29 de novembro de 2018

Ideias Mortas na Praia

Baby (feat. Marina and The Diamonds & Luis Fonsi)
Clean Bandit

Boas ideias não são sinônimos de resultados bons. Veja o caso do novo single da banda britânica Clean Bandit: Baby é tem uma excelente ideia por trás, mas a sua realização passa longe de estar na mesma altura.

A grande sacada da canção é ter a participação da ótima Marina and The Diamonds e juntar com um sabor latino com a presença do Luis Fonsi. A mistura pode parecer estranha, mas é ago que na teoria poderia resultar em algo realmente excitante e diferente. Poderia ser um desastre também. O que acontece na verdade não é nenhuma dessas hipóteses, pois Baby resulta em algum morno e quase sem graça. As boas qualidades que já esperadas estão aqui como a presença marcante da voz da Marina e a composição madura e acima da média, mas existem problemas sérios como a presença fraca do Fonsi e o refrão mediano. Além disso, Baby tem um arranjo que parece nunca parece dar ênfase nas melhores partes, deixando a impressão de um trabalho com medo de seguir as próprias ideias de fazer de Baby um despudorado electropop/latin pop. Clean Bandit desperdiça uma ideia de ouro com uma realização bem meia boca.
nota: 6


Sazonal

Hurricanes
Dido

Alguns artistas parecem que estão sempre lançando singles/álbuns em uma constância que, sejamos sinceros, parece uma fábrica sem descanso. Outros artistas, entretanto, somem dos holofotes durante tanto tempo que quando reaparecem é uma verdadeira surpresa para o público. Depois de cinco anos em hiatos, a britânica Dido está preparando o lançamento do seu quinto álbum (Still on My Mind) para Março do ano que vem e como primeiro single divulgou a auspiciosa Hurricanes.


Como já revelado pela cantora, o novo trabalho irá explorar o amor de Dido pelo "hip hop e as suas raízes no folk" e, também, flertar com música eletrônica. E é exatamente isso que podemos ouvir em Hurricanes. A canção é uma pequena e inspirada viagem que começa no estilo pop/indie pop já famoso da cantora e vai se transformando uma batida mid-tempo eletrônica que transmite exatamente a metáfora da composição, indo da calmaria até o olho do furacão. Elegante na escolha da instrumentalização e uma estrutura refinada que poderia cair em um desastre sonoro, Hurricanes é o tipo de canção que vai entrando na nossa mente aos poucos e deixa um rastro que não estávamos preparados para sentir. Continuando a trabalhar na economia de palavras, mas sabendo muito bem como usa-las, Dido escreve ao lado do irmão, Rollo, e de Rick Nowels sobre a deliciosa insanidade de se apaixonar por alguém. A cereja em cima do bolo é a presença angelical dos vocais aveludados e quase sussurrados da cantora que dão o toque final para a canção. Apesar de surgir de tempos em tempos, Dido compensa pela qualidade todas as vezes em que dá o ar da graça.
nota: 8

27 de novembro de 2018

New Faces Apresenta: Billie Eilish

when the party's over
Billie Eilish

Com anos de experiência aqui no blog analisando o mundo da música pop/mainstream e aprendendo melhor sobre a sociedade em que vivemos já consigo perceber anomalias que surgem como é o caso da ascensão nos últimos tempos da novata Billie Eilish. Não que estamos diante de algo nunca visto antes, pois cantoras indie pop com ligações com o mundo do hip hop/R&B são bastante comuns. O que chama atenção é o fato que a cantora estar escalando posições nas paradas e chamando atenção de um parte do público fazendo algo muito parecido com o que alguns nomes recentes já fizeram como é o caso de Kelela, Kali Uchis e, principalmente, a sumida FKA twigs.

