29 de novembro de 2022

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

É notório que o mundo da música não é exatamente justo com os seus talentos, mas, por várias, vezes chega a ser cruel. E esse é o caso do As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer que será em forma de homenagem para...




O Ano da Kelela. Ou Quase Isso.

On the Run
Kelela

Depois de um hiato de seis anos e lançando dois excepcionais singles parecia que 2022 seria o ano da Kelela, mas a cantora revelou que o seu álbum será lançando só em Fevereiro de 2023. Apesar disso, a cantora ainda tem um último presente para o público com o lançamento da sensacional On the Run.

Melhor canção lançada até o momento e isso já é dizer muito, On the Run é um sexy, melódica, envolvente e deliciosa electro-R&B produzido de maneira refinadíssima e com um senso estético espetacular. Apesar de contido, a canção é de uma riqueza de texturas e nuances que a faz ser épica sem precisar de uma grandiosidade instrumental evidente. A atmosfera é uma mistura de sensualidade aveludada com uma toques de desejo ardente que faz a canção ser ousada e, ao mesmo tempo, abrangente para todos os públicos. A performance de Kelela exala exatamente essa sensação o ser doce, picante e emocional na medida certa para performance a composição sobre querer fisicamente alguém com todas as suas forças. Com On the Run, Kelela abre ainda mais o caminho para ser um dos nomes de 2023.
nota: 8,5

Um Sopro de Vida

PROVENZA
Karol G


Apesar do sucesso comercial do atual latin pop, especialmente o reggaeton, o gênero carece de um apuro artístico, pois está uma verdadeira crise criativa. E um caminho interessante pode ser o que é mostrado em Provenza da Karol G.

A canção é um verdadeiro sopro de criatividade ao pegar o reggaeton e mistura de forma inteligente com eletrônico, criando uma batida madura, sóbria e refinada que adiciona nuances interessantes em fazer a base perder personalidade. A canção mostra que é possível construir um todo sub-genero em volta dessa sonoridade de forma a adicionar camadas de sonoridades que conseguem elevar o material final. A performance de Karol G é um pouco monótona em alguns momentos, mas combina bem com a clima contida da canção. Provenza não é perfeita, mas é o perfeito exemplo do que o futuro pode render para pop latino.
nota: 7,5

New Faces Apresenta: Ice Spice

Bikini Bottom
Ice Spice

Com cada vez mais o TikTok sendo usado como termômetro para sucesso comercial surgiu uma subcategoria de artistas que estão bombando lá, mas ainda não furaram a bolha para o “mundo real”. Esse é caso da rapper Ice Spice que ganhou notoriedade pela canção Munch (Feelin' U). Aproveitando o hype, a artista lançou a simpática Bikini Bottom.

Tenho a impressão que a rapper não é exatamente a revolução do rap, mas, sim, uma divertida e ainda crua rapper com boas ideias que precisam ser melhor cozidas. E Bikini Bottom se apresenta exatamente assim. A produção usa de forma inteligente a trilha incidental do desenho Bob Esponja para dar a base dessa trap/hip hop com toques de pop canção que devido a sua brevidade com apenas um minuto e quarenta e seis segundos não se aprofunda, deixando a canção rasa sonoramente. Faltou substancia para elevar o trabalho para um nível que realmente saísse do campo das ideias e se concretizasse. Apesar de interessantes, a composição aqui falta certo apuro estético para finalizar de forma a explodir nos nossos ouvidos, especialmente o mediano refrão que deveria ser o ponto central da canção. E com a maturidade, Ice Spice irá adicionar versatilidade e nuances para a sua personalidade que ainda está áspero e levemente massificada. Todavia, existe algo a ser explorado e descoberto em Ice Spice que só o tempo irá dizer que se é real ou apenas fogo de palha do TikTok.
nota: 7

15 de novembro de 2022

Primeira Impressão

Gemini Rights
Steve Lacy



Bring Back My Neo-Soul

Bad Habit
Steve Lacy

Um dos sucessos do ano é uma das canções que menos tem cara de sucesso em 2022: Bad Habit do Steve Lacy. O cantor que alcançou o topo da Billboard traz para o mainstream novamente o delicioso sabor do neo-soul revistado para uma nova geração.

