18 de setembro de 2014

Primeira Impressão

The Golden Echo
Kimbra


The Golden Echo, segundo álbum da cantora neozelandesa Kimbra conhecida pela canção Somebody That I Used to Know do Gotye, é simples: incompreensão. Explicando melhor: The Golden Echo é, na teoria, um bom álbum, mas na prática o trabalho não mostra para o que veio deixando quem escuta com um pulga atrás da orelha que morde bem forte com a pergunta "o que foi isso?".

Em The Golden Echo, Kimbra busca uma sonoridade que ao mesmo tempo homenageie o mundo pop consiga desconstruir o mesmo na tentativa de construir a sua própria. A produção consegue tudo isso, mas, de uma maneira perturbadora, o resultado é meramente um grande esqueleto sem forma de uma sonoridade que poderia ter sido bem melhor trabalhada, ter uma elaboração mais caprichada e melhor definida. Essa última, talvez, seja o maior defeito do álbum, pois The Golden Echo começa com uma vibe indie pop brincando com elementos de música experimental e acaba em uma atmosfera mais tradicional com canções mais certinhas e "comuns". Não que seja um problemas essa mudanças, mas, sim, o fato de não há uma transição fluida entre esses dois mundos. Apesar de faixas medianas, The Golden Echo ainda consegue ser um trabalho ousado mesmo que poderia ter rendido bem mais, pois Kimbra tem uma presença revigorante. Vocalmente, é um trabalho com altos e baixos, mas a cantora mostra incrível versatilidade e, com certeza, é o elemento mais sólido do álbum. Os bons momentos do álbum ficam por conta das faixas Rescue Him, Madhouse (lembrando o que o Michael Jackson fazia nos anos oitenta) e a bonitinha Nobody But You. Quando Kimbra encontrar o caminho mais plano, provavelmente, vai surgir uma artista sensacional e com uma sonoridade bem mais compreensível.

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