27 de dezembro de 2017

É Bom, Mas Não é, Assim, Uma P!nk

Beautiful Trauma
P!nk

Lançado como single oficial do seu sétimo álbum da carreira, a canção que nome ao mesmo é o melhore exemplo do que o trabalho da P!nk acertou e errou: Beautiful Trauma é uma boa canção, mas está bem longe do parâmetro de qualidade que a cantora já nos presenteou.

Produzido por Jack Antonoff, Beautiful Trauma é divertido, carismático, irônico e cheio de personalidade pop rock que tem todas as características de uma canção da P!nk. Tudo parece estar no lugar certo e, novamente, a cantora está afiadíssima ao narrar um relacionamento, digamos, conturbado, mas que foi possível acertar os ponteiros no final. Apesar disso, a canção parece ter aquela sensação de que já ouvimos exatamente o mesmo algum tempo atrás com resultado bem edificante e elevado. Repito: não é ruim, pois passa bem longe disso. O que acontece é que Beautiful Trauma (álbum e canção) é basicamente um trabalho menor da P!nk.
nota: 7,5

25 de dezembro de 2017

Transição

Hola (feat. Maluma)
Flo Rida

Primeira grande incursão do Maluma no mercado norte-americano, a parceria com o rapper Flo Rida em Hola poderia ser uma grande sucesso, mas foi lançado no momento em que o mercado começa a ficar saturado do latin music.

A canção até pode não ser a reinvenção da roda, mas diverte bastante. Mistura de pop rap caraterística da sonoridade do rapper com um toque de música latina, Hola é dançante e bastante radiofônica. A composição é o mais raso e bobo possível, mas tem um refrão realmente viciante ainda mais quando é mistura inglês com espanhol. A química entre Flo Rida e o Maluma é o que sustenta de verdade a canção, mostrando que o colombiano é o perfeito featuring ao ser um verdadeiro pau para toda hora. Apesar do não sucesso, Maluma começa a trilhar o mesmo caminho que fizeram vários latinos. Agora é só esperar para saber se o destino será o mesmo.
nota: 6,5

22 de dezembro de 2017

Single do Ano - Votação Final

É chegada a hora de finalizar a escolha de melhores de 2017 decidindo qual foi o maior Single de 2017. Votem!


21 de dezembro de 2017

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

All I Want for Christmas Is You
Mariah Carey

Uma das colunas que mais gosto de fazer aqui no blog é o Antes Tarde do Que Nunca em que analiso álbuns antigos, tentando mostrar as principais qualidades e, também, defeitos que fizeram o escolhido importante para ter sido escolhido. Pensando nesse mesmo conceito resolvi fazer a mesma coisa com canções antigas que merecem ser analisadas. Dessa maneira, esse é o primeiro Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single. E nada melhor que para começar que uma das canções que melhor representam essa época do ano: All I Want for Christmas Is You da Mariah Carey.

Quando lançou Merry Christmas em 1994, seu primeiro álbum natalino e quarto no geral, Mariah Carey não estava fazendo nada muito fora da curva que um grande nome da  música já não tivesse feito ao monetizar sob a época mais festiva do ano. Dona de uma das maiores vozes daquele tempo foi fácil escolher grandes e tradicionais canções para fazer parte do trabalho, incluindo clássicos como Silent Night e a festiva Santa Claus Is Comin' to Town. Todavia, Mariah e seu colaborador constante naquela época Walter Afanasieff fizeram uma coisa bem diferente do que a maioria dos álbuns natalinos fazem: lançar canções originais. Merry Christmas tinha na versão original dez faixas, sendo que três delas forma feitas especialmente para o álbum: Miss You Most (At Christmas Time)Jesus Born On This DayAll I Want for Christmas Is You. O que nem Mariah poderia esperar era que essa última iria se tornar um verdadeiro clássico natalino que mesmo após vinte e três anos ainda continua a vender horrores ao final de cada ano, ajudando a cantora a criar um império natalino que já rendeu cerca de 60 milhões de dólares e em pleno 2017 alcançar o seu maior pico na Billboard ao ficar na nona posição. E a grande pergunta é: o que tem All I Want for Christmas Is You para virar esse fenômeno natalino? A resposta na maior parte está na sua qualidade como canção.

