30 de abril de 2023

Primeira Impressão

That! Feels Good!
Jessie Ware



As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

A década de 1980 é uma das mais ricas e notórias em referencia ao sucesso de canções temas de filmes. Apenas para citar algumas: 9 to 5 da Dolly Parton, Endless Love do Lionel Richie e Diana Ross, Eye of the Tiger da banda Survivor, Flashdance... What a Feeling de Irena Carla, I Just Called to Say I Love You do Stevie Wonder, Take My Breath Away do Berlin, entre outras. Existe um tema que infelizmente parece meio esquecida, especialmente se comparando com as canções citadas. Entretanto, essa canção é na minha visão uma das melhores da década por ser basicamente uma das mais divertidas e atemporais canções pop da época. Essa é...




Pra Quê?

Kill Bill (remix) (feat. Doja Cat)
SZA

Depois de participar de alguns remixes que não são remixes, a SZA lança um para chamar de seu com o lançamento de Kill Bill com a participação da Doja Cat.

Vamos aos fatos: a canção é a mesma apenas com a adição do verso da Doja do começo. E você pergunta: pra quê? Artisticamente, não serve para nada, pois é literalmente é tudo igual a original, mesmo que o verso da Doja seja bom ao basicamente recontar a cena entre Vivica A. Fox e Uma Thurman no filme que dá nome a canção. O motivo é comercial, pois, apesar do sucesso da canção, Kill Bill bateu na trava para alcançar o numero um da Billboard. O lançamento desse remix pode ajudar a fazer SZA conquistar esse marco na sua carreira. E se isso acontecer é a razão única para existir esse remix.
nota
Original: 7,5
Remix: 7

Ed É Ed

Eyes Closed
Ed Sheeran


Uma verdade: quem gosta do Ed Sheeran vai continuar gostando não importa o que o cantor faça e quem não gosta nunca vai gostar do artista não importa o que acontece. Então, Eyes Closed não vai mudar nenhuma das duas situações, mesmo o cantor ter tentado soar diferente para terminar sendo o velho Ed.

A produção tenta dar um toque mais indie/folk para a batida da canção, fugindo da balada pop que o Ed é conhecido. Entretanto, o resultado apenas dá uma volta em torno de si para entregar uma baladinha fofa, inofensiva e comercial. Eyes Closed é, na minha opinião, uma das composições mais maduras do cantor até o momento, mostrando mais profundidade que o normal e com um toque melancólico. Não é genial, mas é uma mudança que mostra que o mesmo está evoluindo. Todavia, Eyes Closed é essencialmente uma canção do Ed Sheeran para a felicidade de uns e o desprezo de outros.
nota: 7

A Garota do Quase

Smoke (feat. Lucky Daye)
Victoria Monét


A Victoria Monét continua sendo a maior hitmaker que você não conhece, pois todos os seus hits foram para outras pessoas, especialmente para a Ariana Grande. Isso não impende, porém, que a artista não continue a tentar o seu lugar sob os holofotes com o lançamento da ótima Smoke.

Deliciosamente suingado, o single é uma viciante R&B/soul que devido a sua batida viciante e revigorante consegue conquistar em apenas algumas notas. E isso vem da batida leve, despretensiosa e com apelo convidativo de fazer a gente ter vontade de bater os pezinhos acompanhando o ritmo. A química entre Victoria e o Lucky Daye é palpável, pois parece que ambos nasceram para carregar esse tipo de canção de maneira sexy, envolvente e sem esforço. Não acho que Smoke seja a canção para colocar Victoria Monét no mapa, mas é o tipo de canção que precisa ser descoberta por mais gente possível.
nota: 8



23 de abril de 2023

Mudanças

Como vocês podem notar aconteceram algumas mudanças visuais no blog no intuito de atualizar e melhorar a leitura. Então, quem puder dar um feedback sobre o que achou serei muito grato, pois assim posso mudar o que não estiver funcionando! Valeu e voltem sempre!

