31 de março de 2015

Sumida e Talvez Encontrada

Double Tap (feat. 2 Chainz)
Jordin Sparks

Mais lembrada ultimamente pela participação no último filme da Whitney Houston e ter namorado e se separada (nada amigavelmente) do Jason Derulo, Jordin Sparks está tentando voltar ao mundo da música depois de um hiato de seis anos se preparando para lançar o álbum Right Here, Right Now. 

O primeiro single oficial é a canção Double Tap e mostra que a cantora está em busca de uma transformação na sua sonoridade: de uma grande massa sem forma misturando pop/R&B batido para algo mais moderno e vibrante. Não que o urban/hip hop/pop de Double Tap seja exatamente a maior novidade do mundo, mas a batida é bem feitinha e divertida. Jordin carrega a canção muito bem conseguindo imprimir uma persona diferente do que ela já em fez em canções como No Air e Battlefield. Uma pena, porém, que a composição seja tão boba e sutil sem saber se aproveitar das suas próprias referências para criar algo realmente divertido. De qualquer forma, Jordin Sparks pode revitalizar a sua carreira e finalmente se tornar, de alguma forma, relevante ao sair do lugar comum.
nota: 6,5

30 de março de 2015

#TeamPaul

Bitch Better Have My Money
Rihanna

Depois da surpresa do primeiro single FourFiveSeconds ao lado de Kanye West e Paul McCartney
sendo uma ótima mudança na sonoridade de Rihanna, a cantora volta a cair em velhos hábitos ao lançar seu mais novo single: a fraca Bitch Better Have My Money.

Apesar de ter como um dos produtores o Kanye West, Bitch Better Have My Money é mais uma tentativa da RiRi fazer hip hop "pesadão"/"estilozão" como nas fraquíssimas Pour It Up e Numb do último álbum da cantora ao invés de ir para um caminho mais refinado como fez em Rated R. A batida com forte vertente do trap de Bitch Better Have My Money é clichê, pouco inspirada e completamente dispensável. Não está nem perto do que a cantora poderia entregar. Só no final que o arranjo ganha algumas nuances diferentes mostrando alguma qualidade interessante. Longe do bom desempenho na canção anterior, RiRi parece "gritar" partes da canção querendo passar a sensação de "sou fodona". Também não funciona a composição com a mesma intenção, pois parece uma versão de ***Flawless sem a inteligência e a elegância. Analisando friamente essa nova fase da Rinhanna, eu acredito que encontrei o real problema de Bitch Better Have My Money: a falta do Paul McCartney. Por causa disso eu sou #TeamPaul!
nota: 5,5

28 de março de 2015

A Rainha do Pop Brasileiro

Sou Dessas
Valesca Popozuda

Eu já disse, mas vou repetir para não deixar dúvidas: o mainstream da música brasileira está morto feat. enterrado. Há a necessidade de tentar se divertir com o que tem de "menos pior". Valesca Popozuda é o que temos de mais despretensioso, divertido e pop nos últimos tempos seja pela "discografia" dela na Gaiola das Popozudas ou em carreira solo como o seu novo single Sou Dessas.

O que mais se aproxima Valesca de grandes nomes do pop internacional como a Beyoncé e a Lady GaGa é o teor feminista nas composições das suas músicas. Quem já ouviu as canções dela com a Gaiola sabe que ela "pegava pesado" quando se tratava de colocar a mulher como dona de seu destino e como digna de respeito pelos homens. Em Sou Dessas, Valesca volta ao assunto de maneira suavizada, mas com a mesma intenção feminista de sempre. Não é exatamente uma composição assinada por Chico Buarque, mas cumpre o seu papel de ser viciante e um prazer culposo. Sou Dessas tem inspiração de música árabe o que deixa a canção ainda mais divertida. Sim, por essas e outras, Valesca Popozuda é a Rainha do Pop aqui no Brasil. E se reclamar, ainda vai ser Rei, Princesa, Duquesa, Baronesa...
nota: 7

27 de março de 2015

Soft Usher

I Don't Mind (feat. Juicy J)
Usher

Quebrar expectativas sempre é bem vindo. Ainda mais se a surpresa é realmente boa como é o caso do single I Don't Mind do novo álbum do Usher.