Bad Habit não é um trabalho genial, mas é tão delicioso que se torna irresistível. A primeira e maior qualidade é a sua excêntrica e refinada produção do próprio Steve que transforma a batida de neo-soul com adições de funk, pop e R&B em uma jornada cheias de curvas e quebras que ajuda a elevar consideravelmente o resultado final. O toque de mestre é a drástica mudança no seu terço final ao fazer o instrumental se tornar acústico para depois fazer uma espécie de versão acústica da canção para depois a transformar em quase uma remix. Acredito que Bad Habit não seja a preciosidade que pretende ser, pois falta certo apuro para a canção ter a sua totalidade essa sensação de genialidade. Com uma performance tão distinta, Steve Lacy entrega uma visão nova sobre o neo-soul que não deve fazer o gênero voltar ao mainstream comercial, mas gera um claro interesse de um novo público.
nota: 7,5

Crônicas Intimas de Uma Diva Pop

Frankenstein
Rina Sawayama


Uma das características que melhor se integra com a persona artística da Rina Sawayama é o famoso “dançar e chorar”. Esse é o caso da ótima Frankenstein.

Do lado dançante, a canção é uma interessante mistura de dance pop com pop rock que faltou certo estofo sonoro, mas que ainda é um trabalho tão refinado, cativante e inteligente que fica até fácil deixar de lado certos tropeços. E a atmosfera sombria é a deliciosa cereja por cima que dá o doce sabor final. Do lado de chorar, Frankenstein relata a vontade da Rina de sentir amada para poder amar a si mesma que nas entrelinhas mostrar o quanto toxico pode ser esse tipo de relacionamento. A cantora defende a canção com a sua sempre espetacular performance que a defini como uma das melhores divas pop da atualidade.
nota: 8

Tiozões do Pop Punk

EDGING
Blink-182


Se o pop punk/post-punk vem fazendo o seu renascimento nada mais juntos que um dos “originadores” da tendência também fazerem o seu comeback: o Blink-182. A canção escolhida é a mediana EDGING.

O grande problema da canção é que a mesma é nem lá, nem cá. Obviamente, a canção é um grande exercício de nostalgia que se encaixa perfeitamente na sonoridade original da banda como em sucesso como I Miss You e All the Small Things. Entretanto, não existe um pingo de amadurecimento da banda, parecendo que estamos ouvindo uma canção antiga sem o frescor dos bons tempos. Além disso, a composição é até bem estruturada, mas é uma falta de profundidade tão grande e total falta de apelo emocional que deixa tudo ainda mais sem graça. EDGING tem um ponto positivo: a boa instrumentação. Não é algo extraordinário, mas segura o resultado final de não ser um desastre completo. Analisando bem e forma honesta é fácil perceber que a gente estava querendo demais de uma banda de tiozões fazendo exatamente o que faziam na juventude.
nota: 6

11 de novembro de 2022

Obrigado, GAL!

 


Single do Ano - Votação

Hoje irei começar novamente uma tradição aqui no blog: a escolha de melhores do ano. E para começar irei lançar a primeira enquete para decidir qual foi a maior música do ano. Nessa primeira haverá cinco duelos para decidir os finalistas da categoria. A primeira batalha será entre o sucesso surpreendente de Joji com a devastadora Glimpse of Us conta a diversão da Rosalía em DESPECHÁ. Votem!



Uma Segunda Chance Para: Viva la Vida

Viva la Vida
Coldplay


Não é segredo para ninguém que acompanha o blog que o Coldplay passa bem longe de ser minha banda favorita. Entretanto, a banda comandada pelo Cris Martin entrou para esse hall nos últimos anos ao se transformar no fantasma do que eles foram no começo da carreira com lançamentos cada vez mais desinteressantes. Um dos últimos sopros de originalidade eficaz comercialmente que a banda teve data de 2008 quando foi lançada o arrasa quarteirão Viva la Vida.

Devo admitir que a canção “cresceu” em mim desde 2008, pois quando foi lançada não achei o resultado “grandes coisas”. E, apesar de não considerar a canção excelente, Viva la Vida se mostrar bem mais interessante que o esperado depois de mais de dez anos. Em primeiro e mais importante, o instrumental é algo espetacular devido a sua imponência e grandiosidade ao decidir por uma pegada puxado para a música clássica com o uso de orquestra completa, especialmente a seção de cordas é realmente marcante. E claramente a produção se beneficia disso ao entregar uma refinada mistura de baroque pop com pop rock que cria uma canção com uma contraditória sensação de ser ao mesmo tempo elitista devido a sua pretenciosa atmosfera e também ser comercialmente viável devido ao fácil reconhecimento de qual música estamos ouvindo desde a primeira nota. E essa qualidade é também transmitida pela pomposa, complexa e marcante composição que consegue entregar um dos refrões mais longos e viciantes da músicas pop dos últimos tempos. O quesito que posso elogiar sem achar nenhum “defeito” é a presença poderosa de Cris Martin que entrega uma das suas melhores atuações, mostrando energia e força do começo ao fim. Viva la Vida é, sim, uma boa canção após uma reflexão profunda, mas está longe de ser genial em qualquer mérito.
nota: 7,5

8 de novembro de 2022

Toca Uma Batidão Aí, Kelela!

