24 de setembro de 2023

Barbie Billie

What Was I Made For?
Billie Eilish


Será possível a Billie Eilish vencer o seu segundo Oscar com um dos temas para o filme Barbie? Acredito que a indicação pode depender de qual das canções do filme irá ser priorizada já que I'm Just Ken interpretada pelo Ryan Gosling parece a mais provável, mas What Was I Made For? prova o talento da cantora de entregar temas surpreendentes.

Menos impactante que No Time To Die, a canção é uma melancólica, doce, delicada e emocionante balada indie pop que consegue ter um trabalho melódico impressionante apesar de instrumentalmente descomplicado. Entretanto, o que eleva a canção aqui é a inspirada composição. Simples e contida, a letra What Was I Made For? consegue dar vida perfeitamente ao cerne central do filme ao falar sobre busca por identidade e lugar no mundo. Novamente, a parceria de Billie com o seu irmão Finneas é capaz de criar um momento única que parece apenas capaz devido a harmonia entre o dois e um senso lírico apuradíssimo. E a tocante performance de Billie é a cereja em cima do bolo para completar o pacote de What Was I Made For? que encerra como a melhor canção lançada da era Barbie.
nota: 8

Surpresa Sincera

Ice Slippin
Omar Apollo


Apesar de ter gostado de 3 Boys ainda acreditava que Omar Apollo ainda precisava de maturidade para elevar a sua sonoridade. E para a minha total surpresa o cantor mostra isso na ótima Ice Slippin.

Uma mistura refinadíssima de neo-soul, bedroom pop e R&B, a canção apresenta uma sensibilidade estética deliciosa que é enriquecida pela lindas camadas e texturas que vão sendo adicionadas ao longo da sua duração. Existe uma sensação de completo domínio da produção sobre Ice Slippin, pois a música não tem medo de se explorar para buscar algumas preciosas quebras de expectativas que apenas melhoram o resultado da canção. Lindamente escrito, a canção explora os sentimentos complicados que o cantor se sentiu depois de se revelar gay para a família, mas mesmo sem saber desse contexto ainda é um trabalho com uma profundidade emocional tocante. Ainda acho que o cantor precisa ainda de melhor trabalhar os vocais para realmente encontrar o seu lugar, pois ainda soa levemente como outros cantores mais experientes. Todavia, a sua performance aqui é digna de ser elogiada devido a sua versatilidade e o seu lindo timbre. Gosto desse tipo de surpresa e espero que o Omar continue nessa mesma pegada.
nota: 8

Quebra Tudo Latino

Muñekita
Kali Uchis, El Alfa & JT


Já dona de um dos melhores álbuns do ano em Red Moon in Venus, a Kali Uchis prepara o seu próximo álbum que será todo em espanhol. Como primeiro single foi lançada a excitante Muñekita.

Divertida ao extremo, a canção é uma boa representação do que o reggaeton pode alcançar com um pouco mais de cuidado criativo ao misturar de maneira certeira e bem pensado com outros gêneros latinos como dembow e neoperreo com doses de hip hop e pop. Não é perfeito, pois nem toda ideia sonora funciona, mas, sinceramente, prefiro uma canção imperfeita como Muñekita do que uma sem graça que acerto todos os tópicos de maneira sem ter personalidade. E isso é algo que a canção tem de sobra com a presença cativante de Kali, a estranha e viciante do rapper El Alfa e rápido e ótimo verso de JT. Espero que o álbum continua a mostrar a excelente fase da Kali Uchis.
nota: 8

New Faces Apresenta: Halle Bailey

Angel
Halle


Apesar de não ter feito sucesso esperado, o live action de A Pequena Sereia teve como ponto algo a presença da cantora Halle Bailey como o personagem principal. E a jovem ainda não terminou o ano, pois, além de ter um papel da versão musical de A Cor Purpura, a mesma irá lançar o seu primeiro álbum e como single foi a lançada a canção Angel.

