31 de dezembro de 2024
Single do Ano - Votação Final
O último duelo para Single do Ano vai ser entre dois titãs de 2024: o estouro na carreira da Chappell Roan com Good Luck, Babe! contra o Kendrick Lamar estourando carreira com Not Like Us. Votem!
O Comeback do Coelhão
EL CLúB
PIToRRO DE COCO
Bad Bunny
PIToRRO DE COCO
Bad Bunny
Um dos maiores himakers da atualidade está de volta: Bad Bunny anunciou que o seu sexto álbum (Debí Tirar Más Fotos) será lançado já agora no dia 5 de Janeiro. E se o mesmo seguir a qualidades dos singles lançados (El Clúb e Pitorro de Coco), o trabalho deve ser o melhor da carreira do rapper.
Entre as duas, El Clúb é a melhor sem nenhuma dúvida, pois a mesma se torna uma das melhores canções do artista. O grande trunfo do single é a ousadia estética ao ser a visão peculiar do artista do que seria um “club banger” com a sua personalidade impressa. Uma mistura madura e criativa de deep house com latin pop, afrobeats e hip hop, o single tem uma estrutura estranha, mas que funciona perfeitamente devido a construção climática que a produção estabelece. E a presença única do Bad Bunny funciona perfeitamente, pois o mesmo adiciona uma carga graciosa de personalidade que arremata o resultado final de maneira surpreendentemente excitante. Mesmo menos impactante, Pitorro de Coco é um trabalho que mostra a versatilidade do rapper ao ser uma rúbia mistura com latin pop e reggaeton que demonstra uma das qualidades do rapper que é o respeito e veneração pelos estilos tradicionais da música latina. A canção ainda surpreende pelo fato de ter uma temática natalina, mesmo sendo ser sobre a dor de cotovelo por ter levado um pé na bunda. E com esse começo, o Bad Bunny parece começar uma nova era na sua já consagrada carreira.
notas
EL CLúB: 8
PIToRRO DE COCO: 7,5
Ainda Pasmo
Sugar Water Cyanide
Rebecca Black
Rebecca Black
Tenho que admitir que ainda fico pasmo em notar que uma das artistas mais interessantes atualmente é a Rebecca Black e que estou extremamente hypado para o lançamento do seu próximo álbum. Todavia, quando a gente escuta o que ela vem lançado fica até fácil entender. Depois do estouro de TRUST!, a cantora lançou a sensacional Sugar Water Cyanide.
É fácil notar que a cantora e a sua produção bebe da fonte da Charli XCX, mas em nenhum momento o que é entregado não personalidade própria. E mais do que isso: o resultado final é simplesmente genial. Em Sugar Water Cyanide, a produção entrega um trabalho refinadíssimo ao ser uma bubblegum bass/electropop com pitadas generosas de EDM e garage que poderia facilmente se tornar irritante devido a batida frenética e repetitiva, mas, felizmente, a maneira como a canção é balanceada com mudanças sonoras e rítmicas que agregam profundidade para o resultado final, especialmente devido a forma natural que é feito as transições. Entretanto, mesmo com essa produção excepcional, a canção não funcionaria tão bem se não fosse a presença poderosa da Rebecca que, aliada a uma produção vocal excepcional, entrega uma performance extraordinária ao se moldar perfeitamente com todas as mudanças da canção. Além disso, Sugar Water Cyanide tem uma composição tão certeira dentro da proposta da canção que apenas mostra o pacote completo que a artista se tornou. E para acompanha essa trajetória consegue entender bem o motivo da Rebecca Black ter se tornado uma artista tão excitante, mas esse fator de ficar ainda pasma ainda ajuda a gente nunca perder a deliciosa sensação de redescobri-la toda vez que a escuta.
nota: 8,5
Um Bom Começo
Numa Ilha
Marina Sena
Marina Sena
Falem o que quiser, mas a Marina Sena se tornou uma força no pop nacional ao ser indiscutivelmente ela mesma. E ao lançar Numa Ilha, primeiro single do seu terceiro álbum, a cantora também mostra que vem encontrando a sua maturidade.
