizar o piano toda
a sua carreira. O single é um balsamo para os ouvidos em um trabalho magnifico que une uma instrumentalização acachapante que transmite toda a dramaticidade que a composição pede. Nada menos que poderíamos esperar da produção de  outra lenda da música, o produtor T-Bone Burnett. Essa por sua vez é uma belíssima ode sobre redenção pessoal de uma alma cansada que volta para sua casa depois das mais difíceis batalhas que um homem pode enfrentar na vida. Simplesmente avassaladora. No alto dos 66 anos, Elton continua a cantar com um vigor e sabedoria única que sua voz sempre trouxe. No meio de tantas "voltas", "the bitch is back". O primeiro e verdadeiro "bitch". Amém.
nota: 9

14 de agosto de 2013

Faixa Por Faixa - Votação

Seguindo a sugestão de um leitor resolvi colocar em votação qual será o próximo álbum que vai estar no seção Faixa por Faixa. A disputa será entre dois álbuns de estreias de duas artistas bem diferente uma das outras, mas que trouxeram a irreverência de volta para o mundo da música:

 

Será o debut álbum da rapper Nicki Minaj contra o debut da cantora Cyndi Lauper! A enquete vai ficar aqui ao lado durante 20 dias! Votem!

2 Por 1 - Justin Timberlake

Tunnel Vision
Take Back the Night
Justin Timberlake

Para quem esperou sete anos para o lançamento de um novo álbum do Justin Timberlake deve estar contente com dois no mesmo ano. Depois do sucesso de The 20/20 Experience. Justin vai lançar a "continuação" do trabalho ainda esse ano intitulado The 20/20 Experience: 2 of 2. Antes de sabermos como é o novo single do novo álbum vamos dar uma olhada no terceiro e último single do primeiro álbum, a canção Tunnel Vision.

A canção é a continuação da jornada de Justin em provar que o pop vai além de os três minutos que estamos acostumados e a limitação sonora que é imposta por produtores/artistas que apenas pensar em vender as canções no iTunes se esquecendo de como rico pode ser o pop. E, olha, que Tunnel Vision nem é a melhor música do álbum. A produção de Timba com o próprio Justin e Jerome "J-Roc" Harmon entrega uma canção minimalista na construção do arranjo, mas que usa isso a seu fazer para mostrar a capacidade de criar muito com pouco. A mistura deliciosa de R&B com pop eletrônico é conduzida pelos vocais suaves de Justin. A canção erra na sua composição com teor trivial, mas que tem ótima estrutura principalmente para se encaixar em uma canção tão longa. Agora, vamos ao novo single Take Back the Night sendo o primeiro do novo álbum.

Se uma vez Justin trouxe a sensualidade de volta, dessa vez ele quer trazer a disco de volta a vida com essa deliciosa canção.

Mesmo depois da polêmica envolvendo o nome da canção é impossível não se contagiar com ótima produção (novamente dos mesmo de Tunnel Vision) que transmite perfeitamente a atmosfera da era disco vontade de sair dançando fazendo passinhos como se estivesse em 1974 sem parecer um produto datado ou uma cópia mal executada. Take Back the Night na verdade é uma reinterpretação que não apenas exalta, mas exala aquela vibe para cima, divertida e deliciosa que dá vontade de dançar sem parar. A letra caminha na mesma cadência da batida: despreocupada, leve e contagiante. Finalizando, a interpretação perfeita de um verdadeiro astro pop sendo confiante e carismático na medida certa para harmonizar com o restante da canção. Take Back the Night é o que eu chamo de pérola pop. E que venha The 20/20 Experience: 2 of 2! Quem estava com saudades de Justin (qualquer um que goste de pop de verdade) deve estar se fartando!
nota
Tunnel Vision: 8
Take Back the Night: 8,5

12 de agosto de 2013

Então, Vamos Falar da GaGa?

