30 de setembro de 2014

2 Por 1 - Hilary Duff

All About You
Chasing the Sun
Hilary Duff


Quero que vocês não tomem minha próxima frase como sendo parte de uma tentativa de ser irônico e/ou fazer graça, mas apenas uma constatação que cheguei antes de fazer esse post: eu não lembrava a existência da Hilary Duff. Primeiramente, por não ser inclinado ao estilo de Duff, quando ela estourou na sua carreira de cantora/atriz nunca me "apeteceu" seguir os seus passos. Então, por causa disso, eu não conheço nenhuma música dela de memória. Em segundo, fazia seis anos que Hilary não lançava nenhum trabalho relacionado com a música se dedicando nesse hiato à trabalhos envolvendo sua carreira de atriz e, também, cuidado do seu primeiro filho. Então, praticamente sem aviso, Hilary resolveu sair da "aposentadoria" musical e vai lançar o seu quinto álbum (ainda sem título). A música que quebrou o silêncio foi a divertidinha Chasing the Sun.

Não espere uma grande canção nessa produção de Toby Gad, mas, ao menos, Chasing the Sun é uma simpática obra sobre ser "feliz". A composição tem como um dos autores a cantora Colbie Caillat e é um trabalho rasteiro e sem nenhuma preocupação em expor algo mais profundo que um pires. Só que para a sonoridade pop chiclete bobinho e esquecível. Não sou exatamente fã da voz curtinha de Duff, porém, nessa canção, ela segura as pontas de maneira eficiente. Aproveitando o embalo foi lançado o segundo single do álbum, a canção All About You.

Um pouco melhor que a canção anterior, All About You é uma curiosa mistura de folk com pop que lembra a sonoridade da Avril Lavigne, quando essa última estava no começo da carreira. De uma maneira estranha, o bom instrumental faz a canção funcionar transformando em uma faixa com seu charme. O que impede a canção de ser realmente boa são os vocais de Duff: funcionam, mas em vários momentos, devido a escolha da produção, fica claro as deficiências da voz dela quando ela usa os seus agudos. Por fim, a letra cumpre o seu papel sem muito a acrescentar a canção. Não é o retorno mais impactante de todos os tempos, mas é um comeback decente para Hilary Duff.

nota
All About You: 6,5
Chasing the Sun: 6

29 de setembro de 2014

Prazer Culposo

Fireball (feat. John Ryan)
Pitbull


Não precisa ser um gênio para perceber que as músicas do Pitbull são basicamente as mesmas mudando uma ou outro coisa para não ficar tão obvio. E mesmo assim, o rapper consegue fazer sucesso e, de vem em quando, uma música é até boazinha como é o caso de Fireball.

A canção segue o esquemão já batido: rapper + cantor desconhecido + composição sobre ser "fodão" e viver para curtir. Nada de novo ou excitante, porém, como escrevi antes, são as pequenas mudanças que fazem diferença. Fireball é bem menos esquizofrênica que os trabalhos do rapper que tinham no simples e puro eletrônico farofa a sua base. Em Fireball, a produção constrói uma batida mais cadenciada usando a influência da música latina, apesar de ainda ter uma base pop/dance, para criar um arranjo deliciosamente divertido e dançante. Não é sensacional, mas é bem acima da média dos outros trabalhos dele próprio. A presença do desconhecido John Ryan é bem legal para dar o tom da música entregando um refrão viciante. E se você ainda aguentar o Pitbull e seus maneirismos de sempre podem se pegar se gostando de Fireball mesmo com aquela pontinha de prazer culposo. 
nota: 7

27 de setembro de 2014

Ainda Há Vida no R&B

2 On (feat. Schoolboy Q)
Tinashe

Mesmo remoendo as feridas da "falência do R&B" é necessário admitir que o gênero começa a ensaiar um ressurgimento. Um dos nomes que está ajudando esse movimento é a novata Tinashe e seu bom debut single 2 On.

Conseguindo chegar ao top 25 da Billboard. 2 On é um bom R&B que a produção transforma em uma obra moderna e comercial. A batida pega carona no eletrônico para criar uma sonoridade interessante e bem amarradinha que combina com a atmosfera da canção. Uma pena que a letra em si é apenas um variação do velho discurso do hip hop americano sobre ser rico e gastar o mesmo. Mesmo assim, 2 On ainda mantém viva a esperança que o R&B está por ver melhores dias. Vamos esperar.
nota: 6,5

25 de setembro de 2014

Samba, Ludmilla!

Hoje
Ludmilla

Não precisa reinventar a roda para fazer uma música divertida. É só fazer uma música leve,
despretensiosa e com algum cuidado na produção. Nesse quesito, a nova sensação do funk Ludmilla dá uma aula em Hoje.

