31 de julho de 2016

Miranda's Broken Heart

Vice
Miranda Lambert

A temática sobre coração quebrado é extremamente recorrente na música, principalmente dentro do country. As histórias contadas são sempre sobre pessoas que viveram histórias tiradas do fundo da memória dos compositores. Entretanto, de vez em quando, aparece uma música que fala sobre acontecimentos nem tão antigos assim e com personagens nem tão "ocultas". Esse é o caso do novo single da cantora country Miranda Lambert: Vice é sobre o seu rompimento com, o também cantor, Blake Shelton. 

Conhecidos até então como um dos casais mais poderosos do country, quase uma especie de Jay-Z e Beyoncé do gênero, os dois cantores pareciam viver uma história de amor eterna. Depois de quatro anos casados, os dois anunciaram a separação e, algum tempo depois, Blake começou um tórrido relacionamento com a sua colega de The Voice Gwen Stefani. E Miranda? A cantora se manteve bem distante dos holofotes e apenas agora podemos ouvir a sua versão dos fatos através de uma música. Porém, essa  "resposta" é diferente do que era esperado.

Conhecida pelas suas composições sempre muito diretas e ácidas, Miranda entrega uma letra melancólica e de uma contemplação austera sobre ser deixada de lado por quem se ama várias vezes e, mesmo assim, sempre voltar a repetir os mesmos erros. Apesar de nãos ter uma clara referência sobre o seu casamento desfeito, Vice parece soar sobre algo que aconteceu durante o mesmo devido, não apenas a proximidade dos acontecimentos, mas algo na performance emocional que Miranda mostra na canção. Só alguém que passou por algo assim pode entregar esse nível de sinceridade. A produção faz uma balada country redonda e com uma instrumentalização que combina com a atmosfera, mas não faz nada de muito diferente que uma boa balada country deveria ser. De qualquer forma, Vice é sobre o coração quebrado de Miranda e não há como duvidar sobre isso.
nota: 7,5

30 de julho de 2016

As Vidas de Nelly Furtado

Behind Your Back
Nelly Furtado

A carreira da Nelly Furtado é uma das mais curiosas do atual mundo pop. Depois de estourar com a canção I'm Like A Bird do álbum Whoa, Nelly! no 2000, ela decidiu não seguir a cartilha e investir no ousado Folklore em 2003 que carregava fortíssima influência de sonoridades folks ao redor do mundo. Quando se esperava que a cantora já tivesse tido a sua chance no mainstream, eis que surge o mega sucesso do pop comercial de Loose, capitaneado por Timbaland no auge do seu domínio fonográfico. Então, em mais uma virada completamente inesperada, Nelly lança Mi Plan em 2009 completamente em espanhol. Anos mais tarde, já em 2012, a cantora lança o seu último álbum em inglês que resulta no ruim e desastroso The Spirit Indestructible. Desde então, a cantora tinha sumido do mapa até aparecer rumores que o seu novo álbum seria lançado ainda esse ano. A canção Behind Your Back parece ser uma das faixas que devem incluir esse novo trabalho.

A canção mostra que Nelly não deve voltar ao pop comercial, mas também não irar se distanciar muito do gênero. Mesmo não sendo a oitava maravilha do mundo, Behind Your Back tem algumas boas e interessantes ideias. A primeira e mais acentuada é a sua sonoridade que é uma mistura de pop, eletrônico e soul music que tem uma vibe anos noventa bem legal, especialmente o Jamiroquai. A batida melhora consideravelmente na sua parte final com adição de mais instrumentos o que dá para um corpo mais definido para a canção. Uma pena que a canção não tenha uma composição realmente boa, apesar do bom refrão. Com a sua anasalada característica, Nelly dá alguma personalidade a canção, mas Behind Your Back poderia ter sido cantada por qualquer outra cantora com menos experiência que o resultado seria o mesmo. Agora é esperar para saber qual será a nova Nelly Furtado que irá surgir esse ano.
nota: 6

28 de julho de 2016

A Canção de Humor do Ano

Coração Embriagado
Wanessa Camargo

Depois de se aventurar em "carreira" internacional em que o maior sucesso é o "clássico" de Shine it On, conseguindo uma especie de cult following na comunidade gay, Wanessa, agora novamente com o Camargo, decidiu mudar de gênero e estilo ao entrar de cabeça no atual sertanejo. A primeira canção lançada é Coração Embriagado que é tão ruim, mais tão ruim, mais tão, tão ruim que resulta em uma canção involuntária de humor.

