27 de outubro de 2016

O Hino Feminista Brasileiro de 2016

100% Feminista (feat. Karol Conka)
MC Carol

Em um mundo em que atualmente tem a Beyoncé como a principal figura do orgulho da mulher negra, o Brasil não poderia deixar de ter alguma figura que de alguma forma refletisse esse momento. Na verdade, eu posso ressaltar pelo menos duas artistas que estão ocupando esse espaço na música brasileira: MC Carol e a rapper Karol Conka. E para felicidade geral as duas estão juntas em uma das melhores canções nacionais do ano: 100% Feminista.

A canção é um verdadeiro soco na cara da sociedade ao mostrar as duas artistas entoando um verdadeiro hino de empoderamento/protesto feminino com imagens fortes e um discurso ainda mais poderosos. Sem rodeios ou firulas, a composição mostra um panorama bem concreto do que é ser mulher no Brasil:

Presenciei tudo isso, dentro da minha família
Mulher com o olho roxo, espancada todo dia
Eu tinha uns 5 anos mas já entendia
Que mulher apanha, se não fizer comida

Entretanto, 100% Feminista também dá esperança para as milhares de mulheres que vivem sob o domínio do mal ao encovarem o lado guerreiras de cada uma: Sou mulher independente não aceito opressão / Abaixa sua voz, abaixa sua mão. A canção também se beneficia da força das duas artistas, cada uma com o seu estilo e imagem, mas com um carisma que não tem como comprar, imitar ou recriar. E cada uma delas entrega uma performance condizente com a sua imagem, especialmente MC Carol que tem uma robustez na voz que é quase desconcertante. Misturando hip hop com funk, a canção tem uma batida a altura do poder da mensagem e de suas interpretes. 100% Feminista deveria ser um dos maiores sucessos do ano, mas, infelizmente, o destaque para canções como essa ainda é pequeno. Pequeno, sim, mas suficiente para ajudar o despertar muitas pessoas, tanto para o tema quanto para as duas artistas.
nota: 8,5

25 de outubro de 2016

The Shade of Little Mix

Shout Out To My Ex
Little Mix

Existe uma expressão entre a comunidade gay americana que ficou bem popular mundialmente que seria a melhor tradução para quando alguém se refere a "mandar uma indireta". Essa expressão é o famoso "shade", em tradução literal seria sombra, mas em termos de gíria seria como dar aquela alfinetada em alguma pessoa de uma maneira bem casual e de uma maneira indireta. Claro, existem alguns níveis de shade, indo do leve ao mais forte de acordo como é construído. Dessa maneira, o novo single da girl band Little Mix Shout Out To My Ex é o mais explícito do mundo pop em 2016. 

Explico: a canção é uma clara referência ao ex-namorado da integrante Perrie Edwards, o cantor Zayn Malik. E quando falo clara referência acredite, pois Shout Out To My Ex é um shade tão grande, mais tão grande que até parece que tem nome, CPF e endereço com o nome de Zayn. A composição é nome melhor estilo de "querido, sem você sou mais feliz", mas com toques tão ácidos sobre o relacionamento da "narradora" sobre o ex que fica até desconcertante: Espero que você esteja dando a ela um sexo melhor/ Espero que ela não precise fingir como eu fazia, querido. E a composição continua assim por quase toda a sua duração, mas, felizmente, existe um bom humor que a permeia como um todo que a ajuda não se tornar apenas uma sequencia de magoas acumuladas de uma ex abandonada. 

