25 de fevereiro de 2024

Uma Segunda Chance Para: Give Me All Your Luvin'

Give Me All Your Luvin'
Madonna

Bem longe do seu pico de criatividade, a Madonna vem colecionando trabalhos medianos ao longo dos últimos anos. Todavia, a gente ainda é possível encontrar bons momentos que dão a noção que a gente nunca pode contar como “fora do jogo” a Rainha do Pop. Um bom exemplo é a divertidíssima Give Me All Your Luvin'.

Lançada no começo de 2012, a canção abriu os trabalhos para o décimo trabalho da cantora intulado MDNA. O álbum em sim é um verdadeiro show igual de erros e acertos, terminando sendo um trabalho interessante que nunca chega a decolar. Entre os momentos de alta está Give Me All Your Luvin'. Alta, porém, com algumas ressalvas, pois a canção parece que ficou faltando algo. E isso é devido da canção ser muito segura para quem sempre se arriscou ao extremo como a Madonna sempre fez. Segura, sim, mas divertida quando a gente não espera muito do resultado final. Uma dance-pop/ bubblegum despretensiosa, fútil, leve, viciante e deliciosamente dispensável, o single conquista de verdade pelos toques inteligentes que vão sendo colocados ao longo da sua duração como, por exemplo, a progressão rítmica, o vibrante refrão, a citação a Lucky Star e a batida dubstep durante a partes das convidadas. E por falar nelas, a presença da M.I.A. e Nicki Minaj envelheceu igual a leite fora da geladeira devido a nossa percepção pessoal das duas artistas ao longo dos anos, mas em questão artística sempre achei falho suas participações já que não exploram direito seus talentos. A rapper ainda tem um bom momento, mas a britânica parece que foi cobrir cota sem adicionar nada de peso da sua personalidade. Mesmo não sendo o seu melhor, Madonna sempre vai ser a Madonna de alguma forma e isso é para poucos.
nota: 7,5

Uma Crônica Sobre Deixarem as Coisas Seguirem Seus Caminhos

Deeper Well
Kacey Musgraves


Apesar de sido ofuscado pelo lançamento surpresa da Beyoncé mesmo sendo lançada antes, o novo single da Kacey Musgraves, Deeper Well, deve ser apreciado e notado já que é uma verdadeira perola do country em um mar de mediocridade.

Como sempre na sua impecável discografia, a cantora entrega uma requintada, inteligente e inspirada canção country/country-pop com pinceladas de folk e americana que vem apenas para agregar beleza e complexidade para o lindíssimo instrumental. Deeper Well passa longe, porém, de reinventar a sonoridade da cantora, mas mostra o quanto consciente e bem azeitada a cantora está perante o seu oficio. E, novamente, o grande destaque da obra da Kacey é a sua espetacular e pungente lírica. Aqui, a cantora faz uma crônica sobre a gente perceber que a gente pode e deve se livrar daquelas pessoas e/ou situações toxicas. E isso é feito de uma maneira que é, ao mesmo tempo, ácida e delicada com a cantora dando tapas de luva de película que deixam as marcam mais vermelhas. Deeper Well continua a mostrar que Kacey Musgraves é melhor rosto que o country poderia ter em tempos de crise.
nota: 8,5

Maduro

When We Die (Can We Still Get High?) (feat. Lil Yachty)
YUNGBLUD

É bem interessante perceber que um artista ainda em começo de carreira está amadurecendo artisticamente e isso reflete em seus trabalhos novos. Assim vejo o atual momento da carreira do Yungblud com o lançamento da boa When We Die (Can We Still Get High?).