Primeira Impressão

UGLY
slowthai



Primeira Impressão

TRUSTFALL
P!nk


Costume Genial

Mermaids
Florence + The Machine

Existe uma constância na discografia do Florence + The Machine: a sempre genialidade sonora. É obvio que existem canções melhores que outras, mas sempre é possível contar com a banda para entregar algo espetacular. E esse é o caso de Mermaids.

Single do relançamento de Dance Fever, a canção é uma sombria, épica, densa e climática balada power art pop que é possível ser feita apenas devido a capacidade da banda em criar canções tão distintas. A grande sacada da canção é a transição entre a sua introdução que beira a etérea com toques de barroco com a introdução de tambores marcantes que dá para Mermaids algo tenebroso e, ao mesmo tempo, divino para combinar com a densa composição que volta aos olhos para o conceito original das sereias para falar sobre empoderamento feminino. E apenas a lírica de Florence Welch é capaz de traçar paralelos de maneira a fazer a canção ser deliciosamente distorcida ao citar sangue, Afrodite, massacre e o perfume da Britney Spears. Mermaids é apenas outra joia entre toda a coleção de genialidade do Florence + The Machine.
nota: 8,5

Desconstrução

Just a Girl
Florence + The Machine


Sempre que o Florence + The Machine regrava uma canção de outro artista é sempre um evento, pois a banda tem uma sonoridade tão única que é certeza que vai resultar em algo no mínimo interessante. Esse é o caso de Just a Girl.

Originalmente lançada em 1995 pelo No Doubt e ficando como uma das margas registradas da banda, Just a Girl vai de ska/punk/pop para uma grandiosa, soturna, épica e impressionante mistura de art rock/pop e indie rock que não funciona perfeitamente, mas ainda assim resulta em algo tão magnético e poderoso como se fosse uma canção original do Florence + The Machine. Servindo como tema da segunda temporada da série Yellowjackets, a mensagem sobre o questionamento sobre o papel da mulher na sociedade consegue encontrar novos significados ao ser performando pela genial Florence que adiciona uma carga emocional que completa e dá novos significados para a letra da Gwen Stefani, combinando perfeitamente com a atmosfera da série. Talvez a batida mais acelerada da canção original durante o refrão não tenha sido tão bem traduzida pelo Florence + The Machine, mas Just a Girl é o tipo de canção que se for para regravar que seja para descontruir e a recriar de maneira totalmente diferente.
nota: 8



Uma Queda

Smog
Indigo De Souza


A perda de qualidade entre os singles da Indigo De Souza é bastante grande, pois Younger & Dumber é tão genial que ofusca a boa Smog.

Com uma batida mais indie rock e quase dançante, a canção ainda mostra que artista segura da sua capacidade de criação ao dar esse 180° em relação a canção anterior. E isso é louvável, mas Smog tem um problema que a impede de ser realmente incrível: a produção vocal. Ofuscada por um efeito que deixa a sua voz abafada, Indigo perde força emocional e deixa a canção levemente fria. Tirando isso, a produção acerta no ótimo arranjo e a composição é um trabalho maduro sobre se sentir inseguro. De qualquer forma, Smog é uma boa canção que fica na sobra de algo ainda melhor, atrapalhando o seu resultado final.
nota: 7,5

A Canção Que Fecha o Álbum

Bad Thing
Jesy Nelson

Alguém se lembra da carreira solo da Jesy Nelson? Depois do desastre que foi a péssima Boyz lá em 2021, a cantora volta a tentar a sorte com o lançamento de Bad Thing.