Em relação a sonoridade, Shout Out To My Ex é novo começo para a girl band que teve um passo em falso com o mediano álbum Get Weird no ano passado, mesmo tendo sido o maior sucesso comercial delas. A canção é pop dance/R&B divertido e com uma batida vigorosa com as suas nuances e ideias, mas que tem uma duração maior do que deveria ser. Uma versão editada e sem as várias repetições do refrão ao final deve aparar esse ponta solta. As garotas do grupo continuam muito bem sempre mostrando personalidade própria e muita química juntas. Shout Out To My Ex pode até destino certo, mas deve fazer sucesso com um monte de garotas que se identificam com a situação relatada na canção.
nota: 7,5

24 de outubro de 2016

Tropicalmente Culposo

Don't Wanna Know (feat. Kendrick Lamar)
Maroon 5

Sabe aquele tipo de canção que você deveria não gostar por algum motivo, mas, sabe-se lá o motivo, você acaba gostando? Então, o meu exemplo atualmente o novo single do Maroon 5, a deliciosamente divertida Don't Wanna Know.

Talvez o motivo para essa sensação é o fato da canção sair completamente do estilo pop rock que a banda sempre mostrou: Don't Wanna Know é uma mistura de música caribenha com pop/eletrônico. Mesmo com a estranheza inicial e de ter a certeza que preciso rezar para que esse subgênero intitulado tropical house não seja a próxima grande tendência, o single funciona de uma maneira que não há como explicar muito. A composição é clichê, beira o brega e deve ser muito irritante para muitas pessoas, porém. não tenho vergonha de dizer, que eu curtir a intenção da banda em fazer uma balada romântica longe do tradicional. Além disso. Adam Levine e o seu charme imenso e os bons vocais carregam o single e a participação de Kendrick Lamar em uma performance tão descontraída que apenas ajuda a estabelecer Don't Wanna Know como um dos melhores prazeres culposos do ano.
nota: 7

23 de outubro de 2016

Melhores de 2016 - Single do Ano

Eis que chegamos a mais um fim de ano aqui no SóSingles e, novamente, está na hora de começar a escolher quais foram os grandes destaques da música no mega especial Melhores de 2016. O primeiro passo será escolher qual foi o maior sucesso do ano, isto é, qual foi o single que será marcado como aquele que teve o maior destaque perante o público, independentemente de qual artista é o dono (a) ou muito menos qual a sua qualidade. O que importa é escolher qual o maior Single do Ano.

A escolha, como sempre, será decidida por vocês em enquetes que dividiu dez canções escolhidas por mim em duelos. O vencedor de cada duelo irá participar da enquete final que, por sua vez, dessa sairá o campeão. Então, vamos ao primeiro confronto?

Qual foi o maior sucesso do ano: Sorry do Justin Bieber ou Panda do Desiigner? Votem na enquete aqui do lado!


22 de outubro de 2016

Uma Para os Românticos

Love Me Now
John Legend

Em uma ano em que as principais baladas românticas de sucesso foram sobre corações quebrados e desilusões amorosas, John Legend é único que pode salvar a nossa esperança no amor ao lançar a bonita Love Me Now.

Depois do imenso sucesso de All of Me, a nova canção aposta nessa sensibilidade latente que o cantor possui em fazer marcantes baladas R&B. Em Love Me Now, primeiro single do seu próximo álbum, consegue novamente essa atmosfera ao falar sobre a vontade de viver o presente com toda a força possível, pois o futuro pode não ser o melhor para o amor. A letra é um trabalho com uma qualidade lirica característica de Legend, mesmo que não tenha o mesmo poder arrebatador da declaração de seu maior sucesso. Além disso, o single tem uma ousadia sonoro ao ser uma mistura de R&B e pop/eletrônico que é a não exatamente a batida mais sensacional ou comercial do ano, mas encontra o lugar certo nas mãos do cantor e a sua performance irrepreensível. Love Me Now é perfeita para aqueles românticos incuráveis.
nota: 7,5

18 de outubro de 2016

O Cara Do Momento (na América Latina)

Vente Pa' Ca (feat. Maluma)
Ricky Martin


O colombiano Maluma é tipo de cantor que aparece em todo os lugares de repente, apesar de já ter uma carreira relativamente consolidada. Dessa vez, o cantor participa da canção de Ricky Martin, a boa Vente Pa' Ca.

