4 de maio de 2025

Primeira Impressão

choke enough
Oklou




Continuando a minha saga para analisar os debuts de cantoras pop, chegou a vez de Oklou, que lançou em fevereiro o interessante choke enough. Mesmo ainda apresentando alguns problemas, o resultado final é um dos mais inspirados dessa nova leva de cantoras pop.

Marylou Vanina Mayniel, nome de nascimento da cantora francesa, entrega em seu debut um contido, mas inspirado exercício de exploração do pop ao introduzir e explorar gêneros como art pop, trance, alt-pop, ambient, R&B, synth-pop e bedroom pop, criando uma coleção refinada e graciosa de canções que dão à artista uma identidade bem definida.

Como mencionei, o álbum não é exatamente um grande acerto devido a um notável receio da produção em dar um passo que aprofunde a sonoridade ouvida, criando algo semelhante a uma "piscina" rasa em um local rodeado pelo mar. Dá para ver as bordas e os lugares que podem ser explorados, mas também é bom sentir a segurança da nossa "piscina". É isso que choke enough transmite perfeitamente desde o seu começo. Todavia, como também já citei, o álbum traz algumas surpresas muito bem-vindas para aqueles que se deixarem levar. A melhor delas está na ótima Harvest Sky.

Com a participação da cantora Underscores, a canção é uma linda, graciosa, vívida e iluminada alt-pop com doses pesadas e brilhantes de euro-dance e trance, que ajudam a incrementar sua batida, dando à faixa um peso sonoro que consegue ser original e, simultaneamente, nostálgico. Faltaram alguns ajustes aqui e ali para a faixa explodir de fato, mas o resultado ouvido aqui é um indicativo das possibilidades da carreira de Oklou. Outros momentos de destaque, mesmo sem atingir o mesmo patamar da canção citada, são a parceria com o rapper Bladee na elegante e estilizada Take Me by the Hand e a faixa que abre os trabalhos, a atmosférica Endless. Com choke enough, Oklou dá início ao que tem tudo para ser uma carreira excitante.




Nenhum comentário: