31 de janeiro de 2019

Pequenos Mimos

Conversation
Lucy Rose

Na minha procura de encontrar artistas que fogem do atual mainstream para trazer aqui para o blog nem sempre é frutífera. Entretanto, ás vezes surgem algumas surpresas que compensam como é o caso da britânica Lucy Rose.

Apesar de já ter algum tempo de carreira e um coleção de fãs, Lucy Rose ainda não alcançou nenhum sucesso comercial expressivo com o lançamento do seus três álbuns até o momento. E, sinceramente, isso não importa, pois a cantora parece mais focada em desenvolver o seu lado artístico do que ter reconhecimento comercial. Isso fica bem claro em Conversation, primeiro single do seu ainda não lançado quarto álbum (No Words Left).

Conversation é uma melancólica, delicada e, por vezes, devastadora balada indie pop sobre as lutas e  as pequenas batalhas de estar um relacionamento. Contida em palavras, mas com com um leque de emoções atrás de cada palavra, Conversation é o tipo de canção que faz a gente ser retirado do chão em transe hipnótico ao ouvir e sentir toda a sua força emocional. E a performance calma, contida e de uma beleza angelical de Lucy parece amplificar essa sensação ao não dar espaço para grandes arrombos emocionais, trabalhando no limite entre passivo e contemplativo. Sonoramente, Conversation não é nada espetacular, mas, felizmente, apresenta um trabalho de produção certeiro e uma parte técnica primorosa que consegue dar corpo para uma música que poderia cair facilmente no esquema "piano e voz". De qualquer forma, Conversation é um dos primeiros mimos que estou apreciando em 2019. Espero que venha mais.
nota: 8

30 de janeiro de 2019

O Nicho Certo

Thursday (feat. H.E.R.)
Jess Glynne

Jess Glynne se firmou com um dos principais nomes do pop britânico nos últimos tempos, mas até agora não entregou nenhum trabalho que estive a altura do seu talento. Felizmente, a cantora tem bela luz ao final do túnel como revela o single Thursday.

Lançada no final do ano passado e alcançando o top 3 da parada britânica, Thursday ganha um "remix" com a participação da cantora americana H.E.R.. Essa versão não muda basicamente quase nada da original, mantendo intacta as qualidades que ajudam a canção ser um trabalho inspirador. Primeiramente, assim como em Don't Be So Hard On YourselfThursday tem uma composição que invoca um linha tênue entre a auto ajuda barato e o empoderamento próprio. Felizmente, a canção pende bem mais para o segundo, entregando um emocionante, sincera e bonita letra sobre amar a si próprio em primeiro lugar. Co-escrita ao lado de Ed Sheeran e o produtor Steve Mac, Jess mostra que entregar composições que passam uma mensagem e, ao mesmo tempo, possui aquele fator pop perfeito para virar sucesso comercial. Em segundo lugar, a produção mid-tempo que mistura pop/dance-pop com R&B parece o veículo ideal para sustentar o interessantíssimo timbre de Jess, principalmente devido a performance emocionante que a mesma entrega. A presença da cantora H.E.R. não agregada nada de novo, mas é uma presença sólida e que dá química com a Jess. Uma pena que a cantora só acerta quando está nesse nicho, deixando o resto da sua sonoridade longe do ideal.
nora: 8

Semana Britânica

Dona de uma efervescente e influente cena fonográfica, a Inglaterra será o foco dessa semana especial em que o blog irá dar analisada em vários nomes importantes da atualidade do país. Essa é a Semana Britânica.


29 de janeiro de 2019

Docinho Pop

Lucky Strike
Troye Sivan

Não entendo o quanto os fãs do reclamam que o atual topo das paradas, especialmente dos Estados Unidos, está faltando canções do gênero, pois existe uma dezena de nomes por aí fazendo o que há de melhor e não estão tendo o reconhecimento devido. Um excelente exemplo disso é o Troye Sivan.

Lançado no ano passado, Bloom, segundo álbum da carreira de Troye, é um trabalho de pop praticamente perfeito que tem como melhor qualidade a sua pluralidade sonora. Prova disso está em Lucky Strike que foi divulgada como uma especie de single promocional/oficial, ganhando clipe recentemente. Canção mais comercial do álbum, mas sem perder em nenhum momento a alta qualidade que permeia todo o trabalho, Lucky Strike é um fofo e romântica pop/bubblegum/dance pop que lembra bem várias canções da Britney Spears bem no começo da carreira como, por exemplo, LuckySometimes. O que faz da canção conseguir se destacar é o fato da produção acertar no tom ao saber dosar o lado popular com o mais artístico. Outro diferencial é o fato de Troye contar sobre uma paixonite por um garoto e a boa sensação de se apaixonar em uma composição elegante e deliciosamente pueril, ressaltando ainda mais importância de artistas LGBTQ fazerem músicas sobre ser LGBTQ na felicidade ou na tristeza. Então, com tantas qualidades, qual a desculpa de parte do público para reclamar da falta no mercado do pop?
nota: 8

28 de janeiro de 2019

Em Tempos Difíceis

Land of the Free
The Killers


Algumas das melhores e mais influentes canções da história da música foram feitas durante períodos de intensa ebulição sócio-politico e que, obviamente, tinham como temas o cenário a sua volta. É só olhar o cancioneiro durante, por exemplo, a Ditadura Militar aqui no Brasil e o movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos que já se tem uma ótima ideia sobre o que estou falando. Com o atual cenário que a sociedade como um todo está passando é claro que canções de protesto surgiram como é o caso do novo single do The Killers: Land of the Free não irá se tornar um clássico, mas é importante a sua existência.

Em meio a crise que a sociedade estadunidense vem passado, principalmente, desde que o Trump assumiu a presidência, Land of the Free é uma crônica/critica aos principais problemas atuais como, por exemplo, a crise imigratória, o infame "muro" e o grande problema das armas em tiroteios em massa. Sem medo de soar politizados, The Killers toca na ferida aberta ao se perguntar se esse Estados Unidos é realmente a "terra dos livres" que a história conta? Honesta e atualíssima, a composição erra ao ser direta demais, soando em vários momentos clichê e literal demais, mas isso não tira o peso da importância da sua letra como quando Brandon Flowers (em uma  ótima performance) entoa "But if you're the wrong color skin (I'm standing crying) /You grow up looking over both your shoulders". Outro problema da canção é a sua construção durante a sua primeira metade, pois não passa de uma normal balada pop rock. Entretanto, quando a mesma é incrementada com um forte influência gospel, Land of the Free se eleva e encontra o seu momento emocional para carregar a mensagem, especialmente na sua parte final. Apesar de não ser perfeita, Land of the Free é uma canção de suma importância para o atual momento em que vivemos.
nota: 7,5

O Nome Dela é Gloria

Coisa Boa
Gloria Groove

Depois de ter a melhor música do Carnaval que deveria ter sido o maior sucesso de 2018, a Gloria Groove volta para, possivelmente, repetir o mesmo cenário com a divertida Coisa Boa.

Apesar de menos inspirada que a canção do ano passado, Coisa Boa é uma explosiva e divertida mistura de pop com hip hop e, ao que parece, toques de frevo aqui e ali. Essa característica é a responsável por transformar Coisa Boa em um trabalho perfeito para animar bloquinhos e blocões de carnaval devido a sua batida elétrica, despretensiosa e, especialmente, viciante. A produção parece soar um pouco apressada e sem um acabamento mais refinado, mas, felizmente, esse problema não deixa que a canção perca o seu brilho e potencial. Entregando uma performance sensacional e de uma versatilidade que quase ninguém no pop brasileiro possui, Gloria Groove vai se colocando como uma das melhores "divas" contemporâneas, mostrando uma personalidade própria e sensacionalmente irresistível. Espero que as pessoas possam lembra que o nome que deve ser lembrado nesse Carnaval é o da Gloria.
nota: 7

27 de janeiro de 2019

Água & Óleo

WHEN I WAS OLDER
Billie Eilish


Assim como aprendemos na química que alguns elementos não se misturam entre si, o mundo da música também tem as suas versões de água e óleo. Uma delas é a canção WHEN I WAS OLDER da ascendente Billie Eilish.

WHEN I WAS OLDER faz parte de um projeto que irá trazer canções músicas inspiradas no filme Roma de Afonso Cuarón sobre uma empregada doméstica e a família classe média para quem trabalha durante os anos setenta no México. Forte candidato ao Oscar, o filme é uma linda, melancólica e devastadora crônica familiar que mostra de forma contundente as linhas quase invisíveis que separam as classes sociais. Ouvir, portanto, a sonoridade indie pop/eletrônica de WHEN I WAS OLDER que foi inspirada pelo filme é igual ver água e óleo juntos em um copo: interessante, mas que dá para ver que não se misturam. Claro, a canção é inspirada e, não, um tema propriamente dito, mas, meso assim, as coisas parecem não se encaixarem. E a canção é até boa, mesmo sendo um pouco pretensiosa e com uma duração arrastada. O melhor da canção é a composição que se pega elementos direto de falas do filme para construir alguns versos e, primordialmente, a temática sobre nostalgia. Isso, infelizmente, não impede essa sensação de estranheza entre duas coisas opostas imperar do começo ao fim de WHEN I WAS OLDER.
nota: 7

25 de janeiro de 2019

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

This Love
Maroon 5

Com a aproximação da apresentação do Maroon 5 durante o Super Bowl decidi voltar no tempo para lembrarmos onde tudo começou para a banda que se tornou a maior de pop rock do novo milênio até o momento para o bem ou para o mal. Estou referindo ao momento que a banda ainda não era uma pastiche de si mesmo com o sucesso de This Love.

Depois de lançarem um álbum sob o nome de Kara's Flowers em 1997 que, obviamente, a banda mudou de gravadora e de nomes para lançar o que seria o primeiro álbum do Maroon 5: Songs About Jane. Só que o sucesso ainda demorou para acontecer, pois o álbum foi lançado em 2002 e teve como primeiro single Harder to Breathe que teve um sucesso moderado, principalmente devido o fato de ter sido lançada de forma independente. Só dois depois que com o apoio da gravadora que This Love aconteceu.

A grande sorte da banda é que eles estouraram no momento em que banda com jovens integrantes estavam em voga como, por exemplo, blink-182, Fall Out Boy, Panic! At the Disco e outros que sumiram do mapa. Apesar de terem estilos e sonoridades completamente diferentes, essas bandas surgiram em um momento que parte do público jovem estava carente de novos rostos no rock, mas que não tinham paciência/memória/preferência para banda com uma sonoridade mais pesada/tradicional. Além disso, o Maroon 5 tinham uma arma secreta: Adam Levine. Bom vocalista e com um carisma ímpar, Adam é, sejamos sinceros, uma visão belíssima para os olhos, ajudando a construção da identidade visual da banda. E, para contemplar o pacote inicial, o Maroon 5 tinha em mãos uma canção tão certeira quanto This Love.