Uma power balada R&B com pinceladas de gospel, a canção pode não ser sonoramente um arrombo de criatividade, mas, queridos leitores, é o veiculo perfeito para a espetacular performance vocal de Halle. De verdade, a cantora não apenas mostra a força emocional que a mesma pode alcançar, mas deslumbrar pelo grande alcance vocal e versatilidade que entrega em apenas uma canção. Sem exageros e com uma personalidade que preencher qualquer lacuna, Angel também se vale para ser uma resposta da cantora para o que a mesma viveu nos últimos tempos, especialmente depois de ter sido escolhida como a Ariel e despertar os racistas de plantão. Espero que a canção realmente seja uma amostra do que está por vim da Halle e não apenas fogo de palha igual a irmã Chloe.
nota: 7,5

Sono Nada Contagiante

Single Soon
Selena Gomez


Gosto da Selena Gomez de verdade, especialmente devido ao ótimo trabalho que a mesma faz na série Only Murders in the Building. Musicalmente, porém, a cantora não vai além do mediano como é a sonolenta Single Soon.

A canção é um projeto de uma boa canção que parece que não terminou de ser finalizada e lançada como se fosse a sua versão demo. Bem intencionada e com algumas boas ideias, mas termina sendo simplesmente esquecível e sonolenta. E olha que a produzida por Benny Blanco e Cashmere Cat, deixando essa noção que poderia ser bem mais eletrizante que essa batida pop/dance-pop que é apresentada de maneira quase automática. Gosto do refrão de Single Soon, pois é um dos poucos momentos que a canção mostra alguma coisa excitante ao lado da sólida performance de Selena. Entretanto, Single Soon termina sendo apenas um bom sonífero.
nota: 5,5

17 de setembro de 2023

Suprema

Tension
Kylie Minogue


Nunca duvide da capacidade da Kylie Minogue seja em questão de qualidade e, também, de sucesso comercial. Dona de uma das carreiras mais carreira mais bem sucedidas do pop de todos os tempos, a australiana vive uma nova era de renascimento comercial com o sucesso da já icônica Padam Padam. Como segundo single do seu próximo, a cantora volta a mostrar a sua força com a ótima Tension.

A canção é ousadíssima sonoramente e, ao mesmo tempo, está dentro do campo sonoro que a cantora já mostrou em vários momentos. Uma hipnótica, robusta e surpreendente house/eletropop que tem a capacidade de explorar toda a sua potencialidade ao ter tempo suficiente para criar nuances e texturas. Na verdade, é da habilidade da produção de Richard Stannard e Duck Blackwell de quebrar algumas expectativas que surge o triunfo de Tension. Enquanto isso, Kylie irradiar brilhantismo em sua espetacular performance que sabe mudar conforme a música sem a mesma perder a sua sempre refinada personalidade. Devo admitir que a letra da canção poderia ser melhor, mas, sinceramente, Tension é um acerto tão grandes nos outros requisitos que essa falha é meio que varrida para baixo do tapete. E que a Kylie Minogue continue a aproveita essa nova fase de ouro da carreira.
nota: 8

Na Média

Used To Be Young
Miley Cyrus


Single do relançamento digital de Endless Summer Vacation, Used To Be Young é uma das melhores canções dessa era da Miley. Isso quer dizer que a canção é apenas boa.

Uma baladinha pop rock bem feita que poderia ser bem melhor, pois Miley já entrou melhores inclusive. Entretanto, a canção se destaca devido a sua inspirada e madura composição que mostra as conclusões de uma adulta depois de uma separação complicada. Sem ficar dando voltar no próprio rabo e mostrando emoção genuína, Used To Be Young é contemplada com uma bela e emocional performance da Miley que vai crescendo com a canção em um clímax que arremata tudo muito bem. O problema é o fato que a produção não dê mais corpo para a canção emoldurar toda essa força emocional. Uma pena. 
nota: 7

WAP 2 - A Vingança

Bongos
Cardi B & Megan Thee Stallion


Sempre fui um defensor da controversa WAP como sendo uma ótima canção e por isso fiquei ansioso para o lançamento de Bongos. Todavia, a nova parceria da Cardi B com a Megan Thee Stallion é difícil de defender com afinco.

O grande problema da canção é claramente a sua produção. Além de ser claramente uma tentativa meio que desesperada de surfar no sucesso de WAP, Bongos tem uma produção equivocada e truncada ao tentar dar um toque latino, mas criando uma batida clichê e que se torna repetitiva em dez segundos escutando. E a principal razão para isso é a repetição constante de uma voz off repetindo o nome da música ao tentar criar um momento viral, mas termia sendo apenas um verdadeiro pé no saco. E soma-se a isso a construção com falta de substancia da batida em si que até melhora na sua parte final e temos uma canção que não sai do apenas mediano. O que salva a canção de não ser um total desastre são as presenças de Cardi B e Megan que elevam o material ao lado com a letra cheia de frases de efeitos divertidas. É uma tentativa de repetir o milagre que não é indefensável, mas também não tenho muito que defender. 
nota: 5,5

Bocejo

Last Time I Saw You
Nicki Minaj


É preciso admitir que sonoramente é sempre interessante ver o que a Nicki Minaj vai mostrar nas suas canções. Nem sempre vale a pena como é o caso de Last Time I Saw You.

