19 de setembro de 2018

New Faces Apresenta: Stefflon Don

Pretty Girl (feat. Tiggs Da Author)
Stefflon Don

O mercado para rapper mulheres é bem complicado, pois, além das brigas internas que não levam a nada, as artistas precisam lutar contra o machismo que difundido no meio que sempre existiu. Felizmente, o mercado vem abrindo algumas brechas para jovens artistas como é o caso da britânica descendente de jamaicanos Stefflon Don. Construindo uma carreira com algumas participações relevantes ao lado de nomes como Future, J Balvin, Halsey e outros, a jovem é uma promessa que deve ser acompanhada de perto para os próximos anos, mesmo que a rapper ainda não esteja no seu melhor como prova a simpática Pretty Girl.

Lançada como single da sua mixtape Secure, Pretty Girl é uma dançante e agradável dancehall que dá uma boa noção do talento e carisma de Stefflon Don. Transitando bem entre o inglês tradicional o inglês com sotaque jamaicano, a artista domina bem a canção e mostra que existe algo muito interessante que pode ser trabalhado na presença de Stefflon. O problema de Pretty Girl é que a canção é muito certinha na construção da sua batida que poderia se aprofundar melhor em uma sonoridade tão rica e abrangente. Além disso, a composição patina no repetitivo refrão e a presença monotemática de Tiggs Da Author, mas, mesmo assim, a canção é uma boa prévia de uma artista que pode surpreender no futuro.
mota: 6,5

17 de setembro de 2018

A Imaculada Estranheza de Thom Yorke

Suspirium
Thom Yorke

Recentemente falei sobre o estranhamento de ouvir o tema musical que não batia com o filme. Dessa vez, porém, irei falar de estranho tema musical que combina perfeitamente com o filme que foi feito. Chamado para ser o compositor da trilha do remake do terror Suspiria, o vocalista do Radiohead Thom Yorke parece ser o nome perfeito para conseguir explorar/captar/transmitir toda a atmosfera que a história sobre uma bailaria que se encontra em uma escola de dança povoado por bruxas. E essa prova está no lançamento da canção Suspirium.

Para quem conhece um pouco da sonoridade do Radiohead deve ter uma ideia que Suspirium está de ser um típico tema para um filme. E essa concepção está mais do que certa, pois a canção é assombrante indie rock que trabalha para construir uma atmosfera que consegue soar como uma macabra/melancólica canção de ninar com toques atmosférico de uma balada estilo valsa. Apesar da complexidade para explicar as suas características, Suspirium é, na prática, sonoramente bem mais fácil de compreender depois de se ouvir pela primeira vez, ajudando a aumentar o peso sombrio que a canção quer transmitir ao ir de encontro com o tom do filme. Os vocais de Thom aumentar essa sensação que beira a desolação contemplativa devido a sua performance inebriante e imersiva. O problema de Suspirium para não ser a obra de arte moderna que poderia ter se tornado é, principalmente, uma sensação da canção ser maior do que realmente é de verdade e a composição simples demais para embarcar a atmosfera construída. Ainda não vi o filme Suspiria, mas pelas criticas já disponíveis é possível comparar com o trabalho de Thom nessa canção: esteticamente audacioso e poderoso, mas substancialmente carente de força. Todavia, ainda é um projeto que merece ser ouvido/visto
nota: 7,5


16 de setembro de 2018

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

The Blower's Daughter
Damien Rice

Muitas vezes já escrevi aqui no blog sobre a principal razão da música existir que é para fazer o ser humano poder sentir e expressar os sentimentos, pensamentos, dores, prazeres e qualquer emoção que seja inerente ao ser humano. Na verdade, esse é o papel básico de qualquer arte, mas como esse é um blog voltado à música será esse o aspecto abordado, pois hoje irei falar sobre uma das músicas que melhor transmitem a sua função para mim. Essa canção é o curioso sucesso do irlandês Damien Rice, a magistral The Blower's Daughter.

