30 de dezembro de 2013

Sucesso Para Canguru

All of Me
John Legend

A Austrália é um país fascinante. Não apenas por sua fauna diversa e sua geografia pitoresca, mas por ser também o lugar em que canções são esquecidas pelo resto do mundo fazem sucesso. Além de ser a terra
prometida da P!nk em que qualquer single dela faz sucesso foi na também Austrália que Blurred Lines fez sucesso primeiro antes de estourar mundo afora. O último exemplo é a canção All of Me do John Legend que alcançou o primeiro lugar da parada deles sendo que ela amargou um um 52° na Billboard. E sabe o que é melhor: o sucesso é mais que merecido.

O single foi retirado do álbum Love in the Future e reúne as três principais qualidades de Legend: voz, piano e emoção. Dono de uma voz deliciosa de se ouvir o cantor entrega tudo o que tem em uma atuação revigorante e sensacional. Sem exagerar em nenhum segundo somos sugados para o seu intimo onde sentimos todo o amor colocado em All of Me. Basicamente apenas no piano, o arranjo é um trabalho simples e por isso consegue ser tocante ao extremo. Só que o faz de All of Me a canção maravilhosa que é vem da sua composição: uma declaração de amor sincera mostrando toda a devoção do narrador para a sua amada. Tão verdadeira que faz emocionar até mesmo quem nunca amou. Acho que eu deveria mudar para Austrália ou para Bélgica ou a Holanda já que a canção também ficou em primeiro nesses países. Ao menos ele tem um gosto para música acima da média, né?
nota: 8,5

Primeira Impressão

Pure Heroine
Lorde


 Devo admitir que deixar passar o lançamento do debut por preguiça. Nem liguei muito para Pure Heroine já que até então Lorde era para mim apenas mais uma cantora desconhecida que tinha um sucesso de verão. Todavia, ao longo dos meses a novata da Nova Zelândia de apenas dezessete anos foi crescendo no mundo artístico seja pelo sucesso alcançado pelo single Royals, seja pelos elogios de boa parte da critica especializada ou pela sua metralhadora de polêmicas que é a sua boca soltando farpas para todos os lados. Não importando qual o motivo o fato é que Lorde se tornou relevante e saber se ela é isso tudo o que falam. Então, qual é o meu veredicto? Lorde é e não é essa artista toda.

Pure Heroine é um álbum bom. Não chega aos pés do que vários críticos falaram por aí, mas está bem longe de um fiasco como de cantoras já estabelecidas que lançaram trabalhos esse ano. O grande problema em Pure Heroine é que estamos diante de uma artista em construção seja pela pouca idade ou pelo pouco tempo de carreira. Só que o cerne do que pode ser a artista Lorde está inserido e punge a todo instante. A característica mais refinada é a faceta compositora. Ao lado do produtor de Joel Little, Lorde consegue criar uma personalidade própria e com características impressionantes usando uma acidez e vivacidade avassaladora. Em todas as canções podemos ver uma artista tentando confrontar e questionar o mundo que a rodeia. Esse fato ao lado do talento nas construções metafóricas inteligentes faz com que a cantora se torna um dos maiores potenciais surgidos nos últimos tempos. O grande problema aqui é que a temática de Pure Heroine parece girar em círculos sobre o mesmo tema (as delicias e desprazeres da classe média baixa e a insustentável leveza da fama) falando as mesmas coisas só que de maneiras diferentes. São maneiras interessantes, mas são cansativas. Comparar os vocais dela com os da Lana Del Rey e em menor grau com a Adele é até aceitável já que em vários momentos podemos ouvir as similaridades, mas temos que dar o credito positivo, pois a cantora busca a sua própria verdade em performances estilizadas. Só que tudo parece tão linear já que ela repete os mesmos cacoetes usando o mesmo "tom" na sua interpretação em vários momentos. Lorde precisa aprender a ser mais versátil modulando sua voz assim como a sua interpretação. Assim também é a produção de Pure Heroine: a base da sonoridade de Lorde é o que se chama de art pop misturada como hip hop e eletrônico. A intenção é boa e o resultado em alguns momentos é surpreendente como em Team, Ribs, Buzzcut Season e até mesmo no single Royals. Contudo, a falta de variedade na construção das músicas faz com que muitas faixas soem parecidas sem se destacarem por si mesmas. Faltou uma visão mais apurada para a produção elevar a sonoridade de Lorde para outro patamar como fez o Florence + the Machine que, guardada as devidas as diferenças, segue o mesmo estilo só que foi além do óbvio. Lorde tem tudo para se tornar a artista que ela parece ser ou que muito acham que ela é. O tempo dirá.