Muito melhor que o single anterior, a canção é errada do ponto de vista comercial e artístico não pela qualidade e, sim, pela falta de senso. Uma balada épica que deveria ser puxado mais para a romântica termina ganhando um ar de tema de filme do James Bond que não tem nada haver com nada. Lindamente instrumentalizado, Bad Thing poderia até ser uma boa canção final para o futuro álbum da cantora, mas como single não tem a menor chance de acontecer por não ser o que parecer querer ser. A composição também não tem apelo suficiente para emplacar, mesmo que seja um trabalho realmente bom e emocional. Jesy segura bem a canção, mas ao contrário de Adele, Sam Smith e Billie Eilish falta força ou/e personalidade para segurar uma canção que pretende ser tão grande e isso deixa o resultado final da canção mais contido que é o esperado. Sinceramente, a carreira solo da Jesy consegue ser pior que a da Nicole Scherzinger. Isso é algo que nunca pensei que poderia acontecer.
nota: 7

Uma Deliciosa Vibe

Sem Necessidade
Mahmundi

Uma das carreiras mais adoráveis do atual cenário MPB é a da Mahmundi. Chegando no seu quarto álbum, a cantora lançou a ótima Sem Necessidade.

Sem precisar de mudar drasticamente a sua sonoridade, a canção mostra amadurecimento da artista ao entregar uma envolvente, leve e elegante mistura de R&B, pop e MPB. Sabe aquele tipo de canção que parece feita para a gente deixar se levar pela batida em happy hour levemente embriago? Então, a atmosfera descolada da produção e a voz delicada e acolhedora da Mahmundi é o perfeito catalizador para essa deliciosa sensação. Sem Necessidade poderia ter no refrão um cuidado melhor com a produção vocal, pois a voz da cantora está um pouco abafada. Tirando isso, a canção é a perfeita representação do motivo da Mahmundi ser um dos melhores nomes da música nacional da atualidade.
nota: 8

Um Pequeno Oasis

Pilantra
Jão & Anitta

Entre erros e mais tropeços do atual cenário pop brasileiro, Pilantra, parceria do Jão com a Anitta, é um pequeno oásis que dá até certo aconchego.

A principal qualidade da canção é a sensação do trabalho estar completo devido a sua produção sólida e bem pensada. Além disso, a sonoridade pop com toques de pop rock e pinceladas de funk funciona melhor que o esperado, mesmo não tendo nada de novo de verdade. A composição também é acima da média, mas ainda recorrer para lugares comuns como o famoso e famigerado “sentar”. Pilantra poderia ser melhor se os dois artistas tivessem mais química juntos, mas, felizmente, suas partes solos são defendidas bem. E assim está o pop atual em que precisamos nos agarrar a uma canção que não faz mais que a sua obrigação.
nota: 7

16 de abril de 2023

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

If You Had My Love
Jennifer Lopez


Com a Jennifer Lopez presta a lançar o seu mais novo álbum depois de um hiato da música de quase nove anos resolvi voltar no tempo e olhar para a canção que fez a artista se tornar uma força do pop no começo dos anos dois mil: If You Had My Love.

Lançada em 1999, a canção foi o primeiro veículo para então atriz e dançaria no mundo da música depois do sucesso por seu papel do filme Selena sobre a história da cantora assassinada em 1995. Primeiro single On the 6, a canção é uma capsula do tempo que mostra bem a transição entre a década de noventa mais voltada para o R&B para o começo dos dois que foi voltada para o pop. Isso é refletido perfeitamente na sua cadenciada e sensual produção, mas que consegue ser dançante e ter esse apelo comercial do pop. O que é mais interesse é que mesmo passado quase vinte e cinco anos do lançamento If You Had My Love não envelheceu nada ao contrário de outras canções da cantora da época, mostrando o quanto sólido e refinado é a produção de Rodney Jerkins. Vocalmente, J.Lo nunca foi conhecida por ser uma grande cantora e aqui isso fica claro devido ao uso de backvocais para ajudar a mesma sustentar a canção, especialmente no refrão. O que acontece aqui é que a artista sempre teve um carisma natural que consegue até mesmo superar esse tipo de defeito na sua carreira. E o sucesso If You Had My Love foi a base da carreira da Jennifer Lopez que, gostando ou não, faz parte da história do pop.
nota: 8

Age of Ware

Begin Again
Jessie Ware


A jornada da Jessie Ware pela nova persona disco/pop alcançar outro ápice com o lançamento da genial Begin Again.