Happy Ending
Kelela


Fazendo o seu comeback depois de cinco anos, a Kelela já chegou chutando com os dois pés na porta e sem aviso prévio. Depois da bela Washed Away, a cantora lançou a espetacular Happy Ending.

Melhor canção da carreira da cantora, Happy Ending é um extraordinário e refinadíssimo mergulho em uma mistura de R&B, alternativo e toques generosos de uk garage que pega a gente pelo braço e nos leva em uma viagem sem escalas para um recanto do paraíso. Desde a sua envolvente progressão rítmica, a adição de nuances brilhantes e a excepcional mixagem, Happy Ending é o tipo de canção que conquista tão naturalmente que parece que a canção já foi lançada há muito tempo e já faz parte do consciente coletivo. E outra grande qualidade da canção é o fato da fusão do estilo contemplativo da estética da Kelela com batida mais eletrônica que conseguem complementar um ao outro. A bela e tocante composição da canção sobre tentar entender o que deu errado em um relacionamento que tinha tudo para dar certo aliado a performance iluminada da cantora fecham Happy Ending espetacularmente. E assim Kelela mostra que veio para compensar todos os anos em hiatos.
nota: 8,5

A Salvação da Colheita

Anti-Hero
Taylor Swift

Entre todas as faixas de Midnights, o single Anti-Hero é a única que realmente ser apreciada por mim. E, mesmo assim, a canção não passa de ser apenas boa.

E um dos responsáveis pela canção ser um destaque é a carismático refrão que dá vida para a canção de forma direta e, de certa forma, icônica. Gosto de como o refrão é ligado diretamente com a temática da canção de forma profunda e, o mesmo tempo, ser esteticamente um refrão pop eficiente. A composição de forma geral também é boa, pois mostra uma Taylor sincera ao falar sobre os seus problemas de autoimagem e como a mesma lidou/lida com isso. O problema de Anti-Hero é a produção que entrega um synth-pop simpático e climático, mas que se perde pela falta de urgências e superficialidade que é dado para a sua finalização. E se não fosse pela canção, Midnights seria completamente dispensável.
nota: 7

A Garota do Quase & A Garota Que Nem Precisaria Estar Aqui

For the Night
Chlöe & Latto


Depois de uma estreia sensacional com Have Mercy, a carreira solo da Chlöe entrou em um marasmo que não esquenta por nada. Apesar de boa, não acredito que For the Night irá mudar esse cenário.

Novamente, a cantora se mostra perfeita para entregar esse R&B comercial com toques de pop e hip hop em uma canção sólida, envolvente e bem construída. Entretanto, o single não tem a mesma força ou/e potencial viral para se tornar um sucesso do dia para noite, ajudando a carreira da Chlöe. Outro problema é a presença da rapper Latto, pois, mesmo com um verso ok, a sua presença é tão discreta e insonsa que não adiciona nada de positivo para o resultado final de For the Night. E é por isso que a presença radiante da Chlöe é o que dá liga para a canção. Espero que a artista possa finalmente encontrar o caminho do sucesso, pois talento é o que a mesma tem de sobra.
nota: 7,5

Um Pouco Perdido

KILL DEM
Jamie xx


Dos últimos lançamentos do DJ/produtor Jamie xx que incluem a excepcional Idontknow e a interessante Let’s Do It Again, o single KILL DEM é o mais fraco sem nenhuma dúvida. E mesmo assim ainda é um trabalho elogiável.

O problema na canção que a difere das outras duas é o fato que a produção não explode criativamente, deixando uma sensação de linearidade na construção do instrumental que é até divertida, porém, não chega a empolgar de fato. Faltou adicionar uma dose de “quebra de expectativa” para mudar o percurso da canção em algo único. De qualquer forma, KILL DEM é um bem pensado progressive house que tem um instrumental que realmente apresenta uma completude e não apenas um amontoado de sons para criar uma batida apenas feita para agradar quem está as três da manhã no meio da boate mais “passado” que maionese no Sol e nem liga mais para o que está ouvindo. E até mesmo quando o Jamie xx tropela tem algo interessante para mostrar.
nota: 7,5

4 de novembro de 2022

Rosa Pastel

Never Gonna Not Dance Again
Pink

Acredito que não seja novidade para quem acompanha o blog há mais tempo saber que gosto da P!nk desde o começo da sua carreira e mesmo quando a mesma tropeçou sempre encontrei motivos para elogiar os seus trabalhos. E quando a mesma anunciou a troca de gravadoras fiquei realmente entusiasmado para o seu recomeço. Com o lançamento de Never Gonna Not Dance Again, a cantora mostra que entrou em uma nova fase, mas o hype para mim está um pouco abaixo do esperado.