O primeiro motivo é o aparecimento das vendas de singles digitais, deixando bem mais fácil comprar a canção no momento em que desejar sem precisar da cópia física. O segundo foi ao longo dos anos o crescimento de um verdadeiro "cult following" ao redor da canção, garantindo o seu assentamento como um verdadeiro clássico natalino. O terceiro, e mais importante, é o fato de que a canção é um ótimo trabalho que mantém o clima natalino nas alturas e abre espaço para quebrar algumas convenções. All I Want for Christmas Is You é uma carismático e alegre pop/R&B que mesmo tendo o tema Natal é, na verdade, uma canção de amor em que Mariah pede a Papai Noel a volta da pessoa amada a tempo para o dia de celebração. Com uma letra realmente cativante e com um refrão que vá demorar bem mais que a época natalina para sair da sua cabeça, All I Want for Christmas Is You tem uma produção inspiradíssima ao começar quase como uma balada gospel grandioso para depois explodir em uma batida festiva e dançante que conquista qualquer pessoa que não tem o coração de pedra. Todavia, nada disso seria realmente possível sem a presença de Mariah que na época estava no ápice da sua capacidade vocal. Apesar de exalar certa cafonice que é natural da maioria das canções natalinas, All I Want for Christmas Is You é um clássico moderno que, ao invés de envelhecer com o tempo, vai crescendo a cada ano e aumentando o seu legado ainda mais.
nota: 8

20 de dezembro de 2017

Cadê, Malandra?

Vai Malandra (Participação especial Tropkillaz e DJ Yuri Martins)
Anitta & Mc Zaac & Maejor

Não é surpresa para ninguém que a Anitta se tornou o maior nome do pop nacional ao saber, principalmente, como administrar a sua carreira. Isso é ótimo e um incentivo para toda uma classe, mas até o momento a cantora vive mais de imagem do que conteúdo. Esse é o caso da hyper hypada Vai Malandra.

Aguarda último single do projeto check-mate, Vai Malandra é uma bem vinda volta da cantora as suas raízes do funk, mas que erra no momento que coloca a mesma quase como uma participação de luxo que a protagonista que deveria ser. Ao invés de ressaltar o carisma da cantora, a produção decidiu enfiar vários nomes masculinos que dominam a canção, deixando Anitta quase de lado. O pior nem é a participação do funkeiro Mc Zaac já que o mesmo é a melhor coisa da canção, mas, sim, a inexplicável presença do rapper americano Maejor que tem dois versos e quebra a fluidez da canção. Vai Malandra não precisa disso, pois já tem uma batida marcante e uma letra rasamente divertida. Todavia, o grande problema em torno da canção nem é a sua qualidade final, mas, na verdade, o seu tão discutido clipe: louvo a vontade da cantora de mostra a sua "realidade", apesar de ainda está glamourizada, tanto da onde ela veio e como ela ao mostrar as famosas celulites do bumbum, porém, assim como outras cantoras internacionais, Anitta preferiu ser extremamente contraditória em seu discurso e contratar como diretor do clipe Terry Richardson, notoriamente acusado de assédio sexual e estupro já tem alguns anos. Isso faz com que tudo que o clipe represente perca o seu valor devido a esse fato e nem adianta falar que a decisão de lançar o clipe foi para não prejudicar quem trabalhou por trás, especialmente a comunidade do Vidigal, pois nem deveria ter contratado esse tipo de pessoa e poderia muito bem dar chances para talentos nacionais. Infelizmente, muitos estão passando passo nesse fato, tentando apenas se focar na parte positiva como se não tivesse manchada pelo lado podre da história. De qualquer forma, Anitta se consagra como uma ótima marqueteira. Como artista, porém, ainda falta muito para chegar em algum lugar concreto.
nota: 6

18 de dezembro de 2017

Fada Lily

Trigger Bang (feat. Giggs)
Lily Allen


Depois de três anos de hiatos, a fada irônica britânica Lily Allen está de volta ao lançar o single Trigger Bang. E se essa é uma amostra pontual do que a cantora está preparando o próximo trabalho podemos concluir que existe uma mudança na sua sonoridade.

Não que Trigger Bang faça Lily virar uma cantora country, pois o single é na sua essência pop com algumas pitadas de hip hop/trap music. Entretanto, a produção cria uma batida bem diferente que a gente está acostumando ouvir da cantora. A impressão é a mesma quando a mesma lançou Hard Out Here, mas dessa vez a sensação é bem maior e tem um que de deja vu bastante forte. Acredito que essa sensação vem do fato de Trigger Bang pareça ser uma prima de alguma canção da M.I.A que caiu no colo da Lily, principalmente devido o refrão lembrar Bad Girls e a batida ter um quê de Paper Planes. Isso não impede que Lily não consiga deixar a sua marca na canção, pois depois de algumas execuções a canção vai entrando na nossa cabeça cada vez mais. Divertida e com uma composição bem característica da cantora cheia de ironia e acidez pronta para atirar sua metralhadora para todos os lados. A presença do rapper Giggs é até legalzinha, mas o foco principal é a presença deliciosa de Lily Allen, voltando para começar a fazer de 2018 um ano melhor. Amém.
nota: 7,5

16 de dezembro de 2017

Artista do Ano

A escolha de melhores do ano chega em uma das suas principais categorias: artista do ano. Em 2017, a decisão ficará entre a atual princesinha do pop alternativo, o retorno triunfal de uma verdadeira guerreira, o rapper mais importante dessa geração, o britânico mais fofo do mundo ou a atual arrasa quarteirão do pop. Então, para vocês quem é o Artista de 2017? Votem!


