10 de novembro de 2024

O Que Você Não Ouviu

No Comma
Slayyyter

O imenso sucesso da Charli XCX é louvável, mas também tem o seu lado negativo ao fazer alguns trabalhos no mesmo estilo serem ofuscado. E esse o caso da sensacional No Comma da Slayyyter.

Rápida, explosiva e contagiante, a canção consegue mistura uma gama de gêneros de uma vez só sem parecer uma colcha de retalhos, mas, sim, um trabalho coeso e com identidade própria. No Comma é uma fusão de electropop, pop rap, industrial, hip house e EDM que consegue ser fluido e com uma estrutura direta e muito bem trabalha. Tenho que admitir que devido a sua duração fica aquela sensação de “quero mais” pungente após seu termino, mas isso não é algo que realmente atrapalhe o resultado devido também a performance extraordinária da Slayyyter que capta perfeitamente toda a essência da canção ao ser deliciosamente caótica e poderosa. Com uma letra icônica e cheia de frase de efeitos que conseguem criar um trabalho completo, No Comma é a melhor canção que você não ouvir devido a estar ouvindo Brat.
nota: 8,5


Um Bônus de Respeito

Once A Bunch
Adrianne Lenker


Se você quer saber a qualidade de um álbum é bom olhar para a canções que fazem parte de versões bônus do trabalho. E se você descobre que a canção parte dessa versão é tão boa quanto Once A Bunch da Adrianne Lenker pode saber que o resto do álbum é tão bom quanto.

Tirada da versão bônus japonesa do excepcional Bright Future, a canção é um trabalho que está literalmente no mesmo nível que o álbum original. Uma contida, tocante e emocionante folk contemporâneo/country/americana, Once A Bunch transmite exatamente a melhor qualidade do álbum que é falar de maneira belíssima sobre “sobre a força que reside no nosso dia a dia, nas pequenas situações corriqueiras, nas lembranças dos eventos que vivemos, nas pessoas que nos cercam e como essas pessoas interagem com a gente ao longo do tempo”. E a canção é sobre os pequenos momentos que fazem um relacionamento se solidificar e ir da paixão para o amor. Isso é alcançado com uma das qualidades do gênero da canção é o contar uma história de forma direta e cativante. Assim como as outras canções, Once A Bunch tem uma melodia simples, mas extremamente eficiente devido a trabalho exemplar de instrumentalização e da performance reconfortante de Adrianne. Um canção que é seria o ápice para outros artistas, mas que para Adrianne Lenker é um bônus.
nota: 8,5

Desconto Merecido

No Me Cansaré
Sevdaliza & KAROL G

Depois de entregar o sensacional hit Alibi, a Sevdaliza tem um bom credito que é capaz de entregar uma canção como No Me Cansaré sem maiores problemas.

Bem longe de ser ruim, a parceria com a Karol G é meio decepcionante devido a não ter nada da ousadia e força do single anterior. Uma reggaeton/latin pop tradicional e bem executada que deixa a sensação que uma artista com habilidade de subverter como Sevdaliza pecou ao não fazer exatamente isso em No Me Cansaré. Quando a gente tirar essa sensação de lado, o resultado da canção é cativante e gostosa de se ouvir, especialmente devido a química entre as envolvidas em performance realmente bem acima da média. Uma pena que faltou o toque de genialidade.
nota: 7

O Retorno de Uma Força

Punish
Ethel Cain

Acredito que não dei a atenção merecida e necessária para o debut da cantora Ethel Cain em 2022. Todavia, preciso admitir que a cantora “cresceu” em mim nesses últimos anos e fico feliz de poder acompanhar mais de perto a continuidade da carreira dela com o lançamento da densa Punish.

Primeiro single do seu segundo álbum, a canção dá amostra clara que a cantora vai continuar a explorar a sua vertente profundamente indie/alternativa ao entregar uma indie folk/ indie rock/ ambient que construí uma atmosfera densa, enigmática e soturna que penetra na nossa mente de maneira definitiva. Não é um trabalho fácil de ser entendido devido a sua indenidade única e ser sonoramente bastante especifica, mas Punish é prato cheio e requintado para aqueles que compreendem perfeitamente a proposta da cantora e que já admiraram o seu trabalho inicial. E para quem é esse publico vai poder notar facilmente a imensa qualidade instrumental da canção e, também, a entrega admirável da Ethel Cain em performance contida e tocante. Apesar de ser uma composição forte ficou faltando um aprofundamento no resultado final, pois a cantora já comprovou que é capaz de ir além. De qualquer forma, Punish é um começo extremamente promissor para um dos nomes mais interessantes dos últimos tempos.
nota: 8

Saboroso

Cosmic
Red Velvet


Enquanto as carreiras dos maiores nome do k-pop entram nova fase de carreiras solos, ainda existem grupos que carregam o gênero com louvor. Esse é o caso da girl band Red Velvet com a ótima Cosmic.