Lançada como primeiro single do álbum debut de Damien Rice (O) em 2001, The Blower's Daughter não foi tecnicamente uma grande sucesso comercial e só começou a ganhar notoriedade com o grande público três anos mais tarde ao fazer parte da trilha do filme Closer - Perto Demais em que quase se tornou um personagem do filme devido ao seu uso assertivo. A partir daí, a canção começou a ganhar destaque, sendo utilizada em outras trilhas de cinema e TV, alcançando algumas posições modestas em paradas internacionais, recebendo covers de vários artistas e, também, uma versão hedionda na voz da Ana Carolina e o Seu Jorge intitulado É Isso Aí. Mesmo sem nunca ter sido um estouro, The Blower's Daughter se tornou uma canção recorrente no panteão do cancioneiro mundial devido a sua história e, principalmente, a sua genial e avassaladora qualidade sem igual.

Damien Rice é teoricamente um artista indie rock, mas que tem uma visão completamente sua sobre o que é o indie rock. Essa visão é retratada perfeitamente na construção de The Blower's Daughter, pois a canção é um trabalho único e incomparável em relação as canções que possam ter essa mesma alcunha. The Blower's Daughter é uma, sem dúvida nenhuma, uma das canções mais tristes, melancólicas e contemplativas que já ouvi em todos os tempos. A sua produção consegue criar uma atmosfera tão imersiva que em poucos acordes o público já está envolvido na nevoa densa de emoção que dá o tom da canção e que vai em uma crescente até o seu final tão triste e, ao mesmo, tempo esperançoso. Buscando a base no folk com a utilização de um constante violão, mas buscando a grandiosidade na inserção de instrumentos como violinos e violoncelos, The Blower's Daughter é uma experiência sem igual ao conseguir fazer uma jornada por sentimentos doloridos e, ao mesmo tempo, tão comuns do ser humano já que a canção fala sobre o fim de amor. 

 The Blower's Daughter fala em poucas, mas muito bem escolhidas palavras, a dor que é perceber que aquele relacionamento que se pensava ser para sempre está chegando no fim. E o pior: que a pessoa mais culpada é aquela que mais se dedicou a dar certo. Poética nas escolhas simples dos versos, mas que funcionam pelo corte cru que dá na alma de quem ouve. Contida em não abusar de complexas formações sintáticas, mas tão profunda na sua simplicidade que chega a deixar uma sensação desconcertante para quem sabe sobre o que aquelas palavras significam e, surpreendentemente, para quem nunca passou por essa situação já que a força emocional aqui é descomunal. Além disso, a canção ainda conta com a performance impressionante e devastadora dos vocais comedidos de Damien que são como a navalha que corta o resto de razão que não deixa quem ouve se entregar aas emoções da canção. E ainda tem mais: na parte final ouvimos apenas dois versos cantados por uma voz feminina que equilibra a canção, colocando a pedra final sobre essa tour de forceThe Blower's Daughter é tipo de canção que quem ouve nunca irá esquecer do momento em que se ouviu pela primeira vez e, com certeza, nunca será esquecida por mim.
nota: 10

15 de setembro de 2018

Mariah Sem Mariah

GTFO
Mariah Carey

Apesar de não atingir o mesmo sucesso que nos tempos de glória, ninguém pode dizer que a Mariah Carey desistiu de lutar para voltar ao mainstream da música e, principalmente, que a cantora tenha se vendido sonoramente para alcançar tal objetivo. E, novamente, MC está de volta com o lançamento de GTFO, primeiro single do seu novo álbum. Dessa vez, porém, a cantora parece ter meio perdido algo que é completamente familiar a sua carreira.