15 de dezembro de 2017

Top 25 - 2017

Agora chegou a hora de começar a revelar quais foram os melhor álbuns de 2017. Analisando em retrospectiva, o ano aqui no blog pode até ter sido dominado pelo pop, mas não foi o pop que a maioria poderia esperar. Além, claro, de alguns momentos que fogem completamente do estilo. Então, sem mais delongas aqui está a primeira parte da lista. Espero que gostem!

14 de dezembro de 2017

Fora da Jaula

Burden Down
Jennifer Hudson

Sempre apontei ao longo dos anos que a Jennifer Hudson era a maior voz dessa geração, mas que nunca teve em mãos um trabalho que estivesse no mesmo nível que o seu talento, tirando And I Am Telling You I'm Not Going que era, na verdade, uma regravação de uma versão já consagrada. Ainda será necessário esperar mais algum tempo para a cantora libertar todo o seu potencial, porém, felizmente, podemos ter uma boa ideia com o lançamento da avassaladora Burden Down.

Provavelmente a melhor canção de sua carreira até o momento, Burden Down não passa de uma balada pop/gospel com base de piano que poderia passar completamente batido se não tivesse a presença de Hudson. E, caro leitores, que presença é essa! Dona de uma voz quase animalesca, Jennifer entrega uma performance completamente deslumbrante em todos os sentidos: começa com uma contida e quase ferida nos primeiros versos para uma força da natura na parte final sem, porém, exagerar em nenhum momento. Poucos artistas poderiam elevar tanto uma canção assim como a cantora faz com Burden Down. Não é o potencial no seu ápice que Hudson poderia liberar, mas, apoiando em uma simples e emocionante sobre aquele momento em que a pessoa mais forte fraqueja, Jennifer Hudson pode está começando a libertar o "monstro" que vive dentro dela.
nota: 8

11 de dezembro de 2017

Erro Estratégico

Never Be the Same
Camila Cabello

Quem diria que a Camila Cabello iria hitar na carreira solo? O surpreendente sucesso comercial de Havana vem ajudando a ex-Fifth Harmony a construir a sua história como cantora, mas isso pode ser ofuscado devido a escolha do seu próximo single a ruim Never Be the Same.

Assim como um monstro criado em laboratório, a carreira de Camila parece está sendo criada juntando parte completamente diferente uma das outras. Depois do latin pop do single oficial, Camila aposta em um indie pop/eletropop mid-tempo que, sinceramente, não faz sentido algum em nenhum aspecto. Claramente, Never Be the Same não é uma canção comercial como a anterior e nem tem aquela qualidade de possível sucesso alternativo já que o resultado final é abaixo da média devido a uma produção confusa e quase medíocre. Arranjo fraco, clichê e pouco inspirado, parecendo uma canção descartada pela Halsey ou coisa que valha. Composição sem graça e com um refrão pouco inspirado, Never Be the Same pode até melhorar na parte final, mas nada salva esse desastre. Até mesmo Camila mostrando versatilidade ajuda, pois as escolhas vocais são muito questionáveis. Errar com uma música com Never Be the Same pode ser aceitável, mas lançar como single depois de um sucesso é querer não mais fazer sucesso.
nota 4,5

10 de dezembro de 2017

Os Melhores de 2017 - Single Do Ano

Encerrando essa fase da votação temos a disputa entre o Major Lazer com a Anitta e Pabllo Vittar com Sua Cara contra o fenômeno do rap Cardi B com Bodak Yellow. Votem!

9 de dezembro de 2017

Raw

Untouchable
Eminem

Depois do intimista Walk On Water, Eminem não poupou esforços para o seu próximo single: a nua e crua Untouchable.