28 de dezembro de 2013

Uma Garota de Futuro

It Won't Stop (feat. Chris Brown)
Sevyn Streeter

Eu já falei algumas vezes como o verdadeiro R&B vive um momento de "baixa" para não dizer algo mais negativo. Contudo, de vez em quando aparece um artista que dá um fôlego para o estilo. O último exemplo é a cantora/compositora Sevyn Streeter. Além de já ter sido integrante de duas girls band, ela já escreveu canções para nomes como Alicia Keys, Brandy, Kelly Rowland e Chris Brown. E é com esse último que ela divide os vocais de sua primeira canção solo de destaque, a boa It Won't Stop.

A canção que alcançou o 30° na Billboard (feito surpreendente para uma cantora do estilo) é bem melhor que se poderia imaginar. A batida cadenciada aqui é gostosa de ouvir conseguindo passar a sensualidade necessária para a canção sem deixá-la vulgar. Nada muito inovador, mas bem elaborado. Depois de muito tempo Chris acerta em uma performance certa mostrando que o seu verdadeiro lá é o R&B. Sevyn tem uma voz "pequena", mas que a sabe como utilizá-la para fazer caber dentro da canção dando o seu melhor. A composição poderia ser bem mais inspirada apesar de cumprir com louvor o dever. Fique de olho em Sevyn, pois pode vim coisa muito boa por aí.
nota: 7

20 de dezembro de 2013

Aviso

Pessoal, estou tirando uns dias de férias! O blog volta a ser atualizado em cerca de uma semana! Portanto, já desejo para todos vocês:

Single do Ano

A última categoria das escolhas anuais vai começar! Depois de cinco duelos os cinco finalistas que vão disputar o seu voto para a canção mais "bombada" do ano são:



Primeira Impressão Especial - A Guerra das Boy Bands

Depois da Guerra Natalina é chegada a hora de testemunhar uma guerra muito mais sangrenta e que leva milhares de fãs as raias da loucura. Senhoras e senhores, está na hora de....


19 de dezembro de 2013

Uma Canção Para o Hobbit

I See Fire
Ed Sheeran
  
Devo confessar um segredo aqui: eu sou um pouco nerd. Por isso não tenho medo de revelar que sou fã do J. R. R. Tolkien, o criador da Terra Média e das saga de O Senhor Dos Anéis. Como vocês podem saber a segunda parte de O Hobbit foi lançada e, claro, eu fui assistir. Ao final de duas horas e meia, quando os créditos finais começaram fiquei intrigado com a voz que surgiu cantando a canção tema do filme. Então, lembrei que a canção foi composta e gravada pela sensação inglesa Ed Sheeran. Mesmo sem conhecer a fundo o trabalho dele tenho que admitir que I See Fire é uma música sensacional.

O maior trunfo da canção I See Fire é conseguir usar o tema do filme para construir uma canção atual e para todos os públicos. Você não precisa saber quem é Dorin ou mesmo alguma das citações que Ed faz na canção para se emocionar com a bela, delicada e emocionante composição. A melancolia aqui é transmitida de maneira universal e isso dá para a canção um tom atemporal. A performance de Ed é outro ponto positivo usando o seu tom para cantar de uma maneira tão envolvente conseguindo transmitir a emoção da canção. A escolha pelo folk pop faz de I See Fire original para ser um tema de um filme como O Hobbit já que se espera algo mais puro em questão de estilo. O único defeito da canção é sua duração de cinco minutos apesar de ter um belíssimo arranjo. Uma canção feita com inspiração "nerdiana", mas que consegue passar essa barreiras.
nota: 8

18 de dezembro de 2013

3 Por 1 - Eminem

Survival
Rap God
The Monster (feat. Rihanna)
Eminem

Sem nenhuma delonga vou resenhar os três últimos singles lançados pelo Eminem do álbum The Marshall Mathers LP 2.

Survival é usada como "tema" do vídeo game Call of Duty: Ghosts. A canção tem uma atmosfera "pesada" e soturna que combina com o jogo de tiro em primeira pessoa. Porém, ao ouvir todo o álbum do Eminem a canção parece um pouco deslocada já que a sua produção mais conservadora não combina com a sonoridade mais autoral.