A melhor definição para a canção é que a mesma é o puro suco do pop. E isso é um dos melhores elogios que pode ser feito para uma canção pop. Em Cosmic, a produção entrega uma deliciosa e graciosa synth-pop/nu-disco/R&B que consegue ser, ao mesmo tempo, perfeita para o gênero e atemporal. E ainda existe um toque de fofura que adiciona personalidade para a canção, ajudando a transforma-la em um trabalho irresistível. Gosto bastante dos vocais das integrantes da banda, especialmente quando as cinco cantam juntas no ótimo refrão. Mesmo sendo quase todo em coreano, a composição da canção tem aquele fator de não importar o que esteja falando que a gente embarga plenamente. E esse sabor de uma musica pop é incrível não importa de onde vem.
nota: 8

Novos Caminhos, Velhos Erros

São Paulo
The Weeknd & Anitta


Acredito que estamos no inicio de uma nova era para o funk carioca em relação a sua introdução na música pop internacional. Depois de Alibi, agora chegou a vez de São Paulo, a aguardada parceria do The Weeknd com a Anitta. E mesmo gostando da canção, o resultado mostra que ainda velhos erros ainda são cometidos com o nosso funk.

O principal e mais pungente deles é aquela sensação que o gênero não é utilizado da maneira a poder liberar todo o seu potencial como aconteceu no trabalho da Sevdaliza. E isso é devido ao motivo que São Paulo não parece fundir o gênero perfeitamente com as outras influencias (synthpop/R&B), criando uma canção que parece a fusão de dois trabalhos distintos ligados apenas uma melodia. Tenho que dizer, porém, que a produção é refinada e bem estilizada e consegue criar uma canção efervescente, estranha e divertida. Além disso, o uso do sample de Boladona da Tati Quebra Barraco dá um toque especial para o resultado final. Apesar de não acreditar no que vou escrever, mas a canção carecia de uma participação maior da Anitta que fica presa a momentos que mais parecem uso de samples do que a sua contribuição verdadeira. E é preciso apontar que a presença do The Weeknd é mais interessante que o esperado já que consegue combinar com a atmosfera da canção de maneira inusitada. Entendo, porém, que São Paulo é um trabalho completamente divisível para quem escuta, levando do amor ao ódio facilmente. Todavia, a minha visão é que a canção é passo que poderia ser melhor, mas ainda é melhor que o esperado.
nota: 7,5

A Aposta Vazia

Aquamarine
Addison Rae


Ao que parece a Addison Rae parece ser a possível nova promessa do pop. E nem com o lançamento de Aquamarine, a sua melhor canção até o momento, não consigo entender o motivo. 

A canção é até compreensível na sua ideia central, mas a sua execução ainda está bem aquém de uma novata que vem ganhando destaque nos últimos tempos. Uma deep house/syhnth-pop, Aquamarine tem uma concepção ousada e bem pensada que nunca sai do lugar de conforto para encontrar outros níveis do que o seguro e linear que a mesma se encontra. Não é ruim, mas, sim, decepção quando a gente pensa no que poderia ter sido com mais ousadia na sua produção. Todavia, o grande problema ainda é a percepção que Addison é uma cantora bastante limitada vocalmente e em nível de performance que é engolida pelo seu entorno em que deveria dar toda a personalidade final para a canção. Estou aberto para ser surpreendido pelo futuro da Addison, mas até agora é mais barulho que conteúdo.
nota: 7


Um Novo Recomeço

Cupid's Bow
Olly Alexander


Depois do fim do Years & Years, o vocalista Olly Alexander tentou ser uma banda de um homem só, mas não deu muito certo. Agora é a vez de reiniciar a carreira musical seguindo sendo apenas Olly Alexander. E como single do primeiro álbum dessa nova fase foi lançada a legal Cupid's Bow.

Longe dos melhores momento dele com a banda, a canção recoloca o cantor em caminho mais interessante do que vinha fazendo nos últimos tempos. E isso é devido a Cupid's Bow ser uma direta e bem azeitada synthpop que cumpre bem se papel sem maiores tropeços, mas também sem maiores grandes picos. Faltou tempero para elevar a canção e, principalmente, dar personalidade mais definida para a nova fase da carreira de Olly. Gosto, porém, da progressão que a canção tem até chegar ao seu bom clímax e também da performance requintada do cantor que coloca os toques de personalidade que a canção possui. Espero que esse seja realmente o começo da caminha certa para Olly Alexander, pois acredito que o artista é bastante talentosos para ficar entregando canções fora do se escopo de possibilidade.
nota: 7

O Bom Shawn

Heart of Gold
Shawn Mendes


Apesar de não estar nos melhores momentos da carreira em questão de qualidade, o Shawn Mendes ainda consegue entregar a boa Heart of Gold.

Uma das qualidades que sempre apontei do cantor é que ele consegue falar sobre assuntos que normalmente não são ligados tão diretamente com o estilo de artista que as pessoas acham que ele é. E nesse caso, Heart of Gold é sobre o luto e como cada uma sente e vive de maneira diferentes. A letra é simples esteticamente, mas é honesta e direta que mostra o quanto o cantor é capaz de se expor sem precisar fazer disso o ponto focal da sua carreira. A canção poderia ser melhor se não tivesse uma produção tão pastel que a transforma em uma inofensiva e meio sem graça mistura de pop, folk e pop rock. Funciona bem até certo ponto, especialmente na sua parte final com a adicional de um coral, mas falta força para elevar o material lírico e a boa performance de Mendes. Feliz que o cantor esteja podendo se expressar de maneira mais aberta também fora da música, mas sonoramente é preciso se encontrar de maneira mais decisiva.
nota: 7

27 de outubro de 2024

GaGa Returns

Disease
Lady Gaga


Apesar de estar vivendo o momento mais estranho da sua carreira, a Lady GaGa entrou algo que, sinceramente, eu nem era possível de alcançado: um retorno triunfal a sua velha forma. E isso é devido ao magistral single Disease.