A canção fala especificamente sobre o racismo nos Estados Unidos, mas com a visão de um homem branco que, ao mesmo tempo, vive uma situação privilegiada por ser branco e tem uma noção do que é o racismo de verdade ao estar em um meio rodeado de pessoas negras. É uma posição delicada para qualquer pessoa sem dúvida, porém, como já mostrou dezenas de vezes, Eminem é um compositor fora de normal, conseguindo transitar nesse território minado da melhor maneira possível. Na verdade, Untouchable é um verdadeiro manifesto irônico, ácido, atual e, principalmente, desconfortável sobre o racismo nos Estados Unidos. A sua verborragia não é um defeito para Eminem e, sim, a sua principal arma letal assim como a sua forma de encarar a suas performances. Em Untouchable, Eminem é novamente de um fúria crua, nivelando toda a sua raiva com a força da composição. O único problema é a produção geral do single, pois esse rap/rock está bem longe de ser um grande momento sonoro do rapper mesmo que acima da média. Aumentando o hype para o lançamento do álbum na semana que vem, Untouchable ilumina o caminho e mostra que o Eminem está pronto para ser o afrontoso que sempre demonstrou.
nota: 8

8 de dezembro de 2017

Top 50 - 2017

Mesmo não sendo em média um ano genial, 2017 se mostrou bem acima da média em relação ao lançamento de singles. Com dominação masculina nos topos das paradas, mas, quem saiu desse nicho, foi capaz de ter uma variedade imensa de artistas lançando bons trabalhos. Para determinar quais foram os melhores começa hoje a lista de cinquenta melhores singles de 2017, começando com as primeiras dez posições. Espero que gostem!

7 de dezembro de 2017

Queijo & Goiabada

One Last Song
Sam Smith

Sam Smith nasceu para cantar canções sobre a doce amargura de amar. Isso é um fato e não como negar ainda mais quando o mesmo eleva uma canção como One Last Song.

Sonoramente, One Last Song é uma R&B/blue-eyed soul certinha e bonitinha com uma batida comercial, sendo perfeita para virar single. O que poderia ser uma canção que ficasse exatamente na média é elevada pela presença deliciosa de Sam e a sua performance forte, agregando emoção para One Last Song. Todavia, o ponto mais importe da canção é a sua composição, pois, assim como a atmosfera geral de The Thrill Of It All, a canção é sobre seguir em frente, mesmo que ainda exista amor envolvido. E, claro, Sam Smith é o veiculo perfeito para conduzir a canção e, felizmente. o cantor parece que não tem planos para mudar os rumos.
nota: 7,5

6 de dezembro de 2017

A Beleza Oculta

Broken
Patrick Watson

Assim como procurar algo que valha a pena em brechó de roupas usadas, encontrar uma canção entre as milhares que são lançadas e que passam longe do grande mainstream é bem difícil. E, assim como a gente fica feliz em achar algo bom no brechó, também é reconfortante descobrir uma perola musical. Esse é o caso da bela Broken do canadense Patrick Watson.

Canadense e ainda pouco conhecido, apesar de já ter integrado a trilha sonora de vários programas, Patrick Watson entrega em Broken algo que não se pode ser comprado ou imitado: emoção pura e genuína. Sem reinventar sonoramente as regras da música, a canção é uma tocante balada indie rock com um arranjo que vai crescendo aos poucos até o seu clímax final, mas em nenhum momento cai em clichês do gênero ao ser uma canção contida e bem construída. Se já não bastasse a beleza do arranjo, Broken tem uma composição certeira em despertar sentimentos sem precisar ser piegas e uma performance de Patrick que não precisa de exageros para entregar a perfeita tradução de todos os sentimentos expressos na canção. Obviamente, sendo uma beleza oculta, quase ninguém terá a possibilidade de ouvir a canção, mas quem ouvir terá uma imensa alegria.
nota: 8

5 de dezembro de 2017

Os Melhores de 2017 - Single Do Ano

A penúltima disputa para single do ano será entre o sucesso repaginado de Wild Thoughts do DJ Khaled com a Rihanna e o rapper Bryson Tiller contra o protesto de What About Us da P!nk. Votem!


3 de dezembro de 2017

Um Dueto Bem Vindo

Perfect (with Beyoncé)
Ed Sheeran

Sem lançar nenhum single próprio desde o ano passado, Beyoncé apareceu em três canções esse ano como participação especial. Todas as três foram completamente diferentes uma das outras: um hip hop/R&B, uma latina e, agora, uma balada pop ao lado do cara que melhor faz o gênero atualmente. Apesar da pareceria com Ed Sheeran no remix de Perfect pode até não parecer natural, mas na pratica é o encontro perfeito.

A nova versão dá uma despida na canção original ao entregar uma faixa quase acústica e com um arranjo bem menos grandioso. Mais intimista na sua construção, a nova versão se apóia na presença dos dois cantores para criar a perfeita atmosfera para expressar a todo o romantismo desenfreado que a composição possui. Além da química entre os dois, a presença da Beyoncé nos faz lembrar algo que nos esquecemos da voz da mesma: o seu belo timbre ao entregar uma performance contida e emocionante. A canção não é de longe a reinvenção da roda ou a melhor canção do ano, mas é um acontecimento muito bem vindo para fechar 2017.
nota: 8

2 de dezembro de 2017

Aos 45 do Segundo Tempo

Naked
James Arthur

Depois de fazer o quase impossível para um vencedor de um reality show ao reavivar a sua carreira após ser dispensado da gravadora com o sucesso mundial de Say You Won't Let Go, James Arthur precisa agora de dar continuidade a boa fase. Para tanto, o cantor acaba de lançar o single Naked que tem boas possibilidades de virar um hit.

