30 de dezembro de 2022

Revelação do Ano - Votação

Chegou o momento de decidir que foi o novato que deu o nome em 2022. Os indicados são: a nova sensação indie Ethel Cain, a versátil rapper britânica Shygirl, a promessa pop Isaac Dunbar, a poderosa Doechii e, por fim, a girl group FLO. Votem!


Os Melhores Singles de 2022 - Parte II

 


27 de dezembro de 2022

Artista do Ano - Votação

Chegou a hora de definir quem foi o Artista do Ano. Os indicados foram, na minha visão, os principais nomes que dominaram de várias formas o ano 2022, artisticamente e comercialmente. E eles são: o novo comeback legendário da Beyoncé, a dominação global do Bad Bunny, a construção do novo testamento do rap pelas mãos do Kendrick Lamar, a consolidação triunfal da Rosalía e, não menos importante, a força madura da natureza da Björk. Votem!

Itália Mia

LA FINE
Måneskin

Dividindo opiniões desde o seu estouro inicial com o virial de Beggin’, o Måneskin é precisa ser elogiada pela capacidade de entregar canções com a sua personalidade em italiano e em inglês. E isso é visto em LA FINE.

Uma das canções mais diretas que a banda já lançou, o single que marca o começo dos trabalhos do novo álbum é uma austera e classuda indie rock com toques de dance rock que não deixa muito espaço para firulas pop. Apesar de menos viciante que outros trabalhos, LA FINE é um trabalho revigorante com a seu instrumental rápido e a força contida da interpretação de Damiano David. O grande trufo da canção, porém, é a composição em italiano que deixa bem claro que o Måneskin consegue transitar entre idiomas de maneira a não privilegiar um lado com a sua lírica acida. E isso é algo que nem todos artista não estadunidenses conseguem dizer que fazem.
nota: 7,5

Pra Quê?

DESPECHÁ RMX
ROSALÍA & Cardi B

Estamos no fim de 2022 e ainda a pergunta que paira no atual cenário musical: qual a finalidade real de remixes de canções como DESPECHÁ da Rosalía?

Uma das músicas de maior sucesso da carreira da cantora, a canção ganha um remix que não é um remix com a presença da Cardi B. Apesar de muitos não gostarem da rapper, mas, sinceramente, eu a acho talentosa dentro do seu nicho tão especifico. Entretanto, a sua presença aqui é completamente equivocada. E o principal motivo é o fato que as suas partes tem uma qualidade técnica questionável, mostrando claramente que foi uma adição tardia e que não faz sentido artístico e técnico. Outro problema, Cardi entrega uma boa performance, mas seus versos não tem força para dar mais personalidade para DESPECHÁ. O que salva a canção é que a original sozinha já uma explosão de carisma. E acho que em 2023 ainda teremos vários exemplos desse tipo de canção que não tem razão para existir.
nota: 6

O Atrasado Para o Oscar

Nothing Is Lost (You Give Me Strength)
The Weeknd


Em um ano que deveremos ter uma disputa para o Oscar de canção entre a GaGa e a Rihanna com a Taylor correndo por fora, o último a chegar a corrida é o The Weeknd com Nothing Is Lost (You Give Me Strength) para o filme Avatar: The Way of Water.

A canção é perfeita para ser tema de um filme como o trabalho do James Cameron ao mesmo tempo que parece que tem algo estranho e/ou faltando na sua construção. Instrumentalmente, a canção é a mais forte entre as principais canções na corrida atualmente ao ser uma épica balada pop com elementos que interagem perfeitamente com o filme, especialmente nas batidas tribais e o no coral do começo. Todavia, o resto da canção parece estar descolada desse incrível trabalho de arranjo. The Weeknd entrega uma boa performance, especialmente nos versos iniciais, mas o caminho que a canção toma de grandiosidade não combina perfeitamente com a presença do cantor. Em Earned It de 2014, a primeira indicação do artista ao Oscar, por exemplo, funcionava bem melhor já que realmente combinava com o estilo do cantor. O problema maior, porém, é a sólida, mas esquecível composição que tentar ser inteligente a todo custo e acaba sendo apenas clichê. De qualquer forma, Nothing Is Lost (You Give Me Strength) tem boas chances de ser uma das escolhidas para disputar a estatueta de ouro em alguns messes.
nota: 7,5

