27 de fevereiro de 2020

Who's That Girl?

Honeymoon Fades
Sabrina Carpenter

É quase impossível acompanhar o aparecimento de novos artistas, pois a velocidade que nomes surgem na era da internet/rede sociais é quase o da luz. Por isso, infelizmente é extremamente fácil deixar passar alguns nomes que estão na ativa sem alcançar, porém, o sucesso comercial. Esse é o caso da jovem Sabrina Carpenter.

Mais conhecida como atriz com participações em séries e filmes, Sabrina já está indo para o seu quinto álbum, apesar de nunca de recebido grande reconhecimento. Entretanto, a cantora tem boas possibilidades de conseguir alcançar o sucesso, pois parece existir algo especial em Sabrina. Honeymoon Fades, provável single do seu quinto álbum, tem algumas amostras do potencial da cantora. A canção é uma delicada e envolvente pop/R&B que lembra o começo da carreira da Ariana Grande. Apesar da semelhança, existe uma personalidade querendo sair para luz que ajuda a dar um toque pessoal na canção ao flertar com a sonoridade atual de R&B. A composição é romântica e sexy na medida certa e a performance de Sabrina é terna e delicada como a música pede. O erro da canção é acabar de força apática. Ainda falta lapidar e dar força a artista para conseguir tirar a Sabrina Carpenter da sua concha. E espero que isso possa acontecer em breve.
nota: 7

New Faces Apresenta: Roddy Ricch

The Box
Roddy Ricch

Outro ano, outro rapper que estourou em uma rede social alcançando o topo das paradas americanas. Dessa vez, porém, Roddy Ricch e o seu The Box não tem nenhuma qualidade que o redima.

Apesar de apresentar uma base que poderia funcionar em outras condições, a produção de The Box aposta em um caminho simplista e fácil ao fazer da canção ter uma batida comercial, rasteira e irritante ao tentar soar "cool". Sinceramente, não consigo entender a aclamação por parte da crítica especializada em relação a canção, pois The Box soa quase igual ao uma dezena de outras canções atualmente no hip hop/rap atual. E o rapper Roddy Ricch também não ajuda ao entregar uma performance exagerada e sem nenhum pingo de personalidade que o diferencie de outros rappers. E assim continua em mãos lençóis o rap que alcança o mainstream. Uma lastima.
nota: 4,5

26 de fevereiro de 2020

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Nothing Compares 2 U
Sinéad O'Connor

Existem dezenas de história de ídolos que tiveram a sua trajetória conturbada terminada em grandes tragédias. Nem é necessário citar nomes, pois acredito que um ou mais nomes vieram de pronto na sua memória. Hoje, porém, irei falar do grande sucesso de uma artista que, felizmente, está conseguindo superar todas as probabilidades ao encontrar ao que parece a sua redenção: a irlandesa Sinéad O'Connor.

A irlandesa nascida em 1966 sob o nome de Sinéad Marie Bernadette O'Connor, a cantora ficou popular no mundo inteiro no começo dos anos noventa com o imenso sucesso do seu segundo álbum I Do Not Want What I Haven't Got e o imenso sucesso da regravação de Nothing Compares 2 U do Prince. Apesar do sucesso, a cantora realmente chamou atenção do público foi a personalidade e atitudes da cantora. Além da sua imagem forte ao ter a sua cabeça totalmente raspada, Sinéad também polemizou em dezenas de momentos, sendo o mais famoso ao rasgar a imagem do Papa João Paulo II em apresentação no TV americana como protesto contra a igreja católica e os, até então encobertos, abusos sexuais contra crianças e jovens entre membros. A atitude gerou uma imensa resposta perante o público e pavimentou a história de polêmicas que a Sinéad acumulou em toda a sua carreira. E acreditem: o número de polêmicas é quase incontável. O importante para saber, porém, é que nos últimos anos devido a depressão e outros problemas mentais, a cantora atingiu o fundo do poço e, sinceramente, não era difícil prever que algo muito ruim aconteceria. Felizmente, ao contrário de tantos que conhecemos, Sinéad parece ter encontrado um lugar de paz após se converter ao islamismo em 2018 e mudar seu nome oficial para Shuhada' Sadaqat. Espero realmente que assim a mesma possa se manter, pois a cantora é um grande talento que foi ofuscado pela sua história pessoa. E a prova disso é que mesmo depois de trinta anos, Nothing Compares 2 U é uma das grandes canções do anos noventa. 


Lançada como um faixa de um projeto paralelo do Prince em 1985 chamado The Family, Nothing Compares 2 U ganhou na voz de Sinéad O'Connor o seu verdadeiro lar. Provavelmente, uma das melhores covers da história, a canção é uma balada pop alternativo espetacular que consegue equilibrar uma grandiosidade instrumental sem cair em uma dramaticidade exagerada. Apesar de ser uma verdadeira balada romântica, a canção tem uma instrumentalização tão poderosa que a percepção geral é que a mesma é algo bem mais complexo do que verdadeiramente é. E isso não é uma qualidade negativa, pois a produção da Sinéad ao lado do hoje lendário produtor Nellee Hooper consegue dar para canção uma seriedade e um poder que a transforma em um trabalho único, avassalador e de uma elegância primorosa. Nada disso, porém, seria possível ser a presença magnética de Sinéad que consegue misturar com perfeição uma performance crua com uma delicadeza melancólica na sua interpretação de uma composição tão complicada como a Nothing Compares 2 U. Price escreveu uma das letras mais complexas de todos os tempos, pois a mesma pode ser vista com um trabalho genial ou um trabalho cafona. Pode ser enxergada como sendo dona de uma letra rica e complexa que expressa sentimentos profundos ou como uma coleção de clichês unidos por uma narrativa piegas. E, queridos leitores, Nothing Compares 2 U pode ser tudo isso ao mesmo tempo. E é por isso que a interpretação de Sinéad é tão importante ao fazer a composição dar liga suficiente para funcionar positivamente. Mesmo soando um pouco datada, Nothing Compares 2 U ainda é de uma força artística e emocional impressionante como demonstra essa performance da cantora na ano passado. E o vídeo também é uma excelente amostra da volta por cima da Sinéad O'Connor. E que assim seja.
nota: 9

24 de fevereiro de 2020

Cadê a Anitta? ¿Donde Estás Anitta? Where's Anitta?