A música segue uma linha pop/dance/funk que não deve agradar maiores defensores da "boa música brasileira", mas para quem não espera a nova "Águas de Março", Hoje é um prato cheio para quem deixar rolar na pista de dança. Surpreendentemente, Hoje tem uma produção bem correta que amarra com cuidado os estilos sem parecer uma peça remendada e mal montada. Ludmilla não é Elis, mas sua presença é marcante para o tipo de música que ela faz. Mesmo com uma composição chiclete e deliciosamente fútil tenho que criticar a falta de letra, pois a canção inteira é basicamente uma repetição da primeira parte. De qualquer forma, Ludmilla está sambando em cima do pop brasileiro e não deve estar sendo fácil para as inimigas.
nota: 7,5

23 de setembro de 2014

Forçado

Centuries
Fall Out Boy


O comeback do Fall Out Boy com o sensacional Save Rock and Roll ajudou a banda a se colocar entre os melhores do pop rock e uma das poucas bandas do estilo lançadas no começo/meio dos anos dois mil que ainda se mantém relevantes nos dias de hoje. Uma das razões para isso foi o vocalista Patrick Stump com suas performances geniais como é o caso de The Phoenix. Por isso, tenho que admitir que ouvir Centuries, primeiro single do novo álbum deles, é um banho de água fria.

Por motivos de decisões pessoais ou pela produção vocal, Stump entrega uma atuação forçada, estranha e exagerada parecendo uma tentativa de criar um "estilo" diferente, mas que não resulta em algo que chega quase ao irritante. O mais curioso é que esse "estilo" é usado apenas nos versos já que nos refrões o vocalista mostra mais naturalidade. Tirando isso, Centuries não é uma produção ruim. Há boas intenções na produção em criar uma obra interessante com uma estrutura original e uma instrumentalização perfeita que continua a mostrar a evolução sonora da banda. Infelizmente, os vocais forçados de Patrick não deixam a banda gozar plenamente da boa fase que estavam tendo. 
nota: 6

22 de setembro de 2014

Primeira Impressão

Nobody's Smiling
Common


Recentemente, a Jennifer Lopez disse que "não precisa provar mais nada para ninguém" sobre a sua carreira na música. Guardada as devidas proporções, eu tenho que concordar com a afirmação quando se refere-se a determinados artistas. Um deles é o rapper americano Common. O também ator e poeta é dono de uma das carreiras no rap/hip hop mais celebradas e respeitadas que tem no currículo o clássico álbum Resurrection de 1994. Common também é integrante do conjunto criativo Soulquarians que conta com nomes como Mos Def, Erykah Badu, D'Angelo, Bilal, Questlove, entre outros. Apesar de tudo isso, o rapper nunca foi exatamente um grande sucesso de vendas sendo que nenhum dos seus 10 álbuns já lançados nenhum deles passou da marca de 500 mil cópias. Felizmente, vendas não é sinônimo de qualidade e em Nobody's Smiling, lançado em Julho, o rapper mostra que realmente não precisa "provar mais nada para ninguém".

Mesmo sem entregar um álbum inesquecível, Common faz de seu décimo lançamento o melhor álbum de rap do ano até o momento (ok, não precisaria de muito, pois o ano não está muito bom para o gênero). Nobody's Smiling é um álbum conceitual em que Common relata as mazelas da violência vindas das ruas da sua cidade natal, Chicago. Com composições sempre afiadas, bem estruturadas e elaboradas com inteligência narram crônicas sobre as lutas que os habitantes de Chicago, em especial os negros, vivem todos os dias. A consciência do rapper é invejável visto que muitos de seus "colegas de profissão" preferem se gabar de seus carrões, jóias, drogas e mulheres. Trabalhando mais uma vez com o produtor No I.D. que foi responsável pela maioria de seus álbuns, Common faz de Nobody's Smiling não aposta na ousadia, mas acerta em entregar uma sonoridade tradicional e um sólida do começo ao fim que usa com perfeição os samples escolhidos assim como a ótima instrumentalização e os bons convidados que apenas agregam as ótimas performances de Common. Os melhores momentos do álbum estão as canções Hustle Harder, a homônima Nobody's Smiling, Real e poderosa Kingdom. Um álbum de um artista que não precisa provar nada, mas que apenas ensina uma geração a como fazer música de qualidade.

21 de setembro de 2014

Sucesso: Seu Nome é Desconhecido

Rather Be (Featuring Jess Glynne)
Clean Bandit


Tentar entender o motivo que uma música faz ou não sucesso é uma tarefa por vezes complicada. Há fórmulas de como fazer uma música com potencial de hit, mas, em vários casos, esses conceitos são quebrados e aparecem anomalias.

Lançada em Janeiro, Rather Be é um dos sucessos inesperados do ano. Os donos da canção é a banda de eletrônico inglesa Clean Bandit que tem como diferencial a inclusão de instrumentos clássicos fundindo os estilos. Não é exatamente novidade, porém, em um momento tão massificado na música, chama bastante atenção do público pelo resultado diferente. Por isso, Rather Be ganha pontos positivos ao fazer uma mistura delicada e bonitinha. Só que a canção é um trabalho rasteiro e quase linear que só empolga de verdade na sua parte final. Ajuda muito a boa presença da desconhecida Jess Glynne que tem um desempenho muito bom nas partes com um tom baixo e também o refrão redondinho. Apesar das suas qualidades, Rather Be é um mistério: como uma música que tenta não ser "mais do mesmo", mas que acaba recorrendo a clichês e resulta em algo tão mediano consegue ser um dos sucessos do ano? Fica a dúvida.
nota: 6

20 de setembro de 2014

3 Por 1 - Male Country

Leave the Night On
Sam Hunt

Burnin' It Down
Jason Aldean

River Bank
Brad Paisley


Já faz algum que não faço esse especial para ver como "anda" o mundo country americano pela visão dos homens. Começo pelo novato Sam Hunt.

