22 de dezembro de 2021

Single do Ano - Votação

O último duelo para Single do Ano será entre dois arrasa quarteirões de 2021: de um lado, o debut da Olivia Rodrigo com drivers license e, do outro, o comeback da Adele com Easy on Me. Votem!



Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Aisles
Angel Olsen




Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

If I Could Turn Back Time
Cher

Apesar de ser uma das deusas do pop, a Cher não tem o reconhecimento devido perante parte das novas gerações que devem a achar apenas uma dinossaura pop. Na verdade, boa parte da existência de qualquer diva pop é apenas possível devido ao pioneirismo da carreira Cher em todos os sentidos. E uma das dessas características que a Cher consagrou foi a da reinvenção/comeback. Durante toda a sua vida artista que já se expande por quase sessenta anos foram dezenas de renascimentos e uma quantidade ainda maior de retornos triunfais. Um desses casos foi quando a mesma voltou aos holofotes musicais em 1989 depois de dois anos antes ter vencido o Oscar de Melhor Atriz por Feitiço da Lua. Em Heart of Stone, o seu décimo nono álbum, Cher assumiu a persona de roqueira e entregou um clássico em If I Could Turn Back Time.

Escrito especialmente para a cantora pela compositora Diane Warren, a canção não ganhou o carinho da Cher logo de cara, tendo que ser convencida a gravar a canção. Entretanto, a cantora poderia ter perdido o que foi o seu ressurgimento comercial depois de alguns trabalhos que passaram batidos de parte do público. E esse retornou cimentou novamente a Cher como uma das rainhas da reinvenção, pois apresentou outra versão dela para o público. Munida de apenas um bodysuit revelador, uma jaqueta jeans e um penteado elevado as alturas, Cher gravou o clipe de If I Could Turn Back Time em um navio de guerra performando para os seus tripulantes. E devido a sensualidade, o clipe foi banido durante um tempo da MTV para depois voltar a passar apenas depois das nove da noite. O sucesso da canção fez com que Cher alcançasse o numero três da Billboard, ajudando a Cher ser apresentada ao uma nova geração do público. Lembrando que na época a cantora tinha mais de quarenta anos e disputava com nomes mais novos como Madonna e Janet Jackson. Além disso, a canção se tornou uma das assinaturas da carreira da Cher em uma canção icônica.

O grande ponto alto da canção é a sublime, única e avassaladora voz da Cher. É impossível ficar impassível quando a cantora começa a cantar e não pensar o quanto a mesma é lendária, pois consegue colocar toda a sua personalidade em um gênero que não necessariamente é o seu nicho inicial. Na verdade, If I Could Turn Back Time mostra o tamanho da versatilidade da cantora que até aquele momento tinha indo do pop até o folk, passando pelo pop rock até a disco e a new wave e chegando ao puro rock. Além disso, o trabalho por trás é realmente extraordinário. A composição de Diane consegue criar a perfeita canção para ser cantada a plenos pulmões seja sozinho em casa ou no meio da multidão em um show da Cher. Por fim, a produção apresenta essa qualidade de rock comercial dos anos oitenta, mas também conseguiu criar um trabalho atemporal que resistiu muito bem aos mais de trinta anos de lançamento. Muitos perguntam os motivos da Cher ser adorada como a “Deusa do Pop”, mas as razoes está completamente clara para qualquer um que olhar com um pouco de atenção a carreira da artista. E If I Could Turn Back Time é apenas um delas.
nota: 10

Colisão Explêndia

Tears In The Club (featuring the Weeknd)
FKA twigs


Os últimos trabalhos da FKA twigs mostram que a cantora entrou em uma nova era da sua carreira que parece querer mostrar uma sonoridade mais acessível ao grande público. Felizmente, a artista não compromete inteiramente o seu senso artístico como mostra a ótima Tears In The Club.

Com a ótima participação do the Weeknd, o single é exatamente a batida de frente entre os estilos dos envolvidos: de um lado o experimental indie pop de FKA twigs e do outro aparece o lado synthpop/electropop melancólico oitentista do cantor de Blinding Lights. O resultado poderia ser a mistura de água com óleo, mas a produção consegue criar um sedoso, edificante e fluido creme do suprassumo das melhores qualidades de ambos. Dançante, envolvente e com adição de elementos ousados, Tears In The Club é um acerto para a nova era da cantora ao saber como abranger o seu alcança sem perder o tino que a fez ser conhecida. E que venha a nova era de uma nova mulher.
nota: 8

16 de dezembro de 2021

New Faces Apresenta: Marina Sena

Por Supuesto
Marina Sena


Como nem sempre consigo acompanhar todos os lançamentos de músicas/álbuns que acontecem todos os dias é fácil perder vários momentos importantes dentro do ano. Esse é o caso da nova sensação da música brasileira Marina Sena. Elevada como o grande próximo nome da nova MPB, a cantora mostra o motivo na interessante Por Supuesto.