Conhecido pelas suas canções up-tempo R&B/pop como Yeah! e Scream, Usher é suavizado em I Don't Mind pela produção de Dr.Luke, Cirkut e Rock City com uma batida mais lenta e swingada, mas sem perder uma atmosfera dançante/sexy. A sonoridade dada para Usher aqui mostra que o cantor ainda é capaz de ser relevante artisticamente em um mercado bem diferente quando ele estourou anos atrás. Outra quebra acontece na composição em que Usher declara amar a sua "namorada" entendo o fato dela ter como profissão ser stripper. Mesmo partindo de uma ideia estranha, a composição mostra um lado diferente do machismo impregnado nas letras de contemporâneos do cantor e até dele mesmo em outras canções. Com uma performance sexy de Usher e uma participação correta de Juicy J, I Don't Mind peca pela sua duração longa para o tipo da canção. Felizmente, essa faceta do Usher resulta em uma canção bem acima do imaginado.
nota: 7,5

25 de março de 2015

Muito Tempo Depois

Rebel
Christina Milian

Existem artistas que nunca alcançaram o sucesso de verdade, mas, mesmo assim, conseguem se manter com certa relevância e com um carreira até longa. Esse é o caso da cantora Christina Milian. No começo dos anos dois mil, ela conseguiu destaque com o single Dip It Low e lançou três álbuns. Porém, Milian se manteve relevante na mídia devido a sua carreira de atriz de cinema e televisão, além de ser co-apresentadora durante um tempo do The Voice e participar do Dancing with Stars.. Além disso, ela co-escreveu algumas músicas de sucesso como é o caso de Baby do Justin Bieber. Esse ano, porém, depois de um hiato musical que durou nove anos, Milian resolveu lançar um novo single.

Rebel é um bom R&B contemporâneo, mas que derrapa em alguns problemas. Christina Milian entrega uma sólida performance vocal, mas é atrapalhada pelo uso do auto-tune deixando a voz da cantora sem emoção genuína. A composição erra ao entregar um refrão fraco e monótono e acerta nos versos. O que ajuda a Rebel ficar um pouco acima da média é a surpreende mudança de batida ao final da canção indo de mid-tempo para uma "quase balada" dando personalidade para a canção. A canção é até boa, mas é como a carreira da própria Christina Milian: desinteressante.

24 de março de 2015

Uma Canção De Amor ou Alguma Coisa Parecida

Trap Queen
Fetty Wap

Ah, o amor! Esse nobre e universal sentimento que une todos em uma mesma corrente. Claro, cada elo dessa corrente é feito de materiais completamente diferente um do outro. Por isso, a canção Trap Queen do rapper Fetty Wap é, sim, uma canção de amor não importando como a produção constrói a mesma.

Ainda um nobre desconhecido, o rapper Fetty Wap alcançou a décima segunda posição com essa canção sobre "amor". Quando me refiro a "amor", quero dizer, "amor" segundo um rapper estilo "thug" e sem um um olho. Exatamente, Fetty Wap não possui um olho. De qualquer forma, a canção consegue passar a sua mensagem de maneira peculiar. Isso não significa que seja para todos os públicos, pois a canção deve atrair fãs bem "xiitas" do estilo. No fim das contas, o amor triunfa ou  alguma coisa parecida.
nota: 5,5

22 de março de 2015

As Causas de Um Remix

Lay Me Down (feat. John Legend)
Sam Smith


Sugar (Remix) [feat. Nicki Minaj]
Maroon 5


Nos seus primórdios. DJs da década de '70 faziam remixes de canções para manter as pessoas na pista de danças nas baladas discotecas. A pratica ajudou, e muito, a consolidação da música eletrônica em todo o mundo. E hoje em dia para que serve um remix? Apesar da pratica ainda se manter forte especialmente em EP's de singles, o remix ganhou novos status e até mesmo configuração novas.