Já a canção Rap God é tudo o que o Eminem sabe fazer de melhor: uma porrada de proporções atômicas. A sua metralhadora verborrágica está engatilhada e atirando como nunca em uma composição polêmica, mas avassaladora em todos os sentidos. Assim como a performance do rapper que está "on fire" como nos velhos tempos. O pacote finaliza com a produção classuda e original.

A nova parceria com a cantora Rihanna, a canção The Monster alcançou o primeiro da Billboard e em mais onze países. Só que a canção está longe de ser tão boa quanto Love the Way You Lie.

Seguindo a mesma linha "romântica" da primeira parceria The Monster erra no que a canção anterior tinha de melhor: a participação da RiRi. Na nova canção a canção a cantora de Barbados tem uma participação bem menor e bem apática. Não é ruim, mas é um pouco decepcionante. Apesar disso, a boa performance de Eminem e a composição afiada ajudam a canção. Contudo, The Monster poderia ser bem melhor.

Pronto, resenhas feitas. Simples e direto.
nota
Survival: 8
Rap God: 8,5
The Monster: 7,5

17 de dezembro de 2013

Primeira Impressão

BEYONCÉ
Beyoncé



De tempos em tempos um artista consegue quebrar as barreiras que prendem a indústria fonográfica. Ele simplesmente vai lá e muda as regras do jogo. Não apenas muda, mas destruí cada uma delas e as reconstrui a seu bel-prazer. Só que não é apenas uma revolução, mas é um renascimento. Um novo ciclo se inicia. Melhor: uma nova era. Senhoras e senhores, declaro aberta a Era Beyoncé.


16 de dezembro de 2013

A Turminha da Pesada da Miley

23 (feat. Miley Cyrus, Wiz Khalifa & Juicy J)
Mike Will Made It

Para construir sua nova imagem Miley Cyrus preciso de uma "turma" de amigos para dar o respaldo necessário artisticamente. Um dos nomes é do produtor Mike Will Made It. Então, nada mais justo que Miley participe do seu single próprio a canção 23.

A produção de Mike acerta ao entregar uma mistura de hip hop, pop e R&B bem costuradinha e com uma batida comercial. Pena que os mais de quatro minutos de duração faz com que 23 se torne uma canção arrastada. Ao lado de Miley que faz uma performance fraca errando ao tentar mostrar seu lado "barra pesada". Também pudera já que a canção ainda conta de performances corretas de Wiz Khalifa e Juicy J. A composição é um trabalho cheio de clichês, mas com um refrão grudento. E assim vai a Miley e sua turminha da pesada não fazendo nada de novo, mas criando muito barulho por nada.
nota: 5,5

14 de dezembro de 2013

Pequena Crônica De Uma Mulher Entediada

Blowin' Smoke
Kacey Musgraves


Talvez uma das qualidades que fez Kacey Musgraves ser indicada ao Grammy de Revelação desse ano é o fato dele ter trago de volta a velha e boa "girl power" para o country. Depois de toda a "ladainha" melodramática de Taylor Swift é bom ver uma cantora country jovem falar sobre assuntos femininos que vão além do "mimimi" como é no caso da canção Blowin' Smoke.

O single fala sobre a desilusão feminina quando se vêm presas a uma vida entediante longe de realizar seus sonhos. Um pouco irônica, um pouco sarcástica e com uma sinceridade quase desconcertante Blowin' Smoke prova que ainda há vida inteligente no mundo country. Mesmo seguindo a "sombra" de Miranda Lambert, Musgraves mostra carisma e personalidade em uma performance contida seguindo uma interpretação afinada com a atmosfera da canção. Assim como é a afinada produção que vai por um caminho original ao colocar blues e rock na construção do arranjo. Uma pequena crônica de uma mulher entediada, mas com um resultado poderoso.
nota: 7,5

12 de dezembro de 2013

Primeira Impressão

Britney Jean
Britney Spears


Britney Jean já tinha cara de ser uma bomba. Não tem como levar a sério um trabalho anunciado como um álbum "conceitual" sobre a solidão no mundo pop se você tem como um dos principais produtores o will.i.am. Porém, o resultado final do oitavo CD da Britney Spears é bem pior que se poderia imaginar: Britney Jean é um trabalho triste. Sim, vocês leram bem. Explico: se não bastasse a péssima qualidade, o CD é uma crônica triste da derrocada de uma cantora que poderia ser realmente o que dizem que ela é.

Quero deixar bem claro que acredito que a cantora possa fazer um comeback grandioso futuramente como ela já fez, mas nesse momento Britney nunca esteve tão em baixa artisticamente. Britney Jean é que eu chamo de "o último prego no caixão". Nada aqui realmente funciona como deveria e poderia. O álbum tem uma infinidade de produtores como o já citado will.i.am, além de David Guetta, William Orbit (de Ray of Light da Madonna), Diplo e outros menos conhecidos, mas em nenhum segundo isso reflete na qualidade final. Primeiramente, Britney Jean não é um álbum conceitual nem aqui, nem na China. O trabalho é apenas um CD pop/eletrônico rasteiro, sem inspiração, repetitivo e nem ao menos consegue ser um caça níquel barato já que não há apelo comercial nas produções deixando tudo ainda mais dispensável. Falar que esse é o trabalho mais "pessoal" de Britney no quesito composição é uma falta de conhecimento sobre a música pop. Se compararmos com o trabalho feito em Trouble da Natalia Kills (esse sim, um trabalho sobre a solidão no mundo pop), Britney Jean é uma piada em sua tentativa pobre e rasa de falar sobre sentimentos da pobre menina rica. Nem como pop chiclete descartável o álbum serve já que até nesse aspecto as composições falham miseravelmente. O mais surpreendente é que o aspecto menos tenebroso é a produção vocal que utiliza em alguns momentos a voz mais "natural" de Britney, mas o resultado final é tão linear e apático que qualquer ponto positivo é jogado por água a baixo. Para se ter uma ideia do desastre que é Britney Jean é só analisar a canção "menos horrível" que é a faixa Body Ache. Ao que parece nem o público entendeu e gostou do CD que deve ser o pior em vendas da carreira da Britney. Agora é esperar o comeback da loira para ver se vai sair desse fundo do poço artístico. Claro, se não for ela a cantora pop que vai se aposentar segundo boatos. Quem viver, verá. 

10 de dezembro de 2013

Artista do Ano

Já escolhido que foi a grande Revelação do Ano, agora é a vez de vocês decidirem quem é o Artista do Ano. Qual dentre esses cinco artistas foi o nome mais brilhante em 2013? Quem fez realmente a diferença? Esse ano a escolha não poderia ser mais plural com um roqueiro old school, um presidente, uma cantora pop, uma realeza do rapper e uma diva do new Soul.

9 de dezembro de 2013

A Maldição do Segundo

Lose Yourself To Dance (feat. Pharrell Williams and Nile Rodgers)
Daft Punk


Vocês já repararam que depois do sucesso arrasa quarteirão que um primeiro single de um álbum alcança o desempenho do single é muito, mais muito bem inferior? Claro que há exceções, mas na maioria das vezes a maldição do segundo sempre ataca e não foi diferente com Lose Yourself To Dance, o sucessor de Get Lucky do Daft Punk.

Lançado ainda em Agosto, Lose Yourself To Dance quase não teve nem um décimo do "buzz" que o seu antecessor teve. Isso se deve muito ao fato da canção ter sido ofuscada pelo sucesso de Get Lucky, mas em questão de qualidade as canções se assemelham bastante. Mesmo não entendendo até hoje qual o motivo de tantos críticos falarem que Random Access Memories é o suprassumo do eletrônico, eu devo confessar que Lose Yourself To Dance é gostosinha de ouvir. Parte disso vem da guitarra inspirada da lenda Nile Rodgers que com a ajuda do duo francês voltou a ser "relevante" para a parcela do público que nunca ouviu falar dele e de sua música. A produção misturando funk com disco é até legal, mas longe da maravilhada anunciada por aí. Pharrell parece mais contido e menos original que o costume mesmo fazendo um bom trabalho a frente dos vocais cantando a cativante, mas "restrita" composição. Coisas do mundo da música.
nota: 6,5

8 de dezembro de 2013

Primeira Impressão Especial - A Guerra Natalina

Assim como a tradição de colocar a canção Então é Natal na voz da Simone para tocar como fundo em lojas de departamento no Brasil no mês de Dezembro, os Estados Unidos também têm a sua tradição musical natalina: os lançamentos de CDs com músicas típicas por artistas dos mais diferentes estilos. Claro que 2013 não é diferente. Por isso, resolvi agrupar os três principais lançamentos desse ano para saber qual é o melhor. Está na hora de...