GTFO é uma quase volta a sonoridade da era do The Emancipation of Mimi em canções como Shake It Off e, principalmente, Don't Forget About Us ao ser uma R&B contemporâneo com toques de pop em uma atmosfera contida/sensual. Quase uma volta, pois GTFO tem uma pegada um pouco voltada para hip hop devido a sua cadencia mais marcante na instrumentalização. Sonoramente, a canção é o trabalho mais relevante dela em algum tempo, mesmo que não seja exatamente um grande trabalho criativo. O principal erro da canção é a falta de Mariahrismo. Cantando a maior parte da canção em agudo já conhecido, Mariah entrega uma performance bem linear e esquece daquele poder que normalmente entrega na parte final até de canções como a do tipo de GTFO. Apesar da inteligente composição, GTFO é uma canção da Mariah que parece que falta a Mariah Carey.
nota: 6,5

14 de setembro de 2018

A Hora e a Vez do Benny Blanco

Eastside (feat. Halsey & Khalid)
Benny Blanco

Dono de uma das maiores coleções de sucessos da última década, o produtor Benny Blanco ajudou a moldar o pop/R&B que ouvimos na radio atualmente. Nomes como Katy Perry, Maroon 5, Britney Spears, Ed Sheeran e vários outros tem, ao menos, uma canção que tem a produção assinada pelo produtor de apenas trinta anos. Depois de tantos anos atrás dos holofotes, Benny decidiu colocar a cara no Sol para lançar o seu primeiro single. 

Intitulado Eastside, a canção é uma agradável e muito bem vinda  mistura estilosa e deliciosa de pop com R&B, criando uma viciante batida que consegue fazer a gente ter vontade de dançar no ritmo. Na verdade, a produção de Benny, ao lado de Andrew Watt e Cashmere Cat, é um dos trabalhos mais certeiros do mundo tempo em um bom tempo. Sabendo equilibrar bem aspectos mais comerciais e outros mais autorais, a produção cria uma canção verdadeiramente inspirada que tem apelo maior que poderia ser esperado. Uma batida mid-tempo carismática sem precisar recorrer aos efeitos clichês. Uma atmosfera que transita bem entre o melancólico e o dançante sem precisar escolher um dos dois. Uma finalização redondinha em que tudo soa perfeitamente sem arestas soltas. Tudo isso ajuda Eastside a ser tornar uma cativante canção. Além disso, a composição madura e, por vezes, lindamente tocante fala sobre um amor tumultuado durante o processo de amadurecimento é outro momento de destaque. A presença de Khalid é perfeita para o tipo de canção e, apesar da presença comum, a Halsey presença é bem corrente. Ao fazer o que sabe de melhor, Benny Blanco pode ser uma opção interessante para o cansado atual pop.
nota: 8


Algo de Novo no Reino da Del Rey

Mariners Apartment Complex
Lana Del Rey

Gostando ou não, Lana Del Rey fez o que muitos achavam que seria impossível no começou a ganhar destaque perante o público: a consolidação da sua carreira. E mais: ao chegar ao seu quarto álbum com uma gravadora, a cantora conseguiu o mais improvável ao ter o reconhecimento de boa parte da critica especializada, principalmente devido a sua evolução sonora. Ao ser aproximar do lançamento do seu novo álbum, Lana mostra que quer continua a surpreender o público e critica ao divulgar a intrigante Mariners Apartment Complex.

Primeiro single do álbum ainda sem nome, Mariners Apartment Complex é, sem nenhuma dúvida, a canção mais diferentona que abre os trabalhos de um álbum de Lana. Não que seja uma mudança drástica na sonoridade da cantora, pois estamos diante novamente de uma balada indie pop/rock que exala melancolia do começo ao fim. Entretanto, Mariners Apartment Complex tem uma atmosfera bem diferente do que estamos costumados ao ouvir da cantora ao ter uma composição mais afirmativa, empoderada e bem menos depressiva ao mostrar a força do seu amor para quem ela ama. Nada de amores conturbados ou/e perigosos e/ou trágicos e, da maneira de Lana, um amor com uma verdadeira luz de esperança no final. Outra mudança perceptível é a instrumentalização que se despi quase totalmente da grandiosa atmosférica tipica da sonoridade da cantora para entregar uma canção que flerta com o acústico. Mudança interessante, mas que peca pela simplicidade quando poderia ir em um crescente no mesmo estilo de Ride. Lana mantém os seus vocais que transitam entre o cantar e o sussurrar, mostrando que nem tudo parece ter realmente mudando na sua música. Agora é esperar para saber ser essa mudança irá se manter para todo álbum, confirmando esse novo ruma para a Lana Del Rey.
nota: 7,5