Primeiro single do seu sétimo álbum, a canção é praticamente um milagre em forma de música, pois faz a cantora simplesmente voltar com tudo aos tempos áureos sem soar datada ou/e pretenciosa e com a mesma qualidade. E qual é esse tempo áureo que estou falando: a era The Fame Monster/Born This Way. Disease é uma amalgama perfeito da sonoridade dark pop/electropop que a GaGa entregou nessa época, entregando uma força épica e monstruosa que particularmente sentia falta na sua sonoridade. Densa, dançante, épica e explosiva, a canção tem também essa noção de não ser apenas uma peça nostálgica, mas, sim, mostrar evolução clara e definida da sonoridade da cantora sendo que fica claro que a canção é uma continuação natural do que ela já fez ao invés de ser uma desesperada tentativa de voltar no tempo para voltar ser relevante. Com uma letra simples, mas com poder pensando perfeitamente para grudar na nossa cabeça rapidamente, Disease é outro trunfo vocal para a cantora que entrega uma das suas melhores performances desde a lendária Bad Romance. E assim GaGa mostra que não é qualquer palhaço que vai fazer a “mãe monstro” decair.
nota: 8,5

Primeira Impressão

143
Katy Perry


Primeira Impressão

Bird's Eye
Ravyn Lenae


Um Toque de Brasil

One Wish (feat. Childish Gambino)
Ravyn Lenae


Tenho a impressão que a famosa síndrome de vira lata que o brasileiro tem faz a gente esquecer o quanto respeitada é a nossa música lá fora, especialmente a que foi feita entre os anos sessenta e setenta. E é por isso que não deveria ser uma surpresa ouvir um sample brasileiro na ótima One Wish da Ravyn Lenae.

Usando como base da melodia a canção Estou Perdido No Meio Da Rua de 1971 da dupla Tony & Frankye que, apesar de ter lançado apenas um álbum foram um dos primeiros artistas do soul brasileiro, a canção se torna uma encantadora e melódica balada R&B/soul que tem uma atmosfera preciosa, delicada e emocional. Esse toque brasileiro é, na verdade, o que dá essa base, criando essa amálgama entre o passado e o presente e entre o estadunidense e o brasileiro. Outro trunfo da canção é sua simples, mas forte composição sobre a falta do pai na vida de uma pessoa que mostra uma profundida temática incrível e surpreendente. E a cereja em cima do bolo é o verso Childish Gambino, mostrando o lado do pai dentro dessa situação. E a canção poderia ser ainda melhor se o rapper tivesse ainda mais espaço, pois, ao lado da ótima performance da Ravyn, a sua presença é o que dá a liga final para One Wish. De qualquer forma, a presença do componente Brasil na canção é para a fazer a gente valorizar o quanto rico é o nosso cancioneiro. 
nota: 8

Minguado

Diet Pepsi
Addison Rae


Sabe aquela canção que é até boa, mas falta substancia para ela seja mais do mesmo? Esse é o caso de Diet Pepsi da Addison Era.

A ideia é até boa quando a gente olha na superfície ao ser uma cadenciada e sensual R&B/synth-pop, mas ao prestar atenção de verdade dá para notar que é mais ar do que recheio de verdade. Faltou para Diet Pepsi uma produção que pudesse acrescentar personalidade para a canção que não fizesse a canção soar como um remendo de outras sonoridades de artistas mais consolidados. Algo interessante da canção é o seu falso “final” em que a canção para e volta para um refrão final. Se o resto da canção tivesse esse mesmo toque poderia render algo bem mais interessante sonoramente. E ainda não estou convencido do talento vocal da Addison mesmo sendo feito um bom e adequado trabalho aqui. Gosto da composição e tenho que admitir que o refrão é pegajoso, mas isso não é suficiente para realmente sentir o gosto de uma canção que deveria ser suculenta.
nota: 6

Uma Pequena Canção Natalina

Holidays
Conan Gray


Todo final do ano sempre surge canções e/ou álbuns natalinos, especialmente regravações de clássicos. É raro, porém, não impossível de surgir uma canção original como é o caso de Holidays do Conan Gray.

O grande trunfo da canção é não ter um clima natalina por si, mas falar sobre o período dentro do contexto da composição. Algo como acontece com o clássico River da Joni Mitchell, por exemplo. Em Holidays, Conan fala sobre o sentimento de nostalgia de lembrar a sua vida depois de tudo mudar com a fama. Tocante, intima e melancólica, a letra mostra a capacidade impar do cantor de alcançar sentimentos tão complexos de maneira sóbria e madura. Sonoramente, a canção é uma balada pop tradicional que não chega a ser sensacional, mas cumpre bem seu papel e tem uma doce melodia que traz a tona essa vibe nostálgica. Não acho que a canção irá se tornar um clássico moderno natalino, mas é sempre bom ver alguém fazendo algo diferente.
nota: 7,5

20 de outubro de 2024

O Mundo e as Suas Voltas

TRUST!
Rebecca Black


Em 2011, a Rebecca Black ganhou notoriedade pelo sucesso infame de Friday e, para aproveitar a onda, a Katy Perry no auge da carreira convidou a jovem para participar do clipe de Last Friday Night (T.G.I.F.). Quase quinze anos tempos, o mundo deu centenas de voltas e chegamos ao ano em que a Katy lançou um álbum com canções no mesmo nível e até piores do que Friday enquanto a Rebecca lançou uma canção que é simplesmente uma das melhores do pop de 2024. E essa é a genial TRUST!.