Depois de mergulhar na influencia de Donna Summer e Diana Ross nos singles anteriores de That! Feels Good!, Begin Again parece buscar inspiração da abertura do musical Hair a consagrada Aquarius/Let the Sunshine In ao ter um instrumental épico, grandioso e apoteótico que parece fazer a gente embargar em uma viagem de sensações mais profundas que apenas o desejo de dançar. Sonoramente, a canção é um exuberante disco/soul que continua a mostrar o quanto é o refinamento da artista sobre o gênero que adotou no último álbum, acrescentando ainda mais maturidade para o resultado final. E, queridos leitores, o ponto alto da canção nem é na sua produção incrível e, sim, no genial trabalho vocal. Ware novamente entrega uma performance que exala como um tsunami a sua habilidade de tornar tudo que cantora elegante e aveludado, mas é no uso do coral para entoar o refrão que é feito de maneira simplesmente soberbo no instante que dá para Begin Again toda a sua atmosfera mística inspirada em Aquarius/Let the Sunshine. E assim a Jessie Ware mostra que o mundo pop é seu e a gente vive nele felizmente.
nota: 9

2 Por 1 - Kelly Clarkson

mine / me
Kelly Clarkson


Enquanto a Shakira e a Miley estão atirando pesado contra os seus ex, mas com resultados apenas ok, a Kelly Clarkson entra nessa lista acertando na mosca com o lançamento dos singles mine e me.

Apesar de canções diferentes, os trabalhos se complementam da melhor maneira ao serem uma narrativa coesa e interligada. De um lado, mine está a crônica sobre o coração quebrado e o relacionamento tóxico que a mesma estava quando casada. Do outro lado, me é a canção de superação em que a cantora encontrou o caminho para superar e seguir em frente. Obviamente, tudo poderia desandar para o clichê ou apenas ser mediano como os trabalhos das colegas citadas, mas, felizmente, Kelly volta com tudo ao entregar dois ótimas canções pop como a mesma já entregou várias vezes. Sonoramente, ambas canções são baladas pop que que conseguem apresentar substanciais diferenças nas suas construções para se diferenciarem e ainda terem força suficiente para serem canções que sustentam o talento da Kelly. E, queridos leitores, a cantora entrega performance espetaculares em cada uma canção, mostrando todo o seu imenso alcance, o controle perfeito e uma emoção tão sincera que fica quase impossível não se emocionar. A cereja no bolo das duas canções são as suas composições que fazem exatamente o trabalho de serem o perfeito exposição das feridas do seu casamente de maneira honesta, emocional e desconcertante, especialmente em mine em que é feito citações de outros trabalhos da cantora que eram para o ex como o hit Piece by Piece. E assim Kelly Clarkson chega para mostrar que dá sim para aliar qualidade e dor de cotovelo em uma canção pop.
notas
mine: 8
me: 8

Free Jisoo

꽃 (Flower)
All Eyes on Me
Jisoo


Assim como as boys/girls banda ocidentais, as banda de k-pop também tem o fenômeno de terem seus integrantes lançarem projetos solos. Ao contrario do que sempre acontece desse lado do mundo, os projetos são paralelos ao trabalho na banda não sendo o começo de carreiras solo. Entre as dezenas desse tipo de trabalho que vem proliferando está a canção 꽃 (Flower) da Jisoo.