Tenho plena consciência que o britânico é visto como um verdadeiro caso de “ame-o ou odeio-o”, mas tenho simpatia por ele desde o lançamento da ótima The Funeral. Apesar de não ser melhor que a canção citada, o novo single mostra que o jovem está amadurecendo artisticamente ao entregar uma power balada pop rock com elementos de ssychedelic rock poderosa, surpreendente e, alguns momentos, devastadora. Não é exatamente criativa já que esse tipo de canção já foi feito na mesma toada centenas de vezes, mas When We Die (Can We Still Get High?) é sincera emocionalmente e com um instrumental primoroso, especialmente na parte final em que temos um poderoso solo de guitarra e um clímax sensacional. Vocalmente, Yungblud entrega uma ótima performance dentro do seu alcance vocal enquanto o Lil Yachty é uma boa surpresa, mesmo que sua participação não acrescente nada ao final da canção. Uma voz feminina poderia dar um contraste bem interessante caso fosse usada. De qualquer forma, a busca pela maturidade pode levar o Yungblud a começar a ganhar um respeito que muitos não tem pela sua carreira.
nota: 7,5

Algumas Arestas

Make You Mine
Madison Beer

Sempre que ouço uma canção da Madison Beer parece que está indo na direção certa, mas depois toma um rumo que fica algo demais ou/e algo de menos. Make You Mine não é diferente dessa percepção, mesmo sendo uma das suas melhores até o momento.

A ideia e bom parte da execução da canção é extremamente acertada ao ser uma climática, sensual e substancial dance-pop/EDM/alt-pop que consegue dar para a cantora uma vibe madura e com um lado artístico em progresso. O problema da canção é que não parte final parece que a produção não sabia como terminar de maneira a contento e a estica até o possível, deixando o resultado final com esse leve ar de arrastado. Felizmente, o trabalho instrumental é tão bom que sustenta até bem esse momento e não deixa descambar para um erro maior. Make You Mine também tem uma composição que beira o genérico/massificado que não consegue ter o impacto que a sua batida/produção. O resultado da canção mostra a evolução da Madison Beer, mas faltam algumas arestas a serem refinadas.
nota: 7,5

Eu Entendo, Mas e os Outros?

Lonely Dancers
Conan Gray


Ser um artista pop tem suas desvantagens como, por exemplo, saber usar suas como suas referências sejam entendidas pelo grande público. Se a ideia se perder na tradução é bem fácil existir uma barreira alta com parte de quem é direcionado a sua música. Esse é o caso de Lonely Dancers de Conan Gray.

Desde o começo dos trabalhos do álbum Found Heaven deu para perceber que o cantor está mirando em uma sonoridade synth-pop/new wave dos anos oitenta e isso fica novamente claro com a construção de Lonely Dancers. Divertida, bem produzida e com uma atmosfera estilizada, a canção peca ao mais parecer demais com as referências que estão sendo usadas gerando um ruído claro para não conhece o que está sendo proposto. E não acho que o público alvo do Conan esteja contextualizado com essas influencias para entender a canção. Para quem capta a mensagem/atmosfera é possível facilmente se envolver com essa mid-tempo balada sobre dor de cotovelo curada na pista de dançar. Gosto especialmente da performance vocal do cantor que se mostra versátil e estilizada que quase beira o exagerado, mas sendo salvo pela forma como as mudanças de timbres são bem utilizadas durante a canção. Uma pena que vai ter gente que vai torcer o nariz.
nota: 7.5



18 de fevereiro de 2024

Especial

 


Single do Ano

 


Artista do Ano


 

Revelação do Ano

 




Os Melhores Singles de 2023 - Final

 


O Melhores Álbuns de 2023 - Final

 


Categorias Individuais

 





Categorias Gêneros

 



Categorias Técnicas

 





Outras Categorias

 



Pior Single

 


De Segunda

Training Season
Dua Lipa


O começo da nova era da Dua Lipa continua em alta com o lançamento de Training Season, mas apresenta um problema nítido: a gente só se envolve com a canção na segunda ouvida.