Uma balada romântica pop/rap/R&B, a canção é simplesmente chatinha e sem graça. Não é o problema da escolha sonora já que a rapper já entrou boas canções românticas ao longo dos anos. O problema é que Last Time I Saw You é linear demais e não tem nada excitante ou criativo. Boa instrumentalização, letra ok e uma performance contida e sólida de Minaj e apenas isso. Sem nada realmente que a faz se destacar, Last Time I Saw You é um grande bocejo.
nota: 5,5

Zayn: O Que Era Para Ser, Mas Não Foi

Love Like This
ZAYN


Existiu um momento que parecia claro que o Zayn seria o próximo grande nome do pop. Então, não foi assim que aconteceu. E isso é confirmado por Love Like This.

A canção é tão dispensável que até quase esqueci de resenhar. Uma mediana mistura de drum bass com pop que poderia ser ótima se não tivesse a produção mais morna possível. Não há nada aqui que possa elevar a boa ideia por trás da canção, pois parece que tudo é feito no automático. O instrumental de Love Like This é tão genérico que deveria se incluso na farmácia popular. A letra é profunda igual um pires. Zays que tem uma boa voz tenta adicionar alguma dose de personalidade, mas termina sendo reduzido apenas uma tentativa devido ao quanto a produção não dá espaço para fazer nada mais que o batido. E assim Zayn vai se tornando o maior artista que nunca realmente se tornou.
nota: 5



Primeira Impressão

Xande Canta Caetano
Xande De Pilares


Primeira Impressão

As Palavras, Vol 1 & 2
Rubel


10 de setembro de 2023

Primeira Impressão

SUPER
Jão



Primeira Impressão

CICLONE
Juliette




Simpática

Quase Não Namoro
Juliette & Marina Sena


Acredito que o desafio da carreira musical da Juliette seja mostrar que realmente é algo sério e não fogo de palha depois de vencer o BBB. E em Quase Não Namoro existe faíscas dessa seriedade.

Mais pop que os primeiros trabalhos, a canção parece é bastante simpática, mas longe de ser realmente boa. Extremamente bem feita com um instrumental sólido, Quase Não Namoro é um pop/techobrega/latin pop delicinha de ouvir que é esquecido depois de ouvir. Isso não é ruim, mas falta ainda personalidade distinta para a Juliette. Ainda mais que a canção mais parece uma faixa saída de um trabalho da Marina Sena. Essa sensação aumento com a presença edificante da cantora que como convidada quase rouba a canção para si devido a sua radiante presença. Melhor que esperado, mas ainda pode melhorar bastante para a carreira da Juliette seja realmente solidificada.
nota: 6,5

3 de setembro de 2023

Primeira Impressão

Escândalo Íntimo
Luísa Sonza



Principalmente Me Sinto Mediana

Principalmente Me Sinto Arrasada
Luísa Sonza


Boa notícia: segundo single de Escândalo Íntimo é extremamente superior a tragedia Campo de Morango. Má noticia: Principalmente Me Sinto Arrasada ainda não é boa.

Tenho que admitir que a canção tem uma ideia ótima: dividida entre três partes que mudam sonoramente que parece querer emoldurar uma crise de ansiedade. Louvável e muito bem pensado, mas a produção deixa a desejar em muito quando tira apenas menos de três minutos para tentar construir toda essa atmosfera. Poderia funcionar se a produção levasse mais tempo para elaborar, costurar e polir melhor essas ideias. E o pior que as três partes da canção são sonoramente boas: a primeira em uma batida com toques de hip hop/trap para depois mudar para um instrumental dramático com toques de art pop para depois finalizar de maneira animadinha e irônica. Faltou explorar muito mais e dar transições melhores para as mudanças feitas. Luísa Sonza entre uma performance boa, mesmo que não tenha exatamente todas as ferramentas para segurar todas as mudanças. É melhor que esperado, mas Principalmente Me Sinto Arrasada ainda está longe de ser realmente a altura do que se propõe. 
nota: 6