O single tem a mesmas características da canção anterior ao ser uma carismática baladinha pop, mas consegue elevar a atmosfera com um arranjo mais complexo e emocional. Naked é sobre não desistir de uma pessoa, mesmo que ela já tenha desistido dela mesma. Bem escrita e sem cair nos sentimentalismo barato, James Arthur usa a sua forte voz para dar a emoção contida necessária para a canção ganhar o contorno ideal. Talvez, segurando a sua potente voz, James não entregue o seu verdadeiro potencial, porém, assim como a canção anterior, a performance é o que ajuda a dar personalidade para o trabalho. O resultado comercial de Naked é algo que pode ajudar James Arthur a se tornar realmente um artista que teve apenas a diferença de aparecer para o público em um reality musical.
nota: 7,5

1 de dezembro de 2017

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

O especial de As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer dessa vez não irá focar em apenas uma música só, mas em quatro canções que melhor representam uma verdadeira era da música que, atualmente, parece que aconteceu há uns cinquenta anos atrás. Na verdade, lançadas com apenas três anos de diferença, as canções aqui tem entre 24 e 27 anos de idade, ou seja, ainda permanecem bastante vivas na memória de muitas pessoas, inclusive a minha já que ano que vem chego a casa dos trinta anos de idade. Hoje, o blog irá falar sobre a...



29 de novembro de 2017

Quase Um Desperdício

I Miss You (feat. Julia Michaels)
Clean Bandit



A equação é simples e deveria ter o mesmo resultado positivo quando dois artistas interessantes se juntam para gravarem uma música, mas, em vários casos, o resultado final é aquém do que poderia ser. Um bom caso disso é a canção I Miss You, parceria dos britânicos do Clean Bandit com a estadunidense Julia Michaels.

De um lado temos uma banda com um estética peculiar e com imensas possibilidades. De outro, temos uma novata promissora e dona de uma capacidade como compositora ainda pouco explorada. Então, o certo seria que I Miss You resultaria em uma canção bem acima da média. Infelizmente, não é isso que acontece, pois o resultado final é literalmente na média. A canção tem todas as boas características dos envolvidos, mas faltou apuro na produção final. A canção é um bom eletropop com um arranjo bem conduzido. Faltou, porém, elevar a construção e não deixar tão linear como foi feito em Tears, pertencente ao próprio Clean Bandit. Como já demonstrou esse ano com a ótima Issues, Julia Michaels é uma compositora bastante talentosa, mas não consegue repetir o mesmo nível aqui. I Miss You tem uma boa letra, errando na verdade no aspecto "pop" e nos seu fraco refrão. A parceria passa bem longe de ser ruim no final das contas. O que acontece é que o resultado está bem longe do que poderia ser de verdade.
nota: 7

28 de novembro de 2017

Grammy 2018

Chegamos outra vez na época do ano em que começa o período de premiações em Hollywood, meca da indústria do entretenimento mundial. O primeiro a anunciar nessa manhã foi o Grammy que em 2018 completa sessenta anos de existência. Esse ano, as principais categorias refletem bem como foram os últimos doze messes em que os artistas masculinos dominaram as paradas, mas, felizmente, a premiação abriu espaço para um gênero que, normalmente, fica relegado ao segundo escalão da noite: o rap/hip hop. Além disso, algumas mulheres conseguiram furar o clube do Bolinha e ter algumas indicações com potenciais vitórias. Então, assim como faço todos anos, irei analisar as principais categorias, apontando quais as chances dos indicados, quem deve vencer, quem merece e, claro, quem foram os esnobados do ano. Confiram o especial do...

Os Melhores de 2017 - Revelação

Acredito que em todos os anos que faço essa lista com os nomes que surgiram dentro do ano em questão essa é com certeza o ano mais diverso e interessante que o blog já teve. Os cinco nomes que foram passando pela peneira e chegaram aqui como indicados contemplam vários aspectos do melhor que o atual cenário musical mundial tem para oferecer. Temos um ex-boy band que em carreira solo se mostrou uma promessa sensacional do rock, uma cantora que pode ditar as novas regras para o pop de um futuro próximo, uma rapper que já no seu primeiro single foi capaz de fazer história, uma brasileira talentosa que está a beira da glória e uma artista de R&B/soul que pronta para entrar com força no mainstream pop mundial. Sem mais delongas estão aqui os indicados para Revelação de 2017 para vocês votarem:


25 de novembro de 2017

Como Ser Um Homem de Verdade

Female
Keith Urban

As noticias em que centenas mulheres acusam vários nomes importantes da indústria do entretenimento nos Estados Unidos de assédio sexual de vários tipos não é fenômeno que surgiu do nada. Na verdade, toda essa onda é apenas um resultado da onda relativamente recente da popularização do empoderamento feminino. Para aquele homens que conseguem entender verdadeiramente o significado desse movimento é a hora dar um passo a frente e não apenas apoiar as mulheres, mas lutarem com elas. Esse exemplo pode ser observado com a canção Female do Keith Urban.