Ao invés de ir para um sertanejo que é a praia do pai dela ou dar a sua versão do gênero, Wanessa Camargo resolveu repetir cada características dessa tal de novo sertanejo que é, na verdade, uma mistura desgraçada dele com forró. Sem respeitar nenhum dos gêneros de verdade, esse novo subgênero é o ápice do fundo do poço da música brasileira, apesar de achar que ainda pode ser pior do que é. Em Coração Embriagado, a produção acerta no tom, mas, por incrível que pareça, o tom adotado mais parece uma paródia do que uma canção de verdade, tendo a capacidade de ser pior que as canções "originais". O que faz rir em Coração Embriagado é, na verdade, a sua precária, pobre e de uma vergonha alheia gigantesca composição que tem a capacidade de entregar perolas como "Quando eu te vejo online: #Judiando" ou no refrão todas as últimas palavras rimarem com o final "ado". É tão ruim que chega a ser, de alguma forma, divertido. Até mesmo Wanessa adquiriu os mesmos maneirismos dos cantores do gênero o que deixa a sua performance o que deixa Coração Embriagado ainda mais com cara de paródia. Como diversão despretensiosa e vergonhosamente deliciosa a nova canção da Wanessa é ótima, mas como música de verdade é uma verdadeira catástrofe sísmica.
nota: 2

26 de julho de 2016

A Inesperada

Go Off
M.I.A.

Enquanto os olhos estavam virados para a briga comercial entre Katy Perry e Britney Spears, outra artista lançou um single que conseguiu vencer as duas estrelas do pop no quesito qualidade: M.I.A lançou a ótima Go Off, primeiro single do seu novo álbum intitulado A.I.M.

A canção tem como um dos produtores do DJ Skrillex que adiciona a sua batida eletrônica na sonoridade indie pop/eletrônica da M.I.A, criando uma canção que consegue manter o espirito da artista intacto e, também, mostra novas nuances da mesma. Apesar de não ser uma "pancada" sonora como outros trabalhos de M.I.A., Go Off é a música mais "comercial" da carreira dela desde da genial Paper Planes e ainda oferece uma deliciosa batida dançante sem precisar ser "farofa". Com uma composição divertida sobre ser o melhor que até brinca com o jogar Neymar, Go Off é carregada perfeitamente pela M.I.A. e a sua distinta maneira de usar a sua voz em uma performance sólida. Uma pena que a canção não venceu na disputa comercial, pois é a que realmente merece.
nota: 8

25 de julho de 2016

New Faces Apresenta: Grace

You Don't Own Me (feat. G-Eazy)
Grace

O ano de 2016 poderá ser conhecido no futuro como o ano das trilhas sonoras. Devido ao lançamento de vários filmes com uma pegada bastante pop, as canções inclusas nas suas trilhas sonoras estão ganhando bastante destaque nas paradas mundiais. Uma das delas é a canção You Don't Own Me da novata Grace que foi adicionada na trilha do filme Esquadrão Suicida. Entretanto, esse não é o único diferencial da canção que conta com uma coleção de "fato" surpreendes.

Primeiramente, a canção foi lançada como primeiro single da carreira dessa australiana de apenas 19 anos de idade no ano passado, sendo uma versão da canção lançada em 1963 pela cantora Lesley Gore no auge do começo do movimento feminista. Entretanto, a maior surpresa é saber que a canção tem a produção do lendário Quincy Jones, simplesmente o nome por trás de boa parte da carreira de Michael Jackson em seu auge. Produzindo a parte dos vocais de Grace, Quincy coloca sobre a canção o peso de todos os anos de carreira do produtor em uma versão interessante e moderna desse clássico. 