10 de setembro de 2018

Acima do Padrão

Sun in Our Eyes
MØ & Diplo

A parceria entre a cantora MØ  e o Diplo já rendeu vários sucesso como, por exemplo, os megas hits mundias de Lean on Me e Cold Water. Apesar disso, a dupla nunca tinha entregado uma canção tão interessante como é o caso de Sun in Our Eyes.

Primeiro single do segundo álbum da cantora, a canção é uma graciosa e nostálgica dance-pop/pop chiclete que vai buscar no pop contemporâneo/radiofônico dos anos oitenta a atmosfera perfeita para dar personalidade para a produção. Parceria mais diferente dos dois, Sun in Our Eyes é um dos trabalhos recentes de Diplo com a melhor finalização e maior originalidade, resultando em algo que tem mais a cara da cantora do que a do produtor. Isso é fundamental para a canção funcionar de verdade. Com uma composição redonda e, algumas vezes, deliciosamente cativante e inteligente, a canção ainda conta com os voluptuosos e distintos vocais de  que a ajuda a se destacar em meio ao massificado meio pop de cantoras divas indie/alternativas/pop que cresceu no últimos anos. Espero que, além do álbum (Forever Neverland) ser nessa pegada, todas as parcerias entre a  e Diplo tenha a mesma qualidade daqui para frente.
nota: 7,5

LSD Impuro

Thunderclouds
LSD

O trabalho colaborativo ente a Sia, o Diplo e o Labrinth ainda não alcançou o sucesso comercial, mas, felizmente, já disse para o que veio com o lançamento da boa Thunderclouds.

A canção é o que se pode dizer uma verdadeira viagem sonora. Apesar de ser contida para não assustar o grande público, Thunderclouds é uma brilhante e divertida mistura de pop psicodélico com electropop que consegue criar algo único, mas sem perder um tino de familiaridade em relação as sonoridades dos três componentes do LSD. Porém, ainda não azeitado completamente, o trio ainda tem algumas pontas soltas no resultado final. Um deles é o problema da química entre Sia e Labrinth: talentosos e habilidosos cantores, principalmente a australiana, os dois ainda parecem ainda desconectados vocalmente, principalmente devido a estrutura que foi construída para os dois nunca deixando um contado maior. Outro problema que precisa ser refinado é a composição que parece falta alguma coisa como, por exemplo, emoção genuína, mesmo sendo um trabalho bem escrito tecnicamente. Acredito que o trio ainda pode chegar na refinação artista perfeita para liberar o potencial de cada um nos próximos tempos.
nota: 7,5

9 de setembro de 2018

Mea Culpa

Delicate
Taylor Swift


Preciso admitir que deixei passar de lado o lançamento de Delicate da Taylor Swift do álbum Reputation, pois, ao contrário dos outros single, a canção se tornou um verdadeiro sleeper hit ao longo do ano. 

