10 de janeiro de 2021

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Copycat Killer
Phoebe Bridgers





Muitos artistas revisitam as suas obras ao longo dos anos para darem novas visões sobre o seu próprio material a luz da maturidade. Algumas vezes é devido a problemas jurídicos como é o caso da Taylor Swift. E é por isso que ouvir o EP Copycat Killer da sensação indie Phoebe Bridgers é uma experiência no mínimo estranha, pois as quatro faixas que fazem parte do álbum Punisher lançado no meio do ano passado. A diferença é que o EP traz versões orquestradas do indie rock/pop da cantora com a participação do multi-instrumentalista Rob Moose. Apesar de desnecessário, Copycat Killer é um trabalho que ajuda a mostrar o talento da jovem cantora, especialmente a sua faceta compositora.

O grande defeito nessas versões que flertam pesadamente com o clássico é que a sonoridade de Phoebe Bridgers não se traduz com o mesmo alcance emocional que na sua forma original, deixando uma lacuna que ressoa de forma sólida no público. E nem mesmo o excelente trabalho de produção e, principalmente, o instrumental conseguem cumprir com essa tarefa ou mesmo encontrar algum outro lugar para que as canções da cantora consigam brilhar da mesma forma que quando lançadas. Isso não quer dizer que não existam momentos interessantes, pois a verdade é que Copycat Killer é tocante e inusitado. E mesmo não se traduzindo com a mesma força, as canções escolhidas ganham importância devido lírica inspirada de Bridgers. O EP começa com o seu melhor momento: a versão delicada de Kyoto. Mesmo que a significante letra parece andar contra a instrumentalização pomposa, o resultado aqui parece mais natural que o esperado devido a essa estranheza entre forma e conteúdo. Em seguida, os problemas nessa tradução se mostram com mais força em Savior Complex. Deixando a faixa ser levemente arrastada, a produção instrumental não capta com exatidão a complexidade da composição sobre a entrega de uma pessoa em um relacionamento difícil. A decepção do EP está em Chinese Satellite: responsável por um dos momentos mais brilhantes do álbum, a canção é despida de toda a sua carga emocional para ganhar uma instrumentalização apressada e áspera que não faz jus a viagem que a versão original. Felizmente, a performance de Bridgers, assim como nas outras faixas, é irrepreensível ao deixar claro sua imensa versatilidade e delicadeza melódica que a mesma é capaz de impor a suas interpretações. Copycat Killer termina de forma tocante com a versão intimista e contida da canção que dá ao álbum Punisher. Esse EP era necessário? Não. Todavia, Phoebe Bridgers consegue encantar até quando comete alguns erros e isso é para poucos.
Kyoto: 8
Savior Complex: 7,5
Chinese Satellite: 7,5
Punisher: 8
Média Geral: 7,7

Nenhum comentário: