AFTER
Pabllo Vittar
29 de agosto de 2023
Bossa Nova Nu Disco
Electric Fish
Ana Frango Elétrico
Tenho que admitir que não conhecia a brasileira Ana Frango Elétrico até bem recentemente. E, queridos leitores, descobri a mesma quando estava procurando músicas de resenhas e vi o seu curioso nomes e resolvi dar uma chance. Qual é a minha surpresa de não apenas gostar do que ouvir, mas ser realmente pegado de calça curta quando ouvi a inusitada Electric Fish.
Resumidamente, a canção é uma mistura de nu disco, bossa nova, synthpop e funk que não deveria funcionar, mas o resultado é deliciosamente estranho e envolvente. Não chega a ser um estouro e, sim, um slow burn cativante que aquece o coração de forma a ficar quentinho e confortável. Um instrumental cuidadoso e encorpado, Electric Fish tem uma letra pensada para ser simples, estilosa e despretensioso sobre a sensação de se apaixonar. E a doce voz da Ana revela bem a sua influência na bossa e que isso pode criar certo ruido para quem esperava um timbre mais firme e não tão doce. Entretanto, a canção ganha personalidade devido a forma de entornar os versos e quando a estranheza é deixada de lado é facilmente possível perceber. Que bom que “descobrir” Ana Frango Elétrico e a surpresa não foi apenas pelo nome artístico peculiar.
nota: 8
Isso Não é Uma Música
Campo de Morango
Luísa Sonza
Luísa Sonza
Tento realmente achar o bom em cada canção que escuto, mas nem sempre é possível já que alguns artistas fazem o possível para isso não acontecer. Esse é caso de Campo de Morango da Luísa Sonza.
Apesar de tentar não pensar toda a polemica da cantora fora do espaço da música é quase impossível não levar em conta. E, infelizmente, nem quando a gente tentar separar ainda percebe o quanto Campo de Morango é ruim. Primeiramente, a canção com apenas um minuto e dezenove segundos nem pode ser chamada de canção, mas, sim, uma intro que por algum motivo errado se tornou single. Apesar de um ou dois traços de alguma coisa boa, o single é de uma criatividade tão parca e pobre que fica difícil acreditar que isso é realmente um trabalho que precisou de quatro créditos de produções e o dobro para a composição. Uma batira trap/pop rap mediana e que não chega a ser insuportável porque é tão rápida que precisa de mais de um ouvida para entender o que ouviu de verdade. E, sejamos sinceros, não dá nenhuma vontade de ouvir Campo de Morango mais que o necessário para conhecer essa atrocidade.
nota: 2,5
27 de agosto de 2023
Fé no Talento
Fé nas Maluca
IZA & MC Carol
IZA & MC Carol
É tão bom ver artistas de talento colhendo os frutos do seu trabalho. Isso aumento quando duas artistas desse calibre se encontram como é a parceria da Iza com a Mc Carol em Fé nas Maluca.
Primeiro single de AFRODHIT, a canção é uma revigorante, excitante, divertida e surpreendente escolha para primeiro single que mistura afrobeats, rap e R&B que foge do lugar comum do mainstream atual, mas ainda tem um verniz comercial. Apesar de seguir certo esquema de Pesadão e Ginga, Fé nas Maluca se destaca por seu instrumental mais individualizado, a batida mais estilizada e a presença realmente marcante da Mc Carol. Na verdade, a canção realmente funciona devido ao verso da funkeira que arremata a canção de maneira a dar acabamento com a mesma força que a sua base. Não é uma explosão que nem as canções citadas, Fé nas Maluca é o resultado do encontro de talentos que merecem serem exaltados a altura.
nota: 8
Semana Brasil
Fazia algum tempo que não fazia um especial dedicado apenas a artistas brasileiros. Então, meio que quase sem querer, pois, foi ao perceber que tinhas resenhas suficientes para poder fazer um especial que decidir que já era hora de dedicar um tempo para olhar um pouco apenas para o que está sendo feito no Brasil. Espero que gostem!