Com leves toques de música latina e uma dose de R&B/pop, Por Supuesto é o tipo de canção que parece que não faz muito impacto, mas quando gruda na cabeça logo na primeira vez que se escuta. Muito bem produzida, o grande momento da canção é a sua composição que deixa a sensação de completude que muitas canções nacionais deixam a deseja que é completada pelo ótimo refrão. Sensual sem ser vulgar, Marina entrega uma performance rica e encorpada, mostrando versatilidade que parecer o seu diferencial. Acredito que se bem trabalhada, Marina Sena tem tudo para crescer artisticamente e, também, comercial ao longo dos próximos anos e nem os haters vão poder atrapalhar a sua subida.
nota: 8

Uma Grande Sandy

Universo Reduzido
Sandy

Dona de uma carreira discreta desde que seguiu solo, a Sandy vem construindo uma trajetória bem interessante ao longo dos últimos anos. E o novo capitulo é a ótima Universo Reduzido.

Quero já dizer o meu problema com a canção antes de começar os elogios: a verborragia em alguns momentos. Especialmente no primeiro verso, a letra parece ser maior que o próprio arranjo, mostrando uma quase pretensão de Sandy. Felizmente, não há como negar a beleza da criação da composição que reflete sobre os tempos de quarentena em que vivemos nos dois últimos anos. O grande trunfo de Universo Reduzido é a sua linda instrumentalização que evoca uma grandiosidade singela tocante e realmente inspirada. Além disso, a sensacional performance da doce Sandy completa o pacote de maneira excepcional. Apesar de não ter o mesmo sucesso comercial de anteriormente, a Sandy pode se orgulhar de fazer uma carreira realmente digna do seu talento.
nota: 8

Too Little, Too Late?

Telepath
Conan Gray


Sabe quando uma música é lançada na hora errada? Então, o single Telepath do Conan Gray é esse tipo de canção. E olha que o resultado é bem acima da média.

Uma mistura sólida e divertida de synthopop com toques de post-disco com influência dos anos oitenta, a canção poderia ter aproveitado a onda desse tipo de música do ano passado e metade desse ano se tivesse sido lançada antes. Meio descolada comercial, Telepath é um trabalho realmente interessante devido a colocar uma dose de personalidade interessante ao soar como um tema de filme teen da década de oitenta. Não é a reinvenção da roda, mas a boa composição consegue mostra que Conan tem um tino pop bem interessante. Precisa agora é acertar o momento do lançamento.
nota: 7,5

New Faces Apresenta: Yeule

Don't Be So Hard On Your Own Beauty
Yeule


Com a ampliação do alcance dos serviços de música fica cada mais fácil ampliar os horizontes musicais se você realmente quiser. E uma boa ideia é conhecer o projeto musical Yeule. Comandado pela cingapuriana Nat Ćmiel, o projeto apresenta a interessante Don't Be So Hard On Your Own Beauty.

Uma fusão de indie rock, folk e pop, a canção é marcada pela nada clichê produção que vai adicionando camadas para criar algo realmente criativo, mesmo que não seja um trabalho sensacional. A construção instrumental pode não parecer complexa, mas é construída de maneira cuidado para criar toda uma atmosfera singela e, ao mesmo tempo, ricamente emocional. Apesar de uma produção vocal com efeitos, Nat Ćmiel entrega uma performance cheia de personalidade que consegue realmente eclipsar as possíveis lacunas que a canção apresenta aqui e ali. E poder ouvir algo tão diferente vindo de uma artista que provavelmente não teria a chance de alcançar mercados tão distantes da sua terra natal já é algo para ser louvado.
nota: 8

12 de dezembro de 2021

Single do Ano - Votação

A terceira disputa para Single do Ano será entre dois da Geração Z: Lil Nas X com INDUSTRY BABY com participação de Jack Harlow contra Happier Than Ever da Billie Eilish. Votem!


Primeira Impressão

An Evening with Silk Sonic
Silk Sonic



9 de dezembro de 2021

Primeira Impressão

Prioritise Pleasure
Self Esteem




Pérolas de Auto Ajuda

I Do This All The Time
Self Esteem


Na teoria, I Do This All The Time é tipo de canção que não deveria funcionar e, sim, ser um verdadeiro desastre. Na prática, o single de Self Esteem resulta em uma das melhores canções do ano.