Ouvir a qualidade da canção não é nenhuma surpresa, pois venho acompanhando a carreira da cantora nos últimos tempos e venho relatando sobre a sua crescente artística. Entretanto, o resultado de TRUST! é o que sempre falo sobre elevação artística, pois é claramente um degrau acima do que a cantora vem entregando. E foi um degrau bem grande que foi subido, pois a canção é simplesmente espetacular. Uma electro house/ electropop com toques de deep house e EDM que é explosiva, grudenta, gigantesca, elétrica, classuda, inteligente e madura, a canção consegue seguir tendencias e, ao mesmo tempo, ter um verniz atemporal que fica na gente depois de escutar de maneira permanente. É incrível com a produção consegue fazer da canção seguir tendencias, mas sem nunca parar para ser uma imitação barata ao saber encontrar seu espaço devido a carga imensa de personalidade. E boa parte dessa carga vem da divertidíssima e icônica composição que consegue ser sexual sem apelar devido a esperta escrita usada do começo ao fim. Para quem começou a carreira sendo critica pesadamente pelos seus vocais, Rebecca entrega uma performance ótima e cativante que dá a força final para a canção se tornar esse trunfo tão grande. E assim o mundo dá as voltas para chegar no momento em que temos Rebecca Black no topo e a Katy Perry no fundo do poço.
nota: 8,5


De Segunda

Timeless
The Weeknd & Playboi Carti


É um pouco estranho ver que Dancing in the Flames foi um tiro fora do alvo para o The Weeknd em questão de desempenho comercial. Claro, esse erro é para os parâmetros de que a carreira do cantor chegou atualmente. Entretanto, o cantor volta aos trilhos com o lançamento de Timeless.

Longe do synthpop da canção anterior, o single volta a entregar um The Weeknd que mistura R&B, hip hop e pop, criando uma batida pesada, elegante, envolvente e com a sua cara do começo ao fim. Tenho que dizer que não é uma faixa que me atrai facilmente dentro da discografia do The Weeknd, mas Timeless tem uma construção instrumental tão interessante, especialmente na sua parte final, que realmente fico mais envolvido com a faixa que a média. O ponto “fraco” é a performance mais contida do cantor e a presença do rapper Playboi Carti que até acrescenta textura para a canção, mas não é exatamente algo insubstituível. De qualquer forma, Timeless voltou a marcar os números que os lançamentos do The Weeknd, mostrando que o cantora ainda está no topo quase sem concorrência.
nota: 8 

O Ponto Certo

Fantasy
Jade

Tenho apontado que com os trabalhos já lançados da Jade que, apesar de ter gostado, faltava algo para que eu pudesse realmente embarcar na carreira solo da ex-Little Mix. E tenho eu dizer que com o lançamento de Fantasy já estou completamente a bordo.

O single é o que realmente estava esperando da cantora depois de ouvir as possibilidades que a mesma vem trazendo, pois é aqui é adicionado o toque de mestre que estava faltando. Equilibrando perfeitamente todas as suas facetas, Fantasy é uma contagiante mistura de nu-disco, funk, dance-pop e french house que consegue equilibrar graciosamente e auspiciosa o lado experimental com lado mais tradicional, resultando em uma canção de energia caótica e, ao mesmo tempo, perfeitamente coesa e fluida. Pense que a canção seria melhor definida com o meio do caminho entre o That! Feels Good! da Jessie Ware com o Brat da Charli XCX sem em nenhum momento tentar copiar nenhuma das duas, mas, sim, encontrando o seu glorioso lugar ao sol. Com uma presença estupenda, Jade domina a canção em uma performance que irradia uma força de diva em todo esplendor. E assim a Jade vai se tornando uma verdadeira potencia do pop e garantindo seu lugar entre os melhores de 2024. 
nota: 8,5


O Colecionador de Hits

APT.
ROSÉ & Bruno Mars

Estaria o Bruno Mars colecionando parcerias com nomes femininos assim como o Thanos estavas com as joias do infinito? Depois da Lady Gaga, agora chegou a vez da Rosé na divertida APT.