Em uma clara obervação de quem conhece as cantora citada pode notar um motivo bem explicito sobre o principal motivo que faz a Billie uma grande promessa: o fato dela ser branca. Não é preciso ser um gênio para entender isso rapidamente ao ouvir o single de maior sucesso da cantora até o momento: when the party's over. É necessário dizer que a cantora está longe de ser uma artista sem talento, pois when the party's over mostra que a jovem tem bastante potencial. O problema é, como dito anteriormente, o sucesso dela em detrimento de outras cantoras com a mesma qualidade, estética e talento, mas que não estão dentro do padrão jovem branca e bela que tem uma personalidade/visual alternativo. 

Colando isso de lado para analisar a canção, when the party's over e uma melancólica e minimalista balada indie pop que se utiliza da simplicidade para criar uma viagem de emoções. Flertando levemente com o eletrônico aqui e ali que lembra os trabalhos da Björk, o arranjo tem uma beleza frágil e etéreo que combina bem com a contida composição sobre o fim conturbado de um relacionamento.  É bom no resultado geral, mas ainda parece faltar profundidade verdadeira para dar força emocional para a canção. Além disso, a produção carece de mais nuances para alcançar plenamente pretendida. Isso não impede que a Billie e a sua voz encorpada e "sonhadora" possa dar o tom ideal para  when the party's over. Dito tudo isso, ainda é preciso abrir os olhos para esses fantasmas que rondam a nossa sociedade.
nota: 7,5

26 de novembro de 2018

New Faces Apresenta: Jamila Woods

Giovanni
Jamila Woods

Descobrir novos artistas ou artistas ainda não descobertos pelo grande público é algo que eu realmente gosto, pois sempre é uma experiência muito agradável e enriquecedora. Entretanto, nem sempre estou procurando exatamente em encontrar esse tipo de artista, mas esbarro sem querer em novos excitantes como é o caso da estadunidense Jamila Woods.

Apesar de já ter lançado um álbum aclamado pela critica em 2016 (HEAVN) e ter trabalhado como nomes como, por exemplo, Chance the Rapper e Macklemore & Ryan Lewis, Jamila Woods ainda não encontrou o seu nicho perante o público. Entretanto, a cantora tem todos os méritos para conquistar uma legião de fãs, ainda mais depois de ouvir o interessante single Giovanni. 

Primeiramente, a canção é dona de uma composição forte, empoderada e de uma beleza lirica que transita entre ao refinamento de um poema clássico e a organicidade moderna de poetas contemporâneos, principalmente devido ao fato que a canção é inspirada no poema Ego Tripping da ativista dos direitos civis Nikki Giovani. Em segundo, Giovanni é uma mistura bem estruturada e de uma beleza radiante de R&B com indie pop que se mostra bem mais "apetitosa" e interessante que se poderia imaginar. Adicionando ainda mais sabor está a presença impressionante de Jamila que consegue fundir perfeitamente o cantar com o rap, conseguindo criar algo que passa os dois estilos na mesma proporção e com a mesma força criativa. Mesmo que ainda não seja um grande nome, a descoberta de Jamila Woods é algo que dá uma satisfação imensa e combustível para continuar a procurar novos nomes.
nota: 8

O Adeus do Major Lazer

Blow That Smoke (feat. Tove Lo)
Major Lazer

O projeto paralelo de maior sucesso do Diplo irá chegar ao fim. Depois de alcançarem o sucesso mundial com hits como Cold Water e Lean On, o Major Lazer irá lançar ainda esse ano o último álbum da carreira do grupo intitulado Music Is the Weapon. Antes disso, porém,o grupo lançou a parceria com a Tove Lo em Blow That Smoke.