25 de dezembro de 2022

Os Melhores Álbuns de 2022 - Parte I



Especial

Como faço esse blog a mais de dez anos sozinho nem sempre consigo acompanhar a demanda que eu mesmo projeto. E, novamente, não consegue resenhar todos os álbuns que queria para fechar o ano e escolher Os Melhores do Ano. Por isso, decido criar uma regra que o meu período de elegibilidade para álbuns e, também, singles será de 1 de Dezembro até 30 de Novembro. Dessa maneira, os álbuns que poderão fazer parte da lista de 2023 começaram a valer desde o começo do mês. Entretanto, existem três trabalhos de 2022 que preciso fazer a resenha, mas não deu para fazer uma “completa” e irei publicar mini resenhas desses escolhidos agora. Espero que gostem!



Primeira Impressão

Preacher's Daughter
Ethel Cain


Primeira Impressão

And in the Darkness, Hearts Aglow
Weyes Blood



Primeira Impressão

Home, before and after
Regina Spektor


16 de dezembro de 2022

Single do Ano - Votação 4

A quarta disputa para Single do Ano será entre dois sucessos virais: CUFF IT da Beyoncé contra I'm Good (Blue) do David Guetta e a Bebe Rexha. Votem!

O Mundo De Caroline

Welcome To My Island
Caroline Polachek

“Alimentando” os seus fãs de grão em grão com os lançamentos de singles desde o meio de 2021, a Caroline Polachek finalmente confirmou o lançamento de se novo álbum intitulado Desire, I Want To Turn Into You para fevereiro próximo. E como maus um agrado lançou a interessante Welcome To My Island.

Não tão inspirada como as canções anteriores, mas ainda assim sendo uma canção bem acima da média, Welcome To My Island é uma estranha, inusitada e madura synth-pop com toques de eletrônico e pop rock que apenas uma artista tão única como Polachek poderia pensar em entregar. Com uma estrutura bem marcada e diferente, a canção mostra o quanto único é a visão da artista sobre o que é o seu pop e isso é maravilhoso. Apesar de completamente distinta, a canção tem um tropeço que para mim atrapalha o resultado final: o verso falado com uma camada de auto-tune pesado. Até entendo o motivo da escolha já que adiciona textura para a canção, mas comparada com o resto da canção que a cantora entrega uma performance sensacional sem esse efeito é fácil perceber que a decisão se perde no conceito. Felizmente, Welcome To My Island é mais um tijolo na construção de Caroline Polachek para um dos mais esperados álbuns dos últimos tempos.
nota: 7,5

Coisas Estranhas e Deliciosas

Change
Djo


Uma das gratas surpresas de 2022 foi descobrir a carreira musical do ator Joe Keery. Com o pseudônimo de Djo, o artista lançou o ótimo Decide, sendo uma das canções de destaque o single Change.

Uma das principais qualidades da canção é a sensação de estranhamento inicial sobre quem é o dono da canção que vai se transformando em uma deliciosa percepção da qualidade da canção. Uma divertida, madura e elétrica synth-pop fundido com psicodelia e toques de new wave, Change é o famoso banger sem ser dispensável devido ao imenso cuidado da produção com a construção da canção. Outro ponto de qualidade da canção é a sua ótima letra que narras as reflexões de Djo sobre amadurecer sem ainda um trabalho pop redondo e com um refrão na medida certa. E por causa disso, Djo, ou Joe Keery, se tornou um queridinho de 2022 para quem soube onde procurar boa música.
nota: 8

Primeira Impressão

Cool It Down
Yeah Yeah Yeahs



11 de dezembro de 2022

Os Melhores Singles de 2022

E com os primeiros nomes da lista de Melhores Singles que começo a minha tradição de escolher os maiores destaques de 2022. Espero que gostem!