Assim como Houdini, o novo single apresenta um toque artístico devido a produção de Kevin Parker ao lado de Danny L Harle que cria uma exuberante, refinada e sexy dance/psychedelic pop que consegue ser diferente sem perder o tino comercial. Todavia, as texturas e nuances adicionadas para a canção podem demorar um pouco para registrar na nossa mente, normalmente demorando o tempo de um novo escutada para a gente perceber o quanto interessante as mesmas são e o quanto adicionam substancia para o resultado final. Depois que Training Season nos conquista de vez é possível perceber o quanto refinada é a canção que alia essa produção inteligente com uma letra carismática que é uma prima temática de Love Again e uma performance maduríssima da Dua Lipa. Apesar de promissor, essa nova era da Dua Lipa terá dificuldades para fazer um imenso sucesso comercial como as anteriores.
nota: 8

Cabe Processo

yes, and?
Ariana Grande & Mariah Carey

O anuncio que a Mariah Carey estaria no remix de yes, and? da Ariana Grande deixou a minha pessoa realmente animada. Queria dizer que as minhas expectativas foram jogadas no lixo com o resultado no mínimo de gosto duvidoso.

Trabalhando na cartilha de apenas adicionar a voz da convidada sem mudar nada da canção original, essa versão yes, and? é um desserviço devido a péssima produção vocal dada para a voz da Mariah Carey que não parece nada com a cantora, especialmente na primeira parte da canção em que Mariah entoa alguns versos soltos. No verso solo da veterana e no resto da canção, a sua voz parece mais natural e reconhecível, mas ainda parece ter um ruido que atrapalha a gente realmente apreciar o momento que deveria ser simplesmente icônico. O que salva a canção que é a que a mesma é uma boa canção. Se tivesse feito um remix como em BREAK MY SOUL (THE QUEENS REMIX) da Beyoncé que fundiu a sua canção com Vogue da Madonna teria sido infinitamente melhor, sendo a minha sugestão de canção para Emotions. Se fosse eu abriria um processo para quem cometeu essa atrocidade vocal.
nota: 6



Os Melhores Singles de 2023 -Parte IV

 


12 de fevereiro de 2024

2 Por 1 - Beyoncé

16 Carriages
Texas Hold 'Em
Beyoncé

E novamente a Beyoncé fez de novo ao “quebrar a internet” com o lançamento de duas músicas que começam a era Renaissance Act II, apesar dessa vez terem alguns boatos aqui e ali. E quem sabe um pouco sobre a história da música e da Beyoncé não deve estranhar que essa nova era é country, pois era meio que claro que a cantora irá em algum momento seguir nessa estrada.


Mesmo sendo um gênero atualmente predominante dominado por pessoas brancas, o gênero foi fortemente influenciado nas suas origens por sonoridades de músicas de pessoas negras assim como de indígenas. Todavia, uma boa parte dessa história foi apagada ao longo dos anos, criando uma hegemonia de branca que domina até hoje. E se o primeiro ato desse projeto era dar os holofotes a música eletrônica e a cultura Ballroom vinda da comunidade negra nada mais coeso que fazer o mesmo com o country. Além disso, Beyoncé é do Texas em que o gênero tem forte influencia e a mesma já flertou o mesmo em Lemonade com Daddy Lessons. Então, o lançamento de Texas Hold 'Em e 16 Carriages pode até sido surpresa, mas não é exatamente inesperado. Assim como a qualidade de ambas as canções.

Mesmo que ambas canções sejam country existem diferenças nítidas e importantes entre as duas que as distinguem e mostram o cuidado artístico da Beyoncé. Em 16 Carriages, a batida é mais classuda, emocional, poderosa e pende claramente para uma influencia soul/gospel. Existe uma força sentimental por trás da construção da canção que é perfeita para carregar a emocionante composição. Assim como uma boa canção country, 16 Carriages conta uma história que nesse caso é sobre a carreira e a vida da Beyoncé, começando pelo começo de dificuldades e lutas até chega a consagração, mas, principalmente, a letra é sobre o que não mudou nesses anos que é o amor que a mesma tem pela sua arte. Texas Hold 'Em é o outro lado do country: a celebração. Ao ser mais pop e animada, a canção é divertida, dançante e tem aquela vibe que dá vontade de dançar quadrilha vestida de marca importadas e de salto alto. Não tem mesmo impacto de 16 Carriages, mas nem é para ter já que a sua missão é apenas fazer a gente sacudir o esqueleto. Uma coisa que é preciso notar aqui é o cuidado com a composição para Texas Hold 'Em. O country vive uma epidemia de sucesso mainstream que repetem os mesmos clichês nesse tipo de canção ao relatarem sobre a vida de uma pessoa do interior que vem normalmente de artistas masculinos. Aqui, porém, Beyoncé mostra que é possível falar sobre essa vida de maneira madura, criativa e profunda. Vocalmente, ambas canções apresentam a versatilidade ímpar da cantora em duas performances sensacionais, especialmente em 16 Carriages. E chegamos a era country da Beyoncé e como sendo a mesma não espere nada menos que algo incrível.
notas
16 Carriages: 8,5
Texas Hold 'Em: 8,5