Applause
Lady GaGa

GaGa is back! Para o bem ou para o mal! Uma semana antes do que estava planejado, Lady GaGa liberou o primeiro single do seu aguardado terceiro álbum, Artpop. O lançamento de Applause foi antecipado, segunda GaGa, para evitar vazamentos em uma ação midiática bem pensada e que resultou em um grande barulho logo no começo do dia. Claro, que a Katy Perry ter lançada sua canção nesse final de semana não deve ter nada com isso, mas o cenário para essa semana ficou bem claro que será da guerra entre duas divas pop pelo domínio das paradas e a atenção do público (preparem para aguentar a loucura que vai ser a disputa entre os fãs das duas). Como Applause só vai ser lançada amanhã no iTunes deixamos essa disputa para depois, pois agora o que interessa é: o que pensar de Applause?

Applause não conquista nas primeiras ouvidas ou não vai mudar a opinião de quem não gosta dela. Devo dizer que para essas últimas pessoas Applause é um prato cheio para uma saraivadas de criticas, pois a canção não é excelente. Porém, não é ruim. Há várias qualidades e há vários defeitos. A canção está bem longe da pretensiosa grandiosidade de Born This Way. Contudo, ela está também bem longe da perfeição pop que foi The Fame Monster. Applause é uma volta a sonoridade do The Fame onde ouvimos uma GaGa voltar ao pop mais tradicional com a construção de uma canção dançante, despretensiosa e divertida com uma batida eletrônica contagiosa. Só que Applause é tudo isso apenas. Era esperado de GaGa algo mais pungente, revigorante e poderosa. É um pop rasteiro com a marca GaGa. Liricamente, GaGa faz uma confusa, mas original critica/exaltação da fama. É sempre bom ver uma cantora pop que tem a inteligência de ir além dos temas batidos e saber com pouco dizer muito, mas aqui fica faltando alguma coisa que as
canções da GaGa sempre tiveram: o fator "cantar junto". A cantora entrega sua performance mais "questionável" em um single, principalmente em se tratando do primeiro de um álbum seu. A produção exagera nos efeitos no refrão deixando a voz de GaGa metálica demais tirando o brilho dela, mas acerta nos versos onde ela mostra uma performance deliciosa com forte influência do David Bowie dos anos setenta. O que esperar realmente da nova fase de GaGa ainda é um mistério, mas o que sabemos é que a GaGa está de volta e ela está preparada para o der e vier.
nota: 7

Para todos o leitores do SóSingles



             Pessoal, queria fazer um anuncio importante: devida a minha falta de atenção passei batido por uma data importante para o Só Singles! Dia 10/07 o blog completou 5 anos de existência! Queria agradecer a todos vocês por acompanharem esse pequeno projeto pessoal que carrego com o maior carinho desde que comecei! Nunca planejei em fazer do Só Singles o maior e mais visitado blog da internet! Nunca pensei em me tornar o "blogueiro do ano" com milhões de seguidores! Não, criei o Só Singles para ter um lugar aonde pudesse expressar minhas singelas e próprias opiniões e pudesse compartilhar com quem quisesse ler sobre uma das minhas paixões: a música. Não sou o maior especialista no assunto, mas sou um cara apaixonado que consegue tirar o melhor do que a música pode trazer.

Como disse, tudo que está no blog é apenas a minha opinião. Como canta India.Irie em Video “Não se ofenda, é o que penso/Nada do que eu digo é lei”, mas fico feliz em saber que tem muitas pessoas que se importam com o que eu penso. Espero que possa levar um pouco de informação, divertimento e prazer para quem lê o blog. Uma das minhas principais alegrias é pode levar ao conhecimento de vocês novos artistas que eu vou descobrindo nas minhas “andanças” pela internet. Não quero me gabar muito, mas foi um dos primeiros blogs aqui no Brasil a falar de nomes como Lady GaGa, Nicki Minaj, Justin Bieber, Emeli Sandé e outros. Foi o primeiro a resenhar o 21 da Adele bem, mais bem antes dele estourar em um fenômeno mundial. Tento sempre levar estilos e artistas poucos conhecidos aqui como o country, vários artistas do hip hop/R&B e artistas de outros países. Infelizmente, o blog não é perfeito, pois eu não sou perfeito: sou apenas eu para dar conta de todas as postagens e muita coisa fica de fora. Queria dar mais espaço para o rock, principalmente estilos como o metal e alternativo, mas não sou a melhor pessoa para isso. Queria dar mais espaço para artistas de outros países fora do eixo Estados Unidos/Inglaterra em especial os latinos. Queria dar mais espaço para os nossos artistas brasileiros, mas precisaria ir além do mainstream e não tenho tanto conhecimento e tempo. Queria muitas coisas, mas falta tempo.