Female, como o próprio nome revela, é sobre o poder da mulher. Só que a canção não é apenas uma ode sobre a mulher, mas é uma honesta e tocante crônica sobre o que é ser mulher do ponto de vista de um homem que percebe o que quanto é difícil ser uma em nossa sociedade. Keith não tenta arrumar desculpas para defender o patriarcado ou muito menos se coloca no lugar das mulheres ao tentar afirmar que homens também sofrem preconceito por serem homens. Ao mesmo, o cantor critica as concepções que existem sobre vários aspectos da vida de uma mulher como, por exemplo, a famosa afirma que uma mulher pede para ser assediada ou/e estrupada por usar uma roupa curta. A composição é, tecnicamente, simples e direta, não sendo algo genial ou sem precedentes. Além disso, Female é um country pop bem feitinho com uma performance segura e tocante de Keith (e com a esposa, Nicole Kidman, como backvocal). A qualidade aqui está na mensagem que pode ser resumida como uma lição para homens serem homens de verdade.
nota: 7,5

24 de novembro de 2017

Os Melhores de 2017 - Single Do Ano

Para decidir o terceiro finalista para Single Do Ano a disputa será entre o arrasa quarteirão de Luis Fonsi e Daddy Yankee com participação do Justin Bieber em Despacito (Remix) contra a primeira vez que o Kendrick Lamar chegou ao top da Billboard com a sensacional HUMBLE. Votem!

23 de novembro de 2017

Contraditório

Downtown
Anitta & J Balvin

Se fosse avaliar da maneira que eu acho que deveria a resenha da nova música da Anitta seria simplificada nesse gif da maravilhosa Bianca Del Rio:


Todavia, esse é um blog de respeito e compromissado em levar apenas o melhor para vocês. E por isso, Downtown irá ganhar uma resenha que possa descrever exatamente a expressão.

Uma das etapas do projeto check mate, Downtown é a canção melhor finalizada tecnicamente da Anitta nessa fase. Isso não quer dizer, porém, que o single seja realmente bom. O grande problema da canção é que, mesmo falando sobre sexo (mais exatamente sexo oral), não existe clímax nesse reggaeton lento e cadenciado. Assim como os sonolentos vocais da cantora e a participação dispensável de J Balvin, Downtown é de uma linearidade irritante e, sinceramente, broxante. E não há como nem defender dizendo que essa é a proposta da canção, pois existem canções com o mesmo estilo bem melhores. É só olhar para a Shakira. Além disso, a composição da canção é toscamente comercial com um refrão feitos de rimas pobres até mesmo para aqueles que não sabem cantar em espanhol. Admiro que a Anitta esteja começando a deslanchar a sua carreira internacional, mas, sejamos sinceros, não é com canções desse nível que ela irá se tornar a próxima grande promessa da música pop. Não é, Bianca?
nota: 5,5


21 de novembro de 2017

Depois do Furacão

Échame La Culpa
Luis Fonsi & Demi Lovato

O momento na carreira de Luis Fonsi é de uma dualidade imensa: o porto riquenho ainda está colhendo os frutos do imenso sucesso de Despacito, mas agora precisa se preocupar em como pode manter o hype alcançado. A primeira grande decisão foi lançar Échame La Culpa ao lado da Demi Lovato.

O single não tem receio de querer aproveitar o rastro de Despacito ao ser um latin pop/reggaeton feito exatamente para conquistar um público que parece que está apenas agora lembrando que existe música latina. Échame La Culpa não tem medo de ser um trabalho que parece prezar apenas pelo lado comercial, não criando ou agregando nada para a sonoridade que a gente não tenha ouvidos nos últimos tempos. Ou na verdade na história da música latina. O que ajuda a canção é o fato que Luis encontrou uma fórmula que funciona sozinha sem precisa de muita força criativa. Além disso, o cantor tem carisma e charme para dar e vender, encontrando em Demi uma parceira que emana exatamente a sua altura. Sinceramente, Demi é o aspecto que eleva a canção, pois, no frigir dos ovis, Échame La Culpa tem menos força comercial que poderia ter devido a sua composição segura demais e refrão menos impactante. Ao contrário de outros nomes latinos que fizeram sucesso mundial, Luis Fonsi já possui uma carreira bem consolidada há vários anos. Todavia, o sucesso de Échame La Culpa pode dar uma revigorada na continuidade do sucesso dele em nível mundial. Aguardemos.
nota: 7

20 de novembro de 2017

Latinos Inc.