Depois de assinar com a MCA Nashiville (um braço da Universal), o ex-jogador de futebol americano Sam Hunt prepara o lançamento do seu primeiro álbum e a canção escolhida foi a simpática Leave the Night On. 


A canção segue aquele esquema de canção country "feel good" que vários e vários artistas do gênero já fizeram deixando a canção logo de cara com a alcunha de sem personalidade. Dito isso, Leave the Night On funciona dentro do que se propõe em fazer: uma canção country "feel good". Se a composição não acrescenta na de novo, a produção acerta na batida bem gostosa e Sam tem uma performance bastante carismática dando vida para a canção.


Seguindo uma linha mais country rock está o cantor Brad Paisley com a legalzinha River Bank. O single até funciona, pois tem produção redondinha com um arranjo até bem feitinho e tem cara de canção comercial. Porém, não passa de mais uma canção sobre como festejar no estilo "caipira". A falta de inspiração para as composições ultimamente é impressionante no country, especialmente, para os cantores. 


Finalmente, se firmando como um dos maiores nomes do country atual, e também da música americana, Jason Aldean perde a chance de entregar uma música melhor que a mediana Burnin' It Down

O single tem uma cadência bem diferente de outras canções do cantor buscando uma vibe mais sexy em um arranjo que começa promissor, mas que acaba não decolando já que a canção se mantém completamente linear deixando uma sensação que a canção está sendo "arrastada". A sua duração (quase quatro minutos) também não ajuda ao amplificar essa sensação de "esticamento" de Burnin' It Down. Os vocais de Jason se encaixam perfeitamente na canção, mas não consegue melhorar a canção. 

notas
Leave the Night On:7
Burnin' It Down:6
River Bank:5,5

19 de setembro de 2014

Rosa Suave

You and Me
You+Me


Pegando de surpresa seu público, P!nk anunciou o começo de um trabalho paralelo a sua carreira: o duo folk You+Me ao lado do músico/cantor encantadense Dallas Green (conhecido pelo nome artístico City and Colour). O duo se prepara para lançar o álbum Rose Ave. e como primeiro single foi lançado a graciosa You and Me.

Dividindo igualmente os vocais, Pink e Dallas demonstram o mais importante para uma dupla em que dos dois tem o papel de vocalista: química. Cada um, dentro das suas habilidades vocais, encontram aqui uma bela harmonia entregando emoção de maneira simples, mas realmente tocante e verdadeira. Pink comprova novamente a sua versatilidade como uma das melhores artistas da sua geração. You+Me caminha tranquilamente pelo campo do folk/pop com uma instrumentalização sólida que valoriza o mínimo em vez do grandioso. Só que, infelizmente, não há nada novo nessa sonoridade, apesar de muito bem feita. O mesmo se aplica para a composição, porém, como na maioria dos trabalhos que tem a assinatura da P!nk, tem uma qualidade muito acima da média colocando de maneira honesta sentimentos que poderiam ser transmitidos de forma forçada e brega. Um novo tom para P!nk que a serve com perfeição.
nota: 7,5

18 de setembro de 2014

Primeira Impressão

The Golden Echo
Kimbra


The Golden Echo, segundo álbum da cantora neozelandesa Kimbra conhecida pela canção Somebody That I Used to Know do Gotye, é simples: incompreensão. Explicando melhor: The Golden Echo é, na teoria, um bom álbum, mas na prática o trabalho não mostra para o que veio deixando quem escuta com um pulga atrás da orelha que morde bem forte com a pergunta "o que foi isso?".

Em The Golden Echo, Kimbra busca uma sonoridade que ao mesmo tempo homenageie o mundo pop consiga desconstruir o mesmo na tentativa de construir a sua própria. A produção consegue tudo isso, mas, de uma maneira perturbadora, o resultado é meramente um grande esqueleto sem forma de uma sonoridade que poderia ter sido bem melhor trabalhada, ter uma elaboração mais caprichada e melhor definida. Essa última, talvez, seja o maior defeito do álbum, pois The Golden Echo começa com uma vibe indie pop brincando com elementos de música experimental e acaba em uma atmosfera mais tradicional com canções mais certinhas e "comuns". Não que seja um problemas essa mudanças, mas, sim, o fato de não há uma transição fluida entre esses dois mundos. Apesar de faixas medianas, The Golden Echo ainda consegue ser um trabalho ousado mesmo que poderia ter rendido bem mais, pois Kimbra tem uma presença revigorante. Vocalmente, é um trabalho com altos e baixos, mas a cantora mostra incrível versatilidade e, com certeza, é o elemento mais sólido do álbum. Os bons momentos do álbum ficam por conta das faixas Rescue Him, Madhouse (lembrando o que o Michael Jackson fazia nos anos oitenta) e a bonitinha Nobody But You. Quando Kimbra encontrar o caminho mais plano, provavelmente, vai surgir uma artista sensacional e com uma sonoridade bem mais compreensível.