Irei já falar sobre a parte negativa da canção: a sua duração. Apesar de bem estruturada, os quatro minutos de canção é pouquinho demais. Eu tiraria uns trinta segundo para deixar o resultado mais redondinho possível. Todavia, Numa Ilha ultrapassa esse problema ao ser uma sensual, envolvente, madura e azeita fusão de ritmos latinos como pop/R&B que resulta em algo original e excitante de maneira natural. E isso mostra a evolução clara da Marina e seus parceiros na produção ao entender melhor qual a personalidade da cantora, mas sabendo também adicionar novas camadas e texturas. O grande ponto alto, porém, é a performance contida, sexy e deliciosa da Marina. Dona de um timbre única que é ame ou odeie, a cantora encontrou um equilibro ótimo para deixar a mostra seu timbre sem exagerar em nada na sua sensualíssima performance. Espero não estar errado, mas a Marina Sena deve estar no começo da sua melhor fase.
nota: 7,5
29 de dezembro de 2024
25 de dezembro de 2024
Single do Ano - Votação IV
O penúltimo duelo para Single do Ano é entre duas grandes parcerias: de um lado novamente está o Bruno Mars dessa vez ao lado da Rosé na contagiante APT. e, do outro lado, está o sucesso surpresa de Alibi da Sevdaliza ao lado da Pabllo Vittar e Yseult. Votem!
22 de dezembro de 2024
Single do Ano - Votação III
A terceira disputa para a escolha de Single do Ano será entre a consagração definitiva como uma força pop contemporânea da Sabrina Carpenter com o hit Please Please Please e do outro está a metamorfose da Beyoncé ao emplacar o hit Texas Hold 'Em. Votem!
17 de dezembro de 2024
8 de dezembro de 2024
6 de dezembro de 2024
Single do Ano - Votação II
A segunda disputa para Single do Ano será ente dois novatos que tiveram o seu grande “boom” com singles de imenso sucesso: de um lado, Benson Boone com Beautiful Things e, do outro, Shaboozey com A Bar Song (Tipsy). Votem!
3 de dezembro de 2024
Os Melhores de 2024 - Votação Single do Ano
Com o final do ano batendo fortemente na porta está na hora de começarmos a escolha dos Melhores do Ano. E, novamente, o começo é sempre para escolher qual foi o maior single do ano! Primeiro, são cinco duelos para escolher os finalistas para a disputa final. Como primeiro duelo já de dois pesos pesadíssimos com o confronto do sucesso esmagador de BIRDS OF A FEATHER da Billie Eilish contra o outro sucesso esmagador com Die With A Smile do Bruno Mars ao lado da Lady Gaga. Votem!
24 de novembro de 2024
A Surpresa de Final de Ano
What Have You Done To Me?
Imogen Heap
Imogen Heap
Todo começo de ano nos últimos tempos tenho dedicado um espaço para a resenha de uma canção que considero sendo sobre o primeiro grande single daquele ano. Acho que vou começar a criar um novo sobre a grande surpresa de final de ano. E isso é devido a extraordinária What Have You Done To Me? Da veterana Imogen Heap.
Parte de um projeto de três singles da cantora para o final do ano, a canção é uma colossal, deslumbrante, sombria, densa e épica mistura de rock, industrial, art rock e rock progressivo com uma carga criativa altíssima e de um brilhantismo único. Com um pouco mais de seis minutos, a single aproveitada cada segundo para ir gradativamente se desenrolando em que é introduzido uma nova camada e/ou nuance e/ou textura que vai fazendo a canção sendo elevada a cada nova introdução até chegar no clímax epopeico e inesquecível. E essa decisão é o que faz ser a base perfeita para a construção sobre a cantora querer se vingar de alguém que em algum momento a fez mal em uma letra que é esteticamente simples, mas apresenta uma profundida emocional impressionante e devastadora. Com uma performance transformativa e gigantesca de Imogen Heap, What Have You Done To Me? se torna ao final um dos melhores momentos de 2024 nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo.
nota: 9
O Tema Do Fim
Like The End
James Blake
James Blake
Acho realmente interessante quando um artista lança canções que não necessariamente vão ser parte de um álbum como é o caso da excepcional Like The End do James Blake.