Relançado como single de In the Lonely Hour, Lay Me Down do Sam Smith ganhou uma nova versão com a participação do cantor John Legend. A causa disso foi o tradicional evento de caridade Red Nose Day na Inglaterra e a arrecadação da vendas do single será revertida para as apoiadas pela organização do evento. A canção não foi alterada profundamente (e dependendo do ponto vista não é nem pode ser considerada um remix), mas as alterações ajudaram a canção a distanciar da original. A primeira é a intenção da canção: sobre a saudade de amor mal resolvido para uma atmosfera sobre amar alguém não da forma romântica. Isso mostra a qualidade da composição da canção conseguindo adquirir características de atemporalidade. A outra alteração é a participação de Legend que ao lado de Sam são, sem dúvida nenhuma, as melhores vozes masculinas da atualidade e na canção a união dos dois realmente funciona. Além disso, John ajudou a regravar a canção tocando piano o que dá para a canção ainda mais personalidade. 

Para dar ainda mais buzz em Sugar, o Maroon 5 lançou uma versão remix da canção com a participação da Nicki Minaj. Apesar da escolha obvia, a nova versão funciona muito bem devido a boa participação da rapper que entrega uma performance deliciosa combinando com o estilo pop da canção. Quando a sua participação acaba dá a vontade de que Sugar seja uma canção apenas da rapper deixando de lado o próprio grupo. Algumas mudanças no arranjo foram feitas deixando a canção mais urban sem atrapalhar a atmosfera oitentista da canção. No mais, as mesmas qualidades e defeitos se repetem ao longo do single.

nota
Lay Me Down: 8
Sugar (Remix): 6,5

20 de março de 2015

Sem Efeitos Colaterais

Trouble (feat. Jennifer Hudson)
Iggy Azalea

Existem canções que não são ruins, mas que estão bem longe da perfeição. Não são exatamente grandes sucessos, mas também estão bem longe de serem gigantescos flops. Essas canções não geram nem lucros, nem perdas para o seu artista. Esse é o caso de Trouble da Iggy Azalea lançado como single do relançamento do seu álbum de estreia The New Classic, agora intitulado Reclassified.

O que ajuda a fazer de Trouble um trabalho bem legal é a sua sonoridade: fugindo do que a rapper tem mostrado com o seu "hip pop" e entregando um batida soul pop com uma pegada old school divertida e despretensiosa. Iggy não é a melhor rapper da atualidade, mas acho que as pessoas pegam pesado demais com ela já que ela faz o "serviço" direitinho. Porém, Jennifer Hudson rouba o a cena apenas mostrando o seu vozeirão. Apesar das qualidades, Trouble não vai e nem deve chegar perto de ser um sucesso.
nota: 7

19 de março de 2015

Um Mundo à Parte

Paper Light (Higher)
Loreen

O cenário musical na Europa (fora da Inglaterra) é um lugar extremamente rico, mas, infelizmente,
pouca coisa chega aqui. Quando isso acontece podemos desfrutar de artistas interessantes como a sueca Loreen.

Mais conhecido pela ótima canção Euphoria, Lorren lançou recentemente o seu novo single. Paper Light (Higher) é um curioso mid-tempo pop com influência de EDM e house music, mas que acha o seu lugar devido a um arranjo que evidencia a influência diversas que constroem a sonoridade da cantora como, por exemplo, a Björk. Isto é: o pop é algo bem mais rico que a "farofada" que estamos acostumados. Infelizmente, Paper Light (Higher) erra em um ponto crucial: os vocais. Loreen é dona de uma voz sensacional, mas em boa parte da canção a os belos vocais da cantora são abafados por uma escolha ruim da produção vocal. Uma pena, pois Paper Light (Higher) poderia ser uma verdadeira pérola vinda de um mundo tão longe que é a música fora dos nossos limites geográficos.
nota: 6,5

18 de março de 2015

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Y & Y
Years & Years

A partir de hoje o blog vai contar com uma nova coluna. Ou quase isso. Esse Primeira Impressão não vai tratar de resenhar álbuns, mas, como o nome sugere, de resenhas sobre outros lançamentos que não enquadram na categoria álbum ou single. Normalmente, as resenhas serão de EP's ou mixtapes de artistas novatos, mas também não excluo trabalho de artistas já consagrados. O primeiro artista dessa coluna fixa serão o EP do trio inglês Y & Y.