Por Favor
Pitbull & Fifth Harmony

Amor, Amor, Amor (feat. Wisin)
Jennifer Lopez

Corazón (feat. Nego do Borel)
Maluma

Se o ano de 2017 foi o da música latina voltando para o grande mainstream mundial é necessário lembrar aqueles artistas que fazem da música latina não apenas uma tendência, mas, sim, o seu ganha pão. Começamos com o rapper Pitbull e as meninas do Fifth Harmony.

Lançado como bônus do álbum da girl band, Por Favor é um bom e dançante latin pop/hip hop que tem cara de sucesso. A batida é sensual na medida certa e tem um excepcional apelo comercial perfeito para os atuais tempos, mas tem um problema sério: nem Pitbull e muito menos as garotas do Fifth Harmony entregam performances memoráveis. Longe de ser ruim, porém, os artistas parecem terem trabalhado no automático, principalmente as meninas que ficaram presas ao um refrão e nada mais que isso. Quem parece que não está se segurando e apostando as fichas de verdade no latin music é a Jennifer Lopez.

Preparando para lançar o seu segundo álbum em espanhol, Jennifer Lopez já mostrou que não está para brincadeira com o lançamento de Ni Tú Ni Yo alguns messes atrás que eu considero como a melhor música do gênero do ano. Agora chegou a vez da também boa Amor, Amor, Amor.


Com as principais características da canção anterior, Amor, Amor, Amor é um energético, dançante e radiofônico reggaeton/pop latino que poderia muito bem ser um grande sucesso caso o mercado não tivesse tão saturado. A canção tem a presença cada vez mais carismática e cativante de Jennifer que parece que realmente nasceu para esse tipo de música. Além disso, a cantora escolhe bem os seus featuring que dessa vez é com o veterano Wisin que também brilha, mas sem tirar o momento de J.Lo. A letra é o ponto fraco já que, apesar de refletir o bom momento pessoal dela, termina como uma ok canção de amor com um refrão marcante. De qualquer forma, J.Lo está fazendo um trabalho elogiável ao se destacar da multidão. O que também se pode dizer do colombiano Maluma, mesmo que o mesmo tenha lançado um tropeço como Corazón.

Para quem não sabe, Corazón é a versão da canção Você Partiu Meu Coração do Nego do Borel. Então, não espere algo sensacional, pois seria quase impossível transformar a canção em algo realmente bom. Entretanto, a versão tem algumas qualidades. A primeira delas é o fato de Maluma além de cantar alguns pedaços em português chamou o próprio Nego para cantar um pedaço da canção. Isso, porém, não impede da canção ser um caça níquel reggaeton em que a voz de Maluma está enterrado em efeitos vocais que não ajudam em nada. Apesar dos defeitos não será surpresa que a canção possa fazer sucesso ao redor do mundo se bem trabalhada. E é melhor aproveitar logo, pois estamos no pico no sucesso da latin music. Daqui para frente começa o declínio.
notas
Por Favor: 7
Amor, Amor, Amor: 7,5
Corazón: 6

18 de novembro de 2017

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

All Your Fault: Pt. 2
Bebe Rexha

Titânio Enfraquecido

Wolves
Selena Gomez & DJ Marshmello

Quando pensei que a Selena Gomez tinha encontrado um novo rumo para a sua carreira lá vá ela repetindo os mesmo erros. Se não bastasse a volta com Justin Bieber, Selena insisti em fazer parcerias com esses DJ que não adicionam nada para a carreira dela. Dessa vez, a aposta foi ao lado de um tal DJ Marshmello, resultando na mediana Wolves.

O single parece uma verdadeira colcha de retalhos EDM de sucessos dos últimos tempos, especialmente de Titanium do David Guetta. Só que para construir esse arremede de sonoridade foram utilizados outras referências como, por exemplo, o toque country-pop de Avicii em Wake Me Up. Wolves até funciona comercialmente, pois a construção da sonoridade foi feita exatamente para esse proposito. Todavia, a canção é como uma linha reta que nada parece soltar aos olhos. A performance de Selena é boa, ainda mais que a cantora consegui mostrar uma faceta que fazia um tempo não se via. Isso não salva a clichê e pobre composição de ser algo anticlímax. Espero que, assim como a saúde de Selena, a sua carreira volte ao normal nos próximos tempos.
nota: 6 

17 de novembro de 2017

Um Giro Britânico

Heavy
Anne-Marie

Anywhere
Rita Ora

Won't Forget You (feat. Stylo G)
Pixie Lott

Vamos dar uma passadinha na Inglaterra para espiar algumas canções de artistas de lá, começando com a novata Anne-Marie e o single Heavy.