Integrante do Blackpink, a jovem coreana poderia facilmente ter em mãos algo realmente a altura do seu talento, mas ao invés recebe uma sem graça, sem carisma e sem criatividade mistura de pop, trap e k-pop. Nada aqui parece mostrar que a Jisoo é uma estrela, mas, na verdade, parece uma demo que não deveria ter visto a luz do dia devido a falta de apelo da canção. Maçante e chata do começo ao fim, 꽃 (Flower) é salva pela presença iluminada da cantora que tem carisma de sobra para segurar canções com verdadeira criatividade. E isso nem cito que All Eyes on Me, espécie de b-side do single, é uma dance-pop com uma forte batida de eurodance que parece ser uma regravação de um sucesso dos anos dois mil em coreano, massificando ainda mais a persona da cantora solo. Sinceramente, toda vez que ouço uma canção de um talento do k-pop só fico pensado o que os mesmos poderiam fazer se tivessem realmente liberdade criativa.
notas
꽃 (Flower): 5
All Eyes on Me: 5

Um Tema Para Rina

Eye For an Eye
Rina Sawayama


Ao contrário de STILL ALIVE para o novo filme Pânico, a ótima Eye For an Eye, tema de John Wick: Chapter 4, da Rina Sawayama, que tem um papel de coadjuvante, é ideal para ser tema, pois acerta no ponto ao conseguir combinar com o filme em questão.

Eye For an Eye é uma sóbria, sensual, explosiva e madura mistura de pop rock, dance e indie rock que consegue manter a personalidade da cantora de maneira intacta e, ao mesmo tempo, ter os toques precisos do filme que é tema. Existe uma atmosfera de perigo que permeia toda a canção que encontra o perfeito equilibro com a performance estilizada e poderosa de Rina. E o mais interessante Eye For an Eye é que a sua letra beira o clichê, mas se mostra uma tática acertada já que foi pensada exatamente para ter essa qualidade de tema de filme do 007 com uma pegada mais moderna. E é assim que se faz um tema.
nota: 8

Nostalgia Factor

Miracle
Ellie Goulding & Calvin Harris

Em seus últimos trabalhos, o Calvin Harris tem tentado usar a nostalgia para ser o fator decisivo, mas vem falhando constantemente. E eis que surge a surpresa de ouvir Miracle.

Em parceria com a Ellie Goulding, a canção invoca com precisão aquele eurodance/trace que se popularizou no final dos anos noventa e parte dos dois mil. Não é nada genial, mas é de uma sinceridade sonora comovente que consegue fazer a gente voltar ao passado em uma canção rápida e rasteira. Miracle, porém, poderia explorar essa ideia mais afundo, faltando um clímax para arrematar tudo com chave de ouro. Felizmente, a boa performance da Ellie ajuda a esconder algumas pontas soltas. Se o Calvin fizesse todas as suas canções com essa mesma mentalidade poderia realmente sair do lugar comum que se estabeleceu. 
nota: 7

11 de abril de 2023

A Hora e a Vez do FLO

Fly Girl (feat. Missy Elliott)
FLO

Acredito que fazia um bom tempo desde que a carreira de um artista novato tenha entrega tantas canções de alto nível como o caso do girl band FLO. Desde do debut com Cardboard Box tem sido uma canção boa atrás da outra. Entretanto, as jovens alcançam o ápice com o lançamento da genial Fly Girl.

Além de capturar com perfeição toda a atmosfera do pop/R&B do final dos noventa/começo dos dois mim, a produção de LiTek, MNEK e WhyJay impressiona devido ao genial uso do sample/ interpolate da canção Work It da Missy Elliott. Costurado o sucesso da rapper da maneira que a canção se torna parte primordial de Fly Girl, mas sem ser apenas uma reconstrução de uma canção popular, o resultado é excitante, viciante, maduro e com um fator viciante impecável. E o toque de gênio é que a Missy não apenas está presente pelo sample, mas com um original verso que a mesma faz referências a canção sample como também adiciona substância para Fly Girl. Apesar dessa presença marcante, as meninas do FLO colocam as suas marcar de maneira indiscutível ao conseguir brilharem individual e de maneira solo. E com uma letra certeira e perfeita para viralizar, Fly Girl é uma das canções que mais torço para se tornarem um sucesso comercial para que a girl band possa finalmente colher os louros de tamanha qualidade.
nota: 8,5



Jojificação

still
bbno$


Apesar de ser mais conhecido pelas suas canções despretensiosas e humoradas como as parcerias com o Yung Gravy, o rapper bbno$ (se pronuncia como baby no money) surpreende ao lançar a dramática still.

Lembrando bastante o que o cantor Joji fez com Glimpse of Us, a canção é uma balada indie/alt pop com toques de eletrônico com uma impressionante instrumentalização que se vai desenrolando em uma intrigante teia de texturas e nuances muito bem costuradas. E, apesar dessa ótima produção, o grande destaque de still é sua profunda, tocante e toques de humor composição que relata de maneira sincera o fim de um relacionamento. Em especialmente o ótimo refrão mostra que bbno$ conseguiu equilibrar o seu cerne brincalhão com um tema mais maduro. O que poderia ser melhor é a sua performance que mesmo segurando de forma contida e delicada, a sua voz foi claramente alterada com efeitos para ser capaz de entoar a canção o que deixa um certo ruido ao ouvir. Isso não impede de still ser uma agradável surpresa de onde não esperava. 
nota: 8

O Retorno de Uma Querida

Tattoo
Loreen

Em 2012, a cantora sueca Loreen devido a sua vitória no tradicional Eurovision Song Contest com a espetacular canção Euphoria. Apesar de não ter seguido com afinco a sua carreira depois do lançamento do subestimado álbum Heal, a cantora continuou a sua carreira de maneira sólida. E eis que mais de anos depois a cantora novamente irá representa o seu país no concurso com a canção Tattoo.

A canção não é melhor que o que a fez vencer da primeira vez, mas é tão boa quanto e, principalmente, é uma ótima canção pop que tem personalidade. Trabalhando basicamente com a mesma equipe de produção, Tatoo é uma climática e poderosa electropop/euro pop que tem uma construção instrumental encorpada e que consegue injetar uma carga emocional poderosa que consegue a fazer se destacar facilmente, mesmo lembrando vagamente Frozen da Madonna em seu break instrumental. Entretanto, o que a canção se destaque mesmo é a performance espetacular da Loreen. Dona de voz marcante e potente e um timbre límpido, a cantora domina cada momento da canção de forma a elevar cada momento de maneira iluminada e de uma emoção genuína. Acredito que a cantora poderá facilmente se tornar bicampeã do Eurovision ao entregar outro grande momento pop.
nota: 8

Meh-lsey

Die 4 Me
Halsey


Depois do interessante If I Can't Have Love, I Want Power pensei realmente que a Halsey estava no inicio de uma nova fase na sua carreira. Entretanto, isso não é que mostra com o lançamento da mediana Die 4 Me.

Novamente, a cantora entrega uma canção bem intencionada, mas completamente insonsa sonoramente. Repetindo os mesmos cagoetes e clichês de várias das suas canções, Die 4 Me é uma electropop/indie pop com pinceladas de trap/hip hop que não tem nada sonoramente excitante ou revigorante. É como se a gente ouvisse a mesma canção, mudando apenas algumas nuances/texturas aqui e ali que até bem produzida tecnicamente. Halsey segura bem a canção e a composição tem até bons momentos, mas novamente não passa muito do patamar de apenas ok.
nota: 6

9 de abril de 2023

Primeira Impressão

Let Her Burn
Rebecca Black



Primeira Impressão

In Pieces
Chlöe



Esperança Perdida

Body Do
Chlöe

Escutei Body Do antes de ouvir o álbum In Pieces e, por isso, achei que ainda havia esperança para o debut da Chlöe. A canção agora é uma amostra do que a cantora pode fazer com um material realmente bom.