20 de agosto de 2023
O Toque Do Sol
Spirit 2.0
Sampha
Sampha
Apesar de nunca ter ouvido uma canção sua solo, o produtor/canto/rapper Sampha tem circulando minha espera musical devido o seu trabalho com nomes como Solange, Jessie Ware, Drake, Kendrick Lamar, entre outros. Depois de ouvir Spirit 2.0 tenho que admitir que foi um erro não dar atenção para o Sampha.
Possível primeiro single do seu segundo álbum, a canção é o que posso nomear apenas como deslumbrante. Com quase cinco minutos, Spirit 2.0 é uma jornada incandescente que vai se desaguando em uma rica, impressionante, genial, envolvente e iluminada mistura de eletrônico, neo-soul e R&B alternativo que é como sentir o Sol depois de messes de escuridão. Sexy, romântica, sensual, vibrante e acolhedora, a batida da canção é um dos trabalhos mais impressionantes que escutei em muito tempo ao ser linear sem nenhum grande arrombo, mas vai sendo adicionada uma dose cavalar de nuances que a vai elevando em patamares cada vez mais altos. É como uma comida com vários temperos que vai sendo revelados ao longo da experiencia de saborear cada mordida inesperada e, ao mesmo tempo, tão familiar. Se apenas a batida fosse assim já teríamos uma canção sensacional, mas Sampha é um cantor incrível que busca referencias de cantores “tradicionais” para compor sua belíssima e revigorante interpretação, existe dois momentos nos versos que antecedem o refrão que é de derreter gelo glacial. Finalizando, a composição sobre se apaixonar e se deixar levar pelos sentimos é de uma beleza rara ao ser direta, profunda e de uma graciosidade vivida. Ainda não posso cravar, mas acho que o Sampha pode ser o dono da música do ano.
nota: 9
Reciclagem
Cruel Summer
Taylor Swift
Taylor Swift
É fato que a Taylor Swift é a maior estrela pop da atualidade com um alcance imenso de popularidade. Apesar disso, ainda posso dizer que não entendo exatamente o motivo desse furor tão imenso ainda mais quando a mesma consegue hitar uma canção de quatro anos atrás como é caso de Cruel Summer.
Canção de Lover, Cruel Summer ganhou popularidade nos últimos tempos de uma maneira tão imensa que foi lançada como single sem nem ter promoção exatamente, mas, sim, se baseando na viralidade nas redes sociais. Devo admitir que não acho a canção ruim, mas bem longe da perfeição pop que muitos estão pintando por aí. É uma fofa e redonda eletropop que tem uma produção bem redondinha, especialmente no ótimo refrão. E nada mais. Cruel Summer é um tipo de canção que está basicamente em quase todos os álbuns recentes da Taylor, mas com um toque mais interessantes que outras. Isso prova o nível da carreira da cantora. Bom para Taylor.
nota: 6,5
Experimentação Familiar
bad idea right?
Olivia Rodrigo
Olivia Rodrigo
Como fazer uma canção que seja na mesma medida uma experimentação sonora sem perder o rumo original de um artista? Olivia Rodrigo mostra como no bad idea right?.
A produção de Dan Nigro ainda entre o pop rock teen que a cantora ficou conhecida, mas adiciona uma carga interessante de ousadias para incrementar a sonoridade básica. Uma pitada aqui de punk, outra pincelada de alternativo e uma dose bem pensada de pop em um arranjo bem arrematado que vai entrando em lugares diferentes sem se aprofundar demais. bad idea right? é eletrizante a ponto de ser divertida para os fãs de Olivia, abrindo novos rumos para a carreira da jovem. O grande trunfo, porém, da canção é a sensacional performance da cantora que consegue com ajuda de uma produção vocal excitante ir pelas lacunas da canção adicionando personalidade ao mostrar versatilidade imensa. Enquanto isso, apesar de espertona, a composição tem os mesmos clichês de sempre sobre um relacionamento de idas e vindas com o toque do furor juvenil. O resultado não é sensacional, mas Olivia Rodrigo vai abrindo o caminho para o começo do seu amadurecimento sonoro.
nota: 7,5
Linda Obscenidade
Sodom & Gomorrah
Dorian Electra
Dorian Electra
Sexo e o pop sempre caminharam juntos desde basicamente o seu começo. E quando realmente feito certo é sempre um prazer como é o caso de Sodom & Gomorrah de Dorian Electra.