Rave de Favela
MC Lan, Major Lazer & Anitta

O blog tem um problema com a Anitta: o quanto boa a mesma é para fazer marketing pessoal é na mesma proporção ruim para fazer escolhas artísticas. E até mesmo quando parece acertar, a cantora erra como é no caso de Rave de Favela ao lado do Major Lazer e MC Lan.

O grande problema da canção é a que a Anitta não parece a Anitta. Não sei se foi culpa de uma produção vocal ou uma escolha equivocada, mas a voz da cantora não parece ser dela. Se não soubesse que era a Anitta aqui iria acreditar que poderia ser qualquer outra cantora, principalmente uma desconhecida. E com o fato da sua parte ser bem pequena, a presença da Anitta é quase nula e dispensável. Ainda mais com a presença forte do MC Lan e do Major Lazer que roubam totalmente a canção. Sonoramente, a canção é a melhor que a Anitta esteve envolvida em muito tempo, pois mistura com alguma criatividade funk carioca com eletrônico, mesmo que ainda fique bem aquém do que é possível fazer. Quem sabe na próxima a Anitta possa estar de verdade?
nota: 6,5

Fugaz

Blue World
Mac Miller

A vida é tão fugaz que a gente precisa criar uma capa protetora para puder continuar a vivendo sem enlouquecer. Entretanto, quando algo nos tira essa proteção de forma avassaladora, a gente se pega pensando na fragilidade da vida. A principal forma de nos tirarem o tapete de baixo dos pés é a morte. E quando a mesma é de um jovem, a situação complicada ainda mais. Tudo ainda fica mais trágico e triste quando esse jovem é alguém talentoso como o Mac Miller. A sensação aumenta e fica ainda dolorida quando ouvimos canções como Blue World, single do álbum póstumo Circles. 

A canção é um cativante pop soul com hip hop que deixa bem claro a capacidade do rapper em ser criativo, original e, ao mesmo tempo, comercial e despretensioso. Na verdade, Blue World não é apenas uma das melhores faixas do álbum, mas uma das melhores de Mac da sua carreira. É leve, divertida e com uma batida deliciosa, mas tem um trabalho primoroso na produção para adicionar camadas e criar um corpo para a canção com substância verdadeira. Blue World é o tipo de canção que faz a gente sorrir espontaneamente, mas aqui com uma dose de tristeza junto. Ainda mais quando se perceber que a canção tem a composição mais otimista do álbum ao falar sobre continuar mesmo com todos os problemas que a vida possa nos acertar. Uma pena que isso não tenha se refletido na vida de Mac Miller, mas o seu legado irá continuar vivo por muito e muito tempo.
nota: 8

22 de fevereiro de 2020

Nem Tudo Tá OK!

To Die For
Sam Smith

Até o momento estava bem esperançoso em relação a nova era na carreira do Sam Smith, mas com o lançamento do sigle To Die For fiquei bem preocupado sobre o que está por vim em seu terceiro álbum.

Dando nome ao álbum, To Die For é uma suave, fofa e delicada mid-tempo balada pop soul que acerta em dois quesitos e deixa um "vendo navios". O primeiro dos acertos é o grande trunfo que Sam sempre mostrou: a sua voz aveludada capaz de derreter até manteiga congelada. E aqui, o cantor entrega uma performance contida, mas com emoção e uma carga sentimental perfeita para expressar toda a dor da composição sobre solidão. E isso nos leva ao segundo acerto: a letra pode até ser puxada em certo sentimentalismo, mas, felizmente, é um trabalho redonda e sóbrio que não apela para drama. O grande erro, porém, de To Die For é a sua produção que cria uma batida meia boca que não sabe se é uma balada de fato ou uma canção mais dançante que não acerta em nenhuma das duas. Na verdade, o maior problema é a mesma não ter um clímax que possa elevar a canção. Depois da desastrosa versão para um clássico que irá entrar no álbum não é bom sinal que To Die For possa ser uma das principais canções do trabalho.
nota: 6,5

17 de fevereiro de 2020

Um Oscar Para Billie?

No Time To Die
Billie Eilish

Se 2019 já tinha sido o ano da Billie Eilish, 2020 parece que irá repetir o mesmo sucesso da jovem sensação. Depois de vencer os principais prêmios do Grammy, a cantora agora lança o que pode fazer dela uma das ganhadoras do Oscar mais jovem da história: o tradicional tema do filme do James Bond com a surpreendente No Time To Die.

Ao ter conhecimento que a jovem iria ser a dona de uma das tradições mais antiga da música pop fiquei realmente surpreso, pois é uma grande honra para uma artista tão jovem e, também, que havia boatos que finalmente a Beyoncé iria ser a escolhida. E também fiquei curioso e preocupado não irei mentir. Entretanto, tudo foi por água abaixo ao ouvir No Time To Die, tema que marca o último filme do 007 interpretado por Daniel Craig. Normalmente, quem fica responsável pelo tema tem acesso ao filme para ter inspiração para a canção. E se isso repetiu aqui fica bem claro que o novo filme será um trabalho melancólico e, de algum modo, introspectivo em relação ao adeus de Daniel ao papel. Essa característica vai contra o que é esperado para um tema de James Bond, mas, felizmente, No Time To Die funciona melhor que o esperado.