Lembrando Have a Mercy, Body Do é uma divertida, eletrizante e envolvente mistura de electropop, R&B e toques de drum and bass que cria algo realmente na medida para o talento da Chlöe. Menos impactante que poderia ser, a canção apresenta uma introdução de texturas intercaladas de vocais que poderia facilmente fazer a canção desandar, mas a produção consegue aparar as pontas de maneira a se manter sólida e coesa. Faltou um toque extra para elevar a canção para outro parâmetro, mas isso não impede da cantora preencher os espaços com uma performance sensacional como um verdadeira diva. Uma pena que a canção está perdida no meio de tanto de mediocridade que o resto do álbum.
nota: 7,5


7 de abril de 2023

Simples, Bela e Emocional

Nothing's Free
Angel Olsen


Apesar de já conhecer a Angel Olsen e o que a mesma é capaz de entregar fiquei realmente surpreendido com a lindíssima Nothing's Free.

Single do ainda não lançado EP Forever Means, a canção é uma aula como fazer uma canção simples e emocionante. A composição é substancialmente contida, mas é perfeita ao expor os mais profundos sentimentos ao narrar o momento que se percebe o fim de um relacionamento. Alcançar isso é algo que pode parecer fácil aos olhos menos cuidadosos, sendo, na verdade, um exercício complexo para não ser simplistas demais ou abusar de frases feitas. E isso está longe de Nothing's Free que também apresenta uma impressionante produção ao misturar indie folk com toques deliciosos de jazz e big band, criando uma nova faceta para a discografia da Angel sem a mesma perder o seu charme único. Nothing's Free é um verdadeiro milagre sonoro que facilmente ampliar a minha já ótima visão sobre a Angel Olsen.
nota: 8,5



Essa é A Mistura da Inglaterra com o Brasil

Pearls (Pabllo Vittar & Brabo Remix)
Jessie Ware

De tempos em tempos surge uma parceria musical que a gente não tem a menor ideia de como aconteceu, mas que no final fica até agradecido pela existência. O mais novo caso é o remix de Pearls da Jessie Ware com a presença da Pabllo Vittar.

Longe da qualidade da versão original, o remix é o que se pode ser chamado de um remix no instante que muda bastante a sonoridade escutada ao ir de um post-disco para uma batida que adiciona eletrônico e trap. Apesar de bem conduzida, o remix perde qualidade, mas ganha na inusitada e ótima química entre Jessie e Pabllo. Na verdade, a drag entrega uma ótima performance nos seus versos ao adicionar sua personalidade, deixando no ar um pouco do que poderia ser se fosse uma parceria tradicional. Não é de longe um trabalho genial, mas esse remix de Pearls é bem melhor que a gente poderia imaginar dessa mistura inusitada.
nota: 7,5

Um Colosso Imperfeito

Swing (In A Dream)
Squid

Uma das melhores bandas surgidas nos últimos tempos, o Squid se prepara para o lançamento do sempre decisivo segundo álbum intitulado O Monolith. E como primeiro single foi lançada Swing (In A Dream).

É necessário dizer que se comparando com os lançamentos dos singles do álbum anterior, especialmente a genial Narrator, a canção perde certo impacto devido a não ter a mesma força descomunal. Swing (In A Dream) é, dentro da discografia da banda, um trabalho mais modesto sonoramente. Isso não quer dizer que não seja algo no mínimo sensacional. O seu instrumental intricado, energético e texturizado é de uma qualidade impecável ao ter a construção de belíssimas nuances de jazz que adicionam um verniz maduro estupendo para a explosiva mistura de post-punk e art rock que a banda vendo desenvolvendo de maneira impecável. Talvez o ponto que Swing (In A Dream) peque de verdade é na sua boa, mas reduzida e levemente insonsa composição. A banda já mostrou que é capaz de entregar letras “soco na cara” com a mesma estrutura, deixando o single um pouco menos impressionante. Felizmente, Squid prova que consegue criar uma canção espetacular até mesmo quando é imperfeita.
nota: 8

Bocejo

Heaven
Niall Horan


Com o sucesso incontestável do Harry Styles, os outros ex-integrantes do One Direction continuam suas carreiras solos com algum destaque aqui e ali. Esse é o caso de Niall Horan com a canção Heaven.