Fora do Seu Mapa

On to Something Good
Ashley Monroe


O blog foi criado por mim por três motivos: expressar minhas opiniões sobra música pop em geral, ser um veiculo de escape para o meu dia a dia e poder levar para quem lesse, sempre que possível, artistas e canções que poderiam passar despercebido pelo grande público. Nessa última categoria se encaixa perfeitamente a artista dessa resenha.

Ashley Monroe é uma cantora country conhecida pelo trabalho no grupo Pistol Annies e também pelaLike a Rose de 2013. E ela prova novamente na excelente canção On to Something Good lançada no começo do ano.
sua carreira solo. Quando escrevo "conhecido" estou me referindo ao um seleto grupo do público americano que gosta de country e uns poucos gatos pingados fora dos Estados Unidos. Claro, se não bastasse ter escolhido o country como gênero, Ashley não tem um centésimo do reconhecimento de nomes como Carrie Underwood ou Miranda Lambert (companheira de grupo) ou um milésimo do sucesso da Taylor Swift. Uma pena, pois a cantora não deve nada para suas colegas em talento como é possível ouvir e sentir no seu último álbum

Possivelmente single do seu próximo álbum, On to Something Good pode até parecer clichê ao falar de "curtir a vida", mas na verdade é mais densa que se pode perceber com uma simples ouvida. A canção clama para que possamos aproveitar a vida se divertindo e tentando esquecer os problemas de vez em quando. Porém, a composição também avisa que não importa como você se divirta, a vida ainda é um caminho cheio de espinho que você vai enfrentar todos os dias se machucando mais do que se divertindo. Essa sinceridade é desconcertante e muito bem vinda, pois quebra padrões dentro da música e nas expectativas do público. A produção acerta em entregar em On to Something Good um delicado country pop dance deixando no chinelo muitas cantoras que tentam fazer o estilo, mas erra miseravelmente. Os vocais animadinhos de Ashley fazem a canção ganhar pelo carisma da cantora, mas escondem uma melancolia perfeita para uma pérola musical como On to Something Good. Uma pérola que eu posso dividir com vocês.
nota: 8

16 de março de 2015

Um Nome para Guardar

Adore (feat. Ariana Grande)
Cashmere Cat

Na cola da nova geração de DJs mega estrelas que tem David Guetta, Calvin Harris e Zedd como os
principais, o próximo nome a tentar a "sorte" é o norueguês Cashmere Cat. Depois de chamar a atenção por remixar canções para Lana Del Rey e 2 Chainz, Cashmere alcançou o posto de produtor com o seu nome creditado em canções de Ariana Grande, Charli XCX, Tinashe e, futuramente, para o todo poderoso Kanye West em seu mais novo álbum. Nesse meio tempo, o DJ tem tempo para trabalhar na sua carreira lançando a canção Adore ao lado da Ariana Grande.

A canção mostra que Cashmere Cat tem um grande diferencial em relação ao seus contemporâneos: versatilidade. Ao invés de um pancadão eletrônico enfiado no meio da faixa, Adore é um a boa balada pop/R&B mid-tempo com influência de eletrônico em sua construção. Apesar disso, Cashmere Cat não consegue deixar o single perfeito, pois a fraca e boba composição atrapalha o resultado e Ariana acaba mal aproveitada na canção, mesmo com a sua boa performance. De qualquer forma, Cashmere Cat é um dos nomes para se acompanhar de perto nos próximos tempos.
nota: 6,5

14 de março de 2015

Kanye On Steroids

All Day (feat. Theophilus London, Allan Kingdom & Paul McCartney)
Kanye West

Diz o ditado: quanto mais alto o voo, maior a queda. Isso não se aplica ao Kanye West, pois quanto maior é o ego dele, maior é a qualidade das suas músicas. Porém, toda regra há uma exceção: no caso do rapper a sua exceção é o seu novo single All Day.

