17 de dezembro de 2023

Single Do Ano - Votação

E assim chegou outro final de ano e com isso chegou o momento de escolher os melhores do ano. Tudo começa aqui pelos duelos para escolhi os cinco finalistas de Single do Ano. A primeira disputa é entre dois opostos que fizeram 2023: de lado, a titã Taylor Swift com o sucesso viral de Cruel Summer que foi lançadas originalmente em 2019 e, do outro lado, a ascensão merecida da carreira da britânica Raye com o smash hit Escapism com a presença da cantora 070 Shake. Votem!


Primeira Impressão

SAVED!
Reverend Kristin Michael Hayter



Uma Ressureição

I WILL BE WITH YOU ALWAYS
Reverend Kristin Michael Hayter


Em sua nova fase da carreira, a cantora Reverend Kristin Michael Hayter entrega novamente um verdadeiro soco no estomago com a espetacular I Will Be with You Always.

Mantendo o mesmo estilo do projeto anterior que tinha a alcunha de Lingua Ignota, a canção é uma poderosa, devastadora, densa e soturna mistura de gospel e avant-folk que impressionante pelo gigantesco trabalho vocal da cantora. Com formação clássica, Kristin é capaz de injetar tanta significação em uma performance que consegue unir essa grandiosidade quase espectral e, ao mesmo tempo, ter um toque tão intimo e pessoal que faz quem escuta parece estar ouvido a confissão de uma pecadora. E, queridos leitores, cada momento da força da cantora é de arrepiar e deixar quem escutar hipnotizado. Liricamente, a canção é uma angustiante e de uma beleza devastadora crônica sobre finalmente se libertar dos nossos próprios demônios. Tocante pelo lado de esperança que a canção passa, mas também tem um peso mortal pela construção que usa da religião para alcançar o seu final espetacular. Não importa qual é o nome que a artista decide entoar I Will Be with You Always, pois o que é certo será entregue uma canção memorável.
nota: 9

Primeira Impressão

Playing Robots into Heaven
James Blake


Estranho James

Tell Me
James Blake


Um dos melhores momentos de Playing Robots into Heaven, Tell Me mostra exatamente o que o James Blake queria fazer no resto do álbum, mas tropeçou no resultado final.

Uma atmosférica experimental/eletrônica/trance, a canção é construída em volta da batida densa e cheia de texturas que cria uma cruza perfeito e elevado do poderia facilmente ser uma farofada do Blake. E acho que essa seja a melhor definição para a canção: uma farofada elevada. A inspiração dos anos noventa/dois mil de batidas feitas para fritar pessoas em raves que poderia rapidamente descambar para o massificado ganha um verniz pesado pela sensibilidade elegante do artista que adiciona bastante da sua etérea personalidade vocal. Tell Me poderia, porém, ter uma letra mais bem trabalhada, mas a intenção aqui é dar apenas algo para o cantor adicionar o seus lindos vocais. Se o resto do álbum seguisse assim teríamos não um bom álbum, mas, sim, um brilhante.
nota: 8

Mamacita Wins

Negona (feat. Tasha & Tracie)
Karol Conká


Acredito que a melhor redenção para o que aconteceu com a Karol Conká é o mostrar o talento. E isso a mesma tem sobra e exala poder na ótima Negona.

Empoderada, sexual, divertida e corajosa, a canção é sobre o poder da mulher negra poder e ter o direito de sentir prazer sem amarras de uma sociedade que normalmente quer coloca-las em uma caixa definida. Não é um assunto novo para a rapper, mas Negona é uma das canções que melhor mostram isso com uma composição carismática, divertida, estilizada e poderosa. Na verdade, a canção poderia ser até maior para aproveitar a sua ótima batida hip hop/rap com toques de pop. Dominando com maestria, Conká abre espaço para a dupla Tasha & Tracie que estão a altura de mamacita que poderia ser até maior a suas participações que não iria ofuscar a dona da canção. E assim mamacita vencer novamente. 
nota: 8.5


Faltou Tempo

Is It Love
Loreen


Depois de voltar ao topo do Eurovision com a vitória com a ótima Tattoo, a cantora Loreen lançou a boa Is It Love. Poderia ser ótima, mas faltou tempo.