A canção é, assim como a maioria dos trabalhos do Major Lazer, uma mistura de electropop/dance-pop com algum tipo de gênero latino/caribenho. Dessa vez, Blow That Smoke é bem mais puxado para o tropical house com leves toques de dancehall. Então, não espere algo diferente do que o grupo já tenha feito, mas espere que, assim como bom vinho, o Major Lazer apurou a "metodologia" deles e normalmente entrega canções sonoramente bem feitas, dependendo mais do featuring para garantir mais pontos positivos. Não sendo a cantora mais marcante atualmente, Tove Lo consegue colocar a sua personalidade na canção em uma performance fresca, divertida e leve como a música pede. O começo do canto do cisne do Major Lazer é exatamente igual a quase todas as canções que eles já entregaram e isso não é exatamente ruim.
nota: 7



25 de novembro de 2018

Single do Ano - Votação

A segunda enquete para definir as finalistas para Single do Ano é a disputa entre as duas participações de maior destaque de um dos nomes de maior relevância do ano: Cardi B. De um lado, a rapper está ao lado do Bruno Mars no remix de Finesse e do outro está acompanhada do Maroon 5 com o hit número da Billboard em Girls Like You. Qual será a sua escolhida? Votem!


24 de novembro de 2018

Aviso

PEÇO DESCULPAS PELO SUMIÇO SEM AVISO AQUI NO BLOG. PASSEI POR ALGUNS PROBLEMAS DE SAÚDE E NÃO PUDE ESTAR PRESENTE AQUI NO BLOG NESSAS DUAS ÚLTIMAS SEMANAS. TODAVIA, O SÓSINGLES ESTÁ DE VOLTA AO NORMAL A PARTIR DE AMANHÃ. OBRIGADO PELA ATENÇÃO E O ENTENDIMENTO.

ATT,

JOTA.

10 de novembro de 2018

Emoções Mistas

Party For One
Carly Rae Jepsen

Depois de conquistar os píncaros do sucesso comercial com o hit chiclete Call Me Maybe para só depois conquista quase unanimemente a critica, inclusive o blogueiro que vos fala, com o álbum E•MO•TION, a canadense Carly Rae Jepsen está finalmente de volta com o primeiro single do seu terceiro álbum, a legal Party For One.

Party For One é uma synth-pop que fica no meio do caminho entre o pop elegante e oitentista de E•MO•TION e o pop chiclete comercial do começo da carreira dela. Isso não é uma coisa ruim, mas também passa longe do ideal e do patamar que a cantora vem apresentando como é o caso da sensacional Cut to the Feeling. Faltou algo mais excitante ou mesmo quebra de expectativas na estrutura/sonoridade de Party For One para a cantora começar essa nova fase totalmente com o pé direito. De qualquer forma, a canção tem o seu charme com a lindinha performance vocal de Carly e sua bem escrita composição sobre dor de cotovelo. Longe de ser o melhor começo de uma nova era, Party For One mostra que a Carly Rae Jepsen ainda tem algo de excitante para mostrar.
nota: 7


9 de novembro de 2018

A Garota do Quase

Ruin My Life
Zara Larsson

Algum tempo atrás, a jovem sueca Zara Larsson parecia que iria virar a grande novata da vez. Apesar do bom desempenho, a subida à esse posto foi eclipsada pelo surgimento da Dua Lipa e a suas "novas regras". Não que isso possa ser o final da carreira de Zara, mas dá uma boa dificuldade nesse caminho e a esperança pode estar no próximo álbum que já conta como possível single a canção Ruin My Life.

Não sendo a melhor música pop que existe atualmente, Ruin My Life é uma sólida, divertida e com potencial dance-pop/R&B que ajuda a mostrar o potencial de Zara para mainstream pop. Claro, assim como qualquer cantora pop nessa fase de solidificação da carreira, Zara apela para o lado mais sensual/sexual em uma composição "safadinha" que é uma mistura boa de Lana Del Rey com Bebe Rexha. O problema aqui é o refrão longo demais para a estrutura lirica que foi construída. Tirando esse detalhe, Ruin My Life é uma canção simpática e a presença vocal de Zara é algo para ser apreciado como uma das cantoras novatas que apresenta personalidade verdadeira. Espero que Zara consiga quebrar essa nova barreira, pois será muito bem vindo mais uma diva pop talentosa.
nota: 7

O Fim Do Momento

Fingers
ZAYN

O péssimo desempenho dos últimos singles do Zayn parecem mostrar que o cantor está perdendo o momento que impulsionou o começou da sua carreira solo. E para piorar, o seu mais novo single, Fingers, é a pior canção que o cantor já lançou até o momento.

