27 de fevereiro de 2017

Frank, Você Está Metido com Calvin?

Slide (feat. Frank Ocean & Migos)
Calvin Harris

Uma das parcerias mais inusitadas e surpreendentes dos últimos anos é a união do Calvin Harris com o  Frank Ocean. Dois extremos da música atual se unem para entregar a mediana Slide.

Não é surpresa falar que a melhor coisa na canção é a presença do americano na canção, pois, além de emprestar os seus vocais, Frank assina a co-autoria da canção. Devido a isso, Slide ganha uma característica que falta a maioria das canções do DJ: substância temática. Apesar disso, Slide ainda se perde no eterno looping de criar um eletropop/eletrônico/EDM comercial com a mesma cadencia e repetição de batidas, mesmo que aqui tenha uma forte influência R&B e hip hop e, surpreendente, algumas nuances diferentes. Com a boa participação do grupo de rap Migos, Calvin Harris consegue entregar a sua melhor canção em muito tempo. E, por sua vez, Frank Ocean tem a sua pior canção da carreira até agora.
nota: 6,5

23 de fevereiro de 2017

Máquina de Fazer Hit

That’s What I Like
Bruno Mars

Com um álbum como o 24K Magic nas mãos, Bruno Mars pode lançar qualquer uma das músicas e ter uma grande chance de faze-la um sucesso comercial. E assim está sendo com That’s What I Like.

Depois de uma ótima apresentação no Grammy, That’s What I Like ganhou uma imenso impulso no iTunes, disputando o primeiro lugar na plataforma e, provavelmente, as primeiras posições da Billboard. Como dito anteriormente, That’s What I Like, assim como as outras canções do álbum, tem uma atmosfera feita perfeitamente para se tornar um hit, mas sem isso precisar ser um ponto negativo. Produzido com esmero e misturando R&B/funk com pop soul, o single tem uma batida viciante e com uma cadencia dançante/sexy, a canção não é exatamente algo genial. Todavia, com uma performance mais do que carismática de Bruno e uma composição divertida, That’s What I Like é o sucesso não merecemos para esse começo de ano.
nota: 7

21 de fevereiro de 2017

A Canção Obrigatória com Participação de Rapper do Maroon 5

Cold (feat. Future)
Maroon 5

Desde que retomaram o caminho do sucesso em 2012 com o hit Payphone com participação do rapper Wiz Khalifa, o Maroon 5 já lançou mais três músicas no mesmo esquema. Não que iss seja exatamente um problema, mas para uma banda de pop rock que começou de uma maneira tão interessante é estranho ouvir essa mudança de direção. De qualquer maneira, a hora chegou novamente de resenhar uma canção da banda com essa mesmo formula: a bola da vez é a canção Cold com o rapper Future.

A canção segue a mesma linha de Don't Wanna Know com uma batida pop rock/eletropop com forte influência de ritmos tropicais, mas com uma diferencia bem vinda: uma atmosfera sombria e sóbria. Provavelmente, devido a sua composição falar sobre o relacionamento que está desmoronando, Cold tem essa vibe, mesmo sem perder o seu verniz comercial. Não é sensacional, mas tem seu carisma assim como os vocais de Adam Levine. O ponto negativo é que  Future tem um verso bem meia boca, apesar de ter uma boa presença dentro da canção. Agora veremos se Cold vai repetir o mesmo desempenho das suas "irmãs" e dar outro sucesso para o Maroon 5.
nota: 7

20 de fevereiro de 2017

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Apesar do sucesso e dos prêmios recebidos, algumas músicas não conseguem envelhecerem de uma forma que mantenha intacta a mesma áurea que quando foi lançada. Ás vezes, não é nem o fato da canção soar datada ou perdida no tempo e espaço. Acontece que a canção meio que foi esquecida ao longo dos anos, tornando-se quase uma canção cult. E é uma delas que As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer irá falar hoje, pois sempre devemos lembrar de...


19 de fevereiro de 2017

Lana Del Rey Está Viva!

Love
Lana Del Rey



Depois de um hiato de dois anos, Lana Del Rey está de volta aos holofotes com o lançamento do single Love que pode ser ou não o primeiro single do seu aguardado quarto álbum. Explicando: devido ao vazamento da canção antes da hora, fazendo a cantora lançar oficialmente a canção, pode ser que Lana não utiliza a canção como planejado. Tirando isso, Love é a típica canção da cantora para a alegria dos fãs e a frustração daqueles que esperavam algo revolucionário.