O grande acerto da produção do irmão de Billie, Finneas, ao lado de Stephen Lipcomson é equilibrar bem a personalidade da cantora com o lado épico que um tema como precisa ter. De lado está o pop contido de Billie que vai crescendo em uma balda épica, mas sem grandes exageros e respeitando a personalidade da cantora. Com a orquestra do renomado condutor Hans Zimmer, No Time To Die tem uma instrumentalização impecável que consegue fazer a ponto entre esses dois mundos de maneira primorosa. Apesar disso, a canção é realmente boa devido a sua ótima composição. Dando o tom melancólico e quase apocalíptico que o filme deve assumir, a composição aqui é trabalho mais madura e edificante da cantora até o momento. Não o melhor, mas o mais promissor em relação a mostrar qual o alcance que a Billie pode chegar nos anos que estão por vim. Outro ponto importante é a boa performance vocal da cantora que consegue mostrar a beleza delicado do seu timbre e, também, o seu surpreende alcance quando necessário. Com quase um ano para a próxima cerimônia do Oscar, Billie tem um caminho longo para se juntar a Adele e ao Sam Smith. Impossível não é.
nota: 8

16 de fevereiro de 2020

Aposentadah

Yikes
Nicki Minaj

Depois de anunciar a aposentadoria, a Nicki Minaj fez como qualquer brasileiro irá fazer na nova previdência social: resolveu voltar a trabalhar e lançou a mediana Yikes.

Nos últimos tempos, Nicki tem entrega canções que, infelizmente, não estão nem perto do que a mesma é capaz de fazer quando inspirada. E mesmo sendo single promocional, Yikes não é nada auspicioso para o que está por vim. O principal problema da canção é o fato dela ser completamente entediante, saindo e chegando do mesmo lugar sem acrescentar nada interessante. O pior é quando a gente lembra o quanto excitante a cantora pode ser com apenas um verso, mas aqui a mesma parece em um automático em relação a sua sonoridade. A composição também vai pelo mesmo caminho ao ser, novamente, uma ode ao quanto a Nicki é foda. O que dá uma boa salvada na canção é a sempre boa performance da rapper, mesmo que já tenha melhores dias. Agora é saber se a Nicki vai realmente sair da aposentadoria ou isso é apenas um trabalho "por fora".
nota: 6

Charme Vazio

What A Man Gotta Do
Jonas Brothers

Depois do retorno triunfal que o Jonas Brothers fizeram no ano passado, a banda provou que era uma verdadeira força artística e, não, apenas uma moda teen do final da década retrasada. Todavia, a banda ainda parece dever sonoramente a sua evolução. What A Man Gotta Do é uma boa amostra.

Single do segundo álbum dessa nova era para os irmãos, What A Man Gotta Do é comercial suficiente para fazer sucesso, mas é sonoramente insuficiente para mostrar que a banda realmente evolui. Uma mistura de dance-pop com country pop que parece querer surfar na onda do hit de Lil Nas X, a canção tem uma base boa e até divertida. Entretanto, a execução é tão previsível como final de novela das sete, enfraquecendo qualquer boa ideia por trás. E nem mesmo a contagiante performance de Nick como vocalista principal ajuda What A Man Gotta Do a sair do lugar comum que a produção a construiu. E a composição clichê ajuda a aumentar essa sensação. Resumidamente: é bom, mas também não é lá essas coisas.
nota: 6

15 de fevereiro de 2020

O Pop Segundo Tove Lo

Bikini Porn
Passion and Pain Taste the Same When I’m Weak
Are U gonna tell her? (feat. Mc Zaac)
Tove Lo

A sueca Tove Lo é um nome singular dentro do pop, pois segue uma cartilha que apresenta as suas próprias instruções sem ligar muito para o que os outros estão fazendo. E é nesse espectro que se encontra os últimos três singles que a cantora lançou.

O últimos dele foi, curiosamente, um dos singles do seu álbum mais recenteAre U gonna tell her? é a surpreendente e imperdível electropop/funk carioca com a participação do brasileiro Mc Zaac. Como defini a canção na resenha do álbum, Are U gonna tell her? "é uma mistura de electropop com funk que fundi de forma refinada e inteligente os dois gêneros tão diferentes, conseguindo criar quase um novo sub-gênero sem perder a essência de cada um", mas o resultado é tão primoroso, excitante, envolvente e divertido que deixa claro que esse seria o caminho perfeito para levar o gênero brasileiro ao público mainstream ao redor do mundo. Além disso, apesar de ser estranho, a presença de Mc Zaac é cativante e dá o apelo sexual que a música precisa para equilibrar a performance sexy e delicada de Tove Lo. É tão incrível e inacreditável que uma canção Are U gonna tell her? funcione tão perfeitamente que já é uma forte candidata a ser uma das melhores lançadas em 2020. E a cantora continua a sua jornada pelo pop com o lançamento solo do single duplo Bikini Porn/ Passion and Pain Taste the Same When I’m Weak. 