Delicate é uma coesa e bonitinha electropop que tem uma produção tão refinada que alguns podem creditá-la como sendo "sonolenta". Isso é algo que definitivamente pode acontecer, mas deve-se realizar que a batida bem cadenciada (mid-tempo) é, na verdade, uma decisão até interessante da produção de Max Martin e Shellback, pois ajuda a criar uma canção romântica sem cair no cliché de ser uma balada. Apesar dessa qualidade, Delicate parece maior que deveria ser, deixando uma sensação de ser uma canção arrastada. Com bons vocais que tem um efeito vocal bem interessante que ajuda a dar a atmosfera melancólica que combina com a composição sobre um começo meio conturbado de um relacionamento, Delicate é uma canção inofensiva que conseguiu um bom destaque ao conquistar o público por si e, não, através de uma pesada promoção.
nota: 7

7 de setembro de 2018

Faíscas

Electricity
Silk City & Dua Lipa

Dua Lipa está mais do que pronta para conquistar definitivamente o pop mundial. E a nova aposta é a canção Electricity que tem parceria com a dupla Silk City que, na verdade, nada mais é que uma colaboração do Diplo com o Mark Ronson.

Electricity é uma faca de "dois legumes", pois, ao mesmo tempo, consegue ter acertos sonoros distintos e erros clichês que deixam a música com cara de "hum, já ouvi isso antes". O primeiro grande acerto da canção é a presença sensual de Dua Lipa que entrega uma performance tão carismática e luminosa que ajuda a canção ganhar corpo, principalmente devido ao seu sempre timbre rico e completamente distinto dentro do mundo pop. E essa característica é o que dá liga para Electricity, pois a produção é uma verdadeira montanha-russa. Diplo e Mark conseguem colocar as suas marcas únicas na canção, mas que se batem de frente ao não conseguirem se equilibrarem da melhor forma. De um lado há o pop/eletrônico de Diplo que, infelizmente, quase caí no lugar do comum do gênero, deixando a canção com uma atmosfera quase massificada. Do outro lado há a presença do pop/soul de Mark que ajuda a canção a, felizmente, não ir para esse caminha ao adicionar algumas camadas interessantes na estrutura básica, transformando Electricity em uma bem aceitável dance-pop divertido e perfeitamente para virar sucesso comercial. Apesar dos problemas, Electricity pode ser o marco para a solidificação da carreira de Dua Lupa para a possível próxima grande nome do pop.
nota: 7

A Menina Pastora Chamada Tori

Never Alone (feat. Kirk Franklin)
Tori Kelly

Quando lançou o seu primeiro álbum em 2015, Tori Kelly apareceu como uma promessa/alternativa no mundo pop que poderia ter se tornado um grande nome, mas, depois de três anos, a cantora sumiu do mapa de tal maneira que até merecia que alguém mandasse um beijo para ela. Entretanto, a cantora está de volta ao preparar o lançamento do segundo álbum e já tem como um dos singles lançados a canção Never Alone.

E para a minha surpresa total, Tori Kelly parece que irá mudar a sonoridade ao fazer de Hiding Place um álbum gospel/pop. Isso não tem problema nenhum em relação a qualidade, ainda mais com exemplos lançados esses ano, o problema é que Never Alone não é exatamente uma boa canção. Apesar da presença vocalmente bonita de Tori, o single não consegue ir para lugar nenhum sonoramente ao ser um um sem graça pop/soul. A produção parece querer dar uma afastada leve de clichês do gênero gospel, mas cai diretamente nos clichês do pop contemporâneo. Além disso, a presença de  Kirk Franklin, que também serve como produtor, é tão mal utilizada recitando um verso meia-boca que poderia ser bem mais profundo e melhor utilizado. Se não fosse belos vocais de Tori, Never Alone seria ainda mais sem graça do que é realmente. Uma pena verdadeira que Tori não tenha em mãos um material a altura do seu talento.
nota: 6

6 de setembro de 2018

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

A música na sua essência serve para trazer emoções para quem ouve e, também, para quem a executa. Normalmente, a gente espera que uma música vá suscitar sensações emotivas de cunho positivo como, por exemplo, alegria, divertimento, amor, vontade de dançar, entre outras. Entretanto, a música tem como papel também tocar em emoções menos excitantes, mas não menos importantes para a raça humana como tristeza, saudades, dor de cotovelo, inquietação e vários outras. E visando falar sobre um exemplo que se encaixa nesse segundo exemplo que hoje falaremos sobre....