Provavelmente primeiro single do próximo álbum de Ricky, Vente Pa' Ca é um pop latino bem feito e que se beneficia do carisma sensual dos cantores. Mesmo com o seu tom envolvente e maneira sexy como Maluma interpreta o seu verso, Ricky ainda é o principal responsável por toda a sensualidade da canção. E olha que Vente Pa' Ca nem precisava disso para ser "caliente", pois a sua composição é um verdadeiro chamado para a pegação. Além disso, os dois artistas mostram uma boa química, algo raro entre dois homens em uma canção como essa. E nem é pelo fato de Ricky ser gay ou coisa parecida, mas certas coisas não têm explicação e uma delas é a química entre dois artistas. Talvez seja por isso que Maluma esteja sendo tão requisitado: o cara dá liga com quem canta. Ou pode ser o fato dele ser o cara do momento.
nota: 7

16 de outubro de 2016

A Triste Beleza de Um Coração Partido

i hate u, i love u (feat. Olivia O’Brien)
Gnash

Devido ao fato de ser um sleeper hit moderado, a canção i hate u, i love u do novato Gnash não parece estar recebendo a devido atenção que merecer, pois a faixa é uma das canções mais interessantes do ano. Uma dos motivos para eu poder afirmar isso é a sua ótima e heartbreaking composição sobre amar e não ser amado.

i hate u, i love u é construído como quase uma conversa entre duas pessoas, cada uma tentando mostrar que o seu coração está machucado devido as atitudes do outros. De lado ela (a cantora iniciante Olivia O’Brien) que vê o cara que ama tendo apenas olhos para uma outra e, mesmo assim, continuando o amando e o se odiando por causa disso. Do outro lado, esse cara (Gnash) não parece perceber a agonia que a garota está passando, mas, na verdade, credita o seu sofrimento a aparente frieza que ela mostra e a falta de "atitude" para com ele. Mensagens conflituosas. Mal entendidos. Silêncios cheios de palavras não ditas. Sentimentos reprimidos. Lágrimas derramadas que queimam a pele. A imagem criada é um cenário de uma beleza triste e melancólica assim com a linda composição. Ajudando essa atmosfera está a produção do próprio Gnash que faz uma contida balada pop/R&B contemporâneo, pois amplifica o sentimento expressado na letra e, também, as performances de ambos artistas, mesmo que não sejam as melhores vozes do mundo (especialmente Gnash que faz um tipo de rap/cantar que, felizmente, aqui funcionou bem). Não que isso seja um problema para que i hate u, i love u seja uma das canções mais humanas e melancólicas de 2016.
nota: 8

14 de outubro de 2016

2 Por 1 - Cashmere Cat

Trust Nobody (feat. Selena Gomez & Tory Lanez)
Wild Love (feat. The Weeknd & Francis and the Lights)
Cashmere Cat

O DJ norueguês Cashmere Cat pode até não alcançado o mesmo sucesso comercial de outros DJs como o Calvin Harris, mas o jovem consegue entregar canções bem mais interessantes. Esse é o caso dos singles Trust Nobody e Wild Love, primeiras canções divulgadas do seu primeiro álbum. Começo pela parceria com o cantor The Weeknd e a banda Francis and the Lights.

A canção não é o típico EDM/eletrônico, pois apresenta uma sonoridade com várias nuances e cadencia reduzida. A produção de é Cashmere competente ao dar uma personalidade completamente distinta para Wild Love, afastando o seu trabalho de qualquer outro ouvido atualmente. Não é o tipo de canção feita para agradar gregos e troianos, pois ela soa como um amontoado de sons esquisitos em uma melodia simples. Entretanto, existirão pessoas que iriam se identificar com a peculiaridade desse indie eletrônico. Uma pena, porém, que se perde a ótima presença do The Weeknd que entoa uma letra quase inexistente. 