Na verdade, a nova canção tem algo de novo em relação a sonoridade de Lana: um bem vindo e auspicioso toque de indie rock. Não que a cantora perdeu a sonoridade art pop/pop indie que a consagrou, mas as nuances colocadas na canção dão uma clara noção das influências roqueiras que a cantora sempre falou possuir como, por exemplo,  Bruce Springsteen e Janis Joplin. Com um arranjo mais "terreno" em vez dos épicos que estamos acostumados, Love erra ao ter muitas mãos envolvidas na produção que tem, além de Lana, co-produção de Benny Blanco, Emile Haynie, Rick Nowels e o desconhecido Kieron Menzies. Por causa disso, o single parece que teve como resultado final um produto fora de foco, ou seja, uma edição nas ideias por trás da canção poderia ter transformado Love em uma canção genial. A interpretação de Lana é um porto seguro, mas que não tem o mesmo apelo cool de canções como Video Games ou High By the Beach. Cedo ainda para dizer, mas quem saber não haja tempo para Lana repensar e corrigir alguns erros que podem estar no novo álbum como está no primeiro single?
nota: 6,5

16 de fevereiro de 2017

New Faces Apresenta: Brooke Candy

Living Out Loud (feat. Sia)
Brooke Candy

Seja sincero e responda: precisamos de mais um diva pop? Já não é o suficiente o números de cantoras pop em busca do seu lugar ao Sol? Existe espaço suficiente para que uma diva pop possa se estabelecer com a sua personalidade artística ou todos os nichos já foram tomados? Mesmo sem ter uma resposta está na hora de apresentar uma nova diva pop: a cantora/rapper americana Brooke Candy.

Conhecida pelo público mais "underground" do pop, Brooke Candy irá lançar o seu primeiro álbum ainda esse ano. Intitulado de The Daddy Issues, o trabalho já tem alguns singles lançados, mas, apenas agora, ganhou um single de destaque: Living Out Loud. O principal destaque da canção é fato da canção ter como featuring a cantora Sia, além dela ter co-escrito a composição. Esse fato, obviamente, ajuda a canção a, não ganhar apenas destaque comercial, mas, principalmente, qualidade artística. A boa composição ajuda a mostrar que, primeiro, Sia está em uma cruzada para criar composições no mundo pop que possam ter substância verdadeira. Uma especie de prima de Chandelier, Living Out Loud também mostra que Brooke Candy, co-autora da letra, tem também uma vontade de ser uma diva pop diferente e com uma pegada mais alternativo/pop/indie/comercial que a maioria das cantora. Produzido por Jesse Shatkin, a canção é pop/eletropop que consegue ser, ao mesmo tempo, original e comercial em uma batida redondinha e com algumas boas ideias. O grande problema da canção é o fato da Sia brilhar vocalmente mais que a dona da canção. Brooke Candy tem uma voz pequena, mas bem interessante se usada de maneira correta. Todavia, ela é engolida pelo vocal de Sia. Felizmente, o final das contas é positivo para Living Out Loud, ajudando a Brooke Candy a começar a trilhar um caminho mais sólido para se tornar uma diva pop. 
nota: 7

13 de fevereiro de 2017

Doçura Nacional

Onde Está o Amor?
Tiê

Apesar de já ter uma longa carreira, a brasileira Tiê só foi conhecer o gostinho do sucesso comercial recentemente quando a sua simpática canção A Noite virou tema de novela e, por consequência, destaque em todo Brasil. O seu último lançamento foi a versão solo da canção Onde Está o Amor? que anteriormente tinha sido gravada com o cantor espanhol Pablo Alborán.

A canção é uma perfeita amostra da principal qualidade da cantora: a sua voz doce e delicada. Ao interpretar essa balada pop, Tiê consegue imprimir a sua personalidade como cantora e entregar uma emocionante interpretação contida. Além disso, a ótima instrumentalização ajuda a transformar Onde Está o Amor? em uma balada pop com corpo robusto que consegue tirar um pouco daquele ranço de voz e violão que muitos artistas da nova MPB/pop acha que só isso é música. Além disso, a versão da composição em espanhol ficou uma verdadeira gracinha, apesar de não ser algo genial.  Por uma música brasileira com mais doçuras como a Tiê.
nota: 7,5

11 de fevereiro de 2017

Katy: Ativista Pop

Chained to the Rhythm (feat. Skip Marley)
Katy Perry

O aguardado retorno da Katy Perry não poderia ser mais inusitado e surpreendente. Não, ela não resolveu fazer música country ou jazz, pois é Chained to the Rhythm é pop comercial na sua essência ao seguir a tendência da dancehall/tropical que esse blog vem apontando nos últimos messes. Todavia, a cantora nunca tinha sido tão madura e ativista em suas músicas como é em Chained to the Rhythm.