Divertida, inocente e vendável ao extremo, a canção perde um pouco da qualidade da parceira anterior, mas ainda é um trabalho realmente excitante para os envolvidos. Primeiro, Rosé mostra um caminho bem diferente do que as suas companheiras do Blackpink estão fazendo na sua carreira solo, mostrando que consegue transitar em diferentes cenários do pop sem perder seu carisma. Além disso, a sua presença em APT. é tão vibrante e carismática que dá até para perdoar o quase irritante refrão. Em segundo, Bruno mostra o tamanho da sua força artística e comercial ao emplacar duas parcerias tão diferentes em que sua presença é essencial para as mesmas funcionarem. Sonoramente, a canção é leve, animada e despretensiosa pop rock, dance rock e glam rock que gruda na nossa cabeça na mesma hora que escuta pela primeira vez. Apesar de ter apenas o sample de Mickey da Toni Basil, APT. parece referenciar de alguma forma outras canções como One Way or Another da Blodie e That's Not My Name do the Ting Tings. De qualquer forma, APT. deve se tornar uma das canções mais executadas nesse final do ano e, sinceramente, isso não seria nada mal de verdade.
nota: 7,5


O Batidão da FKA twigs (Ou Quase Isso)

Perfect Stranger
FKA twigs


Continuando a sua promoção para o aguardo Eusexua, a FKA twigs mantem o nível do single anterior com a ótima Perfect Stranger.

Menos experimental, a canção entrega uma competente e envolvente batida que mistura 2 step, drum bass, dance-pop e eurodance de maneira refinada, cativante e surpreendentemente digerível para todos os públicos. Acredito que a canção seja uma das mais comerciais que a cantora já lançou, ecoando o trabalho na mixtape Caprisongs. E isso poderia fazer Perfect Stranger não combinar com a áurea da cantora, mas, felizmente, a produção manter perfeitamente a personalidade única da cantora. Tenho que admitir que a produção constrói uma atmosfera tão bem que perde força ao não literalmente partir para um batidão mais farofa na sua parte final, terminando a canção de maneira mais linear. Tirando isso, a canção apresenta uma performance direta, sensual e luminosa da cantora entoando uma composição muito bem escrita que lembra a vibe que a Madonna deu para a sua era Erotica. Mesmo não sendo genial, a nova era da FKA twigs vai se formando de maneira inspirada. 
nota: 8

Rosalía, a Mutante

Omega (feat. Ralphie Choo)
ROSALÍA

Acho extremamente interessante que entre os lançamentos dos seus álbuns, a Rosalía lança canções avulsas e que mostram a sua imensa versatilidade sem fazer a mesma perder a sua identidade. Esse é caso perfeito de Omega em parceria com o cantor Ralphie Choo.

A primeira vista, a canção parece uma tradicional balada latin pop, mas quando a gente percebe as nuances é possível ver a sua verdadeira complexidade, especialmente do seu incrível instrumental. Com adição de folk, flamenco, art pop e indie, Omega se transforma em uma perola musical lindamente conduzida, graciosamente inteligente e com uma finalização estupenda. E mesmo adicionando novas nuances para a sonoridade da cantora, a canção é uma evolução natural do que a mesma vem fazendo. Todavia, apesar da sua louvável produção é preciso apontar que sem os vocais incandescentes e brilhantes da Rosalía não seria a mesma coisa, pois é da performance da cantora que a canção encontra o seu coração. E Omega poderia ser melhor se Ralphie Choo estive na mesma altura da sua companheira, mesmo entregando uma boa performance que não tem o mesmo brilhantismo. Espero que a Rosalía continue nos presentando com essas deliciosas excursões até chegar em um novo destino final. 
nota: 8

6 de outubro de 2024

Primeira Impressão

CAJU
Liniker



Kylie Triunfal

Lights Camera Action
Kylie Minogue


É tão reconfortante ouvir uma artista como a Kylie Minogue voltar a acertar depois de um deslize grande como foi com a péssima My Oh My. Não apenas acertar, mas, sim, triunfar com a excelente Lights Camera Action.

Primeiro single oficial de Tension II, a canção não apenas faz a cantora voltar totalmente aos trilhos, mas, também, a faz entregar uma das suas melhores canções nos últimos anos. Uma explosiva e incandescente mistura de dance-pop, EDM, club e house, Lights Camera Action tem uma força contagiante que faz a gente vibrar logo nos primeiros segundos. E o grande trufo da produção é saber moldar essa mistura para caber perfeitamente no estilo elegante e marcante da Kylie. Outro grande ponto da canção é a produção vocal que passa bem longe de qualquer abuso ao fazer a voz da cantora brilhar plenamente com todo o seu brilho. A composição é até tematicamente rasa, mas é um tem uma estética icônica com frase diretas e marcantes. E assim a Kylie continua a provar o motivo de ser uma das maiores artistas pop de todos os tempos, mesmo depois de um tropeço.
nota: 8

A Era Jade

Midnight Cowboy
JADE


Mesmo não estando completamente “apaixonado” pelo começo da carreira solo da Jade tenho que apontar que achou louvável, interessante e surpreendente o caminho que a mesma vem tomando. E isso é perpetuado pelo single promocional Midnight Cowboy.