Em Trust Nobody, o DJ consegue aparar algumas arestas que ficaram soltas na canção anterior, mas deixa algumas soltas. A primeira dessas pontas é o que já tinha sido defeito antes: a composição. Mesmo com bem mais substância, isto é, não é apenas a repetição de palavras, Trust Nobody tem uma letra mediana e nada inspirada. Falta aqui dar a mesma personalidade que Cashmere Cat mostra na produção, pois o single é uma boa mistura do seu carisma com um bom verniz comercial. Misturando pop/R&B e EDM, a canção tem uma batida bem feitinha e convivente. Selena Gomez cumpre bem o seu papel e o rapper canadense Tory Lanez dá um toque especial para a canção. Cashmere Cat não é a revolução do gênero, mas é respiro de ar fresco que merece ser descoberto.

nota
Trust Nobody: 7
Wild Love: 7

13 de outubro de 2016

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

O novo especial do blog será um espaço para listar, não em ordem, as cem melhores músicas que eu acredito que muitos de vocês, provavelmente, nunca escutaram na vida. Para começar, a canção escolhida é um verdadeiro hino feminista moderno que ajudou a revitalizar a carreira da maior cantora americana de todos os tempos e a consolidar a carreira de um duo inglês ainda mais. Senhoras e senhores, eu apresento Sisters Are Doin' It for Themselves ou....



12 de outubro de 2016

O Coadjuvante

This Town
Niall Horan

Depois do desmembramento do One Direction que está ou não em um hiato, o passo mais claro para os seus membros seria começar a laçarem as suas carreiras solo. Depois de Zayn chegou a vez do Niall Horan seguir pelo mesmo caminho. A surpresa aqui é o fato de que era esperado que outros membros lançarem música antes como é o caso do Harry Styles, pois, sejamos sinceros, Niall era um dos coadjuvantes dentro do grupo, principalmente perante aos olhos do grande público. Não que ele não tenha talento, mas a presença de Harry e Zayn era bem mais forte que a dele e, também, do Liam Payne, deixando Louis Tomlinson exatamente no meio dentro do grupo. De qualquer forma, o cantor saiu na frente e lançou a mediana This Town como single.

A canção é uma balada acústica pop redondinha, mas que acaba soando arrastada e chata depois de quase quatro minutos de duração. A escolha como primeiro single foi errado, pois This Town não tem força suficiente para deixar uma marca no público que não era fã da boy band assim como fez o Zayn em Pillowtalk. A comparação é um pouco injusta já que as canções não parecem em nada, mas não tem como não fazer alguma comparação entre as duas, ainda mais com o sucesso de Zaya. Outra coisa estranha em This Town é a fato que o single tem a produção de Greg Kurtin, conhecido pelo trabalho ao lado da Sia e Adele, que poderia entregar uma canção com uma personalidade realmente existente e não essa sonoridade batida. Ao menos, a composição é bonitinha ao falar sobre a saudade de amor perdido, quase uma prima pobre e distante de Someone Like You da Adele. Niall é um cantor esforçado, tem um tom fofo e consegue defender a canção decentemente, mas nada que realmente seja marcante e que o possa se destacar entre a multidão. Niall Horan tem o grande desafio de se libertar dessa áurea de coadjuvante e assumir o papel principal para conseguir emplacar na sua carreira solo.
nota: 5,5

11 de outubro de 2016

2 Por 1 - Beyoncé

Hold Up
Freedom (feat. Kendrick Lamar)
Beyoncé

Ao chegar a um estágio da carreira que só a sua presença já é garantia de alcançar o sucesso, Beyoncé não precisa mais lançar single da mesma maneira do que o resto dos artistas. Sem fazer grandes trabalhos de divulgação individualmente, mas, como já vem fazendo desde o álbum anterior, Beyoncé se dedica em divulgar o Lemonade como um todo. Por isso fica difícil saber quando um single é "lançado" de verdade pela cantora. Os dois últimos foram as faixas Hold Up e Freedom.