Mesmo sem ter alcançado o topo da Billboard, coisa aparentemente fácil para a banda atualmente, This Love é uma das mais viciantes da carreira deles. Sem precisar recorrer para clichês muito escalafobéticos e irritantes, a canção é uma excitante pop rock com influência em funk e algumas pitadas de R&B. This Love é o tipo de canção que parece grudar na cabeça como chiclete velho debaixo do sapato, mas que, ao contrário dos últimos sucessos do Maroon 5, não deixa a gente enlouquecido de vontade de desgrudar o quanto antes. Divertida, despretensiosa e deliciosa. E essa é a melhor combinação para qualquer música que pretende ser um sucesso. Aliando-se a essa característica, a canção tem um refrão matador e uma performance forte e sexy de Adam que ajuda a solidificar This Love como um verdadeiro arrasa quarteirão. O erro da canção é, analisando em retrospectiva, a sua composição com fortes toques de "homem branco chorando as pitangas porque levou pé na bunda", mas, tecnicamente, o trabalho é muito bem feitinho e na medida certa para esse tipo de canção. É bom lembrar o quanto o Maroon 5 pode ser uma banda excitante e rezar para que em algum momentos eles voltem a terem a mesma chama.
nota: 8

24 de janeiro de 2019

Old New

Nights Like This (feat. Ty Dolla $ign)
Kehlani

Apesar de ser um dos nomes de maior destaque do R&B nos últimos tempos, a Kehlani nunca conseguiu um momentos para brilhar sozinha nas paradas, sendo o seu maior "sucesso" um 41° lugar com a canção Gangsta. E não acho que Nights Like This será a responsável por mudar esse cenário, mesmo sendo uma boa canção.

De todas as suas contemporâneas do R&B, Kehlani é a que apresenta a sonoridade mais "old school" e isso fica bem claro em Nights Like This. Sem maiores rodeios ou nuances, o single é um bom e redondinho trabalho que ressoa na sonoridade de nomes como Faith Hill e Keyshia Cole. Segura e com uma produção madura, mas pouco criativa na sua construção que ainda conta com a participação obrigatória de um rapper (Ty Dolla $ign entrega, por sorte, uma performance um pouco acima da média), Nights Like This ousa na sua composição ao partir da visão de um relacionamento entre duas mulheres em que uma delas se usou da outra apenas para "experimentar" um relacionamento do mesmo sexo. Tecnicamente não é algo genial, mas, além de ser bem composta, Nights Like This tem essa quebra interessante de expectativas. Mesmo assim, a canção está bem longe de ser aquela que irá dar o grande momento para a Kehlani. Uma pena.
nota: 7,5


23 de janeiro de 2019

New Faces Apresenta: Paloma Mami

No Te Enamores
Paloma Mami

Com o sucesso dos últimos tempos da música latina nos mercados internacionais começou a surgir uma nova leva de novos artistas latinos que estão a procurar de um lugar ao Sol. A que estará em foco hoje é a americana de origem chilena Paloma Mami.

Conhecida no Chile por ter participado pelo reality musical Rojo, el color del talento, a jovem de apenas 19 anos começa a sua carreira entrando em um gênero que é praticamente dominado por homens: o trap latino. Mistura de trap music com latin musica, o gênero é uma das vedetes em ascensão entre os principais nomes latinos atualmente como, por exemplo, Maluma e Bad Bunny. Então, ouvir uma voz feminina é algo bem auspicioso, pois é uma nova visão para um nicho tão "clube do bolinha" com os seus problemas de macho. Isso não impede, porém, que o single No Te Enamores não seja um trabalho comercial ao máximo com a sua batida linear e pouco inspirada. Além disso, vocalmente não podemos ouvir o verdadeiro alcance de Paloma, mesmo que entregue uma performance sólida e com carisma. O melhor da canção fica na divertida e empoderada composição que, se não é genial, consegue passar o que possivelmente a cantora quer ter como personalidade artística. Pode ser que Paloma Mami não estoure como está prometendo, mas mostra que a música latina tem muito mais a mostrar.
nota: 7

22 de janeiro de 2019

Bobinho Bom

7 rings
Ariana Grande

A prova cabal do atual momento de dominação do pop pela Ariana Grande é o fato que a cantora deve fazer da bobinha 7 rings um hit com potencial de ocupar o todo das paradas.

Mudando do R&B/pop de thank u, next para uma mistura de trap com pop, 7 rings prova que a cantora está atenta para o atual mercado e consegue sair do seu próprio nicho. Essa visão é essencial para quem quer se estabelecer como uma força pop com longevidade. Isso não impede que a canção seja uma decaída na qualidade que a cantora vinha demonstrando devido a inspiração duvidosa para a construção da batida e da temática da canção. 7 rings é sobre como a cantora está poderosa e rica que não tem medo de gastar seu dinheiro com o que quiser e bem entender. Existe uma tentativa de mostrar empoderamento, mas que fica perdido no meio de tanta frase de efeito. Outro problema é o final anticlimático que simplesmente termina a canção de forma sem graça e abrupta. O ponto forte da canção, além da ótima performance de Ariana, é o uso do sample do clássico My Favorite Things o musical A Noviça Rebelde, criando um divertido  e inesperado resultado. Plágio ou não, 7 rings é a canção que deve ajuda Ariana a continuar a sua dominação em 2019 sem ter muitos rivais a sua frente dentro do pop.
nota: 6,5

21 de janeiro de 2019

Um Renascimento Inesperado

High Hopes
Panic! At the Disco

Desde que estouraram em um hoje já longínquo 2006 com a canção I Write Sins Not Tragedies que alcançou o número 7 da Billboard, o Panic! At the Disco nunca mais alcançou esse sucesso de nenhum dos seus singles, sendo a melhor posição um 40° lugar em 2015 com a canção Hallelujah. Isso nunca foi um problema, pois, assim como já falado, a banda já conquistou o seu fiel nicho. Entretanto, surpresas surgem a cada virada de esquina e a banda voltou aos topos da parada com o sucesso inesperado da canção High Hopes.

Lançado em Maio do ano passado como segundo single de Pray For The WickedHigh Hopes foi aos poucos galgando o seu lugar nas paradas até chegar em uma surpreendente quinta posição na Billboard. O motivo? Sinceramente, não faço a menor ideia ao não ser em relação a qualidade da canção, pois a mesma não fez parte de nenhum projeto como, por exemplo, filme, TV ou comercial. Talvez o motivo seja a sua composição sobre superar os desafios da vida que tenha ajudado a impulsionar a canção, ajudado pelo refrão contagiante e fácil de memorizar. Talvez o motivo seja a produção revigorante pop rock quase dançante que a transformou em um dos trabalhos mais comerciais da banda até o momento. Ou seja, até mesmo a performance explosiva de Brendon Urie que dá o tom perfeito para a canção. Seja qual o motivo, o fato é que High Hopes deu para o Panic! At the Disco uma nova chance nos topos da parada. Quem diria, né?
nota: 7,5


Uma Voz é Uma Voz

Giant
Calvin Harris & Rag’n’Bone Man

Assim como um filme mediano pode ser salvo devido a interpretação avassaladora de um dos atores, uma música ir pelo caminho ao ser "salva" pela presença de uma performance vocal arrebatadora. E exatamente isso que acontece com o nome single do Calvin Harris: Giant é um passeio para o cantor Rag’n’Bone Man.