Possivelmente uma das melhores canções do cantor em anos, Like The End é um retorno a sonoridade mais antiga do cantor ao ser menos experimental ao ser uma balada mid-tempo indie/art pop com uma instrumentalização transcendente, intricada e com uma força incrível. Apesar de não ser nada que o próprio já tenha entrega, James Blake demonstra que aperfeiçoou a sua sonoridade de maneira a faze-la encontrar o estágio de pura perfeição. Todavia, o grande trunfo da canção é a união da composição devastadora que faz uma crônica sobre o mundo atual, especialmente depois da vitória do Trump e o avanço do uso do IA, com a performance sempre inspirada da potente e marcante voz do cantor. Os dois aspectos funcionam bem separadamente, mas é a sua união que faz a coisa realmente ganhar contornos emocionais, melancólicos e de uma verdade sufocante. E mesmo não sendo um trabalho que deve fazer parte de um trabalho maior, Like The End é uma adição espetacular para uma discografia já sensacional.
nota: 8,5
A Certeza
Lucifèrine
Ichiko Aoba
Ichiko Aoba
Entre alguns nomes que mais apreciou ao descobrir uma nova música é o da japonesa Ichiko Aoba que sempre é certeza de entregar uma ótima canção. Esse é o caso da linda Lucifèrine.
Uma balada folk/indie folk, a canção tem a marca registrada do talento e da personalidade da cantora de maneira indiscutível desde a sua primeira nota até o último segundo. Lucifèrine apresenta uma melodia simples, mas extremamente eficiente devido ao trabalho lindíssimo de instrumentalização que dá toda a sua complexidade sem precisar ser demasiadamente intrigada. Outra impensada qualidade de Ichiko é o fato das suas canções sempre apresentarem uma estrutura semelhante, mas nunca se tornarem repetitivas e/ou entediante ao sempre ter algo novo e refrescante para se descobrir. Liricamente, a poética da cantora deve ser só completamente compreendida na sua língua natal só que, porém, o que chega para gente é tão lindo e tocante como nos versos ao final do refrão que diz “Inside each of us there is/ A place for our stars to sleep”. E tudo isso é contemplado pela doce e fantasiosas voz da cantora que entoa a canção como se fosse o cantar de uma ser místico que nos dá o privilegio de escuta-la. E acho que isso é algo que de alguma forma seja verdade, pois ouvir Ichiko Aoba é um privilégio.
nota: 8,5
A Estranha Maravilhosa
Drums of Death
FKA twigs & Koreless
FKA twigs & Koreless
Mesmo ainda não chegando em um ápice que lembre outros trabalho da sua carreira, a FKA twigs vem entregando um trabalho mais interessante que o outro na sua era Eusexua. Dessa vez é a estranha Drums of Death.
Entre os singles lançados até agora, a canção é mais alternativa devido a sua produção do DJ Koreless que entrega uma mistura pesada e bem construída de house, club, glitch pop, EDM e art pop que cria uma batida nada comercial, mas bastante marcante e em total sincronia com o que vem sendo mostrado. As mudanças sonoras entre os versos e o refrão e a progressão rítmica de Drums of Death conseguem dar uma personalidade única para a canção, mesmo não entregando nada que seja novidade. A produção vocal aqui também é outro ponto alto, pois consegue dar para a cantora o equilíbrio ideal para a mesma colocar a sua distinta voz na canção sem perder sua personalidade e, ao mesmo tempo, utilizar efeitos vocais potentes para incrementar o resultado final. Tenho que apontar que o ponto menos inspirado é a composição da canção, pois não tem aquele sutil toque de brilhantismo que a cantora sempre entrega. De qualquer forma, Drums of Death mostra que ao que parece não teremos um álbum genial, mas, sim, um álbum realmente inspiradíssimo. E isso já está perfeito.
nota: 8
Feroz
Break the Tension
Maruja
Uma das melhores surpresas de 2024, a banda Maruja vai preparando para o lançamento do álbum debut da sua carreira com o lançamento da raivosa Break the Tension.