All Day é Kanye de volta a sua sonoridade tradicional depois da mudança em Only One, mas, mesmo com a qualidade de produção ainda muito acima da média, o single não funciona especialmente para os padrões do rapper. A música pretende ser uma nova Monster com a sua atmosfera grandiosa, vários featuring (incluindo novamente o da lenda Paul McCartney) e a batida forte com várias nuances ao logo da sua duração. Infelizmente, All Day fica apenas na pretensão, pois a produção (com a mão de nove produtores incluindo Puff Daddy) joga todos os elementos de maneira descuidada apenas injetando mais substância esquecendo da forma, isto é, All Day é um amontoado épico de ótima ideias que não se fundem. A composição também não ajuda devido a sua coleção de clichês e o narcisismo sem graça de Kanye expresso na letra. E nem adiantou ter dezessete nomes creditados como compositores. Há de se louvar, porém, a ótima performance de Kanye, as boas e o final interessante com a participação de McCartney. Mesmo assim, All Day é a pior música de Kanye West em muito tempo e, mesmo assim, ainda é bem melhor que muitas canções.
nota: 7

Cadê o Folk Que Estava Aqui?

Believe
Mumford & Sons

Quando um artista pop dá uma quinada na sua sonoridade procurando novas barreiras para serem quebradas é fácil de compreender mesmo se os seus fãs mais "radicais" não aceitem tal mudança. Porém, quando isso acontece com um artista com um atmosfera indie e com uma sonoridade extremamente consolidada fica uma sensação de WTF? no ar.

Depois de um hiato de três desde o lançamento do ótimo Babel, a banda britânica de folk rock Mumford & Sons lançou o primeiro single do terceiro álbum deles intitulado Wilder Mind. Até aí, tudo bem. O que acontece é que Believe está bem longe de parecer uma música que o Mumford & Sons lançaria, mas a realidade é que a canção é, sim, uma obra da banda. Saí tudo que característica a banda como indie rock como, por exemplo, o uso de instrumentos como banjo no arranjo ou a forte influência de country e bluegrass. Em Believe, ouvimos a coldplayficação de Mumford & Sons entregando uma canção rock/pop alternativo usando guitarra eletrônica como principal instrumento. Apesar dessa mudança drástica, Believe funciona, pois, apesar de soar genérica, consegue ser um trabalho bem produzindo e com os belos vocais de Marcus Mumford que dá personalidade para a canção. Por enquanto, eu não sei o que sentir sobre essa mudança, apenas observo e aguardo o que a banda está por lançar.
nota: 7 

12 de março de 2015

No Tom Acima

Nothing Without Love
Nate Ruess

A tão temida carreira solo pode ser a glória de uma artista ou a sua ruína. Depois de fazer sucesso sendo parte de um grupo ou uma banda, o artista precisa provar que consegue brilhar por conta própria: aqueles que eram o destaque precisam comprovar o seu estrelato sem os companheiros e aqueles que eram coadjuvantes precisam provar que podem ser "atores principais". Nate Ruess. vocalista do fun., é a nova bola da vez ao iniciar a sua carreira como artista solo lançando a canção Nothing Without Love.