Conhecido pelo sucesso de Human de 2016, o britânico Rag’n’Bone Man, nascido Rory Charles Graham, é dono de uma das vozes mais interessantes surgidas nos últimos tempos com um timbre grave poderoso e com uma interpretação impactante. Isso tudo é trazido para a performance de Giant, resultando na elevação quase instantânea da canção. Claro, ainda estamos diante de uma faixa dance-pop produzida pelo Calvin, mas, felizmente, a presença inspirada de Rag ajuda a polir a canção, principalmente no primeiro verso em que é possível ouvir o que a canção poderia ter sido com algumas aparas: uma espetacular e soulful R&B/pop soul com toque de eletrônico. De qualquer forma, deve-se elogiar a decisão de Calvin de não fazer da canção apenas um "batidão", mas dar substância ao incluir essas influências de soul. Ainda erra ao se entregar a batida clichê entre em vários momentos. Outra boa qualidade é a sua composição sobre se descobrir forte o suficiente para enfrentar os desafios da vida, pois apresenta momentos de emoção verdadeira. Uma pena, porém, que a letra não aprofunda na sua ótima concepção. De qualquer forma, Giant é um passeio para Rag’n’Bone Man mostrar o que o público precisa descobrir melhor: a sua voz.
nota: 7

18 de janeiro de 2019

Quase Uma Perda De Tempo

Dancing with a Stranger
Sam Smith & Normani


É bem mais complicado do que parece o processo de criação de uma música quando estão envolvidos dois artistas de talento que, na teoria, nasceram para fazer essa parceria. É por isso que vários desses encontros resultam em canção abaixo do esperado com, por exemplo, Paul McCartney e Stevie Wonder em Ebony And Ivory, Beyoncé e Shakira em Beautiful Liar e Ariana Grande e Troye Sivan em Dance To This. O mais novo a entrar nessa lista que, obviamente tem outros nomes, é a recém lançada parceria do Sam Smith com a Normani (ex-Fifth Harmony) em Dancing with a Stranger.

Ainda tentando se firmar no mercado, Normani conta com ajuda de Sam Smith para não apenas continuar a fazer o seu nome circular, mas, principalmente, construir credibilidade perante o mercado e os críticos ao se distanciar do que a mesma estava fazendo com a girl band como mostrou em Love LiesDancing with a Stranger é uma melódica, dançante e bem produzida R&B/soul dance que lembra os trabalho de Sam ao lado do Disclosure, mas com um acabamento mais "massificado". O grande problema, porém, é que a canção resulta em quase uma versão "chapa branca" do que a sua ideia original pareceu sugerir. Faltou aquela pimenta para a produção incrementar o resultado final que fica, infelizmente, muito dentro da zona de conforto, provavelmente com medo de alienar o lado comercial da canção. Outro erro da canção é não deixar os seus protagonistas brilharem como poderiam ao dar pouco espaço para a Normani e ainda menos para o encontro de fato das duas vozes. Apesar disso, as performances são muito boas, especialmente do Sam que já tem domínio perfeito nesse tipo de canção. Obviamente, a canção fica aquém do que poderia ser, mas, ao contrário de outros encontros, Dancing with a Stranger fica acima da média. E, isso, já é algo louvável. 
nota: 7

Morninho

Lie to Me (feat. Julia Michaels)
5 Seconds of Summer

O sucesso mundial inesperado de Youngblood deveria ser a porta para a banda 5 Seconds of Summer engatar outro sucesso logo na seguida. Isso não aconteceu, mas não é de se espantar devido a qualidade dos singles sucessores como é o caso da apática Lie to Me.

Lançada na versão "remix" com a participação da Julia Michael, Lie to Me tem até uma base mais sólida que a canção anterior, mas, infelizmente, a produção erra fortemente ao entregar uma canção chapa branca e sem qualquer gota de personalidade. Esse pop/pop rock que tem como principal inspiração a sonoridade do Ed Sheeran e Shawn Mendes pode ser agradável, mas precisa de um toque de mágica para elevar o resultado final. Aqui, claramente, esse toque nem chegou perto, pois a canção tem uma instrumentalização tão apática e rasa e, pior, apresenta um dos piores defeitos que qualquer canção pode apresentar: a falta de qualquer clímax. Liricamente, a canção tem uma composição que poderia ser bem melhor se tivesse alguma profundidade. E mesmo com performances até boas do vocalista do 5 Seconds of Summer e da  Julia Michaels, Lie to Me é um trabalho tão morno que nada pode esquentá-lo de verdade.
nota: 5,5


17 de janeiro de 2019

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

O blog está na ativa já faz dez anos e durante todo esse tempo sempre tentei trazer para vocês, queridos leitores, o que sempre achei que fosse o melhor, principalmente pensando em mostrar algo novo, interessante ou mesmo uma nova visão sobre o que já foi debatido dezenas de vezes antes. Entretanto, no final das contas, o "funil" que passa o que será publico sempre terá o meu aval e, portanto, as minhas impressões em relação ao conteúdo. Claro, como dito antes, sempre tento escolher o que acho que irá agregar para os leitores. Hoje, porém, a canção que escolhi para esse especial do blog é simplesmente devido ao meu gosto pessoal e o devido satisfazer o meu bel prazer. Pode, sim, dar para quem não conhece a canção uma abertura de perspectiva sobre uma artista que não tem conhecimento da sua existência. Só que o bem da verdade é que a escolhida para o primeiro As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer de 2019 foi por que....