               Mesmo assim ainda tenho muito orgulho do que faço todos os dias, principalmente quando vejo todo o trabalho que já fiz. O quanto eu mudei, não apenas pessoalmente, mas na minha visão sobre a música. O quanto a minha escrita mudou, muda e espero mudar cada dia. Quero pedir desculpas por meus erros de português aqui e ali, mas faço o meu melhor.

               Só que escrevo esse texto, acima de tudo, para agradecer cada um de vocês que lêem o Só Singles. Não tenho palavras para agradecer a todos vocês. Como disse, não faço o blog para ser uma estrela da internet, mas o reconhecimento que recebo é muito mais que imaginei que um dia teria. Não trocaria os 100 likes da página do Facebook e as 50 pessoas que seguem o blog por 1 milhão de pessoas. Não trocaria os poucos, mas sempre importantes, comentários que recebo por centenas de comentários que outros blogs recebem. Não trocaria quem apenas lê o blog e não se manifesta por 10 mil visualizações por dia. Agradeço a todos que comentam no blog seja desde o começo ou desde semana passada. Cada elogio, cada sugestão, cada critica, cada voto nas enquetes do final do ano. Sempre são bem vindos e sempre apreciados mesmo que não tenha tempo de responder. Os fãs calorosos de artistas que já meteram o pau em mim (como vão fãs da Demi Lovato?). Todos são sempre bem vindos e fazem parte da construção do blog dia a dia. Muito obrigados a todos vocês. De coração. Quem venha mais cinco anos!

Ass: Jota

11 de agosto de 2013

O Retorno da Garota Californiana Que Tinha Sonhos Adolescentes

Roar
Katy Perry


Depois de extrair a última gota que pode do mega sucesso que foi a era Teenage Dream que teve uma contagem de incríveis oito singles lançados ao total sendo que seis deles ficaram no primeiro lugar da Billboard, sete indicações ao Grammy e mais de 6 milhões de cópias vendidas mundialmente, Katy Perry optou pela melhor estratégia: descansar a imagem. Mesmo com os burburinhos sobre seu romance "vai e vem" com o John Mayer, Katy manteve certa distância dos holofotes enquanto preparava seu terceiro álbum na "encolha". Poucas semanas atrás ela começou uma discreta, em minha opinião, campanha de lançamento com cartazes revelando o nome do álbum (Prism) e vídeos no YouTube mostrando ela queimando a peruca azul ou "enterrando" o Teenage Dream. Nesse meio tempo foi revelado que o primeiro single intitulado Roar seria lançado no dia 12 próximo. Só que como vocês podem saber (se não, aonde vocês estavam?) Roar vazou. E, finalmente, agora começa a critica de verdade.