Claro, hoje em dia lançar canções com mensagens sobre empoderamento no mundo pop não é novidade, mas para a Katy é uma grande acontecimento já que a única letra que tinha alguma mensagem que poderia ser mais que sonhos de romances adolescentes ou beijar garotas por diversão foi a faixa Pearl do álbum Teenage Dream de 2010. E nada mais. Aqui em Chained to the Rhythm a letra é uma chamado para que as pessoas acordem de verdade e possam observar que existe um mundo bem maior e com centenas de problemas que o mundinho individual que cada um vive. É quase como se Katy falasse para que as pessoas esquecesse da sua própria canção e abrisse os olhos para a figura maior. Apesar dos versos soarem um pouco genérico na sua mensagem, a composição co-estrita pela Sia e, também, pelo produtor Max Martin é trabalho relativamente ousado e muito apropriado para a época em que vivemos. O outro ponto de destaque da canção é que, mesmo entregando um pop/dancehall bem comercial, a produção consegue dar um tom maduro e, de certa forma, sombria para conseguir harmonizar conteúdo e estética de uma maneira muito interessante. Não que a canção seja uma revolução ou mesmo a melhor da carreira da cantora, mas ajudada por uma performance vocal boa de Katy e um featuring adequado, Chained to the Rhythm  é o começo de uma nova fase para uma das artistas pop mais importantes surgidas na última década.
nota: 7

10 de fevereiro de 2017

Falta o BOOOOM

Farofei (feat. Boss In Drama)
Karol Conká

Para qualquer um com bom senso pode notar que a rapper Karol Conká é um dos nomes da música brasileira mais talentosos surgidos nos últimos dez ou quinze anos. Todavia, a jovem ainda não estourou comercialmente como merece e acredito que o seu novo single, Farofei, ainda não será o momento ideal para isso acontecer.

Com a produção do brasileiro Boss In Drama, Farofei é uma divertida e simpática canção eletrônica que não nega o seu nome: farofada do começo ao fim. Não uma produção seja genial ou que tenha nuances inesperadas para subverter as expectativas, mas é uma canção que consegue ficar acima da média do pop comercial feito aqui Brasil. O que diferencia a canção e dá personalidade a mesma é a presença carismática de Karol Conká e a composição divertida e brincalhona que tira sarro dos "haters" e das criticas de quem acha que a rapper se vendeu. Apesar disso, ainda não é a música que fará Karol Conká a estrela que ela merece ser. O momento, espero, ainda está por vim.
nota: 6,5

8 de fevereiro de 2017

A Dominação Tropical

Should've Been Me (feat. Kyla & Popcaan)
Naughty Boy

Parece que a novo tendência do mundo da música é a influência da música "tropical" nas canções pop/eletropop/eletrônica. O último a ser contaminado é o produtor britânico Naughty Boy que lançou a legalzinha Should've Been Me.

Pegando carona no reggae/dance hall, Should've Been Me tem como principal qualidade a sua áurea simpática e fofa. A produção do próprio Naughty Boy, ao lado de Mojam, cria uma batida redondinha e bem vinda para ser a base da boa letra sobre ser deixado(a) de lado e virar o(a) "ex". Outro acerto é a presença da cantora Kyla, ouvida em One Dance do Drake, tem uma ótima presença e segura bem a canção. Todavia, a presença do cantor Popcaan, apesar de combinar com a canção, soa exagerado e desnecessário. Ao final, Should've Been Me é uma canção acima da média que mostra que a influência do "tropical" pode até render, mas quando bem feita.
nota: 7

7 de fevereiro de 2017

O Astro Pop Que Você Não Estava Esperando

Thief
Ansel Elgort

Conhecido principalmente pelo filme A Culpa é das Estrelas, o ator Ansel Elgort resolveu se lançar como cantor. Na verdade, o ator já tinha uma inciante carreira como DJ antes de estourar, mas, apenas agora, que o jovem de 22 anos decidiu investir seriamente na carreira na música ao lançar o single Thief. E, para a minha total surpresa, a canção é bem melhor que poderia se esperar.