16 de janeiro de 2019

Uma Nova Chance Para Fleur

Favourite Thing
Fleur East

Entre o ano de 2014 e 2015, a britânica Fleur East foi daquela que deveria ter vencido o The X Factor para dona do sucesso Sax para aquela que sumiu do mapa. Felizmente, a cantora parece que poder ter uma nova chance com o lançamento da edificante Favourite Thing.

A canção lançada recentemente é o tipo de trabalho que pode ser denominado de "slow burn", pois a sua qualidade vai crescendo conforme a música vai chegando ao se final. Favourite Thing começa com uma aceitável e comercial dancepop/R&B e vai evoluindo para uma explosão poderosa com uma batida com ótimas nuances de drum and bass com toques de música africana que ajuda a dar uma encorpada impressionante ao resultado final, transformando a canção em um trabalho impressionante. Mesmo que a composição tenha algumas derrapadas como, por exemplo, ao dizer "Kisses are better than caviar/ Baby you hit the mark", Favourite Thing apresenta uma sólida e reverberante composição que tem no seu eficiente refrão o ponto alto. Se a cantora já merecia voltar ao braços do público, o lançamento de Favourite Thing faz de Fleur East a artista que precisa estar em alta em 2019.
nota: 7,5

Um Novo Ápice

hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it
Lana Del Rey

A primeira aparição da Lana Del Rey aqui no blog foi exatamente em 13 de Novembro de 2011 com o seu primeiro grande sucesso, Video Games. Naquele momento, a cantora se tornaria uma constante no blog, sempre aparecendo com os lançamentos de singles e álbuns. Sempre constante também foi a qualidade das canções apresentadas, transitando sempre o bom até o ótimo. Entretanto, a cantora só teve três momentos que possa ser chamados de geniais: a já citada Video Games, Born to Die e Ride. Essa lista agora chega ao quarto nome com o laçamento da sensacional hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it. Só que a nova canção apresenta algo diferente das que fazem parte do panteão da Lana.

Tirando o nome enorme, a canção que faz parte do novo álbum da cantora (Norman Fucking Rockwell) é, sem dúvida, a canção mais intimista e minimalista da sua carreira que consegue, ao mesmo tempo, ser a o trabalho de maior profundidade até da sua carreira. Sempre disposta a abrir o seu coração em composições sempre muito honestas e, certas vezes, desconcertantes, sobre a sua vida de "garota too cool para a escola" e a sua  distinta visão sobre tão peculiar sobre amor, paixão, tristeza e outros sentimentos com a mesma complexidade, Lana, ao lado do produtor Jack Antonoff, entrega uma composição que consegue ser a mais verdadeira, complexa e de uma poética belíssima. Acredito que a maturidade tenha ajudado a cantora, mas é necessário notar que a canção apresenta em seu interior que eleva a qualidade final. E essa característica, ao meu ver, é a naturalidade que a composição se apresenta, mesmo quando a cantora coloca referências "cult" ou constrói versos com sintaxes longas ou com imagens complicadas. Não é para qualquer público, mas hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it é um fascinante etocante trabalho sobre auto-conhecimento e empoderamento feminino que mostra que o quanto evoluiu Lana Del Rey. E para melhorar, a produção assinada por Antonoff deixa de lado qualquer pomposidade premeditada e que poderia soar de uma pretensão irritante como a própria cantora já mostrou em alguns momentos da carreira para se concentrar em um minimalismo que fica longe do simplista ao dar um delicado e melódico arranjo a base de piano. Completa o pacote a performance contida e, ao mesmo tempo,  cheia de emoção em um estilo que em vários momentos chega ao um quase falar, mas que deixa brilhar o seu timbre e os seus maneirismos. hope is a dangerous thing for a woman like me to have - but I have it vem para abrir uma possível nova fase na carreira da Lana em que, finalmente, será o momento da sua consagração absoluta. Aguardemos.
nota: 9

15 de janeiro de 2019

Especial


Artista do Ano


Single do Ano


Revelação do Ano


Top 60 - Melhores Singles (Final)


Top 30 - Melhores Álbuns (Final)


Categorias Individuais

Melhor Single Masculino

1. This Is America - Childish Gambino
2. Nice For What - Drake
3. My My My! - Troye Sivan
4. Call Out My Name -The Weeknd
5. Finesse (Remix) [feat. Cardi B] - Bruno Mars


Melhor Single Feminino

1. Make Me Feel - Janelle Monáe
2. No Tears Left to Cry - Ariana Grande
3. Party Of One (feat. Sam Smith) - Brandi Carlile
4. Cry Pretty - Carrie Underwood
5. I Like It (feat. Bad Bunny & J Balvin) - Cardi B


Melhor Single de Grupo ou Banda

1. Sanctify - Years & Years
2. APESHIT - The Carters
3. Shallow - Lady Gaga & Bradley Cooper
4. Sky Full Of Song - Florence + The Machine
5. Dona da Minha Vida - Rouge


Melhor Featuring

1. Party Of One (feat. Sam Smith) - Brandi Carlile
2. Dinero (feat. DJ Khaled & Cardi B) - Jennifer Lopez 
3. 1999 - Charli XCX & Troye Sivan
4. Ginga (feat. Rincon Sapiência) - IZA
5. Fall In Line (feat. Demi Lovato) - Christina Aguilera


Melhor Clipe

1. APESHIT - The Carters


2. This Is America - Childish Gambino



3. God is a Woman - Ariana Grande



4. Make Me Feel - Janelle Monáe



5. Sanctify - Years & Years





Melhor Artista Feminina 

1. Janelle Monáe 
2. Lady Gaga 
3. IZA 
4. Robyn 
5. Charli XCX 


Melhor Artista Masculino 

1. Troye Sivan 
2. Baco Exu do Blues 
3. Childish Gambino 
4. Drake 
5. Shawn Mendes 


Melhor Banda ou Grupo 

1.Years & Years 
2. The 1975
3. Chloe x Halle
4. The Carters 
5. Little Mix 

Categorias Técnicas

Melhor Refrão

1. Shallow - Lady Gaga & Bradley Cooper

I’m off the deep end, watch as I dive in
I’ll never meet the ground
Crash through the surface
Where they can’t hurt us
We’re far from the shallow now



2. My My My! - Troye Sivan 

Oh my, my, my!
I die every night with you
Oh my, my, my!
Living for your every move

3. Nice For What - Drake

Care for me, care for me
You said you'd care for me
There for me, there for me
Said you'd be there for me
Cry for me, cry for me
You said you'd die for me
Give to me, give to me
Why won't you live for me?