Sem perder a essência da canção original, a nova versão coloca um verniz pop contemporâneo e hip hop que combina com a atmosfera dark adicionada pela produção.  Com uma performance extremamente carismática e cheia de personalidade pela Grace, You Don't Own Me renova o sentido da sua letra em tempos de reafirmação do empoderamento feminino. O que não combinou com a canção foi a presença do rapper canadense G-Eazy que, apesar de um bom desempenho, poderia ter sido substituído por uma artista feminina. Apesar disso, You Don't Own Me termina com um resultado e abre os caminhos para uma promessa interessante.
nota: 7,5

22 de julho de 2016

Roubando o Show

Dance Off (feat. Idris Elba & Anderson .Paak)
Macklemore & Ryan Lewis

Normalmente, eu posso ser muito critico em relação as participações especiais em músicas, mas, ás vezes, uma dessas participações conseguem ser melhores que os "donos da canção". Esse é o caso da canção Dance Off de Macklemore & Ryan Lewis.

Lançada como segundo single do álbum This Unruly Mess I've Made, a canção tem como featuring o cantor Anderson .Paak e o ator inglês Idris Elba. Para a surpresa geral, Idris, que também tem uma carreira como músico e DJ, é quem rouba a canção com a sua voz cavernosa e extremamente carismática. A sua participação lembra muito Vincent Price em Thriller do Michael Jackson. Tirando isso, Dance Off é uma decente e divertida canção hip hop sobre dançar com uma composição irreverente e uma performance de Macklemore afiada. Uma pena que a canção flopou, pois merecia ser um dos sucessos do verão americano.
nota: 7,5

19 de julho de 2016

A Hora da Verdade para Shawn Mendes

Treat You Better
Shawn Mendes

Depois dos bons resultados alcançados com o seu debut no ano passado, Shawn Mendes precisa provar agora que é um artista que veio para ficar. Isso tudo dependerá do lançamento já do seu segundo álbum intitulado Illuminate. Como primeiro single foi divulgado a canção Treat You Better.

O single mostra que o jovem de 17 anos não irá alterar a sua sonoridade pop/pop teen/singer songwriter que mostrou fazer tão bem no trabalho anterior. Apesar de apostar no seguro, Shawn mostra que começa a caminhar em sua carreira artística: Treat You Better tem uma leve influência de rock, deixando a sua batida mais encorpada. Com uma performance sólida de uma voz que ainda irá mudar com o tempo, Treat You Better conta com uma composição fofa e, mesmo não sendo ótima, consegue ser compatível com a idade do cantor sem soa como infantiloide. A primeira amostra do futuro para Shawn Mendes é bem promissora. Vamos aguardar os próximos passos.
nota: 7

18 de julho de 2016

Uma Redenção

Don't Let Me Down (feat. Daya)
The Chainsmokers

Existe um verso na música Travelin' Thru da Dolly Parton que diz o seguinte: "Redenção vem em muitas formas com muitos tipos de dor". E eu devo dizer que acredito piamente, pois já vi acontecer isso em vários níveis. Um deles veio recentemente com a canção Don't Let Me Down da dupla de DJs The Chainsmokers. Qual o motivo para isso, vocês podem se perguntarem. Fácil: a dupla foi responsável pela canção #SELFIE que considero uma das piores dos últimos tempos e, agora, eles são donos de uma boa música. Uma verdadeira redenção. 

Don't Let Me Down, porém, não é reinvenção da roda, mas isso não impede que seja uma faixa decente de EDM/eletrônico que tem como ponto alto a presença da cantora Daya como ponto alto. A jovem cantora dá para a faixa uma performance com alguma personalidade própria, ao contrário de outros cantores que quando "enfrentam" esse tipo de canção acabam se perdendo dentro da canção. O bom arranjo na parte dos versos ajuda a minimizar a farofada clichê do refrão. Assim mesmo, Don't Let Me Down perto da outra canção deles é praticamente um álbum inteiro dos Beatles.
nota: 7

16 de julho de 2016

A Gigante Levantou

Rise
Katy Perry

Quando todos pensaram que os olhos do mundo pop estariam virados exclusivamente para o novo single da Britney Spears, eis que a Katy Perry resolve também lançar um novo single de surpresa. A novo canção não é o anuncio de nenhum novo álbum por enquanto, mas o tema da emissora estadunidense NBC para os jogos Olímpicos que irão acontecer no Rio de Janeiro em alguns dias. E meio que sem dar nenhum aviso, Katy pode fazer o seu retorno triunfal com uma canção até boa.

