Aviso

Queridos leitores,

Essas próximas semanas serão complicadas e corridas para mim devido algumas coisas que irão acontecer e, por isso, o blog não será atualizado nas próximas duas semanas. Volte em breve e agraço a compreensão de quem me acompanha!

A Guerra do Eurovision

Recentemente uma guerra aconteceu que sacudiu a Europa e teve suas consequências expandidas para outros lugares do mundo: Eurovision. Famoso e tradicional concurso musical em que vários países europeus e alguns fora do continente disputam para escolher qual é a melhor canção entre as selecionadas de cada país, o concurso que existe desde 1956 normalmente sempre foi algo muito restringido a Europa. Entretanto, devido a globalização e, na minha opinião, o sucesso global do Måneskin que foram os vencedores pela Itália em 2021, o Eurovision vem ganhando contornos mais importante e dramáticos nos últimos anos e esse ano alcançou o ápice de destaque midiático dessa nova era. E é por isso que resolvi criar esse especial para analisar algumas canções que foram destaque do Eurovision 2023.

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Everything Is Embarrassing
Sky Ferreira

O segundo álbum da Sky Ferreira virou uma lenda urbana depois da cantora anunciar e sumir como se fosse uma aparição de um fantasma zombeteiro. Então, resolvi olhar para o passado para ver como a mesma se estabeleceu como uma promessa do pop alternativo lá em 2013 com o lançamento do single Everything Is Embarrassing.

Devo admitir que foi surpreendido pela canção, pois tinha uma visão diferente do que estaria por vim devido ao meu conhecimento das canções mais recentes da cantora. Everything Is Embarrassing é bem mais leve, pop e comercial que achava que iria encontrar. Isso não quer dizer nem de longe que a canção seja ruim. Na verdade, o single lançado em 2013 é deleite sonora que faz uma fusão perfeita entre synth-pop, pop rock, electropop e indie rock com uma dose suculenta de uma atmosfera dos anos 1980. Uma coisa interessante que aconteceu quando estava escutando Everything Is Embarrassing, especialmente no seu contagiante refrão, que existe uma semelhança melódica com a genial Losing You de 2012 da Solange. Quando foi ver a ficha técnica percebi que ambas canções tem coautoria de Dev Hynes, deixando aquela leve sensação de já ouvi isso ante um pouco mais forte. Isso tira certo brilho da canção, mas não impedi de notar o quanto interessante é a construção temática da canção sobre o quanto a gente tenta se agarrar em uma relação que talvez não seja para ser. É real, sentimental e lindamente bem estruturada que completamente a canção de maneira a dar um toque melancólico interessante. E o que realmente dá para Everything Is Embarrassing o seu lugar na multidão é a performance descolada e extremamente cool de Sky que mostra um pouco o motivo de ser tão cultuada. Agora é esperar que a lenda urbana do seu segundo álbum em algo momento se concretize de maneira a continuar a carreira promissora da Sky Ferreira.

2 Por 1 - Jorja Smith

Try Me
Little Things

Jorja Smith

Se fosse para fazer uma lista de nomes que merecem estourar comercialmente seria a Jorja Smith dona de uma das posições. Apesar de alguns bons desempenhos comercias, a britânica ainda parece renega ao posto de quase. Não acho que o seu segundo álbum (Falling or Flying) irá mudar isso, pois os singles lançados até aqui apenas compravam essa sensação.