4. Sanctify - Years & Years

So don't break (break)
Sanctify my body with pain (pain)
Sanctify the love that you crave (crave)
Oh, and I won't, and I won't, and I won't be ashamed
Sanctify my sins when I pray
When I pray

5. Pynk (feat. Grimes)-Janelle Monáe

Ah, yeah, some like that
Ah, ah, some like that
Ah, yeah, some like
'Cause, boy, it's cool
If you got blue
We got the pink



Melhor Produção


1. Nice For What - Drake
Produtores: Murda Beatz/ Blaqnmild (co.) / Noah "40" Shebib (add.)/ Corey Litwin (add.)

2. This Is America - Childish Gambino
Produtores: Donald Glover/ Ludwig Göransson

3. Make Me Feel-Janelle Monáe
Produtores: Mattman & Robin

4. Anna Wintour - Azealia Banks
Produtor: Junior Sanchez

5. Moon River - Frank Ocean
Produtor: Frank Ocean

Melhor Regravação ou Sample
1. Pynk (feat. Grimes) - Janelle Monáe
Sample: Pink do Aerosmith

2. Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight) - Cher
Original: ABBA

3. Nice For What - Drake
Samples: Ex-Factor da Lauryn Hill  Drag Rap dos the Showboys / Get Your Roll On do Big Tymers/ clipes de Big Freedia

4. Moon River - Frank Ocean
Original: Henry Mancini & Orchestra/  Audrey Hepburn

5. Here I Am - Dolly Parton & Sia
Original: Dolly Parton


Melhor Letra
1. This Is America - Childish Gambino
Compositores: Donald Glover/ Ludwig Göransson/ Jeffery Lamar Williams

2. Party Of One (feat. Sam Smith) - Brandi Carlile
Compositores: Brandi Carlile/ Phil Hanseroth/ Tim Hanseroth

3. Pynk (feat. Grimes) - Janelle Monáe
Compositores: Janelle Robinson/ Claire Boucher/ Taylor Parks/ Nathanial Irvin III/ Charles Joseph II/ Wynne Bennett/ Steven Tyler/ Glen Ballard/ Richard Goodman

4. In My Blood - Shawn Mendes
Compositores: Shawn Mendes / Geoff Warburton / Teddy Geiger / Scott Harris

5. Call Out My Name - The Weeknd
Compositores: Abel Tesfaye/ Adam Feeney/ Nicolas Jaar


Melhor Arranjo

1. Make Me Feel - Janelle Monáe
2. Moon River - Frank Ocean
3. My My My! - Troye Sivan
4. Call Out My Name - The Weeknd
5. Ginga (feat. Rincon Sapiência) - IZA


Melhor Vocal

1. Party Of One (feat. Sam Smith) - Brandi Carlile
2. Cry Pretty - Carrie Underwood 
3. Shallow - Lady Gaga & Bradley Cooper
4. This Is Me - Keala Settle
5. Call Out My Name - The Weeknd 

Categorias Artísticas

Melhor Single Pop 

1. Sanctify - Years & Years 
2. 1999 - Charli XCX & Troye Sivan 
3. My My My! - Troye Sivan
4. No Tears Left to Cry - Ariana Grande
5. In My Blood - Shawn Mendes 


Melhor Single R&B/Hip Hop 

1. Nice For What - Drake 
2. Make Me Feel - Janelle Monáe 
3. This Is America - Childish Gambino 
4. Anna Wintour - Azealia Banks 
5. APESHIT - The Carters 


Melhor Single Indie/Rock 

1. Pynk (feat. Grimes) - Janelle Monáe 
2. Bad Dreams - Pete Yorn & Scarlett Johansson 
3. Suspirium - Thom Yorke 
4. Mariners Apartment Complex - Lana Del Rey 
5. Guiding Light - Mumford & Sons 


Melhor Single Country 

1. Cry Pretty - Carrie Underwood 
2. Space Cowboy - Kacey Musgraves 
3. Mercy - Brett Young 
4. Lose It - Kane Brown 


Melhor Single Nacional 

1. Te Conecta - Pitty 
2. Ginga (feat. Rincon Sapiência)  -IZA 
3. Bumbum de Ouro – Gloria Groove 
4. Vou Morrer Sozinho - Jão 
5. Dona da Minha Vida - Rouge 


Melhor Single de Novato 

1. Eastside (feat. Halsey & Khalid) - Benny Blanco 
2. Don't Panic - XYLØ 
3. Let Me Down (feat. Stormzy) - Jorja Smith 
4. Vou Morrer Sozinho - Jão 
5. Sola - Jessie Reyez 


Melhor Não Single 

1. Immaterial - Sophie 
2. How To Draw / Petrichor - The 1975 
3. Minotauro de Borges - Baco Exu do Blues 
4. QUE NO SALGA LA LUNA (Cap.2: Boda) - ROSALÍA 
5. Oh, What A World -  Kacey Musgraves 


Melhor Single Dance 

1. Finesse (Remix) [feat. Cardi B] - Bruno Mars 
2. Make Me Feel - Janelle Monáe 
3. Sanctify - Years & Years 
4. My My My! - Troye Sivan 
5. Phantom of the Dance Floor (feat. Philippe Sly) - Kiesza 