Ainda é um pouco cedo dizer qual será a sonoridade que Katy vai seguir em Prism, mas pelo o que é mostrado em Roar deve ser uma mistura de pop chiclete usando no último CD com as influências de pop rock que se ouviu mais em One Of The Boys. Dito isso, vamos tirar o grande elefante no meio da sala: sim, Roar é muito parecida com a canção Brave da Sara Bareilles. Contudo, analisando bem como a canção construiu sua parte instrumental só posso concluir apenas uma coisa: Katy não copiou Sara, mas usou Brave como sample para fazer Roar. Se não for isso, querida Katy, você plagiou bonito! Supondo que foi sampleado, a produção de Dr. Luke e Max Martin deu uma suavizada na batida tirada de Brave a deixando mais suave e bem mais comercial. Mesmo não sendo uma produção original, Roar consegue obter um arranjo cativante sendo perfeito para esse comeback. Katy defende a canção com garra fazendo uma performance sóbria e contida bem diferente das performances mais adocicadas, divertidas ou "épicas" como na era Teenage Dream. A composição também segue nesse mesmo caminho: bem mais discreta falando sobre superação pessoal. Porém, Katy esbarra em velhos problemas como o teor meio bobo, rimas fracas e repetitivas e a falta de inspiração para ir além do "pop" rasteiro. Não que seja um primor, mas Roar acerta no refrão fácil que dá vontade de cantar e na sua premissa otimista. Roar tem tudo para ser mais outro sucesso na carreira de Katy. Só que no ano que outras cantoras pop resolveram fazer seu comeback, será esse o maior entre todos? O tempo dirá.
nota: 6,5

10 de agosto de 2013

Uma Segunda Chance Para "Acapella"

Acapella
Kelis


No alto da "faroficação" da música pop em 2010 a cantora Kelis, conhecida pelo sucesso Milkshake, resolveu se juntar a massa para fazer seu quinto intitulado Flesh Tone. Contudo, o que ninguém poderia esperar era que o resultado seria muito, mais muito, mais muito superior ao que qualquer artista estava fazendo na época. O primeiro single foi a genial Acapella.

Produzida pelo David Guetta (o que é de longe a sua melhor produção ao lado de Titanium), a canção é uma mistura refinada e grandiosa de eletrônico com uma forte influência de sons de batidas africanas que dá toda a atmosfera magnética e viciante da canção. O trabalho aqui desenvolvido é de uma inspiração única mostrando a qualidade da canção que não precisou seguir nenhuma forma feita para se encaixar em um estilo. A composição, uma homenagem ao filho da Kelis, casa perfeitamente com a atmosfera delicada e "sonhadora" (mesmo sendo uma canção up-tempo) que a produção consegue construir perfeitamente. Bonita, simples e bem elaborada mostrando que o pop ainda é capaz de sair dos lugares comuns e mostrar inteligência de verdade. Fechando com chave de ouro, Kelis faz uma performance revigorante demonstrando todo o seu poder e versatilidade. Uma pérola pop sem dúvidas.
nota original: 8,5
nota atual: 9

Resultado Final: Uma música para entrar no hall das melhores das últimas décadas
Resenha Original

9 de agosto de 2013

Primeira Impressão

Stars Dance
Selena Gomez

Vou começar esse post fazendo o principal e único elogio que vou fazer para o álbum debut da carreira solo da Selena Gomez: ousadia. A ex-estrela da Disney pode se orgulhar de tentar fugir completamente do paradigma de ser uma cantora pop teen comercial. Tentar mesmo, pois, infelizmente, ela errou o alvo. Errou apenas não: passou milhares de quilômetros do alvo.

O desastre começa no momento em que Selena tenta evoluir sua sonoridade. A ideia é ótima, mas como ela foi construida é canhestra. Mirando em uma mistura de M.I.A. com Robyn, os produtores (uma profusão de nomes) transforma Stars Dance em uma salada mista de "rabiscos" mal feitos de tentativas de criar algo diferente e original para Selena. Em nenhuma faixa há algum acerto verdadeiro seja nas construções das péssimas instrumentalizações em todas as faixas ou na elaboração desse mix de pop dance, eletrônico, dubstep e dance music que não chega a lugar nenhum, transforma Selena em uma cantora sem personalidade e sem nenhuma sonoridade definida. A derrocada não para por aí: Selena, que sempre elogie ao lado de seu grupo Selena Gomez & The Scene por seu bons vocais, recebeu um "trocentas" camadas de produção vocal que tira qualquer qualidade das performances da jovem. Uma pena já que ela é a dona da melhor voz entre suas contemporâneas estrelas teens da Disney. Finalizando o desastre estão as composições: uma coleção sem graça, boba, sem inspiração, pobre e sem ligação nenhuma com a linha "ousada" pretendida pela produção. Uma grande decepção que não reflete no talento da jovem. Uma pena já que eu levava fé em Selena.