O Mundo Segundo Allie X

Off With Her Tits
Allie X

É preciso uma artista muito especial para fazer uma synth-pop que usa uma mastectomia para falar sobre autoestima que tudo dá certo ao final. E essa artista é a Allie X com a ótima Off With Her Tits.

Depois da sensacional Black Eye, a cantora continua aumentando o hype para o seu próximo com essa estranha, madura, viciante e deslumbrante synthpop que parece ter saído diretamente dos anos oitenta, reluzindo neon e com um toque sombrio delicioso. Sonoramente, a canção é um bom exemplo de não precisa reinventar a roda, mas, sim, injetar criatividade e inteligência para criar algo refrescante e excitante. Todavia, como já apontado anteriormente, o que faz a canção realmente se destacar é a sua temática e a metáfora para alcançar o seu objetivo. Para quem não sabe, mastectomia consiste na retirada cirúrgica de toda a mama e em Off With Her Tits é usado com uma espécie de metáfora para a cantora e se livrar das pressões sobre a aparência, especialmente ao do corpo. Isso poderia facilmente desandar para algo de mal gosto e de vergonha alheia, mas a lírica espetacular da Allie X faz funcionar com a sua mensagem direta e cheia de sacadas brilhantes. E, querido leitores, isso é para apenas quem tem talento como o de Allie X.
nota: 8


Um Encontro Memorável

Butterfly Net
Caroline Polachek & Weyes Blood

Sabe quando a gente não espera mais nada e ainda assim é surpreendido por algo completamente inesperado e, ao mesmo tempo, que faz todo o sentido? Então, essa sensação é a que senti ao ouvir a nova versão de Butterfly Net da Caroline Polachek com a participação da Weyes Blood.

Melhor canção de Desire, I Want to Turn Into You, a canção ganha essa nova versão para o relançamento do álbum. E, queridos leitores, que momento espetacular é esse de poder ouvir essa nova versão. A canção não segue a cartilha de remixes/duetos devido a ter uma nova instrumentalização que incrementa dramaticidade e força para a já belíssima melodia original. Uma atmosfera angelical/etérea é pincelada por toda a canção sem fazer a mesma perder suas qualidades originais ao ser “épica e ter um tom intimo sem fazer nenhuma das suas facetas serem perdidas em nenhum grau”. Todavia, o grande trunfo dessa versão de Butterfly Ne é a presença magistral de Weyes Blood que combina a sua voz aveludada com o brilhantismo da performance de Polachek para criar mágica em forma de música. E é assim que deveria ser qualquer nova versão de uma canção. 
nota: 8,5

Um Encontro Nada Memorável

Dance Alone
Sia & Kylie Minogue


Depois do desastre que foi a sua estreia na direção no atroz filme Music acompanhado pela trilha de mesmo nível, a Sia está de volta para lançar um novo álbum intitulado Reasonable Woman. Como single foi lançada a mediana Dance Alone com a presença da Kylie Minogue.