5 de dezembro de 2013

A Garota Que Tem o Fator X

Alive
Dami Im

Para quem acompanha o blog sabe que eu tenho "uma quedinha" por realities musicais.  Só que na maioria das vezes fico decepcionado com o resultado final por dois motivos: na maioria das vezes o público escolhe os melhores candidatos como vencedores e esses candidatos são sempre os meus favoritos. Contudo, às vezes eu tenho boas surpresas. Depois de ver James Arthur chegou a vez da vencedora do The X Factor Australia Dami Im ganhar um lugar na minha admiração.

Nascida na Coreia do Sul, Dami se mudou quando tinha nove anos para a Austrália. Esse ano ela tentou a sorte fazendo uma audição para a quinta temporada da versão australiana do programa. Tinida, um pouco desajeitada e nem de longe parecia uma possível vencedora. Só que sua apresentação de Hero da Mariah Carey, Dami surpreendeu todos os jurados. Mesmo indo muito bem ela foi eliminada antes dos lives shows pelos jurados devido a um erro ao cantar a canção Jolene. Contudo, um dos candidatos da categoria Over 24 desistiu e a Demi foi chamada de volta pela mentora Danni Minougue (a irmã da Kylie). Sem muitas expectativas, Dami fez sua primeira apresentação ao vivo cantando One do U2 (canção que ela não conhecia anteriormente) e simplesmente surpreendeu em uma performance sensacional. Só que ninguém estava realmente preparado para a semana seguinte em que ela cantou Purple Rain do Prince em dos momentos mais épicos que eu já vi em um show desse estilo. A partir daí, a antes considerada azarona, se tornou favorita entregando apresentações geniais uma atrás da outra combinada com sua personalidade
adorável. E com muita justiça, Dami se tornou a campeã. Como single celebrando sua vitória foi lançada a canção Alive.

A canção que estreiou em primeira na parada australiana e conseguiu boas posições em alguns mercados asiáticos (fato inédito para um participante do programa) é uma boa canção feita para os vencedores de um reality. Normalmente, esse tipo de canção costuma ser uma balada bem brega, mas a produção resolveu fazer um razoável pop dance mid-tempo. Não que seja um trabalho genial, mas a construção do arranjo dá para Demi uma cara moderna e comercial sem perder a sua principal qualidade: a sua voz. Apesar de conseguir alcançar com maestria as grandes notas são nos momentos mais "calmos" que podemos perceber o belo tom de voz que ela tem. Delicada e diferente das vozes que estão no topo das paradas Dami é bálsamo para os ouvidos. A composição entrega um bom refrão, mas não consegue sair do esquema de "auto ajuda" para mostrar que qualquer um pode ser um vencedor. Tirando isso, Alive é uma canção acima da média. E sem dúvida nenhuma, Dami Im tem o tão fator X.
nota: 7

4 de dezembro de 2013

Uma Grande Palhaçada

The Fox (What Does the Fox Say?)
Ylvis


A música é usada para expressar sentimentos e dessa maneira que conectamos com ela. Contudo, nem sempre uma música serve para expressar um sentimento "nobre". À vezes, ela apenas serve para a gente se divertir sem precisar ter uma conexão emocional. O melhor exemplo disso é o sucesso que a canção The Fox (What Does the Fox Say?) da dupla Norueguesa Ylvis que fala de uma grande dúvida que paira sobre a cabeça da humanidade: o que a raposa diz? Ou melhor: qual é o som da raposa?