Marcha Ré

Slow Down
Selena Gomez


A melhorzinha música do Stars Dance da Selena Gomez é o velho bom arroz com feijão bem feitinho. Só que para quem tinha feito uma canção como essa é um grande retrocesso.

Slow Down é um dance pop bonitinho que tem uma pegada que até combina com a atmosfera de Selena e até mesmo o batidão no refrão é bem "aramado". Só que tudo já foi feito antes e refeito centenas de vezes. Perde toda a graça. A voz de Selena está mais ou menos: não é um trabalho especialmente ruim, mas não mostra personalidade. A composição enterra qualquer originalidade ou qualidade que a música poderia ter com a velha história de sexualizar a ex-estrela teen para fazer ela parecer "adulta". Basicamente, um amontoado de clichês que é bem feitinho, mas não "enche barriga".
nota: 5,5

8 de agosto de 2013

Não, não é a Rihanna!

Walks Like Rihanna
The Wanted


Fazer o uso de intertextualidade na música é bem comum, até mais do que a gente pensa. Citando apenas dois exemplos recentes: quando Mariah Carey diz que está ouvindo a canções de Bobby Womack e do Babyface ou quando o Maroon 5 fala claramente do Mick Jagger em Moves Like Jagger. Então, nem é surpresa que a boy band lançou uma canção fazendo alusão para a Rihanna. A surpresa vem do fato que eles não conseguiram captar a essência da cantora para passar na canção.

Walks Like Rihanna passa longe da "safadeza" e sexualidade latente que a cantora de Barbados exala. Nao clipe para a canção "zoando" com outras boys bands. Mirou no engraçado, acertou no bobo. Mirou na Rihanna, acertou na cover drag queen dela.
verdade a canção parece ser mais um produto direcionado para o 1D do que para o The Wanted que deveria mirar em um público mais adulto. A canção tem uma composição que dá indícios de querer partir para algo mais divertido e com personalidade, mas acaba caindo na falta de ousadia o que a deixa boba e sem cara definida. Os vocais dos integrantes são corretos, nada que seja marcante ou que inspire ninguém. Assim também é o arranjo bem mais ou menos que parece que nasceu de uma boa ideia e se perdeu na tentativa de criar algo comercial e "engraçadinho". Para piorar eles fizeram
nota: 5

7 de agosto de 2013

P!nk Palhacita

True Love (feat. Lily Allen)
P!nk

Uma das coisas que mais gosto na P!nk é que ela ainda é capaz de trazer para o pop uma faceta que muitos artistas esqueceram como ou não sabem trazer a irreverência para suas músicas assim como na divertida True Love.

Sucessor do mega hit Just Give Me a Reason, o quarto single do álbum The Truth About Love é uma sacada bem inteligente da cantora que tem como produtor Greg Kurstin: a canção tem uma atmosfera que
mistura clichês do pop alternando entre uma vibe pop teen com britpop emoldurado por um arranjo estrategicamente criado para soar fútil e quase bobo. Isso é tudo feito para ser o contraponto perfeito para a hilária composição, que para falar de amor verdadeiro, desconstruí lugares comuns e frases feitas para refazer tudo isso ao modo P!nk de ser como já se mostra logo no primeiro verso:

Às vezes eu odeio cada palavra estúpida que você diz
Às vezes eu quero bater na sua cara
Não há ninguém como você
Você me leva ao limite
Eu sei que a vida seria um saco sem você

Muito dessa irreverência aqui vem da cantora inglesa Lily Allen que assina a coautoria da canção e faz uma pequena, mas divertida participação. P!nk sempre entregando o que tem de melhor: ser ela mesma.
nota: 8

6 de agosto de 2013

A Comercialização de Azalea

Bounce
Iggy Azalea


Iggy Azalea está decida em "chutar" a porta do mainstream musical e se tornar a nova sensação. Tanto que ela já começou o processo de comercialização da sua sonoridade ao lançar a canção Bounce.