Bikini Porn não é tão boa como Are U gonna tell her?, mas tem um charme completamente especial devido a sua construção "quebrada" e com nuances estranhas. E, como vocês já puderam notar, estranho é um adjetivo comum para a cantora. E, nesse caso, é um ótimo elogio, pois essa estranheza ajuda a sonoridade da cantora se diferenciar de outras cantoras com estilos parecido. Bikini Porn tem essa qualidade do começo ao fim. Devido a sua estranheza é difícil determinar qual o gênero, mas Bikini Porn é uma synth-pop com adição de dream-pop em uma pegada sensual, mas sem vulgar, que ajuda a canção a ter uma personalidade madura e, ao mesmo tempos, divertidíssima. Já em  Passion and Pain Taste the Same When I’m Weak, Tove Lo deixa de lado a sua persona para entregar uma balada pop mais tradicional que deixa melhor a mostra a sua capacidade como compositora. O single é uma delicada e melancólica crônica sobre a dor causada pelos atos de quem se ama. Dramática na medida e com uma construção enxuta, a letra também deixa claro que, mesmo quando é conservadora, a cantora coloca a sua marca, especialmente na produção da canção que possui alguns nuances aqui e ali. E assim a cantora vai construindo o seu pop que precisa ser descoberto por muito mais gente.
notas
Bikini Porn: 7,5
Passion and Pain Taste the Same When I’m Weak: 8
Are U gonna tell her? (feat. Mc Zaac): 8,5

13 de fevereiro de 2020

Nicole Apresenta as The Pussycat Dolls

React
The Pussycat Dolls

Surfando na onda de "nostalgia" dos anos dois mil, a Nicole Scherzinger chamou as suas dançarinas/backvocals para retomar com o The Pussycat Dolls. E como primeiro single desse comeback foi lançado a legal React.

Longe do auge de Don't Cha ou ButtonsReact é uma divertida, sexy e comercial electropop/dance-pop que consegue injetar novidade para a sonoridade da girl band sem perder a essência básica. Sonoramente, o problema da canção é não chegar a lugar nenhum ao ter um clímax minguado e linear. É uma pena a produção decidir por esse caminho, pois a canção tinha tudo para ser um verdadeiro "estouro" pop. A composição não é sensacional, mas ao beber na fonte de Buttons tematicamente (ambas falam sobre a vontade do parceiro ter mais atitude) tem o seu charme. A melhor qualidade da canção é a performance de Nicole que consegue dar uma personalidade mais definida para a canção ao maquiar React para parece uma canção melhor do que é realmente. Não acredito que a volta do The Pussycat Dolls será um sucesso estrondoso, mas é um verdadeiro mimo para aqueles que sentiam falta delas.
nota: 7

Uma Evolução Do Nada

Get Me (feat. Kehlani)
Justin Bieber

A boa notícia sobre a nova canção do Justin Bieber é que é bem melhor que Yummy. A má notícia é que Get Me não precisava ser boa para ser melhor, mas, na verdade, ser apenas ruim já bastaria para tal feito.

A canção, lançada como single promocional, é uma uma modorrenta R&B/pop que tem quase salvação devido uma ideia boa por trás da produção e a boa participação da Kehlani. A batida até poderia ter salvação se não fosse tão linear e tivesse nuances em sua construção. O maior espanto é que é que foram preciso de cinco produtores para criar uma canção como Get Me, mostrando que nem sempre mais de uma cabeça pensa melhor que apenas uma. O alivio aqui é a delicada e melódica presença de Kehlani, mas a falta de química com Justin e a parca composição afundam qualquer possibilidade da canção ser realmente boa. E isso já é uma evolução notável.
nota: 5

Um Boom Cultural

Black Swan
BTS

Não sou nem de perto um conhecedor a fundo do k-pop, mas posso dizer que, ao contrário de outros fenômenos musicais, o k-pop é um fenômeno cultural. E, por causa disso, não deve desaparecer tão fácil como outras ondas que atingiram o mercado fonográfico ao longo da história. O que não consigo entender como "crítico" de música é a massificação que é o gênero esteticamente. E isso fica à mostra em Black Swan do BTS, principal nome dessa geração.

A característica principal da sonoridade do k-pop é, ao que parece, fazer um caldeirão de gêneros já estabelecidos no ocidente como, por exemplo, R&B e hip hop, criando uma espécie de novo subgênero que parece ter virado um gênero. Entretanto, não existe nada de novo de verdade aqui, mas apenas uma mistureba regada a visuais cativantes em clipes grandiosos. Resumindo: a forma é espetacular, mas o conteúdo é bem capenga. Na minha opinião, o grande erro é o k-pop, ao menos o que chega para a grande massa, é não incorporar a música mais tradicional coreana na construção da sonoridade. Não que esperasse algo que fosse estilo Rosalía, mas um aceno aqui e ali seria primordial para elevação do k-pop. Black Swanc deixa isso claro ao ser um mediano R&B com toques de hip hop que apenas tem alguma forma devido a primorosa qualidade técnica e a força e carisma dos integrantes da banda. Obviamente, gostar ou não de k-pop não irá fazer dessa onda ir embora, pois a mesma tem raízes bem mais fundas que o normal. O que não tira o fato que poderia melhorar e muito o que é entregue.
nota: 6

11 de fevereiro de 2020

2 Por 1 - Hayley Williams

Leave It Alone
Simmer
Hayley Williams

Com mais de dez anos com dez anos de blog é difícil realmente me deixar de boca aberta, mas de vez em quando isso acontece. E para isso acontecer é preciso que as estrelas estejam alinhadas de uma forma única como é caso dos primeiros singles da carreira solo da Hayley Williams, vocalista do Paramore.