Menos impactante que The Invisible Man, a canção continua a ser esse soco no estomago devido a profundidade instrumental que a banda se utiliza para a construção. E novamente, a grandiosidade da produção é o que pede essa complexidade, pois apenas assim é possível sustentar a incrível sensibilidade criativa da banda que entrega uma refinada mistura de jazz rock, post-punk e art rock com pinceladas brilhantes de rap rock. O que impede da canção ser ainda melhor é a sua composição, pois, mesmo sendo um trabalho ótimo, não tem a urgência que seria necessário para arrematar o pacote artístico de Break the Tension. Felizmente, a canção dá a impressão exata que a banda já está completamente ciente e dominando a sua sonoridade.
nota: 8
De Volta ao Trilhos
LIGHT AGAIN!
need dat boy
Lil Nas X
need dat boy
Lil Nas X
Apesar de não ter voltado as boas com as paradas de sucesso, o Lil Nas X parece que ao menos voltou aos trilhos artisticamente como mostra o lançamento dos singles LIGHT AGAIN! e need dat boy.
Apesar de parecidas em qualidades, o destaque entre as duas canções é a excitante LIGHT AGAIN!. A canção continua a comprovar o imenso talento do rapper em fundir perfeitamente o hip hop com pop em um hibrido excitante, dinâmico e divertidíssimo. Uma electropop/pop rap com toques de house, a canção tem uma interessante construção instrumental que se desenrola mais complexa que o esperado para uma canção com nem três minutos de duração direto. Gosto do uso do sample de Cuff It da Beyoncé, pois é feito de maneira a ser um ponto de enriquecimento da canção e, não, o ponto central da canção. Tenho que admitir que a canção não é exatamente viciante da primeira vez que se escuta, mas fica irresistível quando a gente dá chance, especialmente a sua sensacional parte final. Em outra direção sonora, need dat boy se revela uma balada R&B alternativo misturado com alt pop que não chega a decolar totalmente, mas é um trabalho muito bem pensado e com um frescor interessante. Mesmo não tendo a pegada da canção anterior, o single tem uma performance ótima do Lil Nas X que realmente se consolidou ao encontrar a sua personalidade entre rapper e estrela pop de maneira natural. Fico feliz em poder ver o rapper reencontrar seu caminho de alguma forma. Agora só falta achar o caminho das paradas.
notas
LIGHT AGAIN!: 8
need dat boy: 7,5
2 por 1 - Empress Of
Galina
Allie X & Empress Of
Feminine - Maffalda Remix
Urias & Empress Of
Allie X & Empress Of
Feminine - Maffalda Remix
Urias & Empress Of
Curioso ver que das melhores canções remixes de 2024 existem duas que tem a presença da Empress Of, sendo uma dela (Feminine) e outra que é convida (Galina).