Servindo de single para seu álbum debut (The New Classic), Bounce é canção perfeita para que Iggy possa se instalar definitivamente no atual mundo pop: pegando o que ela tem de melhor (sua alma rapper) misturando em um som comercial. Para sorte dela, a produção acerta na produção fazendo de Bounce uma canção freneticamente viciante misturando o bounce music com dance pop. A ótima performance de Iggy misturando influências de Lil' Kim e Ke$ha mostra que ela está desenvolvendo uma personalidade própria. Mesmo não sendo genial, a composição é bem amarradinha e tem um refrão poderoso. Espero que ela continue dessa maneira: pode até virar comercial, mas continue entregando músicas de qualidade.
nota: 8

5 de agosto de 2013

It's a Party in the USA!

Made in the USA
Demi Lovato


Não é preciso ser gênio para sacar que a canção Made in the USA da Demi Lovato é uma "prima" bem próxima de Party In the U.S.A. da Miley Cyrus. E nem adianta fã da Demi falar que não é, pois até um
surdo diria que é verdade. Felizmente, para a Demi a canção funciona.

Nada muito espetacular esse pop teen bem feitinho, mas acerta na mosca ao mostrar uma Demi mais leve e romântica sem abusar muito do pieguismo. A produção faz o dever de casa direitinho em canção previsível, mas simpática mesmo esbarrando em semelhança entre estilo e, principalmente, na composição. Essa por sua vez, consegue uma vantagem em cima da canção da Miley: seu teor parece bem mais honesto e é mais fácil de ver a Demi cantando do aquela Miley toda certinha de quando ela lançou Party In the U.S.A. Mesmo ouvindo nitidamente o desenvolvimento de Demi ainda é necessário várias melhoras e uma delas é ela parar de gritar para mostrar alcance de voz. Está no caminho certo só falta ela encontrar quem é a Demi de verdade.
nota: 6,5

4 de agosto de 2013

Chris Brown Inglês

The World
Angel


O inglês Angel conseguiu uma façanha: fazer uma canção que imita o som do Chris Brown e ser pior que ele.

The World, single do álbum About Time, parece uma versão inferior de Don't Wake Me Up. A mesma pegada R&B/pop dance é usada para a canção que não decola em nenhum minuto já que a canção fica em um mesmo tom o tempo todo. Os vocais lembram demais do o ex da Rihanna que chega a parecer um "imitador" dele cantando. A composição nem parece que foi composta, mas sim apenas colocada lá para que Angel cante apenas. Se o verdadeiro já não está lá essas coisas, imagina alguém tentando imitá-lo.

3 de agosto de 2013

Você Realmente Conhece a India.Arie?

Uma das mais respeitadas e talentosas cantoras cantoras neo soul/R&B surgida nas últimas décadas que merece ainda mais reconhecimento do público. Para quem ainda não conhece, um pouco da maravilhosa India.Arie.

Primeira Impressão

Songversation
India.Arie

Poucos artistas podem se gabar de ter uma carreira tão brilhante como a da cantora/compositora India.Arie. E mais uma vez ela prova isso com o lançamento do seu quinto álbum, o brilhante Songversation.