Primeiro single do seu próximo álbum, a canção é uma simpática, fofa e um pouco atrasada disco/pop/dance-pop que não chega a alcançar voo, mas também passa longe de ser um desastre. Lançando a canção com essa pegada agora, a P!nk parece aquela convidada que chega as duas da manha em uma festa que começou as oito da noite. Apesar disso, Never Gonna Not Dance Again que tem a produção de Shellback e Max Martin é gostosa de se ouvir devido a sua carismática batida e algumas decisões que quebram algumas expectativas como, por exemplo, o seu final com toques de gospel. A composição sobre literalmente sobre “dançar como se não houvesse amanhã” é bem intencionada e tens bons momentos, especialmente a citação a Whitney Houston. Entretanto, o refrão que deveria ser o momento de explosão da canção é apenas morninho. A performance sempre com a sua personalidade impressa em todos os instantes é que cola a canção de forma satisfatória. Primeiro single mais fraco da carreira, a P!nk ainda tem credito suficiente comigo para esse ser apenas um leve tropeço e ainda vir com grandes músicas.
nota: 7

Selenas

My Mind & Me
Selena Gomez


Tenho ganhando uma admiração sincera pela Selena Gomez pelo seu trabalho no audiovisual, especialmente por segura a onda de forma surpreendente ao lado das lendas Steve Martin e Martin Short na série Only Murders in the Building. Infelizmente, ainda acho que o seu lado musical ainda não tenha o mesmo brilho como mostra a bem intencionada, mas mediana My Mind & Me.

Tenha do seu documentário sobre a sua batalha com problemas mentais de mesmo nome, a canção é uma baladinha pop até bem pensada, mas que não deixa espaço para nada além de ser um apêndice do documentário sem conseguir brilhar de forma isolada. Acredito que a razão disso seja o fato da canção tão contida musicalmente que não desperta muitos sentimentos que a mesma tenta expressar. E o erro principal é a sue instrumental minimalista demais que parece que tem medo de entregar emoção genuína ao não criar uma ligação com a composição. Apesar de boa, a letra também é um pouco literal com o tema do documentário e faltou um trabalho para expandir as reflexões de forma mais profunda. Uma pena que Selena ainda não tenha se encontrado a sua sonoridade, pois em outros territórios parece estar no caminho ideal.
nota: 6

Vibes

Shirt
SZA


Prometendo fazer o seu comeback definitivamente faz algum tempo, a SZA parece que finalmente irá cumprir suas promessas com o lançamento de Shirt.

Produzido pelo veterano Darkchild, a canção apresenta uma suculenta atmosfera da sonoridade feita para o R&B no começo dos anos dois ao ter uma batida cadenciada e bem demarcada com a base de percussão que dá para a canção uma vibe sensual e bastante envolvente. Muito bem construída, Shirt só faltou ter um clímax mais ressaltado para arrematar a canção de forma perfeita. O que preenche parte dessa lacuna é a performance espetacular da SZA que domina cada segundo da faixa, exalando sensualidade misturada com toques de raiva e melancolia que são perfeitas para a vibe que a canção passa. Não acredito que será um grande sucesso comercial, mas Shirt é muito bem vinda para a discografia da SZA.
nota: 8

Primeira Impressão

Funk Wav Bounces Vol. 2
Calvin Harris


Disco Para Inglês Ver

Stay With Me
Calvin Harris, Justin Timberlake, Halsey & Pharrell Williams

Quando você olha para o potencial no papel de Stay With Me do Calvin Harris fica espantado ao constatar que a canção que poderia ser uma das maiores do ano é apenas um amontoado de bons ideias que não para lugar nenhum.