Mesmo ainda não achando que a cantora tenha acertado na mosca, o grande trunfo da canção é novamente a sua experimental produção que consegue equilibrar um lado mais comercial de maneira a dar para a cantora uma personalidade única e provocativa. Em Midnight Cowboy, a produção segue um mais linear do que em Angel of My Dreams ao entregar uma pesada, classuda e marcante batida que mistura EDM, electropop, uk bass e R&B com toques da sonoridade eletrônica do começo dos anos noventa. A composição que foi coescrita com a Raye é bastante interessante sem nunca ser pretenciosa devido a apresentar um toque intelectual nítido. O melhor da canção é a performance realmente inspirada da Jade que a faz imprimir toda a sua versatilidade. Ainda faltou um toque para elevar a canção para outro parâmetros, mas ainda esse começo da Jade realmente está sendo auspicioso.
nota: 7,5
 

O Bom Sample

Moonlit Floor
LISA



Depois de acertar em New Woman, a integrante do Blackpink volta a acertar com essa delicinha e cativante balada mid-tempo que mistura dance-pop que mostra outra faceta da cantora. Mesmo parecendo como um trabalho inspirado na sonoridade da Sabrina Carpenter, Moonlit Floor encontra o seu lugar devido a presença fofa e marcante da Lisa e, principalmente, devido ao ótimo uso do sample do clássico moderno Kiss Me da banda Sixpence None the Richer que transforma o refrão em uma verdadeira joia devido a inteligência em como é usado para dar personalidade para a canção sonoramente e liricamente. E assim a Lisa vai criando hype verdadeiro para seu primeiro álbum solo.
nota: 7,5

2 Por 1 - Halsey

Ego
Lonely is the Muse
Halsey

Com lançamento da polêmica e mediana Lucky, a Halsey meio que ajudou a ofuscar os lançamentos dos próximos singles que claramente são superiores. E isso é uma pena, pois Ego e Lonely is the Muse são realmente canções que merecem mais reconhecimento.

Mesmo que sejam ótimas, ambos singles apresentam estéticas realmente inteligentes e bem pensadas que dá uma noção de como será a vibe do álbum The Great Impersonator. Apesar de equivalentes em qualidade, Lonely is the Muse é a mais imponente sonoramente ao ser uma edificante e surpreendente balada de rock alternativo/post grunge/ que claramente tenta emoldurar uma sonoridade dos anos noventa como, por exemplo, ouvida na banda Hole. Épica e com um instrumental classudo, o grande destaque da canção é a poderosa e sentimental performance da Halsey que consegue não apenas transmitir toda a força da sua composição, mas também mostrar a versatilidade da cantora. Em Ego, o estilo da canção é mudado para uma versão pop rock/pop punk que parece emoldurar a ascensão emo do começo dos anos dois mil. E o grande trunfo da canção é fazer isso sem soar datado ou/e pretencioso e, sim, de uma forma natural que deixa a canção realmente carismática e excitante. Nenhum dos singles tem potencial de hit, mas são amostras que quando a Halsey acerta realmente entrega canções bem acima da média. 
notas
Ego: 7,5
Lonely is the Muse: 7,5

O Falso Brilhante

It's ok I'm ok
Tate McRae


Ao ouvir It's ok I'm ok, novo single da Tate McRae, você pode até achar que está diante de uma canção boa de verdade, mas ao prestar atenção é fácil notar que o trabalho não passa do mediano.

Tentando repetir o sucesso de Greedy, a canção é uma rápida e rasteira pop/R&B com pinceladas de electropop que tem uma batida marcante e perfeita para viralizar. Tenho que admitir que sonoramente a canção acerta no ponto ao parecer fazer algo diferente. Entretanto, um olhar mais cuidadoso percebe que It's ok I'm ok é uma amontado bem costurado de ideias já ouvidas e testadas dezenas de vezes sem adicionar nada novo para a mistura. E o que deveria ser o poderia ser o diferencial é a presença de Tate que entrega uma performance até sólido que não, porém, tem nada de especial que a separe da multidão. It's ok I'm ok é um falso brilhante que pode conquistar alguns, mas quem tem olho bom sabe que é comum como zircônia.
nota: 6,5

21 de setembro de 2024

2 Por 1 - Megan Thee Stallion

Mamushi (featuring Yuki Chiba)
Neva Play (featuring RM)
Megan Thee Stallion

Megan Thee Stallion está exatamente o merece está ao ocupar o lugar de rapper mais importante da atualidade, especialmente comercialmente. E a prova disso é os dois singles mais recentes: Mamushi e Neva Play.

Curiosamente, ambas canções tem ligação com artistas asiáticos, mostrando o interesse da rapper em expandir sua fanbase e explorar suas próprias influencias. Bem antes de virar um dois virais do ano já tinha realmente gostado de Mamushi ao ouvir o álbum que foi retirada. Mesmo curta e rasteira, a produção acerta na sua cadenciada e estilizada batida e que faz dessa southern hip hop ganhar sobrevida. Entretanto, o que realmente faz a canção é presença inusitada do rapper japonês Yuki Chiba. Existe, claro, um ruido em ouvir o flow do rapper na sua língua natal, mas também existe uma vibe carismática nessa estranheza que faz a gente se sentir envolvido pela presença única do rapper. Além disso, a sempre poderosa força da Megan dá o toque sensual da canção, colocando Mamushi como um trabalho que apenas a rapper poderia entregar. Menos inspirada, mas também divertida, está Neva Play.

Puxando mais o pop rap com toques trap e hip hop, a canção marca a parceria com o rapper RM, integrante do BTS. Divertida e carismática, a canção erra em um grande momento: o refrão. Sem pegada e pouco marcante, o refrão de Neva Play não tem o punchline que uma canção desse deveria ter para realmente estourar. Ainda mais quando os pontos da canção se encaixam perfeitamente. RM tem uma voz tão distinta e grave que aqui dá para a canção personalidade a altura de competir com a presença magnética da Megan. Neva Play não é o suprassumo, mas é outro tijolo na construção do domínio da Megan Thee Stallion. Que assim seja!
notas
Mamushi: 7,5
Neva Play: 7

Um Bom Sabor

Taste
Sabrina Carpenter


Entre os pratos sem muita graça que fazem parte de Short n' Sweet, Sabrina Carpenter entrega um bom sabor com Taste.