É necessário dizer que a surpresa não é do fato que a cantora está entregando ótimas canções, pois a mesma já tinha comprovado esse talento nos últimos anos com o lançamento dos últimos álbum do Paramore. E isso por si só já foi um momento de cair o queixo, especialmente ao comparar com os primeiros trabalhos da banda. O grande susto com os trabalhos solos é qual a sonoridade que a cantora decidiu seguir para a sua carreira solo ao ir do indie pop/pop rock/ pop para uma sonoridade mais rock, alternativo e com uma pegada sombria. Todavia, a grande surpresa não é somente a forma, mas, principalmente, a qualidade dos dois primeiros singles da carreira da Hayley.

Logo nos primeiros acordes de Simmer já pode se perceber que a canção é algo que demanda a sua atenção, resultando em um experiência que transita do inspirador ao claustrofóbico. E isso, leitores, é algo extremamente positivo. Sonoramente, o single é um maduro e dark indie rock/pop que tem na sua batida discreta o ponto certo para criar uma canção poderosa. Sem nenhum arrombo sonoro, mas com uma batida contida e complexa, Hayley consegue envolver quem ouve em uma viagem poderosa ao criar uma sensação que estamos diante de uma verdadeira art pop. Falta um pouco ainda para tal feito, mas isso tem todas as possibilidades de acontecer se a cantora continuar nessa messa pegada. Ainda mais com uma composição tão impressionante como a de a Simmer: uma crônica adulta e inteligente sobre raiva que, nas entrelinhas, fala sobre relações de abuso e empoderamento. Apesar de qualidade ouvida, um leve sinal amarelo aparece em Leave It Alone.

Não acredite que a canção seja ruim, pois Leave It Alone é ótima. O problema é que a canção transparece mais do que o necessário as influências da cantora. Nesse caso, Leave It Alone é uma versão light de uma canção do Radiohead. Claro, você entregar uma canção que seja comparada uma das bandas mais importantes de todos os tempos não é nada ruim, mas o problema é que Hayley e a produção deveriam ter encontrado uma maneira de dar mais personalidade para a canção, principalmente na sua econômica, mas significativa composição que deixa mais claro essa semelhança. Felizmente, como dito anteriormente, o resultado é bem acima da média em uma melancólica canção indie rock/pop sobre se o amargo sentimento de perda de quem a gente ama. Amadurecendo como cantora, Hayley entrega nas duas canções performances seguras e com uma personalidade em pleno desenvolvimento. Sinceramente, nunca poderia acreditar que um dos trabalhos mais aguardados de 2020 seria o da Hayley Williams. E isso é realmente de ficar de boca aberta.
notas
Leave It Alone: 8
Simmer: 8,5

8 de fevereiro de 2020

De Volta ao Passado

Me & You Together Song
The 1975

Continuando a divulgação do novo álbum, a banda The 1975 está demonstrando que pode entregar o seu melhor trabalho até o momento. E se isso não se concretizar, ao menos será o álbum mais surpreendente deles como deixa claro a simpática Me & You Together Song.

Depois de entregar singles que foram do electropop ao punk, a banda faz do novo single uma nostálgica mistura de indie pop com dream pop e britpop que remete diretamente a uma sonoridade dos anos noventa de bandas de rock contemporâneo. E é dessa nostalgia que Me & You Together Song consegue sustentar a canção, criando um trabalho fofo, divertido e com uma pitada de cafona. A composição também é outro acerto ao ser romântica e, ao mesmo tempos, descolada e com uma doce pitada de ironia. O único problema na canção é a produção vocal que deixa o instrumental mais alto, criando um ruído um pouco irritante. Mesmo assim, Me & You Together é uma deliciosa volta ao passado deliciosa, ajudando ao aumentar a expectativa pelo álbum do The 1975.
nota: 7,5

O Monstro Está Saindo da Jaula

Physical
Dua Lipa

Pode até parecer precipitado, mas, queridos leitores, será muito difícil superar a Dua Lipa dentro do pop em 2020. E continuando a sua dominação está a excelente Physical.

Physical é a definição da perfeição pop: dançante, cativante, viciante, divertida e alguns outros adjetivos que podem ser utilizados para elogiar a canção. Tudo aqui parece certo e lugar ideal para criar um hino pop capaz de agradar quem dança na balada, quem ouve na academia, quem bate cabelo, quem faz lip sync ou quem ouve dentro do ônibus indo para o trabalho imaginando performar a canção. O grande momento de Physical é o seu explosivo e genial refrão que, além de unir toda a canção, se utiliza do sample do clássico de mesmo nome Physical da Olivia Newton-John de 1982. Essa decisão é um toque de mestre da produção, pois coloca a canção de Dua Lipa na mesma linha de um hino já consagrado. Todavia, isso poderia ser um tiro no pé se a produção não entregasse uma sensacional synth-pop com doses cavalares de disco e, claro, dos anos oitenta. E conduzindo tudo isso está a presença luminosa de Dua que se coloca no exato lugar de uma grande diva do pop. E é disso que o pop está precisando. Amém.
nota: 8


6 de fevereiro de 2020

Especial

Demorou, mas saiu! Aqui está a lista de Melhores de 2019 em todas as categorias que o blog elege todo ano. Começando com aqueles que vocês escolheram através de votação!