Quase uma prima das canções R&B do Drake, Fingers erra basicamente em todos os quesitos possíveis. Começa pela sonoridade fraquíssima entregue pela péssima produção, resultando em uma balada R&B com uma instrumentalização irritante e sem nenhuma graça. É surpreendente ouvir a canção e depois ouvir outros trabalhos recentes do Zayn como, por exemplo, Dusk Till DawnSour Diesel. Piorando a situação está a performance preguiçosa e apática do cantor que nem o timbre interessante dele salva e a composição vergonha alheia que coloca o último prego no caixão de Fingers. Espero que o Zayn possa dar a volta por cima em futuro próximo, pois a coisa está complicada.
nota: 4

7 de novembro de 2018

Single do Ano - Votação

Eis que estamos novamente preste a terminar mais um ano e, como a tradição manda aqui no blog, chegou a hora de escolhermos quais foram os destaques do ano. E, como sempre, começo com a votação para Single do Ano. Essa categoria não é para escolher o melhor, mas, sim, aquela canção que mais bombou ao longo do ano e irá ser sempre associada como a canção de 2018. A primeira disputa será entre o sucesso surpresa e continuo de This is Me da atriz/cantora Keala Settle ou hit número um do Post Malone ao lado do Ty Dolla Sign em Psycho. A votação está aqui no do lado no blog. Votem!


6 de novembro de 2018

A Cher Perdida

None Of My Business
Cher Lloyd

Em meados de 2011/2012, Cher Lloyd era considerada o próximo grande nome do pop mundial. Recém saída o The X Factor UK, a jovem era uma mistura inusitada de Avril Lavigne com Missy Elliott com um toque britânico. Apesar do sucesso inicial que também gerou pesada criticas da impressa especializada, a cantora não resistiu ao tão temido segundo álbum, mesmo que o trabalho fosse digno de sucesso. Finalizando o seu hiato que nesse tempo deu a luz ao seu primeiro filho, Cher Lloyd está de volta ao lançar None Of My Business, primeiro single do seu terceiro álbum.

Se por um lado é ótimo ver a cantora voltar, por outro é decepcionante que a sua volta seja através de uma canção tão morna como é o caso de None Of My Business, mesmo que exista boas coisas para se falar. A principal qualidade é a temática, pois, seguindo os passos da icônica You Oughta Know, None Of My Business é uma carta de desprezo para o ex ao mandar uns shades para o novo relacionamento e a nova namorada. Divertida e, em alguns momentos, realmente inteligente, a composição não consegue, porém, segurar os seus próprios erros (o refrão sem graça) e, principalmente, a produção fraca que faz da canção um pop sem carisma com um arranjo arrastado e chato. A performance apática da Cher também não ajuda, ainda mais comparando com canções em que a cantora é uma verdadeira explosão. Espero que essa volta tão morna seja apenas um pequeno erro que possa ser superado nos próximos trabalhos, pois a Cher Lloyd merece uma segunda chance.
nota: 5,5

Para Todos os Garotos que Já Amei

thank u, next
Ariana Grande

Ao contrário de outras divas pop, Ariana Grande vem construindo a sua imagem de grande nome da música ao poucos, balanceando muito bem a carreira com a sua imagem pública. E quando a sua vida pública parece estar mais destaque que a musical, a cantora resolveu se apropriar do momento para lançar a canção thank u, next.