Não espere nenhuma revolução sonora durante toda a execução de Songversation, mas espere uma artista completamente madura na evolução de seu talento fazendo um álbum completamente pessoal, emocionante, tocante e de uma qualidade magistral. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão comovido com um trabalho tão lindo como Songversation, acho que desde o 21 da Adele. Não seria diferente depois de ouvir cada faixa do CD e deixar suas composições "fazerem efeito" na minha alma e no meu coração. India tem o dom de conversar de verdade com a gente através de suas músicas e aqui elas chegam fundo ao falar de uma maneira simples e honesta sobre o amor, autoestima, paixão, espiritualidade, enfim, sobre a vida de uma maneira geral. Suas mensagens carregam uma verdade única, uma emoção acachapante, uma luz libertadora. São como mensagens divinas em busca de corações destruídos, quebrados, cansados e sem esperança para que possam ser reconstruídos, remendados, descasados e completados com a esperança de um futuro melhor. Conseguimos "ouvir" tudo isso também na voz de India. Dona de um tom que por si só já é de uma beleza própria, India consegue extrair o melhor de cada performance usando toda a sua experiência envernizando cada faixa com ternura, emoção, delicadeza, força e sentimento que apenas uma cantora como ela pode dar. Simplesmente uma aula de como saber cantar e emocionar. Como disse antes, Songversation não se arrisca em nenhum segundo na sua sonoridade, mas compensa com um trabalho perfeito. A produção pega o DNA de India (uma mistura de R&B mais tradicional com o neo soul) e cria uma "celebração" da musicalidade da cantora em instrumentalizações sensacionais que valorizam as mensagens e fazem o perfeito acompanhamento para a voz de India em cada faixa. India.Arie faz em Songversation um trabalho marcante e reconfortante. Altamente recomendado para quem está passado por problemas na vida e/ou quem aprecia uma boa música. (Ah, nem precisa dizer que o CD é para ser apreciada como todo e fica impossível escolher apenas uma música, né?)

2 de agosto de 2013

Leave Aaliyah Alone!

Don't Think They Know (feat. Aaliyah)
Chris Brown

Aaliyah foi um dos maiores nomes do R&B/soul musica durante os anos noventa. Ao lado da Brandy e da Monica, ela dominou as paradas durante anos com hits e milhões de álbuns vendidos. Contudo, Aaliyah foi mais além quando teve a colaboração de dois novos produtores da época: Missy Elliott e Timbaland. Com eles ela lançou o álbum One in a Million que vendeu cerca de 8 milhões ao redor do mundo em 1996 que ajudou a aumentar sua popularidade imensamente. Então, Aaliyah começou a se dedicar a outros empreendimentos como a carreira de atriz. Infelizmente, no dia 25 de Agosto enquanto voltava de uma gravação de um clipe nas Bahamas para promover seu terceiro álbum que tinha sido lançado poucas semanas antes, o avião onde ela e mais oito membros de sua equipe estavam caiu matando todos a bordo. Ela tinha apenas 22 anos e tinha uma carreira inteira pela frente ainda mais depois de seu terceiro álbum ser aclamado pela critica como um dos melhores dos últimos anos. Claro que sua morte a elevou ao posto de "lenda" e nunca saberemos se ela continuasse viva como estaria sua carreira, mas é certo que ela continua a influenciar jovens cantoras até hoje.

Como todo artista morto de tempos em tempos surge algo novo relacionado ao nome de Aaliyah. Seja um sample, uma música gravada e nunca lançada ou até mesmo uma participação em uma canção de um artista contemporâneo. Sim, mesmo falecida Aaliyah ainda faz featuring. A façanha dessa vez foi feita pelo Chris Brown na música Don't Think They Know no momento que a produção de Mel & Mus pegou uma canção que Aaliyah tinha gravado com a banda Playa regravou/refez usando apenas a parte da cantora e adicionou a parte de Chris.

Lançada como single do próximo CD de Brown (X), Don't Think They Know é um R&B bem feitinho, mas que não convence ou empolga. É bom ver que foi respeitada a memoria de Aaliyah em uma boa participação que faz lembrar do talento da jovem e imaginar o que ele poderia ter sido. Também é legal ver Chris voltando com tudo para o estilo que ele começou, mas sua apática atuação junto com uma letra boba que, parece, é direcionada para a Rihanna. Nem mesmo a produção sólida e mais clássica ajuda muito já que ela não acrescenta nada de interessante na canção. Mesmo com boa intenção, mas deixar quem já morreu descansar realmente em paz. Por favor!
nota: 6