Single do álbum Fanfare, a canção é uma celebração provocativa sobre o sexo sem amarras, medo ou inibições ao utilizar de maneira primorosa a história bíblica de Sodoma e Gomorra para criar essa crônica. Divertida ao extremo, a composição é dona de momentos simplesmente memoráveis como, por exemplo, “Deuteronomy, givе my ass a lobotomy”. Todavia, o grande trunfo Sodom & Gomorrah é a sua ótima produção que entrega uma sensual, ácida e eletrizante mistura de pop rock, industrial com hyperpop que combina com a intenção da canção, adicionando uma deliciosamente indecente camada de sexualidade perfeita para a canção. E a performance épica de Dorian é a cereja em cima do bolo. E que o sexo possa sempre ser o ingrediente para incrementar o bom e velho pop.
nota: 8
O Maravilhoso Mundo Estanho de Róisín Murphy
You Knew
Fader
Róisín Murphy
Fader
Róisín Murphy
Single por single, a Róisín Murphy vai construído a ideia que o seu álbum Hit Parade pode ser facilmente um dos melhores do ano. Isso é alimentado ainda mais pelo lançamento das ótimas You Knew e Fader.
Ambas canções tem a marca dessa nova era da cantora que é produzido pelo DJ Koze: a estranheza. Nenhuma das canções seguem um caminho exatamente fácil ou previsível e, por isso, nunca termina sendo não interessante acompanhar o que vai se desenrolando, mas, também, não é para todos os públicos. Das duas canções, Fader é que tem atmosfera mais deglutível, pois é uma eletrizante trip hop com toques pesados de neo soul e pinceladas de eletrônico aqui e ali. Todavia, a produção adiciona texturas que a vai criando camadas substancias para a canção se torne um trabalho realmente de Murphy. Liricamente, a canção é sobre o fato de apesar de todos os problemas que podemos enfrentar é necessário tirar um tempo para simplesmente se divertir. E isso é feito de maneira tão peculiar devido a estética madura e ousada da composição que o resultado passa longíssimo do clichê que poderia se atrelado a temática dessa natureza. Tenho que admitir que os vocais solos da cantora parecem abafados devido a decisão da produção vocal, mas isso não é algo que atrapalhe o resultado final ainda mais com as inclusões de camadas de vocais que dão base para a canção. Em You Knew, a produção mergulha de cabeça na persona que vem sendo criada para entregar uma espetacular, intricada, encorpada e deslumbrante viagem de mais de sete minutos. Uma slow burn constante, a canção é uma produção de deep house/EDM que perfeitamente cruza o lado do experimental, mas fincado com os dois pés firmes no pop. Longe de ser mainstream, a canção é lindamente instrumentalizada e apresenta uma atmosfera quase hipnótica que, sem nunca explodir, se mantem excitante do começo ao fim. Se os vocais de Fader tem algumas ressalvas, a performance de Murphy e a produção vocal aqui é impressionante, pois adiciona as texturas necessárias para a canção ir para outro patamar devido a maneira criativa que são adicionadas. Gosto particularmente de maneira como a cantora declama versos do refrão em contraste com a parte cantada. E assim Róisín Murphy vai criando um clima maravilho.
notas
You Knew: 8,5
Fader: 8
Fader: 8
Ternura
Space Orphans
Ichiko AobaUma das vozes mais singulares fora do mercado mainstream, a japonesa Ichiko Aoba continua a agraciar o seu público com verdadeira perolas como é o caso da belíssima Space Orphans.