Com menos de dois minutos e meio, a canção poderia se beneficiar e muito de uma duração maior para poder trabalhar melhor o seu clímax e explorar a sua própria ideia original. Uma dance-pop com influência de sonoridades étnicas, Is It Love poderia ter um instrumental massificado e sem graça. Entretanto, a batida apresenta uma construção rica e que sabe bem utilizar a sua ideia principal para criar algo realmente maduro. Todavia, o seu fim abrupto faz a canção perder força no momento que deveria explodir. Felizmente, Loreen carrega a canção com maestria, adicionando personalidade que une algumas pontas soltas. Se tivesse esses momentos a mais, Is It Love poderia ser uma música sensacional e não apenas boa.
nota: 7,5 

New Faces Apresenta: Peso Pluma

BELLAKEO
Peso Pluma & Anitta

Com as listas de melhores de anos saindo de várias publicações surgiu um nome que sinceramente que nem tinha ouvido até o momento: o mexicano Peso Pluma. E para a minha maior surpresa é a sua parceria com a Anitta em Bellakeo.

É necessário dizer que a canção é de longe a melhor que a brasileira se fez presente nos últimos tempos, mas mesmo assim ainda é bem medíocre. Começando pela presença do dono da canção Peso Pluma que tem uma voz no mínimo estranha que, sinceramente, não funciona para mim de nenhuma maneira. E para piorar, o cantor não tem nenhuma química com a Anitta, deixando Bellakeo com um ruido bem alto. Anitta entrega, por sum vez, uma performance ok que é atrapalhada pela produção vocal mediana da canção que parece querer encobrir a sua voz com um instrumental bem mais alto que deveria. Funciona por apresentar a possibilidade da brasileira ser capaz de segurar uma canção que seja completa e não esses arremedos que a mesma vem se envolvendo. Enquanto ao Peso Pluma, o seu conhecimento foi desnecessário, mas foi assim que o Bad Bunny começou. Quem sabe as coisas melhoram?
nota: 5

10 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

Black Rainbows
Corinne Bailey Rae



Primeira Impressão

Heaven knows
PinkPantheress



Mother Beyoncé

MY HOUSE
Beyoncé


Com o lançamento de Renaissance: A Film by Beyoncé, a dona Bey resolveu lançar a canção My House como “tema” do concerto-filme. E, queridos leitores, a canção é outro acerto nessa incrível era, apesar de não ser tão genial como outras canções.

Produzido pela cantora ao lado do The-Dream, a canção foge um pouco do conceito inicial do álbum na sua primeira parte ao ser uma batida hip hop mais tradicional para depois na sua segunda parte adicionar uma camada de house/dance-pop estilizada. Não chega aos ápices que a mesma fez no álbum, mas My House tem uma força explosiva que faz a gente ser atraído para a sua orbita facilmente. E como é usada como música fundo aos créditos do filme, a canção funciona perfeitamente já que mantem o ritmo lá no alto e causa um impacto logo nos primeiros segundos. O problema da canção é a sua previsível composição que não tem a assertividade e o carisma que seria necessário para ser memorável. Felizmente, a performance da Beyoncé colocando a mostra toda a sua versatilidade vocal é o ingrediente que dá a liga para o resultado funcionar. Assim continua a jornada da Beyoncé em fazer de Renaissance a sua era mais importante da carreira.
nota: 8



Extensão Sensacional

Houdini (Extended Edit)
Dua Lipa


Poucas vezes presenciei uma canção que já era boa na sua versão original melhorar consideravelmente em uma das suas versões remix. Esse é o perfeito caso de Houdini da Dua Lipa em sua versão estendida.

Na sua resenha original afirmei que a canção “é uma refinadíssima e graciosa synth-pop com adição deliciosas de nu-disco, synth funk e psychedelic-pop que resulta em uma canção dentro do nicho sonora da cantora, mas é claramente embelezado por influencias novas e reluzentes. Funciona bem devido a engenhosidade rítmica da produção, mas parece que faltou um momento de explosão para elevar a canção para o outro parâmetro”. E, querido leitores, aqui está o que faltou: o melhor trabalho instrumental. Ao adicionar quase três minutos a mais de duração, a produção pode adicionar passagens que deram profundidade a já ótima batida, criar mais forma para a envolvente atmosfera e criar ainda mais excitação para a sua envolvente construção. Ao invés de diminuir para criar uma versão mais apta a viralizar, Houdini (Extended Edit) opta por dobrar o que já era bom, dando a oportunidade para que a canção pudesse florescer da maneira que realmente a completa e a eleva.
nota: 8