Com o hiato anunciado pela banda depois do sucesso conquistado pela banda em 2012 aliado ao sucesso sozinho participando de canções de outros artistas, Nate começa a trabalhar em sua própria carreira lançando esse deslize musical. Nothing Without Love é tudo ao mesmo tempo: indie, pop, pop indie, pop rock e indie rock. Infelizmente, a mistura acaba saindo errado quando a produção tenta juntar tudo em uma faixa épica cheia de camadas, mas que acaba soando desesperada para se tornar o hit alternativo do ano. Não é exatamente um desastres já que o arranjo é muito bem feito, mas Nate faz de tudo para a canção ser com seus vocais exagerados e muito acima do tom que seria perfeito para interpretar a composição Nothing Without Love (a letra também se baseia em clichês e lugares comuns, mas no final até funciona). E Nate Ruess começa não tão bem a sua viagem solo. Vamos aguardar aonde ela vai leva-lo.
nota: 6

11 de março de 2015

Retorno dos Mortos

G.D.F.R. (feat. Sage the Gemini & Lookas)
Flo Rida

Quem diria que em pleno 2015 e ainda o rapper Flo Rida ainda poderia sair do limbo da música e conseguir emplacar um novo sucesso. A bola da vez é a canção G.D.F.R.

A canção não vai muito além do que o rapper sempre fez: farofa de hip hop. Porém, G.D.F.R. tem a qualidade de quase ser uma boa canção de verdade. A batida emoldurando o estilo trap é interessante e funciona bem como trilha para fazer dançar, mas, infelizmente, a produção não agrega nada ao longo da canção para não deixar a batida cair na linearidade. Por isso, mesmo antes de chegar ao segundo verso, G.D.F.R. já fica arrastada. Não ajuda muito as performances no automático tanto do Flo Rida quanto do featuring Sage the Gemini. Descobrir que a participação do produtor Lookas está creditada apenas por causa do uso do sample é um pouco ridículo. E o ano está apenas começando.
nota: 6

Uma Ode à Vida Simples

Homegrown
Zac Brown Band

Country tem as suas raízes no mais profundo amor pela terra de origem. E, claro, esse tema é recorrente em canções do gênero desde o seu começo e Homegrown da banda Zac Brown Band não poderia ser diferente.

O que faz do single conseguir se destacar no meio da "multidão" é a sua sólida e deliciosa instrumentalização proporcionada pela produção que puxa a canção para o rock e o southern. Também entra na mistura algumas mudanças na estrutura de Homegrown no seu terço final não deixando a canção cair na mesmice. Apesar de não ser espetacular, a canção consegue despertar sentimentos universais sem apelar para o sentimentalismo barato.
nota: 7,5

9 de março de 2015

Uma Segunda Chance Para "Call Me Maybe"

Call Me Maybe
Carly Rae Jepsen


Tentar compreender o estrondoso sucesso de Call Me Maybe foi extremamente complicado, mas, depois de muito deliberar, cheguei a seguinte conclusão: o alinhamento dos planetas da música. Explico: a cantora Carly Rae Jepsen conseguiu uma sucessão de fatores favoráveis para que o seu single se tornasse o mega sucesso que foi em 2011 como, por exemplo, o apoio do Justin Bieber e os videos virais baseados na canção, pois se o sucesso fosse baseado apenas na qualidade de Call Me Maybe o resultado não seria um centésimo do conquistado. 

Call Me Maybe não é exatamente uma canção ruim. Longe disso, pois a produção entrega uma redondinha e divertida canção pop teen com todos os elementos de um sucesso com a batida despretensiosa e composição leve e viciante. Porém, nada disso tem condições de ser um sucesso por si próprio. Carly tinha 25 anos na época, mas parecia que tinha acabado de sair da adolescência com sua voz de menina e sua interpretação inocente. Apesar de funcionar de certa forma, Call Me Maybe fica parecendo forçada saindo da boca de uma mulher feita igual a Carly. Assim também acontece com a composição mesmo sendo o ponto mais forte da canção com o seu viciante refrão que gruda durante muito tempo na cabeça de quem ouve. Dito tudo isso, Call Me Maybe foi uma anomalia celestial que vem acontecendo cada vez mais frequente.
nota original: 6
nota atual: 6

Um Sucesso, Talvez

I Really Like You
Carly Rae Jepsen


Dona de uma das músicas de maior sucesso da era digital, Carly Rae Jepsen entrou para a seleta lista de "one-hit wonders" que tem nomes como Vanilla Ice, Los Del Rio, Billy Ray Cyrus e muitos outros. Porém, a cantora parece que não vai se conformar com esse honorável título com o lançamento do single I Really Like You.