Decidir reunir Justin Timberlake, Halsey e Pharrell Williams para criar uma canção dance-pop/nu-disco é uma ideia sensacional, mas a produção do Calvin reduz a canção em quase uma pastiche do que são os estilos usados da forma mais clichê possível. Justin e Pharrell funcionam bem para o contexto da canção, mas a Halsey está completamente perdida em uma performance tão boba e dispensável. Stay With Me tem um bom instrumental e ecos de Daft Punk, mas isso é eclipsado pela composição bem meia boca. A canção é um trabalho que serva apenas inglês ver o que seria o projeto de uma boa música.
nota: 6

1 de novembro de 2022

La Isla Bonita

Sunset
Caroline Polachek


Entre todas as divas pop “alternativas”, a Caroline Polachek é provavelmente a que menos temos ideia sobre os seus próximos lançamentos, deixando sempre um ar de mistério sobre o que a mesma pode entregar. A tríade dos seus últimos lançamento que começou com Bunny is a Rider passou por Billions e agora chega a ótima Sunset é prova cabal desse sentimento. E a nova canção é o seu melhor momento entre as três.

Uma verdadeira surpresa sonora, Sunset é uma estranha, excitante e envolvente dentro dos seus termos mistura de flamenco pop com art pop que conquista exatamente pelas suas inesperadas decisões sonoras. Coproduzido por Sega Bodega, a canção é a prima distante do que La Isla Bonita da Madonna com toda a atmosfera que trouxe a Rosalía, adicionado a personalidade de Caroline de forma a não dar espaço para quem ouve de não associar a canção como um trabalho da sua autoria. Lindamente instrumentalizada, Sunset é ainda beneficiado pelo espetacular vocal da cantora, especialmente quando adiciona uma vocalização impressionante na parte final. O único ponto menos inspirado é a composição que prefere ser mais minimalista ao invés de explorar com mais extensão toda a complexidade estética que é elaborado nos seus bem escritos versos. E se essas canções já lançadas forem indicativos do seu álbum, Caroline Polachek deve entregar um dos trabalhos mais eletrizantes dos últimos tempos. Veremos.
nota: 8

A Velha e Boa

The Loneliest
Måneskin

Qual é o problema em seguir a boa e velha cartilha de que “se não está quebrado, não precisa de reparo”? Especialmente quando o resultado é algo realmente bom. Esse é o caso de The Loneliest do Måneskin.

Novo single da banda italiana, a canção é uma tradicional power balada pop rock muito bem feita e, principalmente, que entrega exatamente o que promete sem mais ou menos. Não é algo revolucionário e muito menos que irá mudar a mente de quem não gosta da banda, mas é um trabalho honesto, direto e que cumpre todas as expectativas de quem espera nada mais que uma competente power balada pop. E isso a banda faz de maneira até fácil. Com uma composição melancólica, tocante e um refrão perfeito para ser cantado a plenos pulmões, The Loneliest é ajuda mais pela poderosa e sensacional performance vocal Damiano David. Uma canção que cumpre o que promete de maneira eficiente é o que as vezes a gente precisa ouvir.
nota: 7,5


Sub-Ed

Forget Me
Lewis Capaldi

Acredito que não seja uma novidade para ninguém que para gostar do britânico Lewis Capaldi tem que, ao menos, ter simpatia pelo Ed Sheeran, pois os dois britânicos estão basicamente na mesma área artística. E é por isso que odeia o Júlio do Cocorico britânico não vai gostar de Forget Me do Lewis.

Donos dos sucessos Someone You Loved e Before You Go, o britânico aposta em uma balada mid-tempo sobre dor de cotovelo previsível, simpática e esquecível. Acredito que a mudança rítmica aqui dá uma atrapalhada na força emocional que as canções de Lewis normalmente entregam, mas ainda se encaixa perfeita na persona que o mesmo apresentou ao grande público. Devo admitir que vocalmente gosto do cantor, mesmo que ele ainda continue usando o seu timbre rouco e grave da maneira que fiquei brega e, as vezes, forçado. Entretanto, quem realmente gostar do Ed vai gostar de quem é Sub-Ed facilmente.
nota: 7



Quase a Boa Ciara

Better Thangs
Ciara & Summer Walker


A carreira da Ciara é marcado por três tipos de canções: os acertos, os erros e as quase lá. Esse último caso é de Better Thangs.

Sonoramente, a canção se casa perfeitamente nos domínios da Ciara ao ser uma R&B/dance mid-tempo sexy e envolvente. O problema é que a batida criada aqui para a canção não sustenta vigorosamente para os três minutos e meio de duração, terminando morna e levemente arrastada. Além disso, a Ciara e a cantora/rapper Summer Walker apresentam química genuína, mas a entrega de ambas é um pouco contida demais e ajuda a dar ainda mais essa sensação de Better Thangs ser morninha. Uma pena, pois a canção com a energia diferente poderia um dos acertos da carreira da Ciara.
nota: 6,5