A melhor qualidade da canção é a influência pop rock que a produção dá para a sonoridade pop da cantora, adicionando novas nuances para o resultado final que se torna quase irresistível e viciante. Além disso, Taste apresenta uma performance iluminada da cantora em que a mesma deixa nítido um pouco do seu potencial quando tem em mãos um material que a acompanha perfeitamente. Não é um prato para ser melhor do ano, mas alimenta a fome de quem quer um pop bem feito. 
nota: 7,5

Mais Raye, Por Favor!

Moi
Central Cee & RAYE


Como você pode convidar um talento como o da Raye e não usar ela de maneira a explorar todo o seu potencial? Esse é caso de Moi do rapper Central Cee.

Participando um verso logo no começo da canção, a cantora é literalmente o ponto alto da canção ao elevar a canção para outro nível com a sua presença iluminada e marcante. E os versos em francês dão um toque especial para a sua presença. Depois disso, a cantora some completamente de Moi, deixando um gosto de quero mais fortíssimo. Mesmo que Central Cee entrega uma performance sólida, a canção careceu das texturas vocais que Raye poderia dar para o resto da construção dessa boa mistura de rap, pop e uk garage. Não é um trabalho sensacional por não saber se apoiar no seu maior trufo, deixando essa sensação que faltou algo que estava já diposição.
nota: 7

Desrespeito

Mania de Você
Anitta


Dá até para entender o motivo da regravação de Mania de Você da eterna Rita Lee pela Anitta e, sinceramente, acho que daria certo se não fosse a maneira porca que a produção lida com esse trabalho.

Tema da nova novela da Globo das nove, essa regravação até tem uma ideia boa por trás ao fazer uma versão pop/electropop com uma atmosfera épica. E isso seria até passável, mas, por algum motivo, a canção foi lançada com apenas um minuto e meio como se fosse apenas para justificar a sua existência como tema de abertura. Não há nenhum cuidado ou respeito de verdade em fazer uma canção que não seja um rascunho mal engembrado, mal pensando e que não dá um mínimo de respeito para Rita e o seu legado. Uma vergonha que merece apenas uma nota.
nota: 0

13 de setembro de 2024

A Volta da Gloriosa

Eusexua
FKA twigs


Depois de um hiato de quase três anos sem lançar nenhuma música, a FKA twigs está finalmente de volta a música com o álbum e o single de mesmo nome: Eusexua.

Uma das grandes qualidades da cantora é que apenas de ter uma personalidade bem definida artisticamente, a gente nunca pode de verdade prever o que ela vai lançar. Em Eusexua, palavra criada pela mesma, a produção entrega uma elegante, complexa, intricada e efervescente mistura de art pop, trance, techno e experimental em que é possível sentir toda a força da cantora, mas também é possível ver a sua busca por novos caminhos. Tenho que admitir que meio que faltou algo para a canção se elevar de ótima para genial como a FKA twigs já entregou várias vezes. Todavia, essa impressão não atrapalha a notar quanto inspirada é a canção, especialmente quando a gente nota a maneira impressionante em que a cantora entoa a canção ao mostrar toda a beleza do seu timbre único sem perder a atmosfera da canção em volta. E isso é o que da FKA twigs uma artista genial em todos os sentidos. 
nota: 8

Contemplativo Dançante

Dancing In The Flames
The Weeknd

Depois de quase explodir a sua carreira com aquela série hedionda, o The Weeknd volta totalmente ao seu mundo de origem e se prepara para começar uma nova era na música com o lançamento de Dancing In The Flames, primeiro single de Hurry Up Tomorrow.

Apesar de não ter o mesmo impacto que outros primeiros singles da sua carreira, a canção é um trabalho com a estampa de qualidade do artista ao ser uma virtuosa, dançante e envolvente syhth-pop/dance-pop que consegue fazer a gente realmente sentir vontade de dançar com melodia conduzida por sintetizadores. Não é nada que o mesmo não tenha já feito, mas também demonstra o quanto o cantor tem domínio da sua sonoridade a plenitude. É interessante apontar que Dancing In The Flames não tem, como já citado, o mesmo impacto em comparação devido a soar mais contemplativo do que explosivo em relação aos trabalhos que deram inicio as novas eras da carreira do The Weeknd. É como se a canção estive no meio do caminho entre Blinding Lights e Call Out My Name. Não sei se esse será o caminho todo do álbum, mas é interessante que o The Weeknd volte ao trazer o melhor das suas personalidades em apenas um single. Aguardemos. 
nota: 8


Por Favor, Salvem a Doechii!

I'm His, He's Mine (featuring Doechii)
Katy Perry


Na sua árdua missão de entregar o pior álbum pop do álbum, a Katy Perry dessa vez leva para o buraco a talentosa Doechii com o lançamento da sem graça I'm His, He's Mine.