Seguindo os passos do seu single anterior Ciao Adios, Heavy segue a onda de um pop com influência latina. O maior problema aqui é o fato de a canção ser uma mid-tempo no que deveria ser uma balada. A letra é inofensiva e bonitinha, mas não combina em nada com a batida "aceleradinha". Isso é tão nítido quando começa a tocar o refrão: deslocado e sem força. E para piorar a sensação de fora do lugar é saber que para uma canção dessa precisou de nada mais que cinco produtores. Nem canções que são importantes para a história da música tinham tantos nomes envolvidos na produção. Uma pena que Anne-Marie não tenha em mãos uma canção melhor, pois a mesma é um talento a ser delapidado. Por falar em talento dilapidado existe o curioso caso da Rita Ora.

A cantora de apenas 26 anos é um dos principais nomes do cenário pop britânico, expandindo o seu "domínio" para outros lugares como a TV, moda e o cinema. Apesar de tudo isso, Rita só lançou um álbum até o momento em 2012. Claro, o atraso na continuação na carreira musical vem boa parte dos problemas com o gerenciamento pela empresa do Jay-Z, mas Rita já está há um bom tempos desvinculada desse projeto e, até agora, nada de álbum no horizonte. E não é por tentativas, pois a mesmo vem lançado singles como é o caso de Anywhere.

A canção é um pouco melhor que a anterior, porém, comete alguns erros estranhos. É muito interessante ouvir Rita aposta em uma sonoridade eletropop que beira quase ao dream pop com um leve toque de tropical, mas sem exageros e usando essa tendência como algo para complementar e, não, ser o ponto central da canção. Entretanto, a produção assinada pelo DJ Alesso (o mesmo de Is That For Me), Sir Nolan e Andrew Watt parece que ficou com medo da canção não ser comercial o suficiente ou talvez tiveram medo de ir mais fundo na ideia original e "enfiaram" um batidão após o refrão, criando uma quebra na fluidez da canção. Além disso, apesar de composição acima média, Anywhere tem um refrão grande demais, ficando um pouco deslocado do resto da canção. Felizmente, a ideia da canção é tão boa que a mesma acaba resultando em um trabalho acima da média, ajudando a cantora recolar a sua carreira nos trilhos. Quem não está tendo a mesma sorte é Pixie Lott.

Depois de ter um começo promissor no começo dessa década, Pixie Lott perdeu bastante brilho nos últimos anos se conseguir voltar de fato as paradas britânicas. Esse é o caso de seu último single, a inofensiva Won't Forget You.

O single é aquele tipo de pop bem feitinho, alegrinho, na modinha e, principalmente, completamente inesquecível. Apesar de ser uma boa cantora, Pixie até o momento nunca lançou algo que fosse artisticamente marcante ou mesmo que tivesse personalidade. Won't Forget You não irá mudar isso ainda mais que a mesma tenha sido construída com base de música latina. Entretanto, a canção é tão bonitinha e legalzinha que até dá certa dó a canção não ter algum destaque nas paradas. Volta dada, voltamos a programação normal.
nota
Heavy
Anne-Marie: 6
Anywhere: 7
Won't Forget You: 6

16 de novembro de 2017

Esquecemos de Falar da Cassie

Love a Loser (feat. G-Eazy)
Cassie

Se existe uma artista que deveria ter mais reconhecimento essa é a Cassie. Depois de ter certo sucesso no já longínquo 2006, Cassie meio que sumiu do mapa das paradas apesar de ter lançado algumas coisas realmente boas ao longo dos anos. Infelizmente, não sei se o seu mais novo single será o trabalho que irá mudar essa situação.

Love a Loser é uma boa canção, mas bastante limitada e sem força comercial. Apesar de dominar como poucas esse estilo hip hop/pop diva, mas a canção parece soar mais como um bônus em um álbum que verdadeiramente um single. Bem estruturada e com uma batida gostosinha, Love a Loser não ter a capacidade de grudar na nossa cabeça. Cassie não é dona de uma voz poderosa, porém, assim como várias cantoras de mesmo estilo, o seu timbre delicado e sexy pode ser bem aproveitado em canções como essa. Todavia, em Love a Loser a cantora tem literalmente pouco tempo para mostrar seu talento, deixando a parte marcante da faixa para o rapper G-Easy que, também, não faz nada além da média. Queria muito que a Carrie tivesse uma verdadeira segunda chance, mas, ao que parece, o grande público meio que se esqueceu dela.
nota: 6,5