Uma Segunda Chance Para: when the party's over

when the party's over
Billie Eilish


Apesar de não ser a primeira canção lançada da carreira da Billie Eilish, when the party's over foi aquela que chamou a minha atenção pela primeira vez. Cinco anos do seu lançamento volto minha atenção para reanalisar a mesma e entender que, apesar de não ter envelhecido de maneira a melhorar a minha percepção, a canção é um claro mostrador do que estava por vim para a carreira da jovem artista.

Acredito que o principal motivo para a canção não estourar em qualidade como vários trabalhos posteriores da artista é o fato da mesma não ter suas mãos na composição, deixando apenas para o seu irmão e produtor Finneas O'Connell os créditos. E devido a isso falta um toque pessoal para when the party's over que é dado pela inspirada e tocante mão da Billie. Isso não quer dizer que a composição aqui seja ruim, pois é um trabalho eficiente, simples e pungente. E, na verdade, menos impessoal que gostaria que fosse. Todavia, Finneas entrega uma produção inspiradíssima ao seu uma balada indie/ambient pop que dá resquícios perfeitos sobre o que iria se transformar a sonoridade da cantora sem ainda está madura. O ponto brilhante da canção é deixado para os vocais cristalinos e hipnóticos da Billie que não gostava plenamente quando escutei pela primeira vez, mas foi percebendo a sua complexidade interpretativa ao longo dos tempos e como o seu delicado timbre é usado para extrair sentimentos profundos de maneira sutil. Não é a melhor canção da Billie Eilish, mas, sim, um bom começo para a conhecer uma das artistas mais interessantes dos últimos tempos.
nota: 8

3 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

My Back Was A Bridge For You To Cross
ANOHNI and the Johnsons



Clima & Melancolia

It Must Change
ANOHNI and The Johnsons


Single de My Back Was a Bridge for You to Cross, It Must Change é uma das canções mais climáticas de 2023 a ser uma ode a melancolia sobre a percepção que algo precisa mudar para não ser o fim.

Uma grandiosa e épica soul/neo-soul/R&B que está perfeitamente no limiar entre o vintage e o atual, It Must Change apresenta uma força emocional que reduz até os corações mais peludos ao choro sem precisar soar piegas ou parecer se apoiar no sentimentalismo. Existe uma verdade desconcertante na maneira em que a dor que Anohni expressa nos seus impecáveis e volumosos vocais que faz a canção ser arrematada de maneira vigorosa. Entretanto, It Must Change se torna uma grande música devido a sua ambígua e poderosa composição que fala sobre o momento de clareza que a gente passa ao notar que se não existir uma mudança real tudo irá se perder, sendo da maneira pessoal com um coração quebrado ou em relação global sobre as mudanças climáticas. Sem nenhuma dúvida, uma das maiores canções de 2023.
nota: 8,5

Primeira Impressão

Fanfare
Dorian Electra


Primeira Impressão

SCARING THE HOES
JPEGMAFIA & Danny Brown



Primeira Impressão

nadie sabe lo que va a pasar mañana
Bad Bunny



30 de novembro de 2023

As Geniais Rebarbas

VIRGO'S GROOVE
Beyoncé

E você sabia que Virgo's Groove foi lançado como quarto single do Renaissance? Então, nem eu estava sabendo até recentemente, mas fiquei extremamente feliz com a escolha.

Fugindo um pouco da vibe do álbum sem perder, porém, a coesão sonora, Virgo’s Groove é uma suculenta e graciosa disco/funk que é construída usado apenas diamantes em uma das produções mais refinadas da carreira da Beyoncé. E isso é dizer muito devido a qualidade sempre alta que a cantora sempre entregou. A batida é como um tapete que foi feito no mesmo tear, mas é adornado com texturas, cores e nuances diferentes que cria toda uma sequencia com começo, meio e fim. E a imagem costurada aqui é de uma discoteca/boate nos anos setenta em que existe essa atmosfera de sensualidade, excitação e sedução. Virgo's Groove é a canção que muitos não lembram tanto de Renaissance, mas que é uma das joias mais brilhantes da coroa da Beyoncé. 
nota: 9

Uma Genialidade de 2022

Gorilla
Little Simz


Apesar de ter sido lançada no ano passado no álbum No Thank You, a canção Gorilla da Little Simz foi lançada com single em Junho. E, queridos leitores, a canção é uma das “must listen” do ano sem nenhuma dúvida.