Completamente datada e mediana, a canção não mostra apenas como a sonoridade da cantora está datada como, também, completamente sem nada que possa redimir. Uma mistura nada inspirada de pop, rap, electropop e house que tem até um vislumbre de ser uma boa canção, mas desperdiça em uma construção arrastada e sem um pigo de excitação verdadeira. E ainda por cima não sabe verdadeiramente a tirar proveito do uso do sample de Gypsy Woman da Crystal Waters que poderia ser o seu grande trunfo. O que salva a canção de não ser pior é a presença da Doechii que dá alguma vida para a canção, especialmente ao citar no seu verso a sua genial canção Yucky Blucky Fruitcake. Todavia, isso não é capaz de I'm His, He's Mine de salvar de ser mais um tijolo no fundo do poço da Katy Perry. 
nota: 5

Natural

Talk talk featuring troye sivan
Charli xcx & Troye Sivan


Depois de todos os remixes com participações especiais, a Charli xcx lança a que mais parece natural ao voltar a trabalhar com o Troye Sivan na nova versão de Talk talk.

Tenho que admitir que, sinceramente, o resultado é um pouco abaixo do esperado, especialmente quando a gente coloca em comparação com as outras parcerias dos dois. Entretanto, Talk Talk mostra bem a química explosiva dos envolvidos em uma deliciosa future hous/dance-pop que é o que mais se aproxima de uma canção romântica na era Brat. Gosto em particular de como novamente a produção dá espaço de sobre para o convidado brilhar e não apenas sendo uma participação caça níquel. Na verdade, esse remix mais parece uma canção do Troye com participação da Charli que o contrário. O que não dá para desculpar é que a Dua Lipa dá a cara na canção como um voice over no começo e no fim e não como uma participação de verdade. Quem sabe na próxima?
nota: 7,5

O Segundo Ato de Monét

SOS (Sex on Sight) (feat. Usher)
Victoria Monét

Depois de bater várias vezes na trave, a Victoria Monét finalmente teve o reconhecimento que merece com o sucesso comercial e de prêmio do álbum Jaguar II que venceu dois Grammys e a ajudou a ganhar o de Best New Artist. E como começo de nova era, a cantora lançou a delicinha SOS (Sex on Sight) com participação do Usher.

O grande trunfo da canção é fazer a gente lembrar o quanto eficiente pode a presença do Usher quando usado da maneira ideal. E isso é feito perfeitamente ao deixar o cantor mostrar toda o seu poder carismático e sensual em uma performance envolvente que completamente bem a delicada e cativante performance de Monét. SOS (Sex on Sight) não reinventa a roda, mas faz um gracioso e refrescante R&B que continua a construir a imagem da cantora como um dos atuais expoentes do gênero. E é por isso que a cantora merece todas as flores.
nota: 7,5

7 de setembro de 2024

Primeira Impressão

Underdressed at the Symphony
Faye Webster



Encontro Estranho

Lego Ring
Faye Webster & Lil Yachty


Single do álbum Underdressed at the Symphony, a canção Lego Ring marca um dos encontros musicais mais estranho do ano ao fazer a cantora Faye Webster ter um dueto com o rapper Lil Yachty. E apesar dessa estranheza, a canção funciona até bem.

O maior motivo para a canção realmente funcionar é a sua estranheza em todos os sentidos. Começa pelas performances dos dois artistas envolvidos. De um lado, Faye entrega uma sólida e com personalidade bem paralela com que a gente pensa em ser uma interpretação de uma cantora indie para uma canção como Lego Ring. Do outro lado, Lil Yachty entrega uma voz distorcida e esquisita ao entoar alguns versos ao lado da cantora para, ao final, entregar um curto verso sozinho que finaliza a canção de uma maneira ideal para a sua construção. Em teoria, o resultado não funcionaria, mas acontece que tudo dá melhor que o esperado quando é acrescido da produção que entrega uma pequena montanha russa de nuances em uma canção indie/alt pop inusitada. Se o álbum tivesse inteiramente nessa mesma pegada, o trabalho seria realmente interessante. Já vale, porém, por esse perola. 
]nota: 7,5

Pop Perfeição

BIRDS OF A FEATHER
Billie Eilish


Apesar de não ser a melhor canção da carreira da Billie Eilish, Birds of a Feather é sem nenhum duvida um dos momentos da sua carreia que podemos chamar de “pop perfection”.

Invocando uma nostalgia sincera, a canção poderia facilmente ter a sua melodia tirada de uma canção pop feitos por nomes como The Cranberries, The Bangles, Debbie Gibson, Belinda Carlisle, entre outras. Entretanto, a produção refinada do Finneas construiu a delicada batida de Birds of a Feather de uma maneira tão natural que essas semelhanças ficam por contam em segundo plano, pois a canção é um trabalho que apenas a Billie teria a capacidade de entregar de maneira tão distinta. E é na presença graciosa e brilhante da cantora que a canção realmente se torna um trunfo com uma performance doce e emocionante em que o seu timbre brilha devido a maneira quase sonhadora que a cantora entoa a canção, mostrando o tamanho da inteligência artística que a mesma tem em saber usar o seu instrumental de maneira perfeita. E tenho pessoal apreço pela construção dos versos antes do refrão, pois acho que é ali que a canção encontra o seu melhor momento. E o mais incrível é que a canção faz parecer que criar um joia como essa é algo fácil, mas é apenas para talentos raros como o da cantora e do seu irmão produtor.
nota: 8