Primeira Impressão

Being Funny in a Foreign Language
The 1975


Uma Canção Simples de Amor

All I Need To Hear
The 1975

A mudança na sonoridade do The 1975 foi responsável para que a banda entregasse a sua mais simples canção romântica até o momento: All I Need To Hear. E isso não é nenhum problema.

A base de piano e instrumentalmente contido, All I Need To Hear é de uma simplicidade comovente que toca fundo de maneira natural e genuína. Com toques de soul, o single é uma delicada indie pop/pop rock que deixa bem clara que por trás de toda a fumaça e espelho existe uma banda classuda e capaz de sustentar de forma competente uma canção que poderia deixar exposto seus defeitos facilmente. A performance sensível de Matty Healy é cereja em cima do bolo, mas não pense que All I Need To Hear ainda não tenha o toque divisível da banda, se mostrando-se em vários momentos na ótima composição. E assim o The 1975 fez a canção romântica que a gente nunca esperaria que seriam capaz.
nota: 8

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

À Procura da Anitta Perfeita
Anitta





9 de dezembro de 2022

Single do Ano - Votação 3

A terceira votação para Single do Ano será a disputa de dois comebacks: o surpreendente sucesso de Unholy do Sam Smith e da Kim Petras contra o delicioso sucesso de About Damn Time da Lizzo. Votem!


Lana Orquestrada

Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd
Lana Del Rey

Depois de um hiato de mais um ano que para os parâmetros atuais da sua carreira é uma eternidade, a Lana Del Rey voltou com o lançamento da ótima Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd.

Novamente, a cantora tem a produção de Jack Antonoff, mas que, felizmente, não se mostra como ponto de discussão da canção, deixando de a sua marca de forma mais palatável. Na verdade, o single que abre os trabalhos do álbum do mesmo nome acerta perfeitamente na construção da instrumentalização que começa como uma simples balada pop para se desdobrar em uma lindíssima e épica balada orquestrada que apresenta um instrumental épico e espetacular na sua parte final. Queria que a canção fosse toda nessa segunda pegada, mas isso não impede da cantora entregar uma música bem acima da sua própria média recente. Liricamente, a canção entre um bom trabalho dentro da personalidade já conhecida da Lana, sabendo como transformar essa mistura de melancólica e pretensão em algo realmente poético. Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd é um começo auspicioso para a nova era da Lana Del Rey.
nota: 8

Paramore Progressivo

The News
Paramore

Com o segundo single lançado do álbum This Is Why, a eletrizante The News, o Paramore mostra que está pendendo pesadamente para o progressivo do que para o pop. E isto não é problema nenhum.

The News é uma mistura espetacular de post-punk e rock progressivo que entrega um instrumental poderoso, agressivo e impressionante. Não existe uma sensação de forçamento de barra pela banda, mas, sim, uma fluidez natural já que a canção soa como algo que amadurecido do que a banda fazia no começo da carreira. Maduros e completamente seguros, a banda consegue fazer da faixa também um manifesto sobre as reflexões sobre a atual situação da sociedade ao usar a ansiedade com a guerra na Ucrânia como o catalizador. Apesar de ótima, a letra dá uma escorregada no refrão que não explode como poderia para o peso da composição. Defendo com vigor The News, Hayley Williams continua a sua colocar com uma força da natureza imperdível de ser admirada. E que a banda continua nessa mesma toada.
nota: 8

It's Meghan, Bitches!

Made You Look
Meghan Trainor

E eis que no final de 2022 ainda preparou uma nova surpresa: o sucesso de Made You Look da Meghan Trainor.

Sumida das paradas de sucesso desde o começo da carreira com o arrasa-quarteirão All About That Bass e todas as canções seguintes que forma impulsadas, a cantora volta a ter espaço ao Sol com essa canção que nada mais que o repeteco que a mesma fazia na época de ouro. Uma doo-wop rasa, comercial, fofinha, bem intencionada e irritante que repete todos os clichês e cacoetes. Então, se você sabe o que esperar de uma canção da Meghan Trainor, Made You Look é exatamente o que isso sem tirar nem por nada. Tenho que admitir que realmente gosto do refrão, mas isso não ajuda muito, pois o resultado é bem o que a Meghan sabe fazer. E que bom que a cantora voltou a fazer sucesso sem perder a sua essência.
nota: 5,5

6 de dezembro de 2022

O Boom do Coelhão

Tití Me Preguntó
Bad Bunny


Não há como duvidar que o Bad Bunny é o maior nome do momento da música. E isso precisa ser celebrado, pois o ápice que o artista chegou poucos latinos tiveram o mesmo privilegio. E isso é impulsionado pelo sucesso de basicamente qualquer single de Un Verano Sin Ti, sendo um dos melhores a canção Tití Me Preguntó.