Single do Ano



Artista do Ano


Revelação do Ano


Os 50 Melhores Singles de 2019 - Final


Os 25 Melhores Álbuns de 2019


Categorias Individuais

Melhor Single Masculino
1. Hello Sunshine - Bruce Springsteen
2. Unshaken - D'Angelo
3. Blinding Lights - The Weeknd
4. How Do You Sleep? - Sam Smith
5. King James - Anderson .Paak


Melhor Single Feminino
1. Cellophane - FKA twigs
2. Don't Start Now - Dua Lipa
3. Juice - Lizzo
4. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens
5. hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it - Lana Del Rey


Melhor Single de Grupo ou Banda

1. Moderation  - Florence + The Machine
2. Ill Wind - Radiohead
3. Borderline - Tame Impala
4. People - The 1975
5. Orphans - Coldplay


Melhor Featuring

1. AmarElo (feat. Majur & Pabllo Vittar) - Emicida 
2. Con Altura - Rosalía & J Balvin & El Guincho
3. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens
4. holy terrain (feat. Future) - FKA twigs
5. Señorita - Shawn Mendes & Camila Cabello


Melhor Artista Feminina

1. Lizzo
2. Rosalía
3. Lana Del Rey
4. FKA twigs 
5. Charli XCX


Melhor Artista Masculino

1. Harry Styles
2. Emicida 
3. Bruce Springsteen 
4. Lil Nas X
5. James Blake


Melhor Banda ou Grupo

1. Tame Impala
2. The 1975
3.Liniker e os Caramelows 
4. Coldplay

Melhor Clipe

1. AmarElo (feat. Majur & Pabllo Vittar) - Emicida 



2. Juice - Lizzo





3. Tove Lo - Glad He's Gone



4. Never Really Over - Katy Perry




5. Doin' Time - Lana Del Rey



Categorias Técnicas

Melhor Refrão

1. Juice - Lizzo

It ain't my fault that I'm out here gettin' loose
Gotta blame it on the Goose
Gotta blame it on my juice, baby
It ain't my fault that I'm out here makin' news
I'm the pudding in the proof
Gotta blame it on my juice
Ya-ya-ee, ya-ya-ee, ya-ya-ee, ya-ya-ee
Blame it on my juice, blame it, blame it on my juice
Ya-ya-ee, ya-ya-ee, ya-ya-ee, ya-ya-ee
Blame it on my juice, blame it, blame it on my juice (ooh, baby)


2. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens 

Why do we keep when the water runs?
Why do we love if we're so mistaken?
Why do we leave when the chase is done?
Don't search me in here, I'm already gone, baby
Why do we keep when the water runs?
Why do we love?

3. International Woman of Leisure - La Roux

'Cause I'm an international woman of leisure
Oh, you want me to go on? It's my pleasure
And now I can feel the change in the weather
Oh, where I'm goin', I know it's much better


4. Cuz I Love You - Lizzo 

I thought that I didn't care
I thought I was love-impaired
But baby, baby
I don't know what I'm gonna do
I'm crying 'cause I love you, oh
Yes, you
(Ya ya, ya ya)

5. Thursday (feat. H.E.R.) - Jess Glynne

I wanna laugh, I wanna cry
Don't want these tears inside my eyes, yeah
Don't wanna wake up and feel insecure
I wanna sing, I wanna dance
I wanna feel love inside my hands again
I just wanna feel beautiful


Melhor Produção

1. Cellophane - FKA twigs
Produtores: FKA Twigs/ Kleinman/ Uzowuru
2. Unshaken-D'Angelo 
Produtor: Daniel Lanois
3. Ibtihaj (feat. D'Angelo & GZA) - Rapsody
Produtor: 9th Wonder

4. Cuz I Love You - Lizzo
Produtores: X Ambassadors
5. Dirty Laundry - Danny Brown
Produtor: Q - Tip


Melhor Regravação ou Sample


1. AmarElo (feat. Majur & Pabllo Vittar) - Emicida
Sample: Sujeito de Sorte - Belchior

2. Ibtihaj (feat. D'Angelo & GZA) - Rapsody
Sample: Groovin' - Willie Mitchell / Liquid Swords - GZA

3. Doin' Time - Lana Del Rey
Artista Original: Sublime 

4. Old Town Road (feat. Billy Ray Cyrus) [Remix] - Lil Nas X
Sample: 34 Ghosts IV - Nine Inch Nails
5. Higher Love - Kygo & Whitney Houston
Artista Original: Steve Winwood
2. Ibtihaj (feat. D'Angelo & GZA) - Rapsody
Sample: Groovin' - Willie Mitchell / Liquid Swords - GZA


Melhor Letra


1. hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it - Lana Del Rey
2. AmarElo (feat. Majur & Pabllo Vittar )- Emicida 
3. Hello Sunshine - Bruce Springsteen 
4. Unshaken - D'Angelo 
5. Juice - Lizzo


Melhor Arranjo
1. Unshaken - D'Angelo
2. Hello Sunshine - Bruce Springsteen
3. Moderation - Florence + The Machine
4. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens
5. holy terrain (feat. Future) - FKA twigs


Melhor Vocal

Cellophane - FKA twigs
hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it - Lana Del Rey
Cuz I Love You - Lizzo
Haunted House - Florence + The Machine
Spirit - Beyoncé

Categorias Artísticas

Melhor Single Pop

1. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens
2. Glad He's Gone - Tove Lo
3. Don't Start Now-  Dua Lipa
4. Never Really Over - Katy Perry 
5. Gimme - Banks


Melhor Single R&B/Hip Hop

1. AmarElo (feat. Majur & Pabllo Vittar) - Emicida
2. Unshaken - D'Angelo
3. holy terrain (feat. Future) - FKA twigs
4. Cuz I Love You - Lizzo
5. Ibtihaj (feat. D'Angelo & GZA) - Rapsody


Melhor Single Indie/Rock

1. Cellophane - FKA twigs
2. hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it - Lana Del Rey
3. Hello Sunshine - Bruce Springsteen
4. Moderation - Florence + The Machine
5. People - The 1975

Melhor Single Eletrônico

1. New York City - Kylie Minogue
2. Gimme - Banks
3. International Woman of Leisure - La Roux
4. Higher Love - Kygo & Whitney Houston
5. bad guy - Billie Eilish