Primeiro single do seu próximo álbum, I Really Like You tem como vantagem sobre Call Me Maybe o fato de ser uma canção melhor, mas tem a desvantagem de ser uma versão quase genérica de Teenage Dream da Katy Perry. Está tudo lá: o pop teen dance romântico, a letra fofinha com toque apimentado e os vocais inocentes e com áurea "dreamy". Porém, apesar de soar requentado, I Really Like You funciona bem exalando um carisma vindo da performance de Carly e da produção corretinha.   Agora é esperar para ver se rola um sucesso. Talvez, né?
nota: 7

8 de março de 2015

Hip Pop: A Nova Fronteira

Drop That Kitty (feat. Charli XCX & Tinashe)
Ty Dolla $ign

Parece que esse ano vai ser marcado pelos inusitados encontros musicais. Depois de Kanye West com Paul McCartney chegou a vez de uma parceria com as mesmas configurações, mas envolvendo nomes bem menos conhecidos: a reunião do rapper Ty Dolla $ign com as cantoras Charli XCX e Tinashe na divertida Drop That Kitty.

Ainda pouco conhecido fora dos Estados Unidos sem atingir com força o mainstream, Ty Dolla $ign vai lançar o seu primeiro álbum ainda esse ano. Drop That Kitty tem como função ajudar o rapper a explodir comercialmente e tem todas as qualidades para isso. O single é um bom crossover entre hip hop com pop seguindo o estilo de Fancy. Eu, particularmente, não tenho nada contra esse estilo, pois acredito que o hip hop é bem mais forte do que pode se pensar para resistir a inclusão de outros gêneros e estilos. Assim sendo, Drop That Kitty se torna um hip pop divertido e com o grande trunfo de reunir três artistas muito diferentes entre si, mas conseguindo se misturarem perfeitamente mostrando química e ao mesmo tempo suas personalidades. Em especial as boas performances de Tinashe e de Charli XCX dão uma temperada na composição que poderia soar machista, mas que consegue ser apenas extravagante. Agora é esperar se o novo estilo vai poder resistir as investidas daqueles que acham que o novo é vem apenas para extinguir o velho.
nota: 7,5

5 de março de 2015

A Nova Sensação Indie (?)

Hold Back The River
James Bay

Como vocês podem já ter percebido de tempos em tempos surge um novo artista indie que consegue vencer a barreira do grande mainstream e se tornar uma grande sucesso de vendas com o grande público. Depois do irlandês Hozier, o próximo que pode ocupar esse lugar é do britânico James Bay. Escolhido com uma dos novatos mais promissores de 2015 por várias entidades na Inglaterra, Bay já começou a sua escalada para o sucesso com o lançamento do single Hold Back The River que alcançou o oitavo lugar na terra da Rainha e está fazendo uma boa carreira no resto do mundo.

Hold Back The River tem méritos para o sucesso que está alcançando, ao contrário de algumas canções com a mesma bagagem. Sem perder o seu DNA, o single exala carisma ao invés de pedantismo criando uma atmosfera convidativa para todos os públicos. James tem boa parte da razão, pois sua voz passa uma segurança, emoção e nenhum pouco de afetação em uma performance muito boa. A produção acerta no tom e na realização instrumental, mas peca um pouco por uma composição que caí em alguns lugares comuns. Contudo, isso não tira o brilho de Hold Back The River de ser uma boa opção para o posto de "indie do momento".
nota: 7,5

3 de março de 2015

The Best of Jonas

Teacher
Nick Jonas

Os Jonas Brothers lançaram seis álbuns ao longo da carreira da banda. Soma-se a isso aparições em outros CD's, participações em álbuns de outros artistas e os lançamentos solos de cada. Essa conta deve resultar em, no mínimo, umas duzentas canções dos integrantes do trio de irmãos. E mesmo com essa grande variedade de canções posso afirmar que Teacher, terceiro single do novo álbum do Nick, é a melhor canção que os "Jonas" já lançaram.