17 de setembro de 2014

A Culpa é do Calvin!

Blame (feat. John Newman)
Calvin Harris


Sabe quem é o principal culpado pelas músicas do Calvin Harris nunca saírem do lugar comum: o próprio Calvin! Pegamos o caso do seu último single, a legal Blame.

Nas mãos de Calvin Blame se torna mais do mesmo, ou seja, mais um bom e sem personalidade dance/eletrônico que poderia render muito mais. A canção tem como vocalista o ótimo cantor John Newman que é dono de uma voz "soulful" impressionante dando para a canção substância sem precisar de muito esforço vocal e a composição tem um apelo mais maduro e emocional. Tudo muito bem, mas a produção de Calvin acerta nos toques soul e erra na hora de construir o "batidão" já que essa parte é o famoso "mais do mesmo". Calvin parece usar a mesma batida em quase todas as suas músicas apenas mudando a fusão que faz com outros estilos. Uma pena, por culpa de Calvin, Blame é apenas ok quando poderia ser um "musicão".
nota: 6

16 de setembro de 2014

Crônica de Uma Garota Desfuncional

Secrets
Mary Lambert

Depois de ficar conhecida por participar como featuring a canção Same Love de Macklemore & Ryan Lewis indicada ao Grammy de Song of the Year esse ano e na ocasião foi apresentada ao lado de Madonna, a cantora Mary Lambert se prepara para lançar seu primeira álbum em uma grande gravadora e como primeiro single foi escolhida a simpática Secrets.

A canção ganha pontos positivos quando se percebe que a letra é sobre as doces neuroses de Mary possui e como ela lida com esses problemas. Porém, nada de melodramas em que Mary remoí suas feridas, mas, na verdade, Secrets é uma sincera e engraçada crônica sobre os problemas pessoais da cantora que qualquer pessoa pode se identificar, apesar do teor bem íntimo da canção. Apesar de exalar personalidade em sua composição ainda falta "delimitar" a sonoridade da cantora, pois Secrets parece uma canção feita pela Sara Bareilles. Uma boa canção, mas que não ajuda a cantora a estabelecer sua própria sonoridade. Mesmo com essas falhas, ainda é muito bom ver uma artista repartindo um pouco de si com o público.
nota: 7

15 de setembro de 2014

Faixa Por Faixa - Votação 7

A nova votação para escolher o próximo álbum para o Faixa por Faixa vai colocar dois artistas jovens um contra o outro que lançaram novos trabalhos esse ano, mas, aqui, vamos colocar os seus debuts na votação. De um lado está + (Plus) do Ed Sheeran e do outro Yours Truly da Ariana Grande. Votem!

14 de setembro de 2014

Primeira Impressão

Hoje
Ludmilla


Muitos falam que a música brasileira atual está decadente. Pelo contrário, a música brasileira continua em plena forma revelando bons nomes. O que está em decadência artística é o mainstream que é invadido por uma horda de artistas de uma qualidade inegavelmente esdrúxula que enfia nas cabeças de uma grande parte da população músicas que mais parecem terem sido feitas de um dos castigos de Satã. Porém, de vez em quando, surge algo que se sobressai aos demais devido a um simples fator: divertimento puro. Esse é o caso da cantora de funk pop Ludmilla que lançou recentemente Hoje, seu primeiro álbum que é surpreendentemente divertido e despretensioso.

Não há como não comparar a jovem carioca com a Anitta, pois foi com o sucesso da última que Ludmilla deve as portas abertas e começou a ser reconhecida nacionalmente. As dua fazem um funk pop mais puxando para esse segundo bem comercial e sem nada de novo para acrescentar no estilo, porém Ludmilla mostra em Hoje um trabalho bem mais redondinho e melhor trabalho em comparação aos trabalhos da dona do Show das Poderosas. Enquanto o primeiro trabalho de Anitta  é uma coleção de canções para dar um álbum, o trabalho de Ludmilla é bem estruturado e com produções melhores. Não espera algo sensacional ou revolucionário, mas a produção é certeira em traduzir esse funk pop de uma maneira direta, limpa e muito viciante. As quatorze faixas do CD passam rapidinho deixando uma sensação de "prazer culposo" para quem ouve, mas que fica impossível de não dançar e cantar com as letras que mandam dezenas de frases de efeito sensacionais a cada novo refrão. Também não espere letras sofisticadas feitas para pensar, pois você vai quebrar a cara com os temas superficiais sobre "recalque das inimigas" e "papos retos" com homens. Uma qualidade em Ludmilla é o fato de suas letras exaltarem o "girl power" que vem da sua influência musical Beyoncé (tanto que a cantora começou a carreira se chamando MC Beyoncé). Mesmo com algumas partes irregulares no meio do álbum, Hoje começa e termina de maneira sensacional com canções realmente poderosas como é o caso de Sem Querer, Garota Recalcada, Morrer de Viver e Poder da Preta. Contudo, os dois melhores momentos ficam por conta do single Hoje (resenha a seguir) e a genial Fala Mal de Mim. Sejamos sinceros: em tempos de vacas magras como o que passa o mainstream da música no Brasil, Ludmilla é praticamente a nova Beyoncé. Ok, exageros à parte, ao menos a cantora se mostrou a verdadeira poderosa por aqui sambando na cara das inimigas.

13 de setembro de 2014

Ao Mestre, Com Carinho!

Anything Goes
I Can't Give You Anything But Love
Tony Bennett & Lady Gaga


A parceria entre a lenda viva da música Tony Bennett com a cantora Lady GaGa pode parecer "estranha" para muitos, mas, na verdade, tudo é bem normal. Quem conhece um pouco das influências de GaGa sabe que a cantora sempre citou grandes nomes da música popular americana com seus ídolos. Já para Tony, a explicação é simples: ele é Tony Bennett e não precisa ter razão para fazer qualquer coisa aos 88 anos de idade e mais de 60 anos de carreira. 

Depois de GaGa ser convidada para cantar, ao lado de Tony, a canção The Lady Is a Tramp do álbum Duets II, os dois começaram uma amizade tão intensa que levou a criação do projeto de um álbum em parceria. Intitulado Cheek to Cheek, o CD vai reunir uma coleção de regravações de clássicos do cancioneiro americano em que, na maioria das faixas, os dois artistas irão dividir os vocais. Como parte da campanha de promoção do álbum foram lançados dois singles: Anything Goes e I Can't Give You Anything But Love. 

A primeira é uma regravação de uma das canções mais conhecidas do compositor Cole Porter e segue a mesma da primeira parceria entre Tony e GaGa com uma atmosfera indo de encontro com as "big band" em que, mais que cantores, os dois são anfitriões para o deleite e divertimento do público. Anything Goes funciona perfeitamente, além da ótima produção, devido a química entre Tony e GaGa em dois performances precisas. Um pouco menos inspirada está I Can't Give You Anything But Love, mas que continua a mostrar as qualidades de ambos de maneira perfeita. Enquanto GaGa mostra que é muito mais que as suas roupas extravagantes e músicas "modernas" entregando uma performance realmente sincera, Tony é o de sempre, isto é, maravilhoso. Não importa em qual música ou com quem ele canta, o cantor deve ser respeitando como um dos melhores artistas de ontem, hoje e para todo o sempre. Em uma fase da vida que poderia estar desfrutando da "aposentadoria" e de todo o prestigio, Tony está na ativa em busca de fazer o que ama: boa música. GaGa dá para Tony a possibilidade de chegar ao uma nova platéia, mas é ela que ganha muito mais ao envernizar sua carreira com a credibilidade de Tony e, claro, com toda a sabedoria que o cantor possui.

nota
Anything Goes: 8
I Can't Give You Anything But Love: 7,5

12 de setembro de 2014

Throwing Back R&B

I Deserve It (feat. Missy Elliott & Sharaya J)
Faith Evans


Durante os anos '90 o R&B estava no topo e era um dos estilos que mais faturava. Entre os grandes nomes da época estava a cantora Faith Evans. Conhecida por ser a viúva do rapper The Notorious B.I.G, morto em 1997, Faith ganhou notoriedade mundial pela participação na canção I'll Be Missing You, vencedora do Grammy e um dos maiores sucessos de todos os tempo, que era do P. Diddy (ou Puff Daddy na época) em homenagem ao seu recém falecido rapper. Obviamente, com o R&B em baixa, Faith não tem o mesmo destaque como antigamente no mainstream encontrando em um nicho mais especifico o seu público alvo. Por isso, a cantora continua na ativa e vai lançar o seu sexto álbum de nome Incomparable que tem I Deserve It como primeiro single.

Além de marcar a volta de Faith, I Deserve It também tem como atrativo a presença da sumida Missy Elliott que assina a co-produção da canção. Usando sample da canção To Be Young, Gifted and Black da rainha Aretha Franklin, a canção é trabalho leve, para cima e com uma vibe "feel good" que lembra a sonoridade dos anos '90 de maneira saudosa sem soar perdida no tempo. A composição é boa e coloca a narradora falando sobre a importância de se valorizar e não deixar nenhum homem desrespeitar você. Além da participação sempre certeira de Missy e os vocais seguros de Faith, I Deserve It conta com a participação de Sharaya J, rapper protegida de Missy que promete ter um grande futuro. Um belo throwing back que mata a saudade de tempos que não voltam mais.
nota: 7,5

11 de setembro de 2014

Primeira Impressão

Whispers
Passenger


Alguns álbuns são bons por um simples motivo: eles são "simpáticos". Depois de emplacar mundialmente a canção Let Her Go, o inglês Passenger, nome artístico de Michael David Rosenberg, lançou o seu mais novo álbum intitulado Whispers que, mesmo não sendo uma obra prima, é um trabalho tão cativante que fica difícil não se encantar.

A sonoridade do cantor/compositor é, basicamente, indie pop/folk certinho e sem muitas novidades, mas que devido a boa produção dada para o trabalho. As doze faixas fluem deliciosamente em Whispers alternando arranjos mais "animadinhos" com outros mais "calminhos" sem perder o rumo em nenhum momento. Nada muito acachapante já que as canções são trabalhos redondos e bem feitinhos, mas que funcionam excepcionalmente bem por causa dessas qualidades. Com a sua voz rouca e delicadamente estranha, Passenger entrega momentos sensacionais demonstrando como deve ser a atuação de cantor/contador de história em que mais vale passar a emoção do que mostrar firulas vocais. Mesmo com certo conservadorismo em suas composições não há como negar que, de uma maneira geral, as canções em Whispers cumprem com louvor o seu propósito em mostrar a capacidade do cantor de contar histórias e emocionar com a simplicidade das mesmas. Os melhores momentos do álbum ficam por conta da sensacional Whispers, a história sobre um homem que deseja viajar pelos Estados Unidos para ver pela última vez antes de morrer seus netos em Riding To New York, a linda e melancólica Golden Leaves, a ótima Bullets e, por fim, 27 que traz um lado mais critico do cantor se questionando sobre o peso da fama. No final, mesmo sem mudar a sua vida, Whispers vai deixar aquela sensação boa que a gente tem depois de conhecer alguém realmente simpática.

9 de setembro de 2014

Há Vagas Para o Verão

All About That Bass
Meghan Trainor


Caso vocês não saibam essa é a temporada de verão nos Estados Unidos (assim como todo o hemisfério norte) em que acontecem as férias escolares deles. Então, para aproveitar as dezenas de milhares de jovens ociosos, a indústria do entretenimento se prepara com toda a força para lucrar lançando os grandes projetos. Obviamente, a indústria da música pega carona nessa onda e, por isso, ha as chamadas "músicas do verão". Apesar do final do verão e o fato de algumas canções já estarem na disputa pela vaga ainda há tempo para entrar novas concorrentes.

All About That Bass marca a estréia da novata Meghan Trainor que conseguiu o seu contrato com a Epic após conhecer o produtor Kevin Kadish gravou a demo da canção que acabou sendo aprovada. O grande trunfo da canção para o sucesso que está fazendo nos Estados Unidos (onde alcançou o 2° lugar e ainda tem chances de ficar em primeiro) e em vários outros mercados é o fato dela se diferenciar da maioria do pop que está nas paradas. O single é pop retrô com os dois pés no chamado doo-wop, estilo consagrado nos anos '60 que é uma variação do R&B criada por músicos das comunidades negras que tinha como principal base a harmonia vocal entre vários cantores, uma batida minimalista e composições simples. All About That Bass consegue passar de maneira exemplar nesses quesitos sendo bastante respeitosa com a influência original, porém sem soar datada. Pelo contrário, a canção consegue reluzir um verniz de novidade por cima graças a ótima produção de Kadish. Vocalmente, Meghan é uma cantora bem interessante já que sua voz é uma mistura inusitada de Paloma Faith com Duffy e pitadas de Amy Winehouse. Ainda é necessário ouvir até que ponto essa mistureda funciona em outras músicas, isto é, Meghan tem que mostrar se tem a versatilidade necessária para ter sua própria personalidade. Porém, a cantora entrega uma performance divertida e com bastante personalidade ao falar sobre os padrões de beleza vigentes atualmente. A letra é uma "ode" as mulheres normais usando passagens de referências ao mundo pop de maneira primorosa e com um refrão inusitado e viciante. O assunto pode até parecer um pouco batido já que esteve em várias músicas nos últimos tempos, mas, aqui, a temática é tratada de maneira leve e engraçada. Agora é saber se All About That Bass vai mesmo se tornar uma "música de verão" e se Meghan Trainor não vai ser uma "one hit wonder" de verão.
nota: 7,5

8 de setembro de 2014

As 15 Melhores Vozes Femininas da Atualidade 2014 - Parte 1

Pela terceira vez aqui no blog resolvi fazer esse especial que escolho quais são as cantoras com as vozes atualmente. Então, mesmo acreditando que vocês entenderam o conceito, vale à pena ressaltar que essa lista não é para escolher as melhores vozes de todos os tempos, pois restringi as escolhas naquelas que nos últimos doze messes estiveram, de alguma forma, em destaque. Entre elas, decidi quais as que mais se destacaram pela voz, não apenas a potência, mas, principalmente, o uso do seu "instrumento" e as performances em músicas lançadas recentemente e, também, em shows ao vivo. Dito isso, começamos as lista com as cinco primeiras em ordem decrescentes! Confiram e comentem!

6 de setembro de 2014

Não Ligo, Realmente!

Really Don't Care (feat. Cher Lloyd)
Demi Lovato

Really Don't Care, single mais recente da Demi Lovato, é o tipo de música que não é exatamente ruim, mas não é tão boa que faça a gente gostar dela realmente.

O grande problema da canção é que a produção erra feio ao fazer de Really Don't Care um simples pop chiclete completamente batido e datado. Ainda mais se analisarmos a boa composição que a canção: divertida, bem escrita e com um hook ótimo. Tudo isso é perdido com a falta de "tino" dos produtores. Além disso, a participação de Cher Lloyd é sem graça e desnecessária da maneira como foi colocada. Próxima, por favor que essa não deu certo!
nota: 5,5

5 de setembro de 2014

Uma Segunda Chance Para "Ride"

Ride
Lana Del Rey


Começando a reanalisar as músicas de 2012 por uma dos melhores lançamentos daquele ano.