A canção é um dos ápices criativos do álbum, mostrando o potencial artístico que o rapper é possível alcançar. Uma explosão que mistura latin trap, eletrônico, dembow (ritmo dominicano) e toques de psychedelia que consegue ser extremamente comercial e, ao mesmo tempo, adicionar toques experimentais para a sonoridade do Bad Bunny. E isso parece ser o caminho que o mesmo vem tomando e que o diferencia dos seus contemporâneos de forma distinta e atrativa. Outro ponto que ajuda Tití Me Preguntó é sensacional performance do artista que consegue entregar algo tão energético e único igual a canção, exalando uma mistura de sexualidade, masculinidade e safadeza na medida certa sem soar exagerado ou machista. Goste ou não, Bad Bunny é o cara de 2022.
nota: 7,5

Estranhamente Deliciosa

The Loneliest Time (feat. Rufus Wainwright)
Carly Rae Jepsen


Entre todas as canções do seu novo álbum é a que dá nome ao trabalho tem a distinção de ser uma das mais interessantes: The Loneliest Time é estranhamente deliciosa.

Uma mistura refinada, mas cheia de uma personalidade bem distinta, de synth-pop com post-disco que é construída de maneira a ter adições de grandes e pequenas quebras de expectativas. Acredito que a principal é a participação do excêntrico Rufus Wainwright que pode não funcionar para muitos e para outros ser o que faz da canção ser tão especial. Nesse segundo grupo é que me encontro, pois as personalidades conflitantes entre os dois que geram uma química que na teoria na funcionaria e que acaba sendo o ponto alto. Além disso, a ótima produção apresenta um raciocínio sonora que é coeso quando a gente termina de ouvir a canção. E depois de ouvir mais de uma vez, The Loneliest Time se torna extremamente viciante como uma boa canção pop deve ser.
nota: 8

Ava's Reborn

Weapons
Ava Max

Depois de um começo de altos e baixos, a Ava Max parece que encontrou o caminho ideal para o seu pop comercial ao ter também qualidade artística. Apesar de ser o mais fraco single dessa nova fase, Weapons continua a mostrar o melhor da cantora.

Rápida, divertida e bem produzida, a canção é um exemplo de um bom dance-pop feito na medida com um cuidado especial de construção. Comercial, sim, mas também de uma qualidade estética impecável e que passa uma sensação de completude que poderia ser facilmente o ponto negativo da canção. Com uma performance segura e com personalidade, Ava erra apenas na sólida, mas clichê composição. Isso, porém, não tira o fato de Weapons ser uma canção perfeita para Ava Max ser a diva pop que pretende ser desde o começo.
nota: 7,5

Um Oscar Para Jazmine Sullivan

Stand Up
Jazmine Sullivan

Em um ano que provavelmente dever uma disputa entre a Rihanna e a Lady GaGa pelo Oscar de Melhor Canção, a Jazmine Sullivan por correr por fora pela canção Stand Up.

Tema do filme Till que conta a história do linchamento do jovem negro Emmett Till nos anos cinquenta e a busca da sua mãe Mamie Till que foi um dos estopins para o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a canção é emocionante balada R&B defendida com força e maestria pela Jazmine Sullivan. A cantora adiciona emoção genuína na sólida composição que reflete a jornada de luta de Mamie. O problema da canção é que a mesma é construída de maneira mais leve em relação ao que espera de um tema de um filme com uma base tão forte, deixando a canção com mais cara de uma das faixas do Heaux Tales. De qualquer forma, Stand Up é uma boa candidata para entrar no meio da briga de “cachorro grande” que vai se estabelecendo para o Oscar.
nota: 7,5

2 de dezembro de 2022

Single Do Ano - Votação 2

A segunda batalha para Single do Ano será entre dois divas pop de diferentes épocas: de um lado o redescobrimento por parte do novo público da Kate Bush com o sucesso de Running Up That Hill (A Deal with God) ou a continuação do domínio da Taylor Swift com o sucesso atual de Anti-Hero. Votem!


