9 de fevereiro de 2017

Primeira Impressão

Glory Days
Little Mix



Ao chegar ao quarto álbum da carreira, o Little Mix alcança o status invejável de maior pop group da atualidade. Além de manter um padrão de vendas alto, as meninas foram ajudadas pelo "hiato" do One Direction, mas, não se engane, já que boa parte desse sucesso é devido ao talento das jovens descobertas no reality show The X Factor na Inglaterra. Todavia, Glory Days mesmo sendo um bom álbum mostra que o Little Mix ainda precisa se redescobrir.

Depois de dois primeiros trabalhos serem ótimos álbuns, especialmente o primeiro DNA, Little Mix lançou o mediano e confuso Get Weird em 2015. Recolocando um pouco o grupo em caminho mais sólido, Glory Days ainda carece daquele brilho pop do começo da carreira delas. Não que seja um trabalho ruim, mas, infelizmente, a produção precisou recorrer a saídas fáceis e massificadas para criar o pop ouvido durante todas as faixas do álbum. A primeiras delas é a mais batidas de todas: a sexualização. Não apenas no visual das integrantes e em suas performances, mas, principalmente, no conteúdo das composições e na sonoridade mais cadenciada e sensual. Isso não é um problema, pois dezenas de outros artistas já trilharam essa jornada e sempre haverá outros artistas que seguirá esses passos. Com o Little Mix, porém, a nova estética soa um pouco forçada e sem um contexto, pois a sonoridade como geral do grupo ainda não amadureceu como deveria. Entretanto, esse não é o único problema encontrado em Glory Days.

A produção geral, que tem como nomes mais famosos o britânico MNEK e o norte americano Charlie Puth, resolveu pegar o caminho mais batido para recolocar a sonoridade do Little Mix nos trilhos: misturar pop com todas as influências que estão na moda e que possam dar uma incrementada na fator comercial do álbum. Isso não é pecado, mas é uma saída tão comum para um grupo que tinha uma sonoridade com uma personalidade verdadeiramente sua e que precisaria apenas amadurecimento. Felizmente, tudo é feito de maneira certinha e com uma coesão até boa, principalmente comparando com o álbum anterior. Não que isso tire a impressão de estarmos diante de um trabalho ordinário, no sentido de comum. O que ajuda a Glory Days a não cair no fracasso de verdade são as quatro integrantes do grupo: cada uma consegue ter o seu momento de brilhar individualmente ao mostrar presença vocal e talento como poucas girl band conseguiram reunir, além do fato delas terem uma ótima química juntas. Os melhores momentos de Glory Days ficam por conto do single Shout Out to My Ex, a doo woop F.U., a batida forte de Down & Dirty e a balada Nobody Like You. Fico feliz que o Little Mix tenha começado a voltar ao que era antes, mesmo que ainda falte um bom trecho para o "final feliz" delas.

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