Sabe aquelas canções que não são ruins, mas que a gente esquece completamente da mesma depois de escutar? Então, Dance Alone é exatamente esse tipo de canção. Bem produzido tecnicamente, Dance Alone perde devido a falta de criatividade para criar algo que sai do lugar comum de ser uma dance-pop/disco que já foi feita um milhão de vezes. O instrumental na parte dos versos é até interessante, mas quando parte para o resto se torna massificada e repetitiva. Sia entrega uma performance e a Kylie Minogue é toque refinado para a canção, mas ambas entoam uma composição fraca que não empolga em nenhum momento. Uma canção que nem foi lançada e já foi esquecida.
nota: 6

Tema De Seriado Americano

My Golden Years
The Lemon Twigs


Sou uma cria dos anos noventa e, por isso, existem certas nostalgias que ficaram gravadas na minha mente como mais força. Uma delas é de assistir séries americanas dubladas na TV, especialmente as de comédia. E o que sempre essas séries como, por exemplo, The Nanny, Friends, Mad About You, entre outras, tem em comum? Um tema de abertura marcante. Essa é a vibe que passa My Golden Years do duo The Lemon Twigs.

Uma cativante, delicada e nostálgica balada rock/power pop com forte inspiração dos anos sessenta, a canção tem aquela vibe perfeita para tocar na frente de um seriado que provavelmente trata sobre amizade, amores, decepções, tristezas e conquistas de um grupo de amigos em alguma cidade pequena dos Estados Unidos. Especialmente, a primeira parte da canção com os acordes iniciais de uma guitarra doce e o belo verso inicial:

In these, my golden years
How can I try and push down my fears?
'Cause in the blink of an eye
I'll watch these golden years fly by

Para quem não sentiu essa mesma vibe, My Golden Years é uma pedida perfeita para quem gosta de uma nostalgia mais ligada a música já que a canção tem clara influencia dos anos inicias dos The Beatles e toda essa era. Para mim, The Lemon Twigs criou uma saudade de um seriado que nunca existiu. E isso é algo bem especifico, mas muito bem-vindo.
nota: 8,5

Suco do Brasil

Pede Pra Eu Ficar
Pabllo Vittar

Apesar de ser uma artista pop, a Pabllo Vittar tem uma ideia muito boa sobre o que é o pop para o Brasil e isso é claro com o projeto de Batidão Tropical quer era “todo feito de regravações de bandas de forro, electrobrega, calypso e brega que fizeram sucesso durante os anos noventa e começo dos dois mil e que foram as principais referências da Pabllo”. Agora a drag prepara a continuação do álbum e como primeiro single foi lançada a boa Pede Pra Eu Ficar.

Apesar de ser uma canção original, o single é o puro suco dessa sonoridade que a Pabllo ao ser uma versão forró eletrônico do clássico dos anos oitenta Listen to Your Heart do Roxette. Pratica comum nesse gênero, Pede Pra Eu Ficar resulta em trabalho que consegue ser divertido, sensual e muito bem pensado para a temática do Batidão Tropical. Essa mistura entre gêneros dá certo, pois é feito com reverencia sincera e um cuidado técnico preciso. E em especial a performance da Pabllo é ótima ao carregar a canção com estilo e emoção. O problema da canção é que a sua original tem uma dramaticidade tão alta que aqui é meio que diluído para entregar uma canção com cerca de três minutos, deixando o clímax mais trabalhado de lado. De qualquer forma, Pede Pra Eu Ficar é um bom começo para essa continuação musical interessante.
nota: 7,5

4 de fevereiro de 2024

Meganaissance

HISS
Megan Thee Stallion

Uma diss track é “uma canção criada com o único propósito de expor e insultar uma pessoa ou um grupo de cantores”. E a Megan Thee Stallion lançou uma das melhores em anos com a sensacional Hiss.