Depois do sucesso e das polêmicas causadas pelo lançamento do seu primeiro álbum, a cantora Lana Del Rey lançou um EP/continuação do mesmo intitulado Born To Die - The Paradise Edition. O trabalho vinha com mais nova músicas e pode ser comprado separadamente ou junto com o álbum original. Como um dos singles saídos do EP foi escolhida a canção Ride. Para a grande parte da mídia, finalmente Lana tinha mostrando o mesmo nível que tinha alcançando em Video Games, sua primeira música de sucesso. Só que eu digo mais: Lana, não apenas lançou uma canção melhor que Video Games, mas, na realidade, a melhor da sua carreira e uma das melhores da década até agora.


Parte disso é de responsabilidade do lendário produtor Rick Rubin que transforma a canção em uma viagem deslumbrante e assustadora. Rick pega toda a personalidade de Lana e a eleva com a sua peculiar visão dando uma cara mais humana. Sem tanto a artificialidade que ela colocou nas suas canções anteriores, Ride soa mais tangível para quem ouve e por isso bem acachapante é o seu efeito em quem escuta quando a mistura inibriante de cerveja gelada, poeira de estrada e sangue quente que a música passa com perfeição como se fosse um road movie independente. Em Ride também ouvimos a melhor performance da cantora ao entregar um desempenho sóbria, poderosa e com todas as suas qualidades em estado de graça sem, em nenhum momento, exagerar ou parecer forçado. A composição é o elo que une os pontos em Ride para que a canção seja, basicamente, uma canção da Lana Del Rey: sombria, intensa e melancólica. Dito tudo isso, 
Ride é, com certeza, a canção que Lana Del Rey deveria ser reconhecida e admirada.
nota original: 9
nota atual: 10



Resultado Final: A música de uma vida para Lana. Sem mais.

3 de setembro de 2014

Um EP Bonitinho

Gypsy Heart (Side A)
Colbie Caillat

Sumida tem algum tempo, a cantora Colbie Caillat resolveu usar uma estrategia um pouco diferente no mundo pop para marcar a sua volta. Ao invés de preparar o lançamento de um álbum inteiro, a cantora resolveu seguir um caminho muito utilizado por artistas de hip hop e rap: o lançamento de um EP. Colaborando com novos colaboradores como, por exemplo, Babyface e Max Martin e depois de escrever mais de 60 canções surgiu o EP Gypsy Heart (Side A). Com cinco músicas inclusas, Gypsy Heart (Side A) é a primeira parte de um projeto que vai ter continuidade no lançamento de um álbum inteiro de intitulado apenas Gypsy Heart, com previsão de lançamento para o final do mês de Setembro. Então, o que esperar do álbum "completo" de Colbie? Músicas bonitinhas, mas, de maneira geral, insosso na sua sonoridade e sem um pingo de ousadia. Assim como fiz com a Azealia Banks há algum tempo resolvi fazer uma resenha do EP inteiro e depois dar uma média para o trabalho como um todo.

Gypsy Heart (Side A) começa com a simpática Live It Up que já mostra o caminho de álbum no quesito composição: música para se sentir bem, ou seja, com um pé no auto ajuda. Aqui, a temática "viva sem medo" funciona até bem com a batida alegre e pop dado pela produção. Já em Blaze, Colbie flerta com sua versão Kelly Clarkson ao fazer em dance pop mid-tempo que dá uma revigorada na sua sonoridade que sempre caminhou mais para o lado de baladinhas românticas com base de violão. Infelizmente, a composição é um trabalho sem sal e, de certa forma, repete o mesmo tema da canção anterior e perde força. A terceira canção do EP é a fraca If You Love Me Let Me Go. A sua produção vocal enterra a voz de Colbie em uma escolha estranha de condução que apaga qualquer brilho que essa quase balada romântica poderia possuir. Então, aparece Try, single escolhido como divulgação do EP, para elevar o trabalho. Primeiramente, a canção mostra o que a cantora sabe fazer de melhor: uma canção delicada, sensível e simples. Apesar disso, a produção acerta o tom e na estrutura diferente dada para a disposição dos versos e refrão. Porém, o grande trunfo da canção é a sua bela letra sobre como as mulheres devem se valorizar em primeiro lugar e se amarem em primeiro lugar. Mesmo indo para uma tentativa de auto-ajuda, a composição consegue ultrapassar isso ao entregar honestidade e emoção uma mensagem importante que poderia sair de maneira clichê e forçada. A canção ainda fica mais interessante devido a ótima performance que Colbie entrega. Finalizando o EP tem a canção Never Gonna Let You Down que mesmo tentando continuar a mesma qualidade da canção anterior perde por causa de decisões da produção como, por exemplo, dar uma batida mais agitada para o arranjo. O resultado final é mediano, apenar de boas qualidades que o trabalho apresenta. Espero que Colbie Caillat consiga conciliar o "bonitinho" das músicas aqui com uma qualidade mais refinada quando o álbum for lançado.
nota
Live It Up: 6,5
Blaze: 6
If You Love Me Let Me Go: 5
Try: 7,5
Never Gonna Let You Down: 6,5
média geral: 6,3

2 de setembro de 2014

Empoeirada

Dirt
Florida Georgia Line

Existem músicas que cumprem com todos os quesitos básicos que uma canção deve ter: boa letra, bom arranjo e vocais aceitáveis. Porém, alguma coisa não funciona e a canção resulta em algo não tão bom. Dirt do duo country Florida Georgia Line é um bom caso disso.