Rise é o melhor single de Katy desde Last Friday Night (T.G.I.F., apesar de ainda não retomar o bom patamar. A canção tem uma composição sobre vencer os obstáculos para alcançar a vitória e não poderia ser mais adequada para o objetivo, mesmo recaindo no famoso clichê de auto ajuda. A produção fica por conta de Max Martin que dá para Rise uma atmosfera épica e celebrativa, ajudada pelo ótimo trabalho de instrumentalização para esse EDM/pop. Mesmo não tendo a voz de uma Whitney Houston ou algo parecido, mas a cantora se segura bem ao entrar uma performance forte (se houver uma apresentação ao vivo, saberemos se ela consegue manter o mesmo nível). De qualquer forma, Katy Perry está de volta e parece que não está para brincadeiras para reassumir o posto das paradas mundiais.
nota: 7

15 de julho de 2016

Um Filler Para Britney

Make Me... (feat. G-Eazy)
Britney Spears

O novo e tão aguardado single da Britney Spears é, na verdade, o maior filler da carreira da cantora. Para quem não está familiarizado com a expressão, filler é aquela faixa que é adicionada para "encher" linguiça. Isso acontecia com frequência na era do vinil, pois neles havia um tempo exato para ser preenchido e, ás vezes, a soma de todas as músicas gravadas não chegavam nesse número e, para completar, os artistas gravavam uma ou mais faixas que pudessem serem adicionadas nesse espaço. Músicas que se encaixavam nessa categoria eram, normalmente, bem mais fracas que as outras faixas. E é isso que Make Me... transparece do começo ao fim. Não que a canção seja tão ruim como todas as faixas do último álbum de Britney, mas está completamente longe de parecer um verdadeiro hit da intitulada princesa do Pop. Até mesmo o flop de Pretty Girls tinha mais potencial. 

O primeiro problema é o fato de Make Me... ser um pop mid-tempo que puxa para uma balada romântica que não combina em nada com o histórico de single que a cantora já lançou, principalmente sendo o primeiro de um novo álbum. Claro, esse detalhe poderia ser superado e com grandes méritos se a canção fosse realmente boa. Não é. O single é bem mediano com um produção pouco inspirada que não mostra nada de interessante para esse tipo de canção. O pior momento é o seu anticlimático refrão, talvez o mais sem graça da carreira dela. A composição não colabora com o resultado final, mas não é um trabalho ruim ao falar sobre o desejo de Britoca de fazer sexo. Para a minha surpresa, o melhor ponto de Make Me... é a performance da cantora: muito menos "autotunada", Britney volta ao mostrar algum carisma vocal depois de muito tempo. A presença do rapper G-Eazy não atrapalha e até dá uma leve ajuda para a canção. Não sei como será o resultado comercial, mas, sejamos franco, os fãs de Britney Spears não mereciam algo tão "filler" como single. Até a própria Britney não merecia.
nota: 6

12 de julho de 2016

Um DJ Motivacional

For Free (feat. Drake)
DJ Khaled

Produtor, DJ, executivo, radialista, amigos de quase todo mundo no hip hop e "palestrante motivacional", o DJ Khaled ganhou ainda mais notoriedade nos últimos tempos devido aos seus "discursos" de auto ajuda que viraram memes nos Estados Unidos, principalmente devido a parte onde ele repete "another one". Entre um discurso e outro, ele voltou a fazer música e lançou a canção For Free com a participação do Drake.

Para quem não se lembra da carreira de DJ Khaled basta lembrar da canção All I Do is Win que ficou famosa ao ser dublada pela Emma Stone. Na nova canção, primeiro single do seu nono álbum, DJ Khaled entrega uma canção regular que poderia ter sido melhor se a ideia por trás fosse trabalhada de maneira mais produtiva. A batida tem uma pegada mais leve e cadenciada de hip hop/rap, lembrando uma sonoridade feita nos anos oitenta e começo dos anos noventa com essa vibe relaxada e divertida. Uma pena, porém, que a ideia é trabalhada de maneira tão preguiçosa e linear pela produção. Além disso, a composição não é lá essa coisas ao falar sobre o quanto o interlocutor é "gostosão" e a performance de Drake parece estar no automático. For Free deveria ter passado pelo motivacional do próprio Khaled para resultar em algo melhor.
nota: 6

10 de julho de 2016

A Canção Pop Do Ano

Into You
Ariana Grande

Chegado o meio do ano e apenas tenho uma certeza: Into You da Ariana Grande é a canção pop ano. Apesar do desempenho comercial ainda fraco, a esperança é a última que morre para ver esse genial trabalho se tornar o sucesso que merece. E pela qualidade da canção esse sucesso deveria ser avassalador.