De uma delicadeza quase palpável, a cantora usa a sua doce e angelical para entoar versos de um graça iluminada que consegue ultrapassar as barreiras da tradução ao emocionar qualquer um que a escute de mente aberta. E isso é algo que não é alcançado facilmente quando as línguas são tão distintas como, por exemplo, o português e o japonês. Entretanto, a artista tem essa facilidade ao entregar cada suas canções com uma sensibilidade grandiosa e uma sinceridade tocante. E isso apenas só aumenta quando a gente lê a tradução, mesmo até quando a gente não entende exatamente o que ela quer dizer como no lindo verso: “Since that day the dragon awoke/ “The space orphans have been searching for something”. Com um instrumental contido, mas sempre recheado de intrigadas melodias que se desenrolam de maneira fluida e encantadora, Space Orphans é uma das melhores canções de 2023 e o perfeito veiculo para conhecer a extraordinária Ichiko Aoba.
nota: 8,5
Good Girl Goes Great
End of Time
Zara LarssonZara Larsson finalmente parece estar entrando na sua de finalmente mostrar para o que veio. Depois da boa Can't Tame Her, a cantora lançou a melhor End of Time.
Com uma produção estrelada de Rick Nowels ao lado de Danja, End of Time é uma madura, sóbria e encorpada synth-pop/Europop que consegue criar uma batida envolvente e de um brilho belo e contido. Não é uma canção que necessariamente explode, mas vai crescendo até um patamar em que pode explorar o seu belo instrumental. Devo admitir que a parte final parece um pouco demais, mas não tira o brilho de uma canção tão redonda como termina End of Time. A composição acerta o tom exato entre parece querer soar profunda e, ao mesmo tempo, ter esse toque pop comercial com um refrão bem comercial e direto. Zara segura bem a canção, especialmente na primeira metade, mas ainda precisa encontrar exatamente o seu caminho para não soar em momentos como sendo uma voz apenas genérica. Acredito que se a mesma tivesse lançado a canção lá pelos meios dos anos 2010 teria sido um imenso sucesso mundial. De qualquer forma, a canção é um marco de evolução na carreira da Zara Larsson.
nota: 7,5
13 de agosto de 2023
11 de agosto de 2023
Fazendo o Trabalho Duro
SEREIA
Lia Clark & Pabllo Vittar
Lia Clark & Pabllo Vittar
Com todo o bafafá envolvendo o remix de Tá OK é preciso falar que a canção artisticamente não tem tanto para falar sobre funk, mesmo tendo uma ótima ideia. E isso fica mais claro quando a gente ouve uma canção como Sereia da Lia Clark com a participação da Pabllo Vittar.
Uma surpreendente mistura de eletrônico com funk que sabe referenciar o passado do gênero brasileiro ao mesmo tempo que emoldura com uma modernidade verdadeira e fluida. E isso é sinceramente impressionante, pois o resultado é tão refinado criativamente que a gente pensa que como isso não foi feito nesse nível até o momento. Acho que poderia ter mais funk adicionado a batida, mas, sinceramente, Sereia é tão genuinamente divertida que isso fica de lado. Não espere, porém, algo lírico impressionante, mas a letra da canção é redondinha e cumpre bem o seu trabalho de criar algo que seja ligado com o atual cenário. E isso é feito com louvor, especialmente no verso de ouro “Se ele não me quis sereia-ia-ia-ia/Agora virei piranha”. Lia e Pabllo parecem se divertir em Sereira, aumentando o nível de agradabilidade da canção. Sem nenhuma pretensão, Sereia é o que realmente deve ser feito para evoluir o funk de maneira a elevar o gênero para um patamar do pop atual.
nota: 8
Remix Padrão
Tá OK (Remix) (feat. Maluma & Karol G)
DENNIS & MC Kevin O Chris
DENNIS & MC Kevin O Chris
Quando decidir fazer a resenha do remix de Tá OK nenhuma das polêmicas que o cercam tinham acontecido, mas isso não mudou a minha percepção sobre a canção de ser um remix padrão.