Primeiro single do seu terceiro álbum (The Show), a canção é uma simpática, fofa e completamente inofensiva pop rock que não chegar a ser boa, mas passa bem longe de ser ruim. Bem feitinha em todos os sentidos, Heaven falta é personalidade distinta para que a mesma um trabalho que tenha algum tipo de marca que não seja uma massa mediana de algo já feito centenas de vezes por outros artistas. E isso fica mais claro na performance de Niall que não tem nenhuma força emociona genuína, mesmo que o cantor dá conta do recado. O pior problema aqui é, porém, a sua sonífera composição que não tira nenhum tipo de sentimento. Apesar de estar no meio do caminho sonoramente, Niall Horan vai trilhando a sua trajetória com resiliência.
nota: 6



2 de abril de 2023

Primeira Impressão

Raven
Kelela


Uma Segunda Chance Para: Wrecking Ball

Wrecking Ball
Miley Cyrus

A nova fase na carreira da Miley Cyrus é o resultado direito do que começo lá em 2013 com o lançamento de Wrecking Ball. Dez anos depois, a canção envelheceu até melhor que esperava, especialmente devido a presença da Miley.

Na verdade, a canção funciona primordialmente devido a Miley. Não apenas devido a sua drástica mudança visual vista no clipe da canção, mas devido a sua interpretação forte e marcante. Ainda acho que existe certo exagero vocal que prevalente seria melhor pensado com atual versão de Miley. Todavia, a vulnerabilidade que a cantora coloca na interpretação da canção Wrecking Ball é realmente tocante e uma das razões para parte do publico começar a leva a sério a cantora. Sonoramente, a canção é uma boa, mas nada original power balada que realmente dá certo pela sinergia da performance da Miley com a explosão que é o refrão que emula o que seria uma bola de destruição explodindo contra uma parede. Outro ponto negativo é que, infelizmente, um dos produtores é aquele que não merece ser citado, deixando uma marca não tão atrativa na canção. De qualquer forma, Wrecking Ball será sempre lembrada como o ponto de transição da carreira da Miley Cyrus e isso é algo que precisa ser celebrado.
nota: 7

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

ROSALÍA & Rauw Alejandro

Trabalhos conjuntos entre artistas que possuem um relacionamento amoroso não é novidade nenhuma, mas poucos conseguiram realmente terem grande relevância ao longo dos anos. Os mais recentes a embarcar nessa é a Rosália e o seu noivo Rauw Alejandro que lançaram o EP .

Apesar de ter apenas três canções, o EP é uma ótima ideia do que a parceria dos dois artistas pode criar: uma refinado e ousado versão da atual música latina. O trabalho começa com a mais fraca das faixas: Besos. Uma reggaeton relativamente tradicional, a canção consegue ser melhor que a média devido a boa instrumentalização e a química entre os dois artistas que explode em ondas. Além disso, a canção também apresenta algumas nuances sonoras que dão corpo para o resultado final que abre o cominho para a construção mais ousada das dois próximas canções. Com um pé mais no experimental que a Rosália mostrou no seu monumental Motomami, Vampiros é uma interessante e densa reggaeton/trap que vai se tornando mais ousada na segunda parte em que a produção começa a adicionar texturas que puxam para o eletrônico/alternativo. O EP finaliza com o seu melhor momento: Promesa. Tirando influencia de sonoridades mais tradicionais como o bolero, a canção é o tipo de desconstrução que a música latina precisa para continuar a evoluir e, principalmente, se manter relevante comercial e artisticamente. Espero que essa seja a ponta do iceberg para o que a Rosália e o Rauw irão entregar no futuro.
notas
BESO: 7,4
VAMPIROS: 7,8
PROMESA: 7,8
Média Geral: 7,6