Primeira Impressão

Last Night In The Bittersweet
Paolo Nutini


Primeira Impressão

The Loneliest Time
Carly Rae Jepsen



29 de novembro de 2022

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

É notório que o mundo da música não é exatamente justo com os seus talentos, mas, por várias, vezes chega a ser cruel. E esse é o caso do As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer que será em forma de homenagem para...




O Ano da Kelela. Ou Quase Isso.

On the Run
Kelela

Depois de um hiato de seis anos e lançando dois excepcionais singles parecia que 2022 seria o ano da Kelela, mas a cantora revelou que o seu álbum será lançando só em Fevereiro de 2023. Apesar disso, a cantora ainda tem um último presente para o público com o lançamento da sensacional On the Run.

Melhor canção lançada até o momento e isso já é dizer muito, On the Run é um sexy, melódica, envolvente e deliciosa electro-R&B produzido de maneira refinadíssima e com um senso estético espetacular. Apesar de contido, a canção é de uma riqueza de texturas e nuances que a faz ser épica sem precisar de uma grandiosidade instrumental evidente. A atmosfera é uma mistura de sensualidade aveludada com uma toques de desejo ardente que faz a canção ser ousada e, ao mesmo tempo, abrangente para todos os públicos. A performance de Kelela exala exatamente essa sensação o ser doce, picante e emocional na medida certa para performance a composição sobre querer fisicamente alguém com todas as suas forças. Com On the Run, Kelela abre ainda mais o caminho para ser um dos nomes de 2023.
nota: 8,5

Um Sopro de Vida

PROVENZA
Karol G


Apesar do sucesso comercial do atual latin pop, especialmente o reggaeton, o gênero carece de um apuro artístico, pois está uma verdadeira crise criativa. E um caminho interessante pode ser o que é mostrado em Provenza da Karol G.

A canção é um verdadeiro sopro de criatividade ao pegar o reggaeton e mistura de forma inteligente com eletrônico, criando uma batida madura, sóbria e refinada que adiciona nuances interessantes em fazer a base perder personalidade. A canção mostra que é possível construir um todo sub-genero em volta dessa sonoridade de forma a adicionar camadas de sonoridades que conseguem elevar o material final. A performance de Karol G é um pouco monótona em alguns momentos, mas combina bem com a clima contida da canção. Provenza não é perfeita, mas é o perfeito exemplo do que o futuro pode render para pop latino.
nota: 7,5

New Faces Apresenta: Ice Spice

Bikini Bottom
Ice Spice

Com cada vez mais o TikTok sendo usado como termômetro para sucesso comercial surgiu uma subcategoria de artistas que estão bombando lá, mas ainda não furaram a bolha para o “mundo real”. Esse é caso da rapper Ice Spice que ganhou notoriedade pela canção Munch (Feelin' U). Aproveitando o hype, a artista lançou a simpática Bikini Bottom.

Tenho a impressão que a rapper não é exatamente a revolução do rap, mas, sim, uma divertida e ainda crua rapper com boas ideias que precisam ser melhor cozidas. E Bikini Bottom se apresenta exatamente assim. A produção usa de forma inteligente a trilha incidental do desenho Bob Esponja para dar a base dessa trap/hip hop com toques de pop canção que devido a sua brevidade com apenas um minuto e quarenta e seis segundos não se aprofunda, deixando a canção rasa sonoramente. Faltou substancia para elevar o trabalho para um nível que realmente saísse do campo das ideias e se concretizasse. Apesar de interessantes, a composição aqui falta certo apuro estético para finalizar de forma a explodir nos nossos ouvidos, especialmente o mediano refrão que deveria ser o ponto central da canção. E com a maturidade, Ice Spice irá adicionar versatilidade e nuances para a sua personalidade que ainda está áspero e levemente massificada. Todavia, existe algo a ser explorado e descoberto em Ice Spice que só o tempo irá dizer que se é real ou apenas fogo de palha do TikTok.
nota: 7