Teacher ajuda a confirmar o meu pensamento ao afirmar que a nova "sensação" do pop é a volta ao anos oitenta. A produção de Jason Evigan (recentemente trabalhou com a Madonna em Rebel Heart) faz um eficiente pop/funk com influência da sonoridade do Prince, especialmente no uso da guitarra. Além disso, o uso dos sintetizadores ajuda a criar essa atmosfera oitentista. Mesmo não sendo a melhor das composições (When you wear that dress/ And my heart just can't take it anymore), ela tem até seu charme e Nick corresponde de acordo em entregando bons vocais (ajudado pela inteligente produção vocal). O melhor dos Jonas em apenas uma música.
nota: 7,5

2 de março de 2015

O Poder da Música

Glory
Common & John Legend


O que a música pode fazer por nós? Digo, mais do que apenas ser um "meio" de entretenimento, mas um veículo de expressão de ideias. Claro, falar sobre amor "romântico" e as suas complicações sempre é muito bem vindo, porém, nesse momento, estou me referindo à outras emoções tão importantes quanto falar sobre um amor impossível ou uma desilusão. A música é capaz de ajudar a unir pessoas diferentes em torno de um bem comum? Eu acredito que sim.

Vencedora do Oscar de Melhor Canção, Glory, parceria entre o rapper Common e John Legend, conseguiu resgatar esse sentimento que parecia perdido há muito tempo: o poder de clamar pela mudança. Tema do filme Selma que conta a história de um dos protestos cruciais pelos direitos da população negras nos Estados Unidos durante os anos sessenta comandada pelo líder Matin Luther King Jr., Glory tem a capacidade de captar perfeitamente o tema e atmosfera do filme e, ao mesmo tempo, transmitir uma mensagem poderosa e emocional sobre igualdade apesar de um pouco didática nos versos de Common, mas que é recompensada pelos extraordinários versos de Legend. Os dois artistas também ajudam e muito a qualidade da canção em performances sinceras e viscerais mostrando a urgência sobre o que cantam. Porém, o que faz de Glory tão pungente em seu dever de tocar fundo é a produção do próprio Legend: uma mistura de hip hop com influência de gospel com um arranjo épico se tornando quase uma força da natureza. E esse poder elemental foi bem mostrado na apresentação da canção no último Oscar. Esse, senhoras e senhores, é o poder da música.
nota: 9

1 de março de 2015

Melhor Que o Padrinho

Somebody (feat. Jeremih)
Natalie La Rose

Natalie La Rose é a nova promessa do R&B americano após ser apadrinhada pelo rapper Flo Rida
depois que, com a cara e coragem, chegou nele dizendo que um dia iria trabalhar com o mesmo. Provavelmente curioso Flo Rida chamou a cantora para uma seção em estúdio. Isso foi em 2011 e, depois de trabalhar em shows com o rapper, Natalie assinou um contrato com uma gravadora e lançou seu primeiro single no começo do ano.

O curioso de Somebody é que a produção é bem melhor que grande parte da discografia do rapper padrinho de Natalie. O single é uma eficiente mistura de R&B e dance pop que resulta em uma faixa descontraída e divertida. Um dos lados positivo é o uso do sample da canção I Wanna Dance With Somebody da Whitney Houston junto com o da música Shots do LMFAO que dão sustância para a canção. Outro ponto positivo é o fato de Natalie e o cantor Jeremih terem uma ótima química, boa parte disso devido a separação de suas partes bem equivalentes. Porém, Somebody tem uma composição rasa e quase sem graça sendo salva pelo refrão contagiante. Resumindo: uma boa estreia para uma novata.
nota: 7