O grande trunfo da canção é não ser um diss track rasa que serve apenas para “brigar” com alguém, mas, sim, uma complexa, intrigada e espetacularmente bem escrita crônica sobre os sentimentos que a rapper possui sobre seus últimos e complicados anos na vida pessoal e profissional. É uma metralhadora na velocidade onze, mas que não é uma bagunça de insultos vazias e provocadores. A lírica em Hiss é certeira, limpa, divertida, cheia de referencias e com uma polidez técnica perfeita. Ao contrário de algumas ofendidas por aí que não conseguem fazer uma música boa nem se fosse para salvar suas vidas, o single é um verdadeiro musicão com sua batida seca e potente e a performance avassaladora da Megan que parece ter entrado em transe para gravar a canção. Com o sucesso de Hiss, Megan está de volta ao topo para o desespero de algumas por aí. 
nota: 8,5

E Nem é Culpa da Britney

Selfish
Justin Timberlake


Seria fácil dizer que o flop do comeback do Justin Timberlake é devido a percepção do público depois das revelações da Britney Spears. Entretanto, o motivo principal para isso é outro: Selfish é péssima.

Quando li a repercussão do lançamento da canção até pensei que era certo exagero, mas a verdade é que estamos diante de um verdadeiro fundo do poço. Falem o que quiser, mas Timberlake sempre foi talentoso e já entregou clássicos do pop. Selfish é como se fosse uma sombra sobre o que o cantor construiu até hoje ao parecer uma canção que um dos Jonas Brothers lançariam em carreira solos tem uns dez anos atrás. Uma balada mid-tempo pop/R&B mequetrefe, sem graça, sem vida e completamente esquecível. Uma canção feita por IA para imitar uma balada do Justin teria mais vida que o resultado aqui, mostrando que a falta da direção do Timbaland é palpável e necessária. Que fim de carreira para o artista que era o próximo rei do pop.
nota: 4

O Sample Que Saiu Pela Culatra

Whatever
Kygo & Ava Max


Não tem problema com o uso do sample quando é feito direito. Esse não é o caso de Whatever do DJ Kygo com a Ava Max.

Usando a base de Whenever, Wherever da Shakira, a canção perde a canção de criar algo divertido ao ser basicamente uma massificada EDM/house/dance-pop que parece feita em uma linha de produção que não agrega novo ou mesmo divertido para a canção. Parece que estamos escutando uma canção feita dezenas de vezes com a mesma batida, estrutura e melodia. O uso do sample que poderia ser o diferencial para dar personalidade fica diluído e completamente dispensável. Whatever tem, porém, alguma qualidade devido a performance segura da Ava Max que continua a estar em canções que estão aquém do seu talento. Um desperdício sem tamanho.
nota: 5,5

Os Melhores Singles de 2023 -Parte II

 


O Melhores Álbuns de 2023 - Parte II

 


Artista do Ano - Votação

A disputa para Artista do Ano será entre uma das donas das paradas em 2023, uma banda indie formada apenas por três artistas geniais, uma lutadora que não desistiu e alcançou o sucesso de forma independente, a novata que consolidou a sua carreira, um twink em estado de graça e uma mãe para todos que querem boa música. Votem!





Single Do Ano - Votação V

A última disputa para Single do Ano é entre dois arrasa-quarteirões: de um lado, Vampire da Olivia Rodrigo contra Flowers da Miley Cyrus! Votem!



Grammy 2024 - The Year of Women

A sexagésimo sexta cerimonia do Grammy será lembrada como o “Ano da Mulher”. Nunca antes na história do prêmio foi tão clara como a nessa premiação, especialmente nas principais categorias. Tirando a presença de Jon Batiste que recebeu uma indicação em cada uma da “Big 3” (Record of the Year, Album of the Year e Song of the Year), todas as indicações são para trabalhos de mulheres em vários gêneros, indo do R&B até o pop e indie rock e chegando até o reggae. Além disso, a maioria dos nomes com mais indicações são de mulheres com a SZA liderando sozinha com incríveis nove nomeações. E isso precisa ser celebrado, pois mostra o reconhecimento que atualmente a industrial fonográfica é basicamente “sustentada” pela força comercial e criativa de artistas femininas. Existe também o fato que o ano também não tem grandes esquecimentos que poderiam ser considerados “crimes”, tirando um nome que irei falar mais nesse especial. Assim como todo ano irei fazer as minhas previsões e escolhas pessoais sobre quem acho e/ou quero que leva nas categorias mais importes e alguns especificas.