Uma mistura de pop, soul, indie, gospel e rap, I Do This All The Time funciona devido a vários níveis de criatividade que a produção adiciona para a construção da canção. Primeiro, a extraordinária composição que parece ser de apenas auto ajuda barata, mas que guarda uma forma emocional impressionante. Parecendo uma conversa da cantora com a sua versão mais jovem, I Do This All The Time é uma coleção de conselhos sobre o que fazer e o que não fazer em relação a sua vida que é contemplado com uma visão honesta, melancólica e deliciosamente ácida. Momentos de grande carga emocional e momentos banais do dia a dia fazem parte dessa crônica/conversa que ganha ainda mais força devida a maneira escolhida para ser entoada pela cantora. Em um quase rap misturado com uma declamação, a cantora intercala esses versos com um o refrão cantado que ao ser adicionado de um coro ganha aspectos de coral gospel que se torna a cereja em cima do bolo. Longe de qualquer clichê ao reverte-los em uma canção genial, Self Esteem entrega um dos momentos mais originais de 2021.
nota: 9

Primeira Impressão

lately i feel EVERYTHING
Willow




Uma Tema Para FKA twigs

Measure Of A Man (feat. Central Cee)
FKA twigs


Acostumados com as canções artísticas e de qualidade elevadíssimas da FKA twigs, o público parece reagir de maneira assustada quando a cantora entrega algo mais acessível comercial. Depois da ótima Don't Judge Me, a cantora lançou a igualmente ótima Measure of a Man.

Para realmente entender a qualidade da canção é necessário saber que a canção é tema do filme The King's Man. Prologo da franquia Kingsman: Serviço Secreto, os filmes funcionam como uma sátira dos filmes do 007 com uma adição de humor e violência. E Measure of a Man segue os mesmos caminhos de um tema para os filmes do James Bond, mas com essa quebra de expectativas ao ser uma mistura inusitada de soul, pop e rap. É como se fosse um trabalho da Shirley Bassey, mas pela visão da FKA twigs. O resultado é curioso, divertido e extremamente climático que consegue realmente ficar entre o original e a paródia com um cuidado extremo para a produção e performances. A presença do rapper Central Cee é ótima, mas os vocais cristalinos de FKA twigs. Existe uma versão chamada Measure of a Man (Cinematic) que escancara essa decisão de imitir os temas clássicos do 007, mas, sinceramente, a versão original é tão interessante que nem precisa de algo tão claro. De qualquer forma, o publico precisa apreciar a FKA twigs comercial como a conceitual, pois sempre surge algo que qualidade acima da média.
nota: 8

As Vantagens do Viral

I Hate U
SZA


Tenho falado algumas vezes sobre o quanto prejudicial vem sendo essa onda de canções que viram virais e, por consequência, sucesso entre parte do público devido a transformar delimitar ainda mais quem e quem não faz sucesso comercial. Felizmente, existe um lado bom quando o resultado disso é lançamento de boas canções como é I Hate U da SZA.

Depois de disponibilizada pela cantora no SoundClound, a canção virou sucesso no TikTok e agora ganha um lançamento oficial. Devo admitir que I Hate U não é a melhor canção da cantora, mas ainda é exemplo claro da supremacia que a artista traz para o R&B. Deliciosamente cadenciada e com um refrão excepcional, a faixa funciona mesmo devido a presença marcante de SZA e as nuances vocais que a mesma usa durante toda canção. Outro ponto forte é a sempre desconcertante composição que fala sobre um relacionamento tóxico. Acredito que a canção poderia ter uma finalização melhor, especialmente na sua parte final para elevar o seu clímax, mas isso não impede de I Hate U ser uma das melhores canções virais do ano.
nota: 7,5

5 de dezembro de 2021

Single do Ano - Votação

A segunda batalha para Single do Ano vai ser com a parceria de The Weeknd e da Ariana Grande para o remix de Save Your Tears conta a nova versão de All Too Well da Taylor Swift. Votem!



Primeira Impressão

Planet Her
Doja Cat



A Salvação da Lavroura

Woman
Doja Cat

Dentro de todas as canções de Planet Her, Woman é de longe uma das melhores, mas isso não impede que a Doja Cat ainda esteja longe de entregar todo o seu potencial.