Assim como qualquer outra canção da rapper britânica, Gorilla é recheado até explodir de uma qualidade impressionante em todos os sentidos possíveis. Entretanto, a performance da rapper é o grande momento da canção em que a mesma “entoa cada verso como se fosse uma improvisação em uma jam session, mas sempre mostrando uma precisão rítmica e de uma personalidade cortante”. Produzida pelo colaborador de sempre Inflo, a canção é um riquíssima e impotente hip hop com toques de jazz que é adicionado uma orquestra para dar corpo e um verniz magico para o resultado final. E o clipe da canção é de uma genialidade impar e de cair o queixo que está no mesmo nível que os melhores trabalhos da Missy Elliott, Kendrick Lamar e Beyoncé. E assim é feito as genialidades.
nota: 8,5

Bate Cabelo de Primeira

thicc
Shygirl & Cosha


Nem sempre uma canção precisa ser mais do que realmente precisa ser para ser uma ótima canção. Esse é o caso de thicc da Shygirl ao lado da cantora Cosha.

Resumidamente, a canção é para ser um perfeito bate cabelo house/eletrônico e é exatamente que entrega de maneira irrepreensível. Elétrica, vibrante e deliciosamente despretensiosa, thicc apresenta uma batida tão deliciosa e marcante para quem escuta que até mesmo a sua repetitiva composição é deixado de lado para dar espeço para o brilhante trabalho de produção. Além disso, a canção conta com a brilhante performance de Shygirl que ganha ainda mais corpo com os backvocais de luxo da Cosha que poderia até ser melhor usada. De qualquer forma, thicc é o tipo de canção que cumpre o promete com louvor.
nota:8 

Reinas

Labios Mordidos
KAROL G & Kali Uchis

Os lançamentos de parcerias entre mulheres deram um boom no final desse ano que, sinceramente, foi muito bem-vindo. E um desses momentos é a ótima parceria da Kali Uchis ao lado de Karol G na deliciosa Labios Mordidos.

Single do álbum Orquídeas que será lançado no começo de Janeiro, a canção não tem nada de original, mas é extremamente bem feito ao fazer o famoso arroz com feijão na medida certa. Uma latin pop/reggaeton redondo, dançante, sexy e refrescante, Labios Mordidos é a prova que dá para fazer esse tipo de canção atualmente sem soar clichê ou/e massificada sem perder o lado radiofônico devido a produção ligar os pontos de maneira azeitada do começo ao fim. A presença da Karol G é, infelizmente, o lado menos excitante da canção, pois não dá peso para o resultado final. Todavia, a mesma faz um bom trabalho, deixando Kali brilhar plenamente devido a uma performance perfeita para o tipo de canção. E assim o ano se fecha com as mulheres no ápice.
nota: 8

Real Mother

My Body
Coi Leray

Sabe aquela música que basicamente todo mundo odeia, mas você realmente gosta? Então, esse é caso da divertida My Body da rapper Coi Leray,

Na avaliação vinda dos usuários do site Album of The Year está com uma nota 9 em 100, sendo uma das canções com menor nota do ano no sistema de avaliação. E o pior é que a canção nem é tão ruim. Na verdade, a canção é uma legalzinha hip hop, pop/teen pop que usa do clássico It's My Party da Lesley Gore para construir o cativante refrão. Falta, porém, para o resto da canção essa mesma vibe energética do refrão, deixando os versos pasteis e prevísseis demais. A composição poderia ser bem mais trabalhada criativamente, mas a mensagem de “meu corpo, minhas regras” é bem vida. Coi é uma rapper novata que ainda parece encontrar seu lugar já que a sua performance em My Body é ainda vacilante. Apesar dos tropeços, a canção está bem longe de ser a pior que já foi lançada em 2023. 
nota: 6

26 de novembro de 2023

Primeira Impressão

the record
boygenius



Sinergia

Not Strong Enough
boygenius


Melhor canção de The Record, Not Strong Enough é uma previa perfeita sobre o verdadeiro potencial do trio boygenius.

