22 de setembro de 2014

Primeira Impressão

Nobody's Smiling
Common


Recentemente, a Jennifer Lopez disse que "não precisa provar mais nada para ninguém" sobre a sua carreira na música. Guardada as devidas proporções, eu tenho que concordar com a afirmação quando se refere-se a determinados artistas. Um deles é o rapper americano Common. O também ator e poeta é dono de uma das carreiras no rap/hip hop mais celebradas e respeitadas que tem no currículo o clássico álbum Resurrection de 1994. Common também é integrante do conjunto criativo Soulquarians que conta com nomes como Mos Def, Erykah Badu, D'Angelo, Bilal, Questlove, entre outros. Apesar de tudo isso, o rapper nunca foi exatamente um grande sucesso de vendas sendo que nenhum dos seus 10 álbuns já lançados nenhum deles passou da marca de 500 mil cópias. Felizmente, vendas não é sinônimo de qualidade e em Nobody's Smiling, lançado em Julho, o rapper mostra que realmente não precisa "provar mais nada para ninguém".

Mesmo sem entregar um álbum inesquecível, Common faz de seu décimo lançamento o melhor álbum de rap do ano até o momento (ok, não precisaria de muito, pois o ano não está muito bom para o gênero). Nobody's Smiling é um álbum conceitual em que Common relata as mazelas da violência vindas das ruas da sua cidade natal, Chicago. Com composições sempre afiadas, bem estruturadas e elaboradas com inteligência narram crônicas sobre as lutas que os habitantes de Chicago, em especial os negros, vivem todos os dias. A consciência do rapper é invejável visto que muitos de seus "colegas de profissão" preferem se gabar de seus carrões, jóias, drogas e mulheres. Trabalhando mais uma vez com o produtor No I.D. que foi responsável pela maioria de seus álbuns, Common faz de Nobody's Smiling não aposta na ousadia, mas acerta em entregar uma sonoridade tradicional e um sólida do começo ao fim que usa com perfeição os samples escolhidos assim como a ótima instrumentalização e os bons convidados que apenas agregam as ótimas performances de Common. Os melhores momentos do álbum estão as canções Hustle Harder, a homônima Nobody's Smiling, Real e poderosa Kingdom. Um álbum de um artista que não precisa provar nada, mas que apenas ensina uma geração a como fazer música de qualidade.

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