Com a participação do Maluma e da Karol G, a canção ganhou esse apelo comercial maior para entrar no resto do mercado latino que é ótimo para realmente levar o funk carioca para outros mercados. E tenho que admitir que os dois artistas dão personalidade para a canção, especialmente a Karol que é o grande destaque desse remix. Entretanto, a canção melhora o que estava de errado anteriormente (a sua parca duração anticlimática) e erra em outros que não deveria. Mesmo antes da polêmica notei que o Kevin O Chris tinha sido escanteado do remix, sobrando quase um espalho como se o mesmo fosse o convidado especial. Além disso, a falta de um outro artista nacional é realmente lamentável. Nem precisaria ser a Anitta, mas, na verdade, algum medalhão do funk seria o ideal para mostrar a verdadeira força do gênero nacional. E uma oportunidade perdida devido a falta de visão por quem está atrás da canção.
nota: 6,5
O Fundo do Fundo Poço
MIND YOUR BUSINESS
will.i.am & Britney Spears
will.i.am & Britney Spears
Você se lembra que a Britney Spears lançou uma música recentemente? Então, acredito que esquecer o desastre Mind Your Business seja o melhor caminho.
Quarta parceria com o will.i.am, a canção é a pior canção da carreira da Britney por quilômetros de distância. Na verdade, o resultado dessa bomba nuclear é uma das piores canções que ouvir na minha vida. E isso é dizer muito. Produzido pelo rapper, Mind Your Business é uma EDM extremamente podre, capenga, irritante e sem um pingo de criatividade que parece ser o trabalho de inteligência artificial na sua pior estancia. E, apesar da hedionda produção, a composição canhestra é a chave de ouro da desgraça, especialmente no horripilante refrão. A única coisa boa da canção é ver que a Britney está disposta a recomeçar a sua carreira. Só precisa de entregar algo que seja no mínimo mediano.
nota: 1
A Hora de Tkay Maidza
Silent Assassin
Tkay Maidza & Flume
A melhor rapper que você provavelmente não conhece é a australiana Tkay Maidza. Depois de ótimos lançamentos como, por exemplo, o EP Last Year Was Weird, Vol. 3, a rapper volta com o lançamento da sensacional Silent Assassin.
Produzido pelo DJ Flume, a canção é uma pesadona mistura de hip hop, eletrônico e industrial que cria uma sombria, ruidosa e devastadora batida. Diferente do que a rapper fez até o momento, mas coerente com a sua sonoridade, Silent Assassin é o tipo de canção que gruda na cabeça de maneira quase impossível de ser retirada devido a sua batida marcante, áspera e completamente imprevisível. Existem mudanças, quebras e texturas dadas pela produção que eleva a canção para outro patamar sem precisar de grandes esforços. Entretanto, o que faz a canção dar realmente a liga a performance extraordinária de Tkay que se coloca em um lugar performático que a transcende o ser rapper, atingindo lugares que a mesma não tinha explorado devido a sua versatilidade em ir transitando por todas as curvas da canção. Gostaria muito que o grande pudesse descobrir a rapper, mas apendas da mesma continuar nessa mesma toada já é perfeito para aqueles que a conhecem.
nota: 8,5
Mothers
One That Got Away
MUNA
MUNA
É bastante raro bandas formadas apenas por mulheres na indústria fonográfica. Por isso que ouvir o trio MUNA é tão satisfatório e ainda mais com a entrega sensacional de One That Got Away.