Uma direta e carismática indie rock/pop rock, a canção tem na química entre as três integrantes como o ponto alto, mostrando a sinergia impar e especial que as jovens possuem. Apesar de personalidades distantes, as três artistas conseguem se fundir lindamente em uma produção que deixa essa sinergia brilhar. Liricamente, Not Strong Enough é uma crônica honesta, simples e tocante sobre admitir que talvez não seja a pessoa ideal para quem se ama em que é entoada a cortante declaração: “Not strong enough to be your man/ I lied, I am/ Just lowering your expectations”. Com uma indicação a Gravação do Ano, Not Strong Enough é o tipo de canção que é perfeita para popularizar ainda mais o boygenius.
nota: 8



Primeira Impressão

I Inside the Old Year Dying
PJ Harvey



O Retorno de uma Titã

A Child's Question, August
PJ Harvey


Um dos maiores do rock alternativo da década de noventa, a cantora PJ Harvey está de volta aos holofotes com o lançamento I Inside the Old Year Dying depois de hiato de sete anos. Como primeiro single foi lançada a bela e soturna A Child's Question, August.

Irei ser sincero: nunca tinha escutado nenhuma música da artista apesar de já ter ouvido falar da mesma faz anos. Por isso, não sabia o que esperar exatamente da canção, mas, ao mesmo tempo, não foi pego de surpresa pelo o que escutei devido a “fama” que a cantora carrega. Por isso, a A Child's Question, August é uma canção que encontra um lugar na minha percepção musical, mesmo que não seja a genialidade que poderia esperar. Uma balada folk rock densa, contida e melancólica, a canção apresenta uma produção extremamente segura em criar um instrumental simples tecnicamente e, ao mesmo tempo, inspirado para a construção da sua sufocante atmosfera. O melhor da canção, porém, é a presença dos vocais deslumbrantes e distintos da PJ Harvey contrastados com a marcante e fugaz presença do ator Ben Whishaw cantando em alguns momentos. A Child's Question, August é uma canção tão peculiar que merece ser escutada com todas as percepções zeradas para apreciar toda a sua grandiosidade.]
nota: 8

Primeira Impressão

REVAMPED
Demi Lovato




22 de novembro de 2023

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

The Architect
Dawn Richard




Encontro Entre Água e o Fogo

Oral
ROSALÍA & Björk


Anunciada no mês passado, o lançamento de Oral marca uma das colaborações mais inusitadas dos últimos tempos ao unir a lendária Björk e o fenômeno da Rosalía. E o resultado é a altura das envolvidas, mesmo que existam algumas pontas soltas.

Escrita em 1998, a canção terá todos seus lucros revertidos para uma entidade de ativismo ecológico e, por isso, não é o possível começo de um trabalho conjunto entre as artistas. E é uma pena, pois Oral tem algo meio difícil de encontrar atualmente: originalidade. Produzido pelas duas cantoras ao lado de Seda Bodega, a canção é uma inusitada, inspirada e encorpada mistura dancehall, trip hop, art pop e eletrônico em batia elétrica e quase comercial. Na verdade, Oral é provavelmente a canção que mais se aproxima do pop comercial para a islandesa da sua carreira, mesmo que ainda seja envolto em uma teia pesada de excentricidade típica. E, queridos leitores, o resultado é de um brilhantismo sonoro ao fazer o que foi pensado há mais de vinte anos atrás em algo moderno e instigante. O único problema da canção na minha visão é que apesar de uma performance ótima da Rosalía aliado com uma química áspera com a Björk, a espanhola cantar quase tudo em inglês e, não espanhol faz perder certa ousadia que poderia elevar ainda mais o resultado final da canção. E assim temos um encontro para marcar 2023 com louvor que apenas as envolvidas poderia dar.
nota: 8

O Padam Padam da Polachek

Dang
Caroline Polachek


Single da versão deluxe Desire, I Want to Turn Into You, Dang é uma prima excêntrica da Padam Padam da Kylie Minougue. E funciona devido a força desconcertante da Caroline Polachek.