Entre as duas canções, a melhor é a versão de Galina da Allie X, pois a canção original é a melhor entre as originais também, sendo um dos melhores momentos de Girl With No Face. Nessa versão não existe uma mudança drástica sonoramente ao continuar sendo um irresistível synth-pop/dance-pop com toques de post-disco, apesar de algumas alterações aqui e ali, mas existe um trabalho de integrar a presença da Empress Of de maneira a fazer a sua participação realmente ser justificável e, principalmente, ser natural. E isso acontece especialmente devido a maneira que a canção é reconstruída como um dueto verdadeiro e, não, apenas a adição de um verso solto. Essa decisão é o que faz Feminine perder da força ao seu final. Com a produção do DJ brasileiro Maffalda, a canção ganha um verniz mais remix ao ter adicionado uma camada de farofada que funciona até melhor que o esperado que combina bem com a versão original. O problema da canção que não a faz ser ainda mais interessante é que a presença da Urias é literalmente renega a um ótimo e breve refrão que adiciona personalidade para a canção ao mostrar a força da artista brasileira em toda a sua glória. Entretanto, a falta de uma maior participação da Urias deixa aquele gosto de quero mais que a canção poderia ser um acerto ainda maior, mas termina sendo apenas bom. Todavia, isso é mais do que podemos dizer de várias canções remixes que são lançadas. E isso já está ótimo.
notas
Galina: 8
Feminine - Maffalda Remix: 7,5
17 de novembro de 2024
10 de novembro de 2024
O Que Você Não Ouviu
No Comma
Slayyyter
Slayyyter
O imenso sucesso da Charli XCX é louvável, mas também tem o seu lado negativo ao fazer alguns trabalhos no mesmo estilo serem ofuscado. E esse o caso da sensacional No Comma da Slayyyter.
Rápida, explosiva e contagiante, a canção consegue mistura uma gama de gêneros de uma vez só sem parecer uma colcha de retalhos, mas, sim, um trabalho coeso e com identidade própria. No Comma é uma fusão de electropop, pop rap, industrial, hip house e EDM que consegue ser fluido e com uma estrutura direta e muito bem trabalha. Tenho que admitir que devido a sua duração fica aquela sensação de “quero mais” pungente após seu termino, mas isso não é algo que realmente atrapalhe o resultado devido também a performance extraordinária da Slayyyter que capta perfeitamente toda a essência da canção ao ser deliciosamente caótica e poderosa. Com uma letra icônica e cheia de frase de efeitos que conseguem criar um trabalho completo, No Comma é a melhor canção que você não ouvir devido a estar ouvindo Brat.
nota: 8,5
Um Bônus de Respeito
Once A Bunch
Adrianne Lenker
Adrianne Lenker
Se você quer saber a qualidade de um álbum é bom olhar para a canções que fazem parte de versões bônus do trabalho. E se você descobre que a canção parte dessa versão é tão boa quanto Once A Bunch da Adrianne Lenker pode saber que o resto do álbum é tão bom quanto.
Tirada da versão bônus japonesa do excepcional Bright Future, a canção é um trabalho que está literalmente no mesmo nível que o álbum original. Uma contida, tocante e emocionante folk contemporâneo/country/americana, Once A Bunch transmite exatamente a melhor qualidade do álbum que é falar de maneira belíssima sobre “sobre a força que reside no nosso dia a dia, nas pequenas situações corriqueiras, nas lembranças dos eventos que vivemos, nas pessoas que nos cercam e como essas pessoas interagem com a gente ao longo do tempo”. E a canção é sobre os pequenos momentos que fazem um relacionamento se solidificar e ir da paixão para o amor. Isso é alcançado com uma das qualidades do gênero da canção é o contar uma história de forma direta e cativante. Assim como as outras canções, Once A Bunch tem uma melodia simples, mas extremamente eficiente devido a trabalho exemplar de instrumentalização e da performance reconfortante de Adrianne. Um canção que é seria o ápice para outros artistas, mas que para Adrianne Lenker é um bônus.
nota: 8,5
Desconto Merecido
No Me Cansaré
Sevdaliza & KAROL G
Sevdaliza & KAROL G
Depois de entregar o sensacional hit Alibi, a Sevdaliza tem um bom credito que é capaz de entregar uma canção como No Me Cansaré sem maiores problemas.