Try Me e Little Things são feitas na mesma forma de um R&B/soul que é excelente, elegante e que transita perfeitamente entre a linha do comercial e o artístico, sendo banhados pela luz que irradia da cantora. Entre as duas, Little Things ganha alguns pontos de vantagem devido a sua mais ousada produção que cria uma batida deslumbrante que funde R&B, house, jazz, funky e uk garage. É excitante, elegante e essencialmente com a persona da Jorja que a deixa ainda mais interessante, especialmente a sua parte final. Menos inspirada, Try Me é uma obra que seria melhor apenas como parte do contexto geral do álbum do que como single, mas devido a presença graciosa e suculenta de Jorja é adiciona uma carga precioso de significação para essa soul/R&B/dance. Espero que esteja errado sobre as previsões de desempenho comercial para a Jorja Smith, especialmente em uma era em que temos a SZA. 

notas

Try Me: 7,5

Little Things: 8

Três é Demais

Popular
The Weeknd, Playboi Carti & Madonna

Apesar de não ter sido lançada oficialmente, a série The Idol que é o grande veículo para o The Weeknd vem já sendo considerada como uma das piores dos últimos tempos depois da sua exibição no Festival de Cannes. Enquanto não possamos dar nossa opinião depois de realmente assistir fica para analise as canções lançadas para a trilha sonora. E a mais recente é a interessante e, ao mesmo tempo, decepcionante Popular.

A canção marca a parceria do cantor com a rainha do pop Madonna com participação do rapper Playboi Carti. Bem longe do auge do The Weeknd, a canção é uma comercial, gostosinha e quase inofensiva demais mistura de R&B com pop que não faz peso nenhum na discografia de nenhum dos envolvidos, mas passa longe de ser uma bomba sonora. Na verdade, Popular é realmente salva pela boa e inusitada presença da Madonna que adiciona certo gravitas para a canção, dando boa química com o The Weeknd. Playboi Carti tem poucas, mas completamente dispensáveis passagens que poderia facilmente terem sido entoadas pelo The Weeknd. O que realmente faz a musica tropeçar é a sua clichê e previsível composição que narra a história da obsessão do que deve ser a protagonista da séria em ser famosa. O cantor já lidou com assuntos parecidos com inteligência e criatividade, mostrando que assim como em The Idol parece faltar criatividade genuína para construir a sua nova era.

nota: 6,5

Uma Quase Ótima Ideia

Never Felt So Alone
Labrinth

Never Felt So Alone, single do Labrinth com participação não creditada da Billie Eilish, é uma canção que poderia ser genial se não terminasse como sendo apenas uma ótima ideia.

Na teoria, a canção é o tipo de união de artistas tão diversos que conseguem encontrar no meio do caminho para criar algo que consigo unir suas visões de forma a criar algo distinto. Na prática, Never Felt So Alone para uma construção inacabada que faltou vários elementos para ser finalizada, mesmo que a base seja sólida. O principal defeito é a maneira truncada que Labrinth entoar os seus versos que impede a canção de fluir, pois sua parte ocupa boa parte da duração do single. Além disso, o uso excessivo de efeitos vocais cria um muro entre a canção e quem está escutando. E isso vai por água abaixo quando a Billie surge plenamente na parte final, entregando uma performance genuinamente interessante e que se funde bem com a canção. Uma pena, porém, que a sua participação é curta e logo no clímax da canção que termina sem tempo de se recuperar mais. Uma ideia colocada de lado pela tentativa de ser descolado demais. Uma pena.

nota: 7

Rita, Apenas Pare!

Praising You (feat. Fatboy Slim)

Rita Ora

Fato: a Rita Ora é talentosa. Também fato: a memsa só tem material mediano nas mãos. E esse é o caso de Praising You.

Com produção do DJ do Fatboy Slim que usa o sample do seu maior sucesso em Praise You, a canção é uma EDM/dance-pop/house modesta, clichê e que tem alguma vivacidade devido a boa presença da Rita. A cantora é capaz de adicionar uma dose bem vinda de personalidade, mas os seus esforços são quase inúteis devido a maneira sem criatividade que a produção conduz Praising You. Longe da criatividade da canção usada como single, o single que está presente no novo álbum da Rita é uma boa ideia em volta em uma coleção de lugares comuns e clichês que não fazem nada para serem mais do que são. Enquanto isso, a carreira da Rita fica dando voltas no mesmo lugar como um cão correndo atrás do rabo. Uma pena. 

nota: 5