Sim, durante os mais de três minutos de duração a dupla discorre sobre qual o mistério da raposa e porque ninguém nunca ouviu qual o seu som. Sim, você leu muito bem sobre qual é "tema" da canção. É óbvio que a canção, escrita para promover um programa na Noruega, não é para ser levada a sério. Dito isso, The Fox (What Does the Fox Say?) é surpreendente uma boa canção. Mesmo sendo uma grande "bobeira", a composição é bem escrita e cumpre o papel de divertir muito bem em especial no refrão "esquizofrênico". Os vocais conseguem um bom equilíbrio na parte mais séria quanto na engraçada sem perder a qualidade técnica. The Fox (What Does the Fox Say?) é um decente canção dance/eletrônica com produção do grupo Stargate. O que se faz necessário é olhar nas entrelinhas da canção: uma critica sobre o atual cenário do pop/eletrônico com seus clichês e seus lugares comuns. Uma boa critica apesar disso não ser o principal alvo da canção. O que interessa mesmo para Ylvis é fazer de The Fox (What Does the Fox Say?) uma grande palhaçada.
nota: 7,5

3 de dezembro de 2013

Primeira Impressão

Swings Both Ways
Robbie Williams


Para quem não conhece mais a fundo a carreira do Robbie Williams pode estranhar o seu décimo segundo álbum intitulado Swings Both Ways. Lançado no último dia 18 e entrando para história como o milésimo a chegar ao topo da parada britânica, Swings Both Ways é um álbum de jazz/big band/swing no melhor estilo Frank Sinatra e ou Tony Benette. Fã do estilo, Robbie já tinha lançado um álbum nesse estilo em 2001 chamado Swing When You're Winning que foi um sucesso de vendas e criticas. Doze anos depois Robbie volta a a atacar de cantor de big band entregando um álbum redondo e divertido.

Não há dúvidas que Robbie é um ótimo cantor e aqui ele se esbalda em performances sensacionais sempre sabendo postar sua voz tirando o melhor da parte técnica, mas sem esquecer a a melhor qualidade: sua carismática personalidade. A atmosfera leve, descontraída e com toques de humor que Robbie dá para as canções fazendo com que a possível sisudez e breguice que poderia contaminar Swings Both Ways seja dissipada. A produção fica a cardo do colaborador de longa data de Robbie, o produtor Guy Chambers que não trabalhava com o artista desde 2002. Mesmo com uma produção acima da média com arranjos bem feitos tanto para as regravações quanto para as canções inéditas sabendo fazer uma homenagem sem parecer uma pastiche o resultado final é um pouco irregular devido a escolhas de algumas canções como a baladinha original Snowblind ou a parceria com a Kelly Clarkson em Little Green Apples. Longe de serem ruins, mas a presença dessas canções são apenas "enchimento" e não fazem diferença no resultado final. Contudo, Swings Both Ways tem momentos sensacionais como nas ótimas Shine My Shoes e Go Gentle (ambas originais) e Dream A Little Dream ao lado da Lily Allen e Minnie The Moocher (ambas regrações). Porém, nenhuma delas separa a sensacional Swings Both Ways (faixa que dá nome ao álbum) que ao lado do cantor Rufus Wainwright brincam com a sexualidade um do outro (Rufus é gay assumido e Robbie já teve diversos rumores sobre a sua sexualidade). Além de ser um momento extremamente divertido a produção faz uma excelente canção estilo big band sem recorrer a uma regravação. Swings Both Ways é um álbum despretensioso, divertido e perfeito para dançar como se fosse 1955.

Modernização

Go Gentle
Robbie Williams


Fácil é regravar uma canção. Difícil mesmo é fazer uma canção nova parecer antiga, mas sem parecer datada. Esse é o caso de Go Gentle do Robbie Williams.

Primeiro single de Swings Both Ways a canção pega toda a atmosfera da big band misturada toques de jazz/pop e dá uma modernizada sem perder a essência do estilo. Boa parte dessa responsabilidade vem do próprio Robbie entregando uma performance madura, contida e cativante, mas mostrando a sua personalidade sem nenhum esforço. Isso ajuda a dar para a produção o tempero necessário para criar um arranjo bem construindo e divertido apesar de ser uma balada. A composição também é acertada sendo contemporânea, mas sem perder o toque de "classe". Go Gentle é uma modernização, mas sem ser um estereotipada.
nota: 7,5

2 de dezembro de 2013

Os 25 Melhores Álbuns de 2013

Esse ano eu consegui a façanha de fazer o Primeira Impressão de cerca de 95 álbuns. Um recorde! Então, a escolha dos 25 Melhores Álbuns de 2013 foi muito difícil. Depois de analisar cada álbum consegui uma lista bem coerente com tudo o que foi dito nas avaliações dos álbuns. Quero apenas ressaltar que a lista contém alguns álbuns que foram lançados bem no final do ano passado e depois da lista de 2012 já ter sido feita. Sem mais delongas aqui estão os cinco primeiros!