Melhor Single Country

1. Rainbow - Kacey Musgraves
2. Old Town Road (feat. Billy Ray Cyrus) [Remix] - Lil Nas X
3. GIRL - Maren Morris
4. God's Country - Blake Shelton


Melhor Single de Novato

1. When I Die - ALMA
2. bad guy - Billie Eilish
3. Old Town Road (feat. Billy Ray Cyrus) [Remix] - Lil Nas X
4. Someone You Loved - Lewis Capaldi
5. Motivation - Normani


Melhor Não Single

1. mary Magdalene - FKA twigs
2. Ill Wind - Radiohead
3. Barefoot in the Park (feat. ROSALÍA) - James Blake
4. The Archer - Taylor Swift
5. Hello Happiness - Chaka Khan


Melhor Single Dance

1. Don't Start Now - Dua Lipa
2. Juice - Lizzo
3. Blinding Lights - The Weeknd
4. Gone - Charli XCX & Christine and the Queens
5. Late Night Feelings (feat. Lykke Li) - Mark Ronson


Melhor Single Balada

1. Someone You Loved - Lewis Capaldi
2. hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it - Lana Del Rey
3. Cuz I Love You - Lizzo
4. Conversation - Lucy Rose
5. Sparrow - Emeli Sandé


Melhor Single Para Cinema, TV e Afins

1. Unshaken - D'Angelo
2. WHEN I WAS OLDER - Billie Eilish
3. Spirit - Beyoncé
4. Beautiful Ghosts - Taylor Swift
5. Don't Call Me Angel (Charlie's Angels) - Ariana Grande & Miley Cyrus & Lana Del Rey)

Pior Single

1. I Can't Get Enough
benny blanco, Tainy, Selena Gomez & J Balvin

"Apesar de verdadeiramente apenas a Selena e J Balvin estão presente vocalmente, a necessidade de creditar quatro pessoas em I Can't Get Enough é um verdadeiro exagero infumável. Ainda mais que a produção de benny e do produtor de reggaeton Tainy não conseguem entregar uma canção que nem ao menos consegue chegar perto do mediano. Sonoramente, a mistura de electropop com reggaeton é uma das mais fracas e insonsas que já passaram pelo grupo. E nem usando os principais clichês dos gêneros é capaz de fazer de I Can't Get Enough seja um trabalho comercial de verdade. A inexistente composição é piegas e de uma falta de criatividade absurda e a presença de Selena e J Balvin nem ajudam a canção ter alguns pontinhos, pois suas performances são massificadas e sem nenhum pingo de força."


2. Earth
Lil Dicky 

"A intenção da criação da canção é até boa, pois Earth seria uma versão moderna de We are the World como intuito de levantar fundos para a fundação da preservação do meio ambiente do Leonardo DiCaprio. Entretanto, o famoso ditado é bem válido aqui: de boas intenções, o inferno está lotado. E Earth é algo que o inferno ficaria orgulhoso. Uma mistura ruim de rap/hip hop com toques de R&B/pop que não fede e nem cheira, mas que tem uma da composições mais vergonhosas de todos os tempos em que cada convidado canta um ou dois versos se passando por um animal ou algo relacionado ao planeta. O problema é o nível dos versos apresentado. Um bom exemplo é o que o Justin Bieber canta: 

Oi, eu sou um babuíno
Sou como um homem, mas menos evoluído e meu ânus é enorme

Não é piada. Essa é uma das pérolas que a canção apresenta. E olha que o pior fica pelos versos do pseudo rapper Lil Dicky que tem a pachorra de mandar um "We love the Earth, it is our planet"."

3. eXplosion
Black Eyed Peas & Anitta

"eXplosion é, queridos leitores, o fundo do poço musical do Black Eyed Peas. E olha que o grupo vem flertando com esse momento desde os tempos finais da Fergie no grupo ao decidirem mudar a sonoridade de um bom R&B/hip hop para um temeroso electropop/eletrônico. Só que eXplosion consegue ser ainda pior que o que foi apresentado na era de I Gotta Felling. Repetitiva, sem criatividade, linear e pretensiosa, eXplosion é o tipo de canção que soa mais como um desastre musical do que uma verdadeira tentativa de se fazer uma música de verdade. Dona de uma das composições mais ridículas que já tive o desprazer de ouvir, a canção ainda deixa claro que o talento da Anitta é de marqueteira e, não, de cantora. E mesmo assim, a cantora deveria saber melhor e evitar esses tipos de bombas sonoras que não acrescentam em nada na sua carreira, artisticamente e comercialmente. Sinceramente, eXplosion é o tipo de canção que deve ser tocada no começo do apocalipse."

4. Funeral
Miguel

"Uma funesta mistura de eletrônico com R&B que resulta em uma canção estranha (no mal sentido), mal trabalhada, sem graça e quase irritante com a sua batida metalizada. Sinceramente, não consigo ter a noção exata sobre qual o motivo que um artista que já entregou canções como Adorn tem a capacidade de entregar algo tão ruim como Funeral. E a ruindade não para na produção, pois a composição é vulgar e, em certos momentos, vergonhosa. Apenas a performance de Miguel se pode elogiar de fato, mas com cautela já que algumas escolhas de produção vocal são questionáveis."


5. 10,000 Hours
Dan + Shay & Justin Bieber 

"Um country pop sem força, graça e com uma produção tão fraca e preguiçosa que a canção poderia ter qualquer tipo de letra que não faria a menor diferença. É triste ver um gênero que tem tanta história e uma bagagem rica ser reduzido em canções rasas e superficiais como 10,000 Hours. Mesmo com um refrão redondo, a composição é de uma falta de criatividade que chega a ser irritante de tão tosca. E tudo piora com as performances de todos os envolvidos, pois, além de não terem nenhuma química, parecem que estão sob efeito de soníferos."