Bem longe de ser ruim, a parceria com a Karol G é meio decepcionante devido a não ter nada da ousadia e força do single anterior. Uma reggaeton/latin pop tradicional e bem executada que deixa a sensação que uma artista com habilidade de subverter como Sevdaliza pecou ao não fazer exatamente isso em No Me Cansaré. Quando a gente tirar essa sensação de lado, o resultado da canção é cativante e gostosa de se ouvir, especialmente devido a química entre as envolvidas em performance realmente bem acima da média. Uma pena que faltou o toque de genialidade.
nota: 7
O Retorno de Uma Força
Punish
Ethel Cain
Ethel Cain
Acredito que não dei a atenção merecida e necessária para o debut da cantora Ethel Cain em 2022. Todavia, preciso admitir que a cantora “cresceu” em mim nesses últimos anos e fico feliz de poder acompanhar mais de perto a continuidade da carreira dela com o lançamento da densa Punish.
Primeiro single do seu segundo álbum, a canção dá amostra clara que a cantora vai continuar a explorar a sua vertente profundamente indie/alternativa ao entregar uma indie folk/ indie rock/ ambient que construí uma atmosfera densa, enigmática e soturna que penetra na nossa mente de maneira definitiva. Não é um trabalho fácil de ser entendido devido a sua indenidade única e ser sonoramente bastante especifica, mas Punish é prato cheio e requintado para aqueles que compreendem perfeitamente a proposta da cantora e que já admiraram o seu trabalho inicial. E para quem é esse publico vai poder notar facilmente a imensa qualidade instrumental da canção e, também, a entrega admirável da Ethel Cain em performance contida e tocante. Apesar de ser uma composição forte ficou faltando um aprofundamento no resultado final, pois a cantora já comprovou que é capaz de ir além. De qualquer forma, Punish é um começo extremamente promissor para um dos nomes mais interessantes dos últimos tempos.
nota: 8
Saboroso
Cosmic
Red Velvet
Red Velvet
Enquanto as carreiras dos maiores nome do k-pop entram nova fase de carreiras solos, ainda existem grupos que carregam o gênero com louvor. Esse é o caso da girl band Red Velvet com a ótima Cosmic.
A melhor definição para a canção é que a mesma é o puro suco do pop. E isso é um dos melhores elogios que pode ser feito para uma canção pop. Em Cosmic, a produção entrega uma deliciosa e graciosa synth-pop/nu-disco/R&B que consegue ser, ao mesmo tempo, perfeita para o gênero e atemporal. E ainda existe um toque de fofura que adiciona personalidade para a canção, ajudando a transforma-la em um trabalho irresistível. Gosto bastante dos vocais das integrantes da banda, especialmente quando as cinco cantam juntas no ótimo refrão. Mesmo sendo quase todo em coreano, a composição da canção tem aquele fator de não importar o que esteja falando que a gente embarga plenamente. E esse sabor de uma musica pop é incrível não importa de onde vem.
nota: 8
Novos Caminhos, Velhos Erros
São Paulo
The Weeknd & Anitta
The Weeknd & Anitta
Acredito que estamos no inicio de uma nova era para o funk carioca em relação a sua introdução na música pop internacional. Depois de Alibi, agora chegou a vez de São Paulo, a aguardada parceria do The Weeknd com a Anitta. E mesmo gostando da canção, o resultado mostra que ainda velhos erros ainda são cometidos com o nosso funk.
O principal e mais pungente deles é aquela sensação que o gênero não é utilizado da maneira a poder liberar todo o seu potencial como aconteceu no trabalho da Sevdaliza. E isso é devido ao motivo que São Paulo não parece fundir o gênero perfeitamente com as outras influencias (synthpop/R&B), criando uma canção que parece a fusão de dois trabalhos distintos ligados apenas uma melodia. Tenho que dizer, porém, que a produção é refinada e bem estilizada e consegue criar uma canção efervescente, estranha e divertida. Além disso, o uso do sample de Boladona da Tati Quebra Barraco dá um toque especial para o resultado final. Apesar de não acreditar no que vou escrever, mas a canção carecia de uma participação maior da Anitta que fica presa a momentos que mais parecem uso de samples do que a sua contribuição verdadeira. E é preciso apontar que a presença do The Weeknd é mais interessante que o esperado já que consegue combinar com a atmosfera da canção de maneira inusitada. Entendo, porém, que São Paulo é um trabalho completamente divisível para quem escuta, levando do amor ao ódio facilmente. Todavia, a minha visão é que a canção é passo que poderia ser melhor, mas ainda é melhor que o esperado.