Depois do mega sucesso do álbum de estréia Here's to the Good Times e, em especial, do single Cruise, a
dupla prepara o lançamento do segundo álbum da carreira deles e como primeiro single foi lançada a canção Dirt. Com fortes vendas no iTunes, a canção alcançou o 11° da Billboard com mais de 500 mil cópias vendidas o que é um fato impressionante para um artista country no meio da batalha do verão americano. Todavia, o sucesso não corresponde exatamente com a qualidade da canção, ou melhor, com o grande problema que a canção possui: Dirt é empoeirada. A canção até que funciona em alguns níveis, pois sua produção é correta e entrega uma canção country arrumadinha e sólida, porém, assim como acontece nos vocais e também na composição sobre o ciclo da vida e da sujeira, a sensação que passa é que a canção ficou perdida em algum depósito sendo retirada para a ocasião. Em outras palavras, Dirt parece é uma canção datada e ultrapassada que faltou uma "tirada de pó" para realmente dar certo.
nota: 5

Primeira Impressão

Welcome to the Jungle
Neon Jungle


A obsessão que a Inglaterra tem por girl bands deveria ser motivo de estudo, pois, mesmo durante o período de "baixa" da categoria que agora vê uma nova geração de moças ganharem o mundo, a terra da Rainha sempre teve em seus maiores artistas girl bands de todos os tipos. Claro, o maior nome ainda são as Spice Girls, mas nomes como Girls Aloud e The Saturdays ganharam as paradas com grandes sucessos abrindo os caminhos para o novos nomes como Little Mix e, agora, o Neon Jungle.

A fórmula é simples: bem um grupo de garotas bonitas, muitas vezes de raças e, até mesmo, etnias diferentes e que tenham alguma capacidade vocal e de dança misture com um empresário bem "esperto" e adicione um ou mais produtores pop. Pronto, já se tem a base e a estrutura principal para se montar uma girl band como o Neon Jungle. Essa mistura funciona em certas vezes, mas em outras o "caldo" derrama como é o caso da banda referida. 

O primeiro álbum das garotas foi lançado recentemente e intitulado Welcome to the Jungle é o que posso chamar de uma bagunça barulhenta. Simplesmente, o trabalho é um amontoado de canções sem nenhuma ligação uma com a outra que se transforma em uma massa sem forma de uma sonoridade pop, mas que também não sabe qual o caminho seguir. O álbum começa até bem com a dance/eletro/pop Braveheart, que também abocanha o título de melhor canção, que realmente empolga quem escuta mesmo repetindo velhos clichês do gênero. Porém, quando mais se avança em Welcome to the Jungle se vai perdendo essa sensação e o o trabalho se transforma em um pop/farofa chiclete sem graça e completamente datado. É como um carro que vai acabando a gasolina em uma viagem e, aos poucos, vai parando deixando o motorista no meio da estrada. O pior de tudo é que a produção também erra ao começar a optar por baladinhas mid-tempo sem graça que deixa o álbum ainda mais fraco e massificado. Não ajuda muito as composições serem de uma qualidade que varia de aceitável até ruim. Não há nenhuma personalidade e vários momentos de vergonha alheia como é o caso de Can't Stop the Love sobre "mudar o mundo" (felizmente, essa canção é aceitável devido a sua produção correta). Ao menos, os vocais das quatro garotas funcionam já que apresentam certas faíscas de individualidade, mas também não é suficiente para ser realmente marcante. Além de Braveheart, outros bons são: Trouble, Welcome to the Jungle e Future X Girl, nessa ordem. Uma pena que para o Neon Jungle faltou o principal que faz uma girl band divertida: diversão.

1 de setembro de 2014

Sinceridade Contida

Guts Over Fear (feat. Sia)
Eminem

Nem sempre uma música boa tem uma composição genial, mas uma composição genial faz uma música ficar boa ou, ao menos, mediana. 

Guts Over Fear, lançada recentemente como single da compilação Shady XV que vai reunir o Eminem e vários artistas da sua gravadora em novas canções com grandes sucessos como Lose Yourself, mostra como compositor o Slim Shady ainda é um dos melhores no que faz. A canção é um desabafo interessante sobre quem é o artista Eminem perante a sociedade artística e como ele chegou até onde está. Extremamente bem escrita e com uma carga emocional sincera Guts Over Fear se beneficia da habilidade da cantora Sia como compositora ao entregar um refrão forte e que foge dos padrões do mainstream. Infelizmente, Guts Over Fear não entrega o mesmo nível em outras partes. Mesmo com boas performances do rapper e da cantora é fácil notar que ambos já mostraram muito mais que exposto em Guts Over Fear. Além disso, a produção de Emile Haynie é boa, mas quadradinha demais sem nenhuma ousadia. Felizmente, o single compensa pela letra sincera e a falta de coisa melhor no hip hop ultimamente.
nota: 7