Primeira vez escutando uma canção do trio formado por Katie Gavin, Josette Maskin e Naomi McPherson e tenho que afirmar que foi um verdadeiro prazer. One That Got Away é um delicioso synth-pop/pop rock que emoldura perfeitamente os anos oitenta, mas passa longe de soar como apenas um caça níquel barato ou/e ter cheiro de naftalina. O que a produção consegue é fazer uma batida refrescante que consegue ainda ficar no limite perfeito entre o alternativo e o comercial, dando ainda mais profundida para a canção. E o trabalho lírico é magistral devido ao fato não recorrer a nenhum momento para saídas fáceis, mas, sim, em construir uma madura, divertida e refinada crônica sobre finalmente se livrar de um relacionamento toxico. Apesar de não terem um reconhecimento muito grande fora do seu nicho, a banda entregou uma verdadeira pérola pop de 2023.
nota: 8
Boa Massificada
TUYA
Rosalía
A Rosalía estabeleceu uma tradição que entre os seus lançamentos de álbuns é visto uma enxurrada de canções menores que parecem feitas apenas para manter a mesma relevante comercialmente. Esse é o caso de TUYA.
A canção é que posso chamar de obra menor da Rosalía. Está longe de ser um grande momento, mas não faz exatamente feio. É uma reggaeton bem feita com uma batida sensual e não vai muito mais que isso. O que adiciona a personalidade é a presença da cantora que com os seus sempre únicos vocais e uma produção vocal sempre criativa consegue dar verdadeira força para TUYA, fazendo a mesma se destacar entre o oceano de canções do gênero. E assim a Rosalía prova que é boa até massificada.
nota: 7
6 de agosto de 2023
Old/New
favorite kind of high
Kelly Clarkson
Kelly Clarkson
Terceiro single de Chemistry, favorite kind of high é, ao mesmo tempo, uma volta ao passado de Kelly Clarkson e um aceno para o presente do pop.
A canção é uma simpática, leve e divertida synth-pop/dancepop que remete a sucessos como Stronger (What Doesn't Kill You) e My Life Would Suck Without You, mas acrescenta nuances contemporânea devido a composição de Carly Rae Jepsen. Não chega ao ápice dos melhores momentos de ambas artistas, mas é funciona devido a essa sensação de estilos diferentes terem sido cruzado de maneira mais do satisfatória. Acredito que o motivo para que favorite kind of high não deslanche completamente é que o refrão não explode de verdade, deixando toda a sua personalidade para a Kelly colocar com a sua sensacional performance. E até quando não acerta completamente, a Kelly ainda entrega uma boa canção. Isso é para poucas.
nota: 7,5
A Redenção Final
Only Love Can Save Us Now
Kesha
Kesha
Finalmente livre da sua batalha pessoal que a quase destruiu, Kesha fecha essa fase com a melhor canção da sua carreira: espetacular Only Love Can Save Us Now.
Single de Gag Order, a canção tem uma das construções mais criativas, surpreendentes e ousadas criadas dos últimos tempos. O instrumental dos versos são puramente electropop com toques de industrial em uma batida forte e que quer claramente emoldurar os princípios da carreira da cantora. De repente, o refrão muda completamente de direção ao ser uma inspiradora, animada e poderosa mistura de gospel, country e soul. E, apesar de tamanha diferença, a fluidez entre as duas partes é tão bem costurada, fluida e excitante que tudo parece fazer sentido como se fosse algo fácil de se realizar. E isso não é, pois poderia facilmente criar um ruido tão grande que iria desandar. Entretanto, Only Love Can Save Us Now funciona devido a ótima produção e que essa mudança é motivada pela composição e a sua intenção. Nos versos, Kesha canta sobre seus problemas de forma direta, amarga e raivosa como se estive escrevendo um desabafo (o som de uma máquina de escrever é usada na base) para depois no refrão buscar a redenção em uma explosão em um quase louvor. E isso é fundido com a ótima performance de Kesha que consegue segurar perfeitamente as duas partes e ser a cola que as unem. Que esse marco de fim seja também o começo da nova fase para a vida da Kesha.
nota: 8,5
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