Melhor Single Balada 

1. Party Of One (feat. Sam Smith)-Brandi Carlile
2. Shallow-Lady Gaga & Bradley Cooper 
3. Call Out My Name -The Weeknd 
4. In My Blood-Shawn Mendes 
5. Cry Pretty-Carrie Underwood 


Melhor Single Para Cinema, TV e Afins

1. Shallow-Lady Gaga & Bradley Cooper
2. Suspirium-Thom Yorke
3. Ashes-Céline Dion
4. All The Stars-Kendrick Lamar & SZA
5. This Is Me-Keala Settle

Pior Single

1. Supplies
Justin Timberlake



"O grande problema da canção é que a mesma deveria ser uma grande música, pois, além de ser do Justin Timberlake, tem como produtores o duo The Neptunes, formado pelo Chad Hugo e pelo Pharrell, voltando a trabalhar juntos desde o primeiro álbum do cantor. A união de tantos talentos seria o bastante, mas Supplies é morna, sem brilho e, em alguns momentos, irritantes Um pop/hip hop/R&B que começa bem com uma batida forte e marcante, mas que, infelizmente, não se sustenta por muito tempo, terminando linear e pouco convidativa." 

2. Machika
J Balvin & Jeon & Anitta


"Dita nos bastidores como a canção da Copa de 2018, Machika é uma mediana latin pop/reggaeton/eletropop que tem uma batida capaz de grudar na cabeça durante um bom tempo. Cheia de batidas marcantes e bem dançantes, a canção empola no começo, mas não consegue manter o hype depois de uma segunda ou terceira ouvida. Provavelmente, o grande problema da canção é o fato da sua produção entregar uma canção genérica na sua construção, faltando o mais importante: o clímax final. Além disso, todos os envolvidos não apresentam nenhuma personalidade em suas performances. Em nenhum momento Machika deixa claro quem são os seus interpretes, pois a canção parece ter sido feita pelos por qualquer trio de cantores latinos. Anitta é a que mais sofre desse problema já que a sua participação é tão apática que se a mesma não tivesse listada como participante seria difícil saber quem é a voz feminina."

3. Sick Boy
The Chainsmokers 


"O single que não faz parte de nenhum trabalho parece querer mostra que o duo podem ser artistas profundos e com uma consciência sócio-politico ao falaram de como se sentem mal devido ao atual cenário nos Estados Unidos. Sick Boy é como se o The Chainsmokers quisesse mirar no Green Day em American Idiot, mas erram uns 100 quilômetros ao invés de soar relevante e inteligente terminar como clichê, raso e completamente irrelevante. A letra mais parece com uma paródia do que uma verdadeira composição de protesto e os vocais de um dos dois integrantes é uma das performances mais sem graças até agora em 2018."

4. Girls Like You (feat. Cardi B)
Maroon 5



"Apesar da produção interessante em fazer um pop rock flertando com o indie e com um arranho minimalista, o resultado final de Girls Like You é decepcionante. Faltou energia, faltou graça e, principalmente, faltou inspiração para elevar a ideia por trás em algo que fosse realmente interessante. Meio no automático, a performance vocal de Adam é até bonitinha, mas não salva a construção meia boca da canção. Nem a presença da Cardi B que normalmente melhora as canções que participa ajuda de verdade. Girls Like You é uma enganação que vende igual água no deserto."

5. Accelerate (feat. Ty Dolla $ign & 2 Chainz)
Christina Aguilera 


"Accelerate, primeiro single do oitavo álbum da cantora Liberation, é uma bagunça que quase deu certo. A intenção de dar para a canção uma sonoridade urbana, quase um hip hop propriamente dito e com arranjo fragmentado e cheio de nuances e texturas é sensacional, principalmente o seu começo que dá marge para algo sensacional. Todavia, a produção que tem incríveis seis nomes, sendo o Kanye West como o principal, deixa escapar a oportunidade de fazer um momento de cair o queixo ao não saber como dar liga nas diversas batidas dentro da música, transformando a canção em um trabalho sem foco e sem nenhum pingo de graça."

Especial


9 de janeiro de 2019

Reizinho Brazuca

Me Beija Com Raiva
Jão

Com um ano inteiro pela frente, a expectativa para o surgimento de novos e excitantes artistas é imensa. Entretanto, o ano também é para a solidificação de nomes que surgiram em 2018 como é o caso do brasileiro Jão. E pelo o que ele já mostrou, o cantor pode render muito nos próximos tempos. Uma boa amostra disso é o single Me Beija Com Raiva.

Carentes de nomes masculinos dentro do pop brasileiro, Jão ajuda a preencher uma parte da lacuna com um estilo interessante que mistura pop com gêneros nacionais, conseguindo ter personalidade bem definida e distinta. Me Beija Com Raiva é uma balada quase mid-tempo com uma sensualidade meio animalesca sobre aquele momento de um relacionamento que as personalidade se chocam fortemente, mas que ainda existem amor e, primordialmente, tesão um pelo outro. A melhor parte da canção é perceber melhor a boa voz de Jão que apresenta boas nuances em um timbre bem interessante. Mesmo que não seja um trabalho ao nível emocional e artístico de um Chico Buarque ou Caetano Veloso, Me Beija Com Raiva é uma sincera canção que deveria ser descoberta para o começo de 2019. E que seja um bom ano para o Jão.
nota: 7,5

A Regra Clássica do Ménage à Trois

Mala Mía (Remix) (feat. Becky G & Anitta)
Maluma

Assim como em um ménage à trois, existe uma regra para quem decide fazer um featuring em canção com mais de dois artistas: nunca sobre. Isso aconteceu com a Anitta em Mala Mía (Remix) ao lado do Maluma e da Becky G.