Uma agradável afrobeat que invoca o poder feminino, o single tem uma batida extremamente fácil de viciar mesmo passando longe da originalidade. Linear na sua primeira metade, Woman ganha vida com o verso em rapper de Doja entrega de maneira fluida e com personalidade. E é a presença da cantora que consegue realmente elevar poderia ser um tiro no pé. Uma pena que isso não acontece com as outras canções do álbum.
nota: 7

3 de dezembro de 2021

Primeira Impressão

star-crossed
Kacey Musgraves



Uma Balada Para um Coração Quebrado

Justified
Kacey Musgraves


Uma balada sobre um coração quebrado é eficaz não importa qual é o seu gênero ou estilo, pois toca em sentimentos que a maioria das pessoas consegue se relacionar. Em Justified, Kacey Musgraves entrega exatamente uma balada para qualquer coração quebrado.

Uma refinada e carismática mid-tempo country pop, a canção mostra com clareza os sentimentos controversos que sentimentos em um fim de relacionamento. Amor, raiva, desilusão, medo e esperança estão a flor da pele e isso fica nítido quando a cantora afirma que suas atitudes, mesmo que possam soar ambíguas, fazem todo o sentindo para aquele momento. Liricamente simples, mas extremamente eficiente, Justified conta com a doçura amarga de Kacey para realmente funcionar e criar uma pequena grande pérola sobre um coração quebrado em busca da cura.
nota: 7,5

Uma Balada Para um Coração Quebrado - Pt.2

It'll Be Okay
Shawn Mendes


Vamos falar a verdade: corações quebrados é uma das bases para a existência da música. E isso se renova toda vez que alguém sofre por amor como fica claro o Shawn Mendes em It'll Be Okay.

Recém separado da Camila Cabello, o cantor entra uma emotiva balada pop em It'll Be Okay que não foge dos clichês, mas, felizmente, consegue ficar acima da média. Acredito que a construção dada pela produção é a principal razão para a qualidade da canção, pois, ao invés de ser apenas uma balada a base de piano, a instrumentalização vai crescendo e se expandindo em algo mais encorpado e dinâmico. Longe de ser revolucionário, It'll Be Okay é um trabalho sincero com uma composição que realmente mostra sofrimento ao dizer adeus para quem se ama já que a relação já chegou ao seu limite. E assim Shawn faz rodar as engrenagens da música devido ao seu coração quebrado.
nota: 7

O Oscar Pop?

Just Look Up
Ariana Grande & Kid Cudi


Ainda pode ser um pouco cedo para afirmar, mas o próximo Oscar pode ser o mais pop de todos os tempos. Com as possíveis presenças da Billie Eilish e a Beyoncé no páreo, a Ariana Grande acaba de entrar na corrida para Melhor Canção com a curiosa Just Look Up em parceria com o rapper Kid Cudi.


Fazendo parte do filme Don't Look Up em que ambos artistas também atuam, Just Look Up é sonoramente uma balada pop que parece em teoria como um tema que a academia adora premiar. Grandiosa e climática, a canção conta com os poderosos e aveludados de Ariana como ponto alto da faixa. O grande problema é que a canção não é exatamente tema do filme, mas, sim, parte da trama da comédia/sátira sobre um grupo de cientistas que tentam avisar o mundo sobre um meteoro que vai atingir a terra. Parte da “piada”, Just Look Up faz menção direta a esse aviso, especialmente na segunda metade da canção. Além disso, o verso de Kid quebra ainda mais essa estrutura de canção para o Oscar. Em um ano com grandes nomes na disputa e ainda musicais como Cyrano e West Side Story, Ariana pode ficar fora do Oscar devido a fazer a canção mais “oscarisável” do ano sem ser competitivo.
nota: 7,5

Grimes Paras as Massas

Player of Games
Grimes

É fácil adjetivar um artista com qualidades que parecem intrínsecas a sua persona artistas. Para a cantora Grimes sempre fico com o excêntrica. E por causa disso nunca pensei usar o massificado para uma das suas obras, mas é assim que qualifico a boa Player of Games.

Primeira canção da cantora desde o lançamento de Miss Anthropocene em 2020, Player of Games é redonda mistura de EDM com electropop que, apesar de acima da média, é realmente massificada. Sem adicionar nada de novo ou realmente único para a canção, a produção cria uma canção que facilmente poderia estar em uma playlist de sucessos do gênero dos anos noventa. Não é algo que a gente poderia esperar de uma artista tão original. Felizmente, Player of Games tem a personalidade necessária para ser boa devido aos marcante vocais de Grimes e boa letra que remete diretamente ao divórcio do Elon Musk. Apesar de ser legal, a canção é uma versão massificada da Grimes que realmente nunca esperei conhecer.
nota: 7