nota: 7,5
A Aposta Vazia
Aquamarine
Addison Rae
Addison Rae
Ao que parece a Addison Rae parece ser a possível nova promessa do pop. E nem com o lançamento de Aquamarine, a sua melhor canção até o momento, não consigo entender o motivo.
A canção é até compreensível na sua ideia central, mas a sua execução ainda está bem aquém de uma novata que vem ganhando destaque nos últimos tempos. Uma deep house/syhnth-pop, Aquamarine tem uma concepção ousada e bem pensada que nunca sai do lugar de conforto para encontrar outros níveis do que o seguro e linear que a mesma se encontra. Não é ruim, mas, sim, decepção quando a gente pensa no que poderia ter sido com mais ousadia na sua produção. Todavia, o grande problema ainda é a percepção que Addison é uma cantora bastante limitada vocalmente e em nível de performance que é engolida pelo seu entorno em que deveria dar toda a personalidade final para a canção. Estou aberto para ser surpreendido pelo futuro da Addison, mas até agora é mais barulho que conteúdo.
nota: 7
Um Novo Recomeço
Cupid's Bow
Olly Alexander
Olly Alexander
Depois do fim do Years & Years, o vocalista Olly Alexander tentou ser uma banda de um homem só, mas não deu muito certo. Agora é a vez de reiniciar a carreira musical seguindo sendo apenas Olly Alexander. E como single do primeiro álbum dessa nova fase foi lançada a legal Cupid's Bow.
Longe dos melhores momento dele com a banda, a canção recoloca o cantor em caminho mais interessante do que vinha fazendo nos últimos tempos. E isso é devido a Cupid's Bow ser uma direta e bem azeitada synthpop que cumpre bem se papel sem maiores tropeços, mas também sem maiores grandes picos. Faltou tempero para elevar a canção e, principalmente, dar personalidade mais definida para a nova fase da carreira de Olly. Gosto, porém, da progressão que a canção tem até chegar ao seu bom clímax e também da performance requintada do cantor que coloca os toques de personalidade que a canção possui. Espero que esse seja realmente o começo da caminha certa para Olly Alexander, pois acredito que o artista é bastante talentosos para ficar entregando canções fora do se escopo de possibilidade.
nota: 7
O Bom Shawn
Heart of Gold
Shawn Mendes
Apesar de não estar nos melhores momentos da carreira em questão de qualidade, o Shawn Mendes ainda consegue entregar a boa Heart of Gold.
Uma das qualidades que sempre apontei do cantor é que ele consegue falar sobre assuntos que normalmente não são ligados tão diretamente com o estilo de artista que as pessoas acham que ele é. E nesse caso, Heart of Gold é sobre o luto e como cada uma sente e vive de maneira diferentes. A letra é simples esteticamente, mas é honesta e direta que mostra o quanto o cantor é capaz de se expor sem precisar fazer disso o ponto focal da sua carreira. A canção poderia ser melhor se não tivesse uma produção tão pastel que a transforma em uma inofensiva e meio sem graça mistura de pop, folk e pop rock. Funciona bem até certo ponto, especialmente na sua parte final com a adicional de um coral, mas falta força para elevar o material lírico e a boa performance de Mendes. Feliz que o cantor esteja podendo se expressar de maneira mais aberta também fora da música, mas sonoramente é preciso se encontrar de maneira mais decisiva.
nota: 7
Assinar:
Postagens (Atom)