Primeiramente, Ansel Elgort é dono de uma voz bem interessante com um timbre grave, demonstrar ser capaz de entregar uma interpretação forte e, o melhor de todos, possui bastante potencia vocal, coisa rara entre os ídolos jovens de hoje em dia. Ansel pode ser um concorrente a altura para Zayn Malik, caso consiga estourar nas paradas. Música para isso ele tem, pois Thief é um ótimo pop/eletrônico com influência dos anos oitenta/começo dos noventa e com um verniz perfeitamente comercial sem ser dispensável. Além disso, a composição é sexy e deliciosamente viciante, ajudada pela boa interpretação de Ansel. Agora é saber se o público vai "comprar" esse astro pop que ninguém estava esperando.
nota: 7,5

6 de fevereiro de 2017

O Retorno da Rainha dos Comebacks?

I Don't (feat. YG)
Mariah Carey

Depois do desastre da apresentação no Ano Novo em Nova York, Mariah Carey parece que não irá jogar a toalha tão fácil como algumas pessoas podem pensar. Claro, venhamos e convenhamos, Mimi não iria a lona sendo a uma das Rainhas do Comebacks e para começar o reconstruir a sua carreira novamente foi lançado o single I Don't.

Seguindo a mesma estratégia de Calvin Harris de apenas lançar singles, Mariah Carey tem em I Don't uma canção que pode até não ser um sucesso nato, mas, para a sua sorte, mostra que a cantora ainda tem muito "fogo" para queimar. O single é mistura bem executada e redondinha de R&B com trap que cria uma batida que, ao mesmo tempo, consegue ser atual e ainda soar como uma canção da Mariah Carey. Boa parte dessa última sensação é devido a presença da própria cantora que entrega uma performance acertada para a canção e com boas pitadas da sua personalidade. Não espere, porém, grande "arrombos" vocais da mesma, pois, como os mais espertos já sacaram, Mimi não tem a mesma voz do começo da sua carreira, sendo incapaz de cantar no mesmo tom as canções do começo da sua carreira. Todavia, quando a cantora encontra uma canção que "casa" com a sua nova voz, MC ainda mostra capacidade e, principalmente, refinamento. Com a participação ok do rapper YG e uma letra até boa, Mariah Carey está preparando mais um novo grande retorno. Apenas não sabemos ainda se será com a mesma intensidade de antes.
nota: 7

2 de fevereiro de 2017

Massificar para Conquistar

I'm Better (feat. Lamb)
Missy Elliott

O mundo mudou muito desde o ano de 2005 quando a Missy Elliott lançou o seu último álbum, The Cookbook que tinha o sucesso Lose Control. E, claro, o mundo da música não é o mesmo que era naquela época, especialmente o hip hop/rap. Por isso, a receita de sucesso que era garantida a doze anos atrás não funciona mais como foi comprovado pelo single WTF (Where They From) de 2015. Então, qual seria a receita para que uma das maiores rappers de todos os tempos consegui voltar a ser relevante comercialmente em 2017? A resposta pode ser ouvida no seu novo single: I'm Better.

A canção mostra que Missy meio que se rendeu ao que está fazendo sucesso atualmente ao entregar uma canção como uma batida cadenciada, minimalista e com um apelo bem forte comercial, seguindo a trilha de faixas como, por exemplo, Panda do Desiigner ou Black Beatles do duo Rae Sremmurd. Não que seja uma ideia ruim, pois com a sua produção ao lado do colaborador/featuring Lamb a canção consegue ganhar alguma boa personalidade com uma batida mais refinada e palatável. Todavia, é muito estranho ouvir Missy seguir tão descaradamente uma tendência e não ser aquela que dá notoriedade para uma ou, mesmo, que a cria como fez lá no começo da carreira com hits como Get Ur Freak On ou The Rain (Supa Dupa Fly). Felizmente, devido a sua presença sempre marcante e criativa e uma composição precisa e cheia de referências interessantes, I'm Better consegue ficar acima da média e tem boas chances de ajudar a recolocar a rapper no lugar que lhe pertence: no topo.
nota: 7