Produzido pela própria cantora ao lado do Diplo e Ezra Koenig da banda Vampire WeekendHold Up é uma vigorosa e deliciosa reggae fusion com uma batida milimetricamente construída em uma base minimalista. A sonoridade tão contida é perfeita para ser o veiculo para toda a explosão de sentimentos que guarda a composição e os vocais da cantora. Ao falar explicitamente sobre a seu desilusão com Jay-Z e o casamento, a cantora mostra um lado humano seu quase perdido no mundo pop de hoje. Ácida, engraçada e de uma sinceridade desconcertante, Hold Up é o tipo de canção que apenas um artista com a sua carreira nas mãos tem a capacidade de criar. E só uma grande cantora como Bey é capaz de entregar ao não se baseando em poder vocal, mas em uma interpretação avassaladora em encarnar uma especie de dona de casa a beira de um colapso nervoso, confrontando o marido infiel sem perder, porém, a aparente calma calculada. Claro, Hold Up é uma música sensacional, mas não se compara ao poder de Freedom.



Apesar de ser a mais "tradicional" na questão de sonoridade dentro de Lemonade, Freedom tem a mensagem mais avassaladoramente direta e desconcertantemente atual, principalmente devido ao cenário de tensão racial nos Estados Unidos. A composição fala sobre se libertar das amarras que a sociedade impõe, mas principalmente aquelas amarras postas por a gente mesmo e que nos impede de gritar por nossa liberdade. Liberdade de sermos quem somos sem precisar "prestar" conta ou muito menos se adequar ao comportamento que uma parte da sociedade acha que é certo. A construção de diversas imagens acachapantes (Estou dizendo a essas lágrimas que me deixem, me deixem/ E que a última delas queime em chamas) são as responsáveis para elevar Freedom em parâmetros estratosféricos, transformando a canção em um hino de protesto moderno assim como Formation. O diferencia aqui, porém, é a presença poderosa e perturbante de Kendrick Lamar em um verso desconcertante em todos os sentidos, mas é Bey que invoca a sua cantora gospel interior para dar o tom da sua performance épica em uma batida que une perfeitamente neo soul, hip hop e, claro, gospel para criar uma sonoridade impactante e inesquecível para quem ouvir. Nenhuma das duas músicas precisam de sucesso comercial para validar a imensa qualidade quem ambas carregam. E nem a Beyoncé precisa validar mais nada na sua carreira.
nota
Hold Up: 9
Freedom: 10

10 de outubro de 2016

O Último da Festa

24K Magic
Bruno Mars

O ano que vai se finalizando deverá ser conhecido como o ano do retorno de tantas grandes estrelas da música pop que ficará difícil escolher qual foi o melhor comeback. E para complicar ainda mais eis que aparece, quase nos acréscimos do segundo tempo, o Bruno Mars resolver entrar na festa e confirmar o lançamento de seu terceiro álbum em Novembro. Intitulado 24K Magic, o trabalho tem como primeiro single a canção que dá nome ao álbum.

24K Magic, a canção, é um aposta segura para ser o primeiro single, pois emana a sensação de ser uma continuação direta de Uptown Funk. As características principais da base das duas canções são praticamente as mesmas: funk/soul music dançante, influência dos anos oitenta e letra sobre curtir a vida com estilo. Essas semelhanças tiram um boa porção do brilho que 24K Magic poderia ter, mas, felizmente para Bruno, a canção tem um charme especial. A produção adiciona algumas nuances divertidas na canção como, por exemplo, a voz "robotizada" que aparece na começo da canção e o uso de sintetizadores que dão uma atmosfera um pouco diferente em comparação a Uptown Funk. Bruno Mars entrega uma performance perfeita para canção, apoiando muito mais no seu imenso carisma do que no sua habilidade como cantor. 24K Magic abre uma nova era na carreira de Bruno que pode até não ser a melhor, mas será divertido ao máximo.
nota: 7

8 de outubro de 2016

Atirando Para Todos os Lados

Company
Tinashe

Segundo single do seu próximo álbum intitulado Joyride, a canção Company mostra que a Tinashe está apostando na diversidade para ajudar a emplacar o trabalho.