Depois de fazer as pazes com o cantor colombiano ao estrelar ao seu lado o The Voice México, Anitta aceitou fazer parte de nova versão/remix da canção lançada no ano passado. E, sinceramente, a cantora saiu um pouco prejudicada, pois, apesar de ser dono do melhor verso, a sua presença é a mais apagada dos três. Isso ajuda a dar ainda mais impressão que a cantora é uma ótima performance, mas muito limitada como interprete. É para piorar, apesar da canção não ser sensacional, Mala Mía é uma boa latin pop com uma pegada comercial excelente que poderia ajudar muito mais a carreira de Anitta se houvesse uma performance destaque da brasileira. Essa função fica para para a carismática Becky G e, claro, o próprio Maluma que dá até mais espaço para a suas convidadas. Uma oportunidade perdida para a "Anira".
nota: 7

6 de janeiro de 2019

New Faces Apresenta: Ava Max

Sweet but Psycho
Ava Max

Apesar de ter começado a ganhar notoriedade no ano passado, a jovem Ava Max pode ser considerada como a primeira grande aposta para 2019. E o carro chefe da cantora é a divertida Sweet but Psycho.

Conseguindo alcançar o número da parada britânica, Sweet but Psycho é um despretensioso e espirituoso trabalho puramente pop que vale a pena ser ouvido. Pode parecer estranho essa afirmação, mas em um momento em que o pop está meio em baixa e, normalmente, sempre está misturada com outro gênero, ouvir uma boa canção que é construída com base apenas no bom e velho pop é algo para se comemorar. Não é uma produção genial, mas honesta e bem feita, ajudando Sweet but Psycho a ganhar personalidade. O melhor que a canção tem a oferecer é a sua composição: sabendo como adicionar o fator comercial, Sweet but Psycho é uma deliciosa e inteligente letra sobre uma garota carismática, mas com um pezinho na loucura. O trabalho lembra bastante o que a Natalia Kills fez em um já distante 2013 com o cult álbum Trouble. Espero que essa seja a pegada de Ava Max de uma maneira geral. Agora é esperar para saber se a jovem será realmente a próxima grande diva pop ou apenas mais uma na multidão.
nota: 7

Começando o Ano em Alta Versão 2019

Juice
Lizzo

Exatamente há um ano escrive na resenha de Finesse do Bruno Mars com a Cardi B o seguinte: "começando o 2018 nesse nível as expectativas vão crescendo a espera de um ano sensacional para a música". E, queridos leitores, posso repetir a mesma frase em 2019 depois de ouvir a ótima Juice da rapper Lizzo.

Nome que sempre quis trazer ao blog, mas que nunca consegui devido à várias circunstâncias, Lizzo pode até não ter o mesmo espaço no mainstream como a Cardi B ou Nicki Minaj, mas é tão interessante quanto qualquer nome atualmente nos topos das paradas. Na verdade, como demonstra Juice, a rapper merecia um sucesso arrebatador. O single é uma contagiante e empolgante dance R&B/soul/disco que faz você querer sair dançando como se não houvesse um amanhã. Despretensiosa, divertida e deliciosamente gostosa de ouvir, Juice é o tipo de canção que deve virar uma frequente na playlist de muitos nesse começo de ano. Além disso, a composição empoderada e, por vezes, hilária e a presença carismática e "larger than life" de Lizzo é outro imenso atrativo para Juice. Espero que esse começo seja realmente um aviso do bom ano a nossa frente no mundo da música e, não, uma grande fake news.
nota: 8

3 de janeiro de 2019

Competição

I'll Fight
Jennifer Hudson

Apesar de parecer que o Oscar de Melhor Canção já ter endereço certo, a categoria virá recheada de nomes fortes para competir pela estatueta. Esse é o caso da Jennifer Hudson com I'll Fight.

Escrita pela lendária Diane Warren que conta com nove indicações ao Oscar e nenhuma vitória, I'll Fight é o tema principal do documentário RBG sobre a vida da juizá suprema americana corte Ruth Bader Ginsburg (não confundir com a canção tema da cinebiografia sobre a juíza, interpretado pela Kesha). A canção não é a melhor já composta pela Diane, mas consegue cumprir o seu papel de ser um trabalho forte, inspirador e com uma mensagem de esperança que a figura da juíza passa devido a sua luta pelos direitos iguais das mulheres desde a década de sessenta. Além disso, essa power balada tem a presença marcante da sempre ótima Jennifer, ajudando a dar ainda mais a cara de candidata ao Oscar ao entregar uma performance poderosa. Não que será fácil vencer, mas será interessante ver tantos nomes do pop na premiação do Oscar. Aguardemos.
nota: 7


A Nova Dona Da Porra Toda

imagine
Ariana Grande

O mundo pop é feito por ciclos, alternando sempre qual é o estilo que estará em alta em cada período desse ciclo. Isso também acontece com os astistas e, sejamos sinceros, a vez agora é da Ariana Grande. Depois de um ano sensacional artisticamente, a cantora parece que irá expandir os seus novos domínios para 2019 como mostra na "prévia" imagine.

Lançado como single promocional de seu próximo álbum, a canção comprova que Ariana conseguiu construir criar um sonoridade para chamar de sua. Não é exatamente uma novidade, mas esse R&B/pop quase minimalista e contida parece ter caído como uma luva para Ariana ao deixar os seus vocais brilharem sem precisar de muito esforço. E isso acontece novamente em imagine, pois o grande mérito da canção é a presença luminosa de Ariana que consegue elevar a canção sem nem suar a camisa. Lançada logo após do sucesso de thank u, next, a canção sofre com a falta do apelo comercial da sua antecessora, mas, felizmente, apresenta uma produção equilibrada e com algumas boas sacadas. O problema da canção é, na verdade, a sua composição é um trabalho bonitinho, mas sem nenhuma inspiração convincente e em especial o seu fraco refrão. Mesmo assim, Ariana ainda conseguiu emplacar a canção no top 30 da Bilboard, mostrando que a sua força ainda parece estar só começando.
nota: 7