Acredito que nas mãos de outra artista, a canção teria resultado em uma amontado sonoro sem a ousadia necessária para dar vida a sua urgente, estranha e descontruída batida electropop com pedaços de art pop, hyperpop e deconstructed club. Por exemplo, a repetição insistente de Dang durante toda a canção poderia fácil ser irritante, mas aqui é uma tática que dá estilo e personalidade para a canção. Além disso, o nome remete ao álbum da cantora de 2019 intitulado Pang, criando esse veiculo criativo. Todavia, o que amarra a canção é corajosa e explosiva performance de Polachek que faz realmente tudo funcionar. Não acredito que a Dang vai ter o sucesso de Padam Padam, mas merecia na mesma medida. 
nota: 8

Sono Profundo

exes
Tate McRae


Será que a Tate McRae será o próximo grande nome do pop? Ainda é cedo para dizer, mas não levo muito fé com lançamento como exes.

Surfando no sucesso de Greedy, a canção perde toda o fator divertido da canção anterior ao ser apenas sonolenta. Um pop/dance-pop sem graça e meio arrastado, exes não tem nada interessante para ser considerada um veículo para o estouro definitivo da cantora, mas atualmente a gente pode esperar de tudo. E o que poderia ser o fator decisivo para a canção ser ao menos legal deixa a desejar devido a performance morna e sem personalidade da Tate. A canção pode até fazer sucesso, mas está longe de lançar a carreira da Tate McRae.
nota: 5

Fun Jack

Lovin On Me
Jack Harlow

Sabe aquela música que é simplesmente divertida e apenas divertida? Então, esse é perfeito caso de Lovin On Me de Jack Harlow.

A principal razão para canção conseguir se destacar principalmente pelo lado divertido é a sua atmosfera despretensiosa, leve e animada devido ao ótimo uso do sample de Whatever (Bass Soliloquy) de Cadillac Dale de 1995. Nostálgica sem ser forçada, Lovin On Me também conta com a composição boba, sexy e engraçada sobre o “sexy appel” de Jack Harlow mostra que o rapper não quer se levado a sério e, sim, se divertir. E isso é o grande trunfo de Lovin On Me.
nota: 7

17 de novembro de 2023

Primeira Impressão

Lahai
Sampha



Samphificado

Only
Sampha


Only, single de Lahai, é o tipo de canção que a gente nem precisa saber de quem é para realmente gostar. E quando descobrir que é do Sampha vai ficar simplesmente samphificado.

Menos atmosférico que Spirit 2.0, o single é um excecional e incrível mistura de neo-soul, R&B alternativo e trap que consegue ser original sem perder um toque de familiaridade. A batida aqui é limpa, contagiante e de uma euforia contida e deliciosa, resultado em uma canção “alegre” sem necessariamente ser rasa ou comercial. É como se Sampha fizesse a sua versão do que é comercial para Only, mas sua visão é tão apurada que cria algo tão artístico como qualquer outra canção mais estilizada. A sua excepcional performance é o que dá aquele toque final para a canção que ao final estamos já completamente convertidos ao samphlismo.
nota: 8,5

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Forever Means
Angel Olsen



Bedtime Stories

Tears can be so soft
Christine and the Queens

Uma das melhores canções de Paranoia, Angels, True Love, Tears can be so soft parece uma versão modernizada de uma das canções do Bedtime Stories da Madonna. E isso não poderia ser melhor.

O meu álbum preferido da rainha do pop, Bedtime Stories é uma linda reflexão intima e uma exploração atemporal do pop/R&B. E assim é Tears can be so soft também segue na sua construção slow burn, delicada, sentimental e inspirada que mistura alt-pop, trip hop e R&B contemporâneo. A batida nunca sobre o nível, mas isso não é necessário devido a sua construção intricada e meticulosa para criar uma atmosfera aveludada, triste e envolvente. Liricamente, Chris discute sobre as tristezas que precisamos viver como, por exemplo, solidão e saudade. Essa reflexão casa bem com as meditações feitas por Madonna em 1994, pois existe uma simplicidade lírica que contrasta com a profundidade emocional. E a canção ainda tem a sensacional performance do Cris que é que uma das suas melhores até o momento. Na verdade, Tears can be so soft é possível uma das melhores canções da carreira do artista com louvor.
nota: 8,5

Nova Era Para Megan

Cobra
Megan Thee Stallion

A nova era da Megan Thee Stallion é tem um fator bem diferente para uma artista que alcançou o sucesso da rapper: independência. Depois de disputas com a sua gravadora, a rapper começa a sua carreira independente com o lançamento da ótima Cobra.