15 de novembro de 2022

Primeira Impressão

Gemini Rights
Steve Lacy



Bring Back My Neo-Soul

Bad Habit
Steve Lacy

Um dos sucessos do ano é uma das canções que menos tem cara de sucesso em 2022: Bad Habit do Steve Lacy. O cantor que alcançou o topo da Billboard traz para o mainstream novamente o delicioso sabor do neo-soul revistado para uma nova geração.

Bad Habit não é um trabalho genial, mas é tão delicioso que se torna irresistível. A primeira e maior qualidade é a sua excêntrica e refinada produção do próprio Steve que transforma a batida de neo-soul com adições de funk, pop e R&B em uma jornada cheias de curvas e quebras que ajuda a elevar consideravelmente o resultado final. O toque de mestre é a drástica mudança no seu terço final ao fazer o instrumental se tornar acústico para depois fazer uma espécie de versão acústica da canção para depois a transformar em quase uma remix. Acredito que Bad Habit não seja a preciosidade que pretende ser, pois falta certo apuro para a canção ter a sua totalidade essa sensação de genialidade. Com uma performance tão distinta, Steve Lacy entrega uma visão nova sobre o neo-soul que não deve fazer o gênero voltar ao mainstream comercial, mas gera um claro interesse de um novo público.
nota: 7,5

Crônicas Intimas de Uma Diva Pop

Frankenstein
Rina Sawayama


Uma das características que melhor se integra com a persona artística da Rina Sawayama é o famoso “dançar e chorar”. Esse é o caso da ótima Frankenstein.

Do lado dançante, a canção é uma interessante mistura de dance pop com pop rock que faltou certo estofo sonoro, mas que ainda é um trabalho tão refinado, cativante e inteligente que fica até fácil deixar de lado certos tropeços. E a atmosfera sombria é a deliciosa cereja por cima que dá o doce sabor final. Do lado de chorar, Frankenstein relata a vontade da Rina de sentir amada para poder amar a si mesma que nas entrelinhas mostrar o quanto toxico pode ser esse tipo de relacionamento. A cantora defende a canção com a sua sempre espetacular performance que a defini como uma das melhores divas pop da atualidade.
nota: 8

Tiozões do Pop Punk

EDGING
Blink-182


Se o pop punk/post-punk vem fazendo o seu renascimento nada mais juntos que um dos “originadores” da tendência também fazerem o seu comeback: o Blink-182. A canção escolhida é a mediana EDGING.

O grande problema da canção é que a mesma é nem lá, nem cá. Obviamente, a canção é um grande exercício de nostalgia que se encaixa perfeitamente na sonoridade original da banda como em sucesso como I Miss You e All the Small Things. Entretanto, não existe um pingo de amadurecimento da banda, parecendo que estamos ouvindo uma canção antiga sem o frescor dos bons tempos. Além disso, a composição é até bem estruturada, mas é uma falta de profundidade tão grande e total falta de apelo emocional que deixa tudo ainda mais sem graça. EDGING tem um ponto positivo: a boa instrumentação. Não é algo extraordinário, mas segura o resultado final de não ser um desastre completo. Analisando bem e forma honesta é fácil perceber que a gente estava querendo demais de uma banda de tiozões fazendo exatamente o que faziam na juventude.
nota: 6

11 de novembro de 2022

Obrigado, GAL!

 


Single do Ano - Votação

Hoje irei começar novamente uma tradição aqui no blog: a escolha de melhores do ano. E para começar irei lançar a primeira enquete para decidir qual foi a maior música do ano. Nessa primeira haverá cinco duelos para decidir os finalistas da categoria. A primeira batalha será entre o sucesso surpreendente de Joji com a devastadora Glimpse of Us conta a diversão da Rosalía em DESPECHÁ. Votem!