Primeiro single que dá o nome para o seu próximo álbum (lembrando que a cantora lançou Sweetener no começo de Agosto), thank u, next é uma declaração honesta sobre o principal assunto pessoal que a cantora aparece na mídia: relacionamentos. Depois de terminar o noivado polêmico com o comediante Pete Davidson e ter que lidar com a morte do ex Mac Miller, a cantora resolveu fazer a "sincerona" e mandar na lata a sua visão sobre os ex-namorados e, principalmente, qual é a atual situação da sua vida. Claro, esse tipo de composição não é novidade para ninguém, mas, bem diferente que outras cantoras pop fazem, Ariana consegue fazer essa expiação de uma forma refinada. 

Primeiramente, a cantora não "esconde" os nomes dos ex-amores, construindo metáforas mais do que manjadas para sair de boa moça e tentar preservar a sua já falada vida pessoal. Em segundo, a composição não tenta denegrir ninguém ou chorar as pitangas, mas, sim, mostrar que tudo que passou a ajudou a transformar em uma mulher mais forte. Isso não quer dizer que a cantora não mande um certo "shade" aqui e ali. Entretanto, o foco em thank u, next é quase totalmente no empoderamento feminino, mostrando que a Cher estava certa e existe vida após o amor. Vocalmente, Ariana continua o seu trabalho impecável de mostrar a sua sensacional voz de uma forma que consolida o seu lugar único no mundo pop sem precisar de grande loucuras vocais. Diferente da sonoridade principal dos últimos trabalhos, thank u, next é uma centrada e moderada R&B/electropop que poderia cair no lugar comum sem a presença iluminadora da Ariana. E de degrau em degrau, Ariana Grande vai se transformando na maior diva da geração do milênio.
nota: 7,5

5 de novembro de 2018

Algo Certo Está Muito Certo

Expectations
Lauren Jauregui

É chegada a vez de outra ex-Fifth Harmony se lançar no mundo com a sua carreira solo. A vez agora é da Lauren Jauregui que já veio mostrando que, ao contrário de suas ex-colegas, não está disposta a seguir os mesmos caminhos.

Expectations é de longe a melhor canção já lançada por qualquer integrante da girl band, inclusive quando ainda estavam juntas. Longe de todos os maneirismos pop/R&B, a canção é uma madura e verdadeiramente intrigante pop/rock soul com uma instrumentalização elegante e com uma complexidade que foge de qualquer tentativa de fazer a canção um possível hit instantâneo. Essa última característica deve atrapalhar o resultado comercial da canção, mas deixa esse começo de carreira solo de Lauren bem mais fascinante em comparação a suas "amiguinhas". Colocando mais um ponto muito positivo na canção está o fato que Lauren é creditada como única compositora da intrigante e inteligente letra sobre se doar demais para alguém e receber pouco em troca. Um começo bastante auspicioso e fora da caixa para a Lauren Jauregui. Seria a cantora a versão feminina do Harry Styles?
nota: 7,5


4 de novembro de 2018

Antes Tarde do Que Nunca

Bionic
Christina Aguilera



Quando lançou Bionic em Junho de 2010, a Christina Aguilera já tinha uma carreira que, além de estabilizada, estava no seu auge. Dois anos antes a cantora lançou a sua primeira coletânea de grandes sucessos (Keeps Gettin' Better: A Decade Of Hits), comemorando dez anos de carreira. E, dois anos antes disso, Aguilera tinha comprovado definitivamente a sua força artística com o sucesso de público e critica de Back to Basics, conseguindo o feito de emplacar um álbum duplo e com uma sonoridade "vintage". Então, o hype em torno do lançamento era altíssimo, mas, assim como todos sabemos, o resultado final ficou bem aquém do que era esperado, comercialmente e, principalmente, criticamente. Oito anos depois já chegou a hora de responder uma questão que vem crescendo ao nesse período sobre Bionic: o álbum foi um flop porque estava sonoramente a frente do seu tempo ou o álbum era uma coleção de pretensiosismos em formas de canções? Alerta de spoiler: um pouco dos dois.