Apesar de rápida, a produção aproveita cada segundo para criar uma excitante e surpreendente batida hip hop com toques pesados de rock que consegue ser madura e incrivelmente profunda. É louvável o cuidado que se dá para a construção do instrumental, especialmente no longo solo de guitarra ao final da canção que quebra qualquer expectativa. Todavia, Cobra é louvável na sua pungente e desnorteante composição em que Megan fala abertamente e com uma vulnerabilidade tocante sobre os problemas que enfrentou com a sua saúde mental. Gostaria de ter ouvido mais a rapper explorar esses sentimentos em uma letra maior, mas ainda assim é louvável a maneira com ela se abre. Não acredito que a canção tem chances de fazer sucesso comercial, porém, esse novo começo para a carreira da Megan começa em um nível bem alto.
nota: 8

14 de novembro de 2023

Ideias Na Brisa

Sou Musa do Verão
Marshmello & Luísa Sonza


Sou Musa do Verão, parceria do DJ Marshmello com a Luísa Sonza, é basicamente melhor que todo o álbum recente da cantora. Todavia, a canção ainda perde a oportunidade de ser realmente boa.

Single do álbum do DJ com apenas featuring latinos, a canção tem uma ideai até ótima por trás ao fazer uma electropop com adição pesada de funk carioca, usando o inusitado sample de Musa de Verão do Felipe Dylon. Funciona? Em partes, Sou Musa do Verão é bem menos clichê que poderia esperar ao criar uma batida cadenciada, sexy e bem trapalhada. O problema é que a canção parece murchar no momento mais importante: o clímax. Nada contra quebrar algumas regras e expectativas, mas Sou Musa do Verão não faz isso de maneira a gente entender o motivo dessa decisão e, sim, deixa tudo estranho já que a condução inicial parece preparar a gente para um final grandioso. Sonza faz um trabalho bom ao entoar a vulgar composição que facilmente poderia ter outra intenção. Todavia, a cantora não tem afinada com o gênero, tirando certa personalidade do resultado final. E apesar disso, a canção é melhor que tudo que a mesma fez até hoje. Pelo menos não cantando para macho especifico dessa vez.
nota: 6,5

Não Salva Um Sample

QUER DANÇAR (com Bonde do Tigrão)
Priscilla


Priscilla, ex-Alcântara/ex apresentadora infantil e ex evangélica, mudou totalmente o foco da sua carreira para se dedicar ao pop. Isso não é problema, mas, sim, que novamente o pop brasileiro não parece saber muito bem como usar um sample direito como mostra QUER DANÇAR.

A ideia é genial: uma electropop/house que usa samples de dois clássicos do funk carioca O Baile Todo e Cerol Na Mão do Bonde do Trigão. O recorrente problema no pop acomete QUER DANÇAR: a realização. Apesar de dar um molho especial os samples e a presença do Bonde, o resultado não está a altura do pensado devido a sua execução confusa e que não aproveita a ideia para extrapolar os clichês/massificações. Devido a isso, a canção resultado em algo previsível e não muito excitante. Além disso, a composição é tão mais do mesmo que fica difícil realmente querer entoar a mesma e, apesar de boa, a performance da Priscilla falta certa malicia para encontrar o melhor tom para a canção. E assim temos outro desperdício de sample que poderia ser simplesmente genial. 
nota: 6



A Pior

Monstrão
Anitta & DENNIS


Sempre tento escrever algo que possa exprimir o que achei de uma canção, apontando o motivo para dar a nota que escolhi para a mesma. Entretanto, as vezes a gente precisa ser direto sem muitos rodeios: Monstrão é a pior canção da carreira da Anitta. E por isso merece a minha pior resenha.

Monstrão é uma merda sem tamanho. Sem mais. Obrigado pela atenção.
nota: 0