3 de fevereiro de 2020

O Efeito P!nk/Clarkson

Anyone
Demi Lovato

Um fenômeno raro que acontece de tempos em tempos é o que chamo de o efeito P!nk/Clarkson. Explicando: assim como na apresentação da P!nk em 2010 de Glitter in the Air no Grammy e na performance no American Idol da Kelly Clarkson com Piece by Piece, ambas canções ganharam destaque e, por consequência, bons desempenhos comerciais devido o impacto das apresentações. Apesar de estilos de performances diferentes não é possível negar que ambos os momentos entraram para uma seleta lista de grandes momentos da música. Não acredito que a Demi Lovato irá ter um espaço como a das cantoras citadas, mas é certo que a ótima apresentação dela no Grammy desse ano vem ajudando Anyone a se destacar comercialmente. Uma pena, porém, que a canção em estúdio não seja tão boa como a versão ao vivo.

Quero dizer que a importância da canção é imensa para Demi, pois é a primeira depois de se recuperar da sua overdose. E isso é algo tocante, emocionante e inspirador para aqueles que tem a mesma história. A composição reflete o que deve ter sido o pior momento para a cantora ao ser um devastador e triste desabafo de alguém que está completamente sem esperança, gritando por ajuda de alguém o mais rápido. É angustiante perceber que a cantora poderia ter tido o mesmo fim que vários nomes que sucumbiram devido o mesmo problema. E toda essa dor e desespero é possível ser ouvido na crua e honesta performance da Demi, apesar de alguns exageros técnicos aqui e ali. O problema real da canção na sua versão estúdio é uma instrumentalização que parece mais alto que os vocais e um piano que atravessa a melodia de forma irritante. A versão ao vivo é bem mais fluída e, principalmente, alcançando a mesma emoção. Apesar desse defeito, a minha esperança é que a Demi tenha encontrado o seu "lugar feliz" de verdade e possa continuar sua vida e carreira com essa nova chance da vida.
nota: 6,5

A Primeira Grande Música de 2020

Juro Qué
ROSALÍA

Quando tudo indicava que a Rosalía estava levando a sua sonoridade para um determinado caminho, eis que a espanhola vai e lança Juro Qué, uma volta a sonoridade ouvida em EL MAL QUERER.

Juro Qué é um ótimo flamenco pop com os dois pés fincados na tradição, mas com o olhar para a modernidade. Exatamente como o álbum mais celebrado da cantora até o momento. Deixando de lado a investida no seu lado mais pop, Rosalía retorna ao suas raízes de forma gloriosa, dramática, original e com uma força artística que apenas a jovem espanhola parece capaz de entregar no atual cenário pop. A composição também deixa certos aspectos pop para investir em uma narrativa com começo ao fim sem perder, porém, uma estética muito bem construída para ter a capacidade de virar um hit em potencial. O único erro de Juro Qué é um uso exagerado em alguns momentos abusa do auto-tune, mas o recurso na medida certo aliado ao vocal poderosa da cantora consegue construir uma performance avassaladora. Espero que essa surpresa, que quebrou a minhas expectativas, continue sendo o status quo da carreira da Rosalía.
nota: 8

1 de fevereiro de 2020

Quero ser o Oasis

Walls
Louis Tomlinson

Com o sucesso comercial e de critica do Harry Styles, os outros ex-1D estão em situação que, no mínimo, pode ser denominada como delicada. Felizmente, o Louis Tomlinson dizer que é dono de uma canção interessante com o lançamento de Walls, mesmo que seja uma cópia oficial do Oasis.

Digo cópia oficial porque um dos coautores da canção é o Noel Gallagher, parte essencial do Oasis. Além disso, Walls é uma britpop/pop rock que emoldura a sonoridade que a banda de Noel ajudou a popularizar nos anos noventa. O resultado aqui é uma cópia mediana do que poderia ser um excelente trabalho. Sonoramente, a canção acerta o tom e os acordes do que é o britpop, mas erra ao entregar uma visão morna e que não tenta dá personalidade para o cantor. O bom desempenho vocal de Louis, que lembra um pouco o Robbie Williams, não salva plenamente a composição esteticamente bem feita que erra ao não ter a emoção genuína que parece quer alcançar sem conseguir. É um trabalho bom dentro da medida, mas que pode ser um começo de caminho para o Louis Tomlinson encontrar o seu lugar ao Sol.
nota: 6,5

Promoção

Life Is Good
Future & Drake

Existem músicas boas. Existem músicas medianas. Existem músicas ruins. E existem músicas como Life Is Good, parceria do Future com o Drake, que apenas podemos classificar como a coisa mais estranha dos últimos tempos.

O que torna a canção estranha é que a sua produção fundiu duas canções em uma só para poder fazer da mesma uma parceria. A parte inicial do Drake e parte do Future parecem duas músicas completamente diferente entre si com cada uma com instrumentalizações e batidas próprias. Esse recurso não é raro de acontecer em canções e, muitas das vezes, resulta em algo muito bom. O problema é que as partes aqui não têm ao menos conexão, deixando tudo aleatório e sem sentido. Além disso, a produção dá para ambas a parte uma batida genérica e que fica no lugar de conforto do atual hip hop/rap comercial, mesmo a parte do Drake sendo relativamente melhor. Life Is Good termina como uma promoção dois por um que você está levando um desinfetante e um saco de batata frita. Nada a ver com nada.
nota: 5,5