5 de setembro de 2018

New Faces Apresenta: Jessie Reyez

Sola
Jessie Reyez

A ascensão de alguns artistas parece seguir uma cartilha bem delimitada: primeiro, esse artista chama a atenção de alguma gravadora/empresário que o contrata e fique escrevendo/participando de canções de outros artistas para ganhar experiência/nome para, depois, conseguir lançar o seu próprio material. Esse caminho pode ser lincado para vários artistas nos últimos anos e a mais nova nessa lista é a canadense Jessie Reyez. 

Nascida em Toronto e filha de colombianos, Jessie Reyez vem ganhando destaque no mundo da música pelas suas colaborações que já tem no currículo parcerias com o Calvin Harris e, mais recentemente, com o Eminem. Apesar de já ter lançado algumas canções, a cantora deve começar a ganhar ainda mais destaque perante o grande público com essa exposição. E parece que Jessie tem o que mostrar de verdade.

Single recentemente lançado que deve fazer parte do seu primeiro álbum, Sola é uma balada pop de partir o coração que deixa Jessie brilhar sem muitos artifícios sonoros. A primeira característica notável que pode se notar é a capacidade de compositora, pois a canção é uma impressionante e devastadora letra sobre ter consciência que é a pessoa errada para quem se ama. Sincera e até triste demais, Sola tem uma performance contida e linda de Jessie que consegue passar toda a frustração contida na composição. Talvez a não criatividade sonora impede um pouco a canção de ser uma obra maior, mas o talento de Jessie Reyez se mostra como uma verdadeira promessa para o futuro.
nota: 7,5

O Renegado do Pop

Right Now
Nick Jonas & Robin Schulz

Uma verdade nua e crua: Nick Jonas deveria ser melhor valorizado no mundo pop. Mesmo tendo alguns sucessos, o cantor ainda não teve o reconhecimento necessária para valorizar o seu crescimento artístico na carreira solo. Quer provar maior que o single Right Now?

Parceria com o DJ alemão Robin Schulz, Right Now poderia muito bem cair no lugar comum do EDM/dance-pop se não fosse a presença de vários nomes talentosos como a co-produção do Steve Mac e a co-autoria de Skylar Grey. Dessa maneira, a canção torna-se uma revigorante, bem construída e de personalidade EDM com toques de dancehall, resultado em uma das poucas canções desse estilo que merece sucesso verdadeiro. A presença sólida de Nick ajuda ainda mais Right Now, pois injeta dinamismo e carisma para a canção que poderia ser automático na voz de outros cantores do mesmo estilo. E isso só prova que o não sucesso de Right Now faz de Nick Jonas o melhor renegado no mundo pop.
nota: 7,5


3 de setembro de 2018

Rouge Brilhante

Dona da Minha Vida
Rouge

Seria pedir até demais do que o simples retorno da formação original do Rouge, mas teria sido ótimo que a primeira canção lançado tivesse sido melhor que Bailando. Felizmente, o grupo supre essa impressão com o lançamento da inspirada Dona da Minha Vida.

Mesmo sem ter o mesmo impacto que as canções do começo da banda, Dona da Minha Vida é uma super eficiente, forte e carismática hino pop com toques de hip hop que está a altura do talento das cinco integrantes. E essas fazem por onde, entregando performances solo sensacionais em que o público consegue distinguir cada voz com perfeição, sendo que essa foi sempre a maior qualidade da girl band. Com um refrão poderoso, um dos melhores do ano no pop nacional, Dona da Minha Vida é uma canção sobre empoderamento feminino que combina com a evolução das integrantes, mostrando a maturidade que os anos separada trouxe para cada uma delas. Nem sempre a letra é do mesmo nível que o resto da canção, mas esse é um problema menor para o brilho que o Rouge voltou a mostrar.
nota: 7,5

Tubarão Romântico

Love Will Save The World
Jessie J

A Jessie J já cantou alguns temas para filmes ao longo da sua carreira, sendo a mais famosa Flashlight do filme A Escolha Perfeita 2. O que ninguém poderia conceber é que a cantora seria dona do tema romântico para o um filme sobre um tubarão gigante, mas a verdade é que a cantora entoa Love Will Save The World para o filme O Megatubarão.