A canção não é apenas a melhor pop do ano, mas, sem nenhuma dúvida, a melhor de toda a carreira da cantora até agora. E melhor que toda a carreira de muitas cantoras por aí. Produzida pelo Max Martin e Ilya Salmanzadeh, Into You é uma sensacional dance pop com pinceladas de EDM que poderia até ser mais do mesmo caso não tivesse o primoroso senso de estética dado para a canção. Primeiramente, o arranjo passa longe de qualquer clichê ao ser um trabalho elegante, sensual, viciante e, principalmente, maduro. Into You é a farofa pop em seu estado mais evoluído e refinado dos últimos anos. Essa característica acompanha perfeitamente a ótima composição que basicamente fala sobre uma paixão incontrolável, mas de uma maneira sexy sem ser vulgar e com algumas "brincadeiras": o seu ótimo refrão faz claras alusões à Elvis Presley e Mariah Carey. A cereja em cima do bolo fica por conta da performance de Ariana Grande que a confirma como uma das maiores vozes da sua geração. Sendo assim, Into You é a canção que deveria virar o hino. Quem sabe ainda não dá tempo?
nota: 8,5

9 de julho de 2016

Vozes de uma Nova Geração

WILD (feat. Alessia Cara)
Troye Sivan

A prática de relançar uma canção é comum e até mesmo batida, mas o australiano Troye Sivan dá para canção WILD, não apenas uma nova chance de mais pessoas conhecerem essa boa faixa, como também se unir com um outro talento da sua geração: Alessia Cara.

A verdade sobre essa nova versão de WILD é que não houve nenhuma alteração na sua sonoridade e, por isso, posso repetir o que já tinha dito sobre a faixa na resenha do EP de mesmo nome: "misturando dream pop com eletrônico, a faixa é um produto lindamente acabado e dono de uma atmosfera delicadamente cativante. Mesmo puxando para uma sonoridade que remete ao último trabalho da Taylor Swift, a canção consegue um resultado bem superior pela falta de pretensão de Troye. " Entretanto, a presença de um novo verso escrito por Alessia e, claro, os seus vocais ajudam a dar uma boa noção sobre o que o futuro da música tem para oferecer em breve. Os dois jovens artistas fazem parte de uma nova onda de prodígios que parecem estar bem mais ligados com o conteúdo do que a forma, mas sem perder o apuro estético. Vozes de uma geração que será a revolução que a música precisa.
nota
Versão Original: 7,5
Versão Nova: 7,5

6 de julho de 2016

This Is Acting

Sledgehammer
Rihanna

Você já ouviu uma canção e pensou: "acho que ficaria melhor na voz daquele outro artista!". Então, essa foi a minha primeira impressão ao ouvir Sledgehammer da Rihanna. Tema do filme Star Trek Beyond, a canção tem toda a cara de ser um trabalho da Sia, tanto que a cantora australiana é uma das compositoras e um dos seus maiores colaboradores, Jesse Shatkin, atua como produtor. Apesar dessa sensação, a canção é surpreendente boa.

Sledgehammer é uma épica eletropop/dubstep que tem uma atmosfera que oscila entre o dramático e o sombrio para dar sustentação para a sisuda composição. A produção soa um pouco genérica, principalmente quando compara aos trabalhos da Sia. Porém, o trabalho é bem feito acabado e combina com a estética "jornada espacial" do filme que é tema. O que pega, na verdade, é a presença da Rihanna: mesmo entregando uma performance muito boa, a cantora parece que "sugou" vários maneirismos da Sia como, por exemplo, a impostação da voz em certos momentos. Infelizmente, Rihanna não é a Sia e, por isso, a sensação de que a cantora das perucas teria entregado uma performance vocal avassaladora é mais forte que o trabalho ouvido em Sledgehammer. Esse problema não impede, porém, que a canção já começa a figurar entre as fortes concorrentes para o Oscar no ano que vem. É só aguardar.
nota: 7