Uma Segunda Chance Para: Viva la Vida

Viva la Vida
Coldplay


Não é segredo para ninguém que acompanha o blog que o Coldplay passa bem longe de ser minha banda favorita. Entretanto, a banda comandada pelo Cris Martin entrou para esse hall nos últimos anos ao se transformar no fantasma do que eles foram no começo da carreira com lançamentos cada vez mais desinteressantes. Um dos últimos sopros de originalidade eficaz comercialmente que a banda teve data de 2008 quando foi lançada o arrasa quarteirão Viva la Vida.

Devo admitir que a canção “cresceu” em mim desde 2008, pois quando foi lançada não achei o resultado “grandes coisas”. E, apesar de não considerar a canção excelente, Viva la Vida se mostrar bem mais interessante que o esperado depois de mais de dez anos. Em primeiro e mais importante, o instrumental é algo espetacular devido a sua imponência e grandiosidade ao decidir por uma pegada puxado para a música clássica com o uso de orquestra completa, especialmente a seção de cordas é realmente marcante. E claramente a produção se beneficia disso ao entregar uma refinada mistura de baroque pop com pop rock que cria uma canção com uma contraditória sensação de ser ao mesmo tempo elitista devido a sua pretenciosa atmosfera e também ser comercialmente viável devido ao fácil reconhecimento de qual música estamos ouvindo desde a primeira nota. E essa qualidade é também transmitida pela pomposa, complexa e marcante composição que consegue entregar um dos refrões mais longos e viciantes da músicas pop dos últimos tempos. O quesito que posso elogiar sem achar nenhum “defeito” é a presença poderosa de Cris Martin que entrega uma das suas melhores atuações, mostrando energia e força do começo ao fim. Viva la Vida é, sim, uma boa canção após uma reflexão profunda, mas está longe de ser genial em qualquer mérito.
nota: 7,5

8 de novembro de 2022

Toca Uma Batidão Aí, Kelela!

Happy Ending
Kelela


Fazendo o seu comeback depois de cinco anos, a Kelela já chegou chutando com os dois pés na porta e sem aviso prévio. Depois da bela Washed Away, a cantora lançou a espetacular Happy Ending.

Melhor canção da carreira da cantora, Happy Ending é um extraordinário e refinadíssimo mergulho em uma mistura de R&B, alternativo e toques generosos de uk garage que pega a gente pelo braço e nos leva em uma viagem sem escalas para um recanto do paraíso. Desde a sua envolvente progressão rítmica, a adição de nuances brilhantes e a excepcional mixagem, Happy Ending é o tipo de canção que conquista tão naturalmente que parece que a canção já foi lançada há muito tempo e já faz parte do consciente coletivo. E outra grande qualidade da canção é o fato da fusão do estilo contemplativo da estética da Kelela com batida mais eletrônica que conseguem complementar um ao outro. A bela e tocante composição da canção sobre tentar entender o que deu errado em um relacionamento que tinha tudo para dar certo aliado a performance iluminada da cantora fecham Happy Ending espetacularmente. E assim Kelela mostra que veio para compensar todos os anos em hiatos.
nota: 8,5

A Salvação da Colheita

Anti-Hero
Taylor Swift

Entre todas as faixas de Midnights, o single Anti-Hero é a única que realmente ser apreciada por mim. E, mesmo assim, a canção não passa de ser apenas boa.

E um dos responsáveis pela canção ser um destaque é a carismático refrão que dá vida para a canção de forma direta e, de certa forma, icônica. Gosto de como o refrão é ligado diretamente com a temática da canção de forma profunda e, o mesmo tempo, ser esteticamente um refrão pop eficiente. A composição de forma geral também é boa, pois mostra uma Taylor sincera ao falar sobre os seus problemas de autoimagem e como a mesma lidou/lida com isso. O problema de Anti-Hero é a produção que entrega um synth-pop simpático e climático, mas que se perde pela falta de urgências e superficialidade que é dado para a sua finalização. E se não fosse pela canção, Midnights seria completamente dispensável.
nota: 7