Depois da pop despretensioso de Superlove, a nova canção volta a mostrar o lado mais R&B urban da cantora. Todavia, ao contrário da pegada ouvida no seu primeiro álbum AquariusCompany tem uma atmosfera bem comercial e radiofônica parecido com o que está sendo feito por vários nomes atualmente. Essa sensação é graças a presença, novamente, do produtor The Dream que cria uma batida previsível que não é exatamente ruim, mas também não é muito mais que o bom arroz com feijão. Apesar de não ser o supra suma do R&B, Company tem as suas qualidades: a composição que ressalta o poder da mulher em escolher o que ela quer fazer sem precisar se preocupar com opiniões alheias e a boa performance da Tinashe. Agora é esperar para ver se a cantora vai acertar com o resultado final do álbum e ver se essas escolhas foram acertadas.
nota: 7

6 de outubro de 2016

Ego

My Way
Calvin Harris

Decido a não lançar mais álbuns, mas apenas singles, o DJ Calvin Harris lançou a canção My Way. E novamente o trabalho apenas servir para acariciar o seu ego, pois, ao contrário da maioria das suas canções que possuem os vocais de um cantor ou cantora de verdade, a canção tem os vocais do próprio Calvin.

Terceira vez que ele atua como "cantor" (Summer e Feel So Close), Calvin entrega um performance que poderia até ser passável, se não fosse tão linear e pouco inspirada. O DJ pode até ter algumas qualidades em sua voz, mas a de interpretação não é uma delas. My Way também sofre da crônica falta de inspiração de Calvin para escrever qualquer letra que tem alguma força emocional ou alguma construção que não pareça com a poesia escrita por algum jovem de dez anos. Além disso, a batida eletrônica com influência de música caribenha é tão boba e pouco inspirada que nem dá para se divertir ouvindo. My Way deveria se chamar My Ego para combinar com o estilo de Calvin. E tem gente que ainda compra as ideias do DJ.
nota: 4,5

5 de outubro de 2016

Ariana, a Safadinha Feminista!

Side to Side (feat. Nicki Minaj)
Ariana Grande

Side to Side, terceiro single do álbum Dangerous Woman da Ariana Grande, fala quase abertamente e sem pudores sobre sexo. Na verdade, a canção fala sobre fazer tanto sexo que a pessoa vai ficar andando de lado depois. E não se engane: a canção é uma ajuda vital para consolidar o feminismo na música pop.

Vamos aos fatos: ao contrário de muitas músicas cantadas por homens e que tratam o sexo da maneira mais banal possível e que transforma a mulher em apenas um objeto sexual, mas Side to Side é "narrado" do ponto de vista da mulher. Essa mudança ajuda a mostrar uma mulher que, primeiramente, não é um objeto sexual, mas uma participante ativa do ato sexual e, principalmente, anseia por esse ato assim como qualquer homem. Mostrar a mulher como um ser sexual e que não deve ter vergonha desse desejo é primordial para tirar esse ranço de mulher objeto e que ela deve  fazer sexo apenas para satisfazer os desejos dos homens (e, acreditem, ainda existe muitas pessoas que pensam assim). E Side to Side, por mais que seja uma canção pop comercial, é um tijolinho nessa construção diária no feminismo moderno. Além disso, Side to Side é uma ótima canção pop que não tem medo de ousar com um tema tão polêmico.