4 de julho de 2016

Lições de Demi

Body Say
Demi Lovato

A vida é uma verdadeira caixinha de surpresas, não é? Nos primórdios desse blog eu realmente não gostava da carreira da Demi Lovato. Tanto que "arranjei" brigas com os seus fãs por causa disso. Enquanto isso, eu sempre elogiei o começo da carreira da Selena Gomez quando era parte do Selena Gomez & The Scene. Mas como vocês podem ter notado nos últimos anos, o jogo virou, né nom? Então, hoje eu posso afirmar que, apesar de vendas maiores, Selena precisa aprender algumas coisas com a Demi em relação a qualidade das suas canções. Esse é o caso do novo single da Demi, a boa Body Say.

Body Say tem uma sonoridade bem similar à que Selena mostrou em seu último álbum, mas com um grande diferencial: o resultado é bem melhor. Lançada para ajudar a promover a sua turnê ao lado de Nick Jonas e, também, uma provável primeira faixa do seu próximo álbum, Body Say é uma sexy mistura de pop e R&B que tem como principal característica ter como base uma batida contida e bastante cadenciada. Apesar das mesmas características, a canção tem pontos que a deixam acima das canções de Selena: primeiro, o arranjo funciona perfeitamente devido as suas nuances encorpadas na sua construção, nitidamente ouvida nos seu refrão delicioso; e, segundo, Demi entrega uma performance vocal forte e marcante. Essa combinação ajuda Body Say a ter um resultado tão surpreendente bom e longe de soar como uma imitação, apesar da sua letra ser pouco inspirada e ter um final um pouco astroclimático. Pode até não fazer sucesso comercial, mas que é uma boa lição essa da Demi é sem dúvida.
nota: 7,5

3 de julho de 2016

O Retorno Não Triunfal da Fergie

M.I.L.F. $
Fergie

Uma das grandes perguntas da humanidade moderna está para ser respondida possivelmente ainda esse ano: aonde foi parar da Fergie? Brincadeiras de lado, Fergie se tornou uma quase lenda urbana no mundo pop devido a sua curiosa carreira solo: depois do imenso sucesso do álbum The Dutchess de 2006, a cantora voltou ao Black Eyed Peas para entrar em novo hiato com o grupo e, após se casar e ser mãe, nada aconteceu. Quer dizer, alguma coisa aconteceu, mas nada além de algumas participações em canções alheias e, principalmente, muitos boatos em torno da sua volta ao mundo da música. Em 2014, a canção L.A. Love (La La) foi lançada, mas como vocês devem saber não deu em nada essa tentativa de retorno. Dois anos mais tarde chegou a vez de finalmente Fergie está de volta. Com a previsão de lançamento de Double Dutchess para o segundo semestre, a cantora lançou o primeiro single recentemente: M.I.L.F. $ (lê Milf Money).

Uma pena que esse aguardado trabalho já comece de maneira tão mediana como é M.I.L.F. $. Claro, mesmo com o sucesso obtido, as músicas da Fergie nunca foram exatamente exemplos da genialidade pop, mas grandes e deliciosos prazeres culposos. Entretanto, M.I.L.F. $ não consegue chegar nesse nível devido a uma produção sem criatividade que se apóia apenas no que está em alta atualmente para construir uma batida pop misturada com hip hop e trap music que parece ter saído das sobras da Rihanna que escutou e disse: "não, mas essa é muito fraquinha!". A canção até dá uma leve melhorada na sua parte final com ajuda dos vocais incrementados e poderosos da cantora, mas não salva o resultado mediano da canção que tem para piorar uma composição fraca e refrão irritante. Até pode fazer sucesso, mas, querida Fergie, queremos mais Fergalicious e menos M.I.L.F. $.
nota: 5,5

2 de julho de 2016

Faixa Por Faixa

CD: ...Baby One More Time
Artista: Britney Spears
Gênero: Dance pop/ Pop
Vendagem: cerca de 30 milhões de cópias
Singles/ Peak Billboard: ...Baby One More Time (1°); Sometimes (21°); (You Drive Me) Crazy (10°); Born to Make You Happy (N/E);  From the Bottom of My Broken Heart (14°).
Grammy:

Indicações
Best New Artist
Best Female Pop Vocal Performance ( ...Baby One More Time)


Ano: 1999