Lembrando a sonoridade do último álbum de Jessie (R.O.S.E.), Love Will Save The World é uma baladinha pop soul bem feita, mas que não combina exatamente para ser tema de filme. Ainda mais devido a sua composição sobre superar qualquer desafio para poder viver um grande amor. Se era para ser esse um tema de verdade, a canção poderia bem abusar de clichês do gênero e não ter essa batida contida mid-tempo, principalmente no refrão. E, obviamente, serie bem mais divertido Jessie soltar o vozeirão e, não, entregar essa soulful e contida performance que ouvimos em Love Will Save The World. Entretanto, é complicado saber o que querer de um tema para um tubarão chamado megatubarão. Então, o que foi entregue parece melhor que o esperado.
nota: 6,5


1 de setembro de 2018

Esforçado

Goodbye (feat. Nicki Minaj & Willy William)
Jason Derulo & David Guetta

Sabe aquele aluno que não é exatamente um gênio, mas é tão esforçado que consegue notas razoáveis em todas as matérias? Então, a parceria do DJ David Guetta com o Jason Derulo em Goodbye é a versão desse aluno na música.

Goodbye é uma passável e, por vezes, divertida dance pop/latin pop que tem possibilidades de virar um sucesso comercial se o público descobrir a sua existência. O grande problema da canção é tudo que a envolve não passa do "um pouco acima da média". A batida é legal e dançante, mas peca por não ter aquela força instrumental capaz de transformar a canção em um hit instantâneo. A letra é um trabalho redondo e com um bom refrão, mas faltou tempero latino verdadeiro para dar cor para o resultado final de Goodbye. As performances de Jason e Nicki são interessante e tem química, mas nada que os dois já não tenham feito melhor e a presença de Willy William é apática. Resumidamente: Goodbye é uma canção tão esforçada que deveria ser até melhor do que realmente é.
nota: 7

O Jovial Sr. McCartney

Fuh You
Paul McCartney

Nos últimos tempos o mundo da música vem perdendo vários importantes nomes que fizeram história. Felizmente, outros grandes nomes ainda estão firmes e mais fortes do que nunca como é o caso de Paul McCartney que está preparando o lançamento do seu 17° álbum solo intitulado Egypt Station e como single foi lançado a canção Fuh You.

Sem precisar provar mais nada para ninguém já faz algumas décadas, o eterno Beatle chega aos 76 anos sem indicio que irá parar tão cedo. E mais: Paul continua a procurar novos horizontes. Dessa vez, o musico resolveu trabalhar com o produtor Greg Kurstin para o seu novo álbum, mas também tem espaço para a parceria com o onipresente Ryan Tedder. Obviamente, não espere que Fuh You esteja nos mesmo parâmetros das grandes canções de Paul ou/e dos Beatles, pois isso seria algo quase impossível. Espere, sim, uma despretensiosa pop rock em que o musica parece se divertir sem ter medo de soar tiozão tentando ser atualizar. Sem mostrar nada de novo, a produção de Ryan acerta na construção da instrumentalização que cria uma atmosfera leve e divertida para a canção. Confortável em sua posição, Paul erra apenas na mediana composição de Fuh You que parece muito bobinha para ser entoada por um artista do seu calibre. Isso não atrapalha o fato de podermos ainda curtir o Paul McCartney ainda na ativa.
nota: 7