Produzida por Max Martin e Ilya Salmanzadeh, o single é uma das canções mais divertidas do ano e um dos melhores singles de Ariana até hoje. Side to Side tem uma sonoridade que mistura na medida certa reggae com pop e R&B sem descaracterizar nenhuma dos gêneros, mas tendo a perfeita consciência de criar uma batida comercial e vendável. Dançante e sensual sem soar vulgar ou desesperada, a batida da canção é o veiculo perfeito para Ariana (em performance poderosa e digna de uma diva pop) em a sua terceira colaboração com a  Nicki Minaj (em um desempenho excelente e cheio de personalidade) falarem sobre sexo de maneira sem puderes e bem escrita. Side to Side é um passo pequeno, mas que ajuda a desmistificar o sexo e como uma mulher deve se portar em relação ao mesmo: da maneira que ela quiser.
nota: 8 

4 de outubro de 2016

A Garota Esquecida (Por Mim)

Cool Girl
Tove Lo

Nem sempre é possível aqui blog cobrir todos os novos nomes que aparecem anualmente no cenário pop. Um desses nomes que infelizmente passou batido foi o da cantora sueca Tove Lo. 

A cantora/compositora alcançou a notoriedade em 2014 com o single Habits (Stay High) que teve ótimo desempenho ao redor do mundo e seu debut (Queen of the Clouds) obteve boas criticas da impressa especializada. Além disso, a cantora escreveu e/ou participou de várias canções de sucesso como, por exemplo, Love Me like You Do da Ellie GouldingClose do Nick Jonas e Heroes (We Could Be) do DJ Alesso. Esse ano a cantora irá lançar o segundo álbum (Lady Wood) que conta como primeiro single a canção Cool Girl.

O single mostra logo de cara a grande qualidade de Tove Lo: a sua peculiar maneira de compor. Cool Girl é uma divertida e irônica letra sobre que fala sobre a vontade da narradora em ter um relacionamento aberto. Além de ter um forte apelo de empoderamento feminino, a cantora disse que a letra foi inspirada na personagem central do filme Garota Exemplar e para quem viu o filme sabe o quanto provocativo é o mesmo. Devido a essa característica, Cool Girl ganha pontos positivos o que ajuda a dar personalidade para a batida eletropop redondinho e comercial. Não que seja a melhor cantora atualmente, mas Tove Lo tem um carisma estranhamente convidativo e diferente que termina por selar a canção de maneira satisfatória. Agora que "descobri" a Tove Lo espero que ela continue nesse ótima caminho que vem trilhando.
nota: 7

2 de outubro de 2016

A Voz Interior

Love On the Brain
Rihanna

Quando começou lá em 2005, Rihanna era mais um rosto na multidão de tantas garotas que queriam ser a próxima estrala pop. Com um gerenciamento perfeito da sua carreira, a cantora de Barbados foi crescendo e se tornou uma das maiores estrelas da sua geração. Todavia, ainda havia um problema: Rihanna ainda não tinha mostrado todo o seu potencial vocal. Demorou mais de dez para a cantora conseguisse provar que aquela interprete vacilante e inexperiente de Unfaithful era digna de ser considerada uma ótima cantora. Love On the Brain é a prova cabal de tudo isso.

Lançado como quarto single de Anti, Love On the Brain mostra com clareza a evolução vocal de RiRi ao longo dos anos. Sem nunca ter possuído um grande alcance, a cantora domina essa balada R&B estilo anos 50/60 com uma categoria de uma grande diva, sendo comparada com grandes nomes do soul. Encorpada, cheia de nuances e, principalmente, com uma interpretação visceral, Rihanna entrega em Love On the Brain uma performance que é um marco decisivo na sua carreira. Para quem achava que esses vocais são apenas na versão ao vivo, a cantora mostrou ao vivo que ela realmente está "sambando na cara" de muitas pessoas. Claro, os vocais dela não teriam o mesmo efeito se a canção não correspondesse a altura, mas Love On the Brain é o perfeito veículo com a sua instrumentalização poderosa e a sua composição dramática sobre as idas e vindas de um romance turbulento. Love On the Brain não precisa nem fazer sucesso comercial, pois Rihanna não precisa mais provar mais nada sobre o seu talento.
nota: 8