27 de outubro de 2018

Um Beijo Para As Inimigas

Money
Cardi B

O ano vai acabando e se pode afirmar que a Cardi B é um dos nomes que fizeram 2018 na música. Mesmo com todas as polêmicas envolvendo o seu nome nos últimos tempos, Cardi continua a dominar o mercado como uma das principais artistas femininas em um atual momento em que a maioria dos nomes em alta são homens, acumulando recordes, vendagens e prestigio. Aproveitando o excepcional momento, Cardi lançou o single Money.

A canção que não faz parte do álbum Invasion of Privacy é uma volta a sonoridade reta e sem firulas do primeiro single de sucesso da rapper, Bodak Yellow. Dessa maneira, a canção é uma sonoramente uma redondinha, carismática e comercial hip hop/rap que não é algo revolucionário, mas que consegue manter o hype da Cardi em alta. Principalmente porque o grande trunfo da canção é a própria artista que entrega outra impressionante performance, usando todas as suas peculiaridades de forma apenas a enriquecer o resultado final. Liricamente, Money é uma celebração mais que justa das conquistas que a rapper vem alcançando nos últimos tempos e, para aqueles mais atentos, um pequeno shade para a Nicki Minaj. Falam o que quiser, mas não neguem que Cardi B não veio para brincar em serviço.
nota: 7

26 de outubro de 2018

Pequenas Diferenças, Imensos Resultados

Empty Space
James Arthur

Por que dois artistas com características parecidas alcançam resultados tão diferentes? O que faz de um ser sucesso avassalador e o outro não ter o mesmo resultado se, basicamente, os dois entregam trabalhos com a mesma qualidade? Essa é uma questão para pensar ao ouvir Empty Space do britânico James Arthur.

Apesar do mega sucesso de Say You Won't Let Go e ter se tornando um dos poucos vencedores de um reality musical a quebrar a maldição que esse título pode trazer, James ainda parece preso a um nicho limitado que não faz jus ao seu talento, principalmente se analisarmos que o mesmo tem várias semelhanças com o Ed Sheeran. Claro, ambos artistas tem diferenças em relação a sua persona artista, mas, ao olharmos com mais cuidado, o público pode perceber que ambos são artistas pop com uma sonoridade "voz e violão" bem construídas e com uma pegada romântica fácil de se vender. Em Empty Space fica ainda mais fácil de perceber essas cruciais semelhanças, pois a canção é uma bonitinha balada pop que acerta na ótima construção instrumental. Obviamente, a faixa é um trabalho comercial, mas é fácil de perceber que existe um cuidado para dar personalidade para a mesma, principalmente na estrutura cheia de nuances ao longo da sua duração. Além disso, assim como Ed, James tem uma capacidade de escrever letras que consegue serem sentimentais na medida certa, mas sempre adicionando aquele 1% piegas que dá certo charme. O grande diferencial do cantor é a sua voz rouca e a distinta forma de pronunciar as palavras que garante a qualquer canção personalidade e profundidade, não sendo diferente para Empty Space. E apesar de tudo isso a seu fazer, James Arthur ainda não deve alcançar o mesmo merecido resultado de Ed Sheeran. Uma pena de verdade.
nota: 7,5

25 de outubro de 2018

Um Encontro Perfeito

Party Of One (feat. Sam Smith)
Brandi Carlile

Durante todos os anos do blog na ativa já surgiram diversos tipos de parceria que vão desde o encontro de dois grandes nomes já consagrados até aqueles que serviram de trampolim para a ascensão de um dos envolvidos. Independente disso, sempre existiu uma qualidade que precisa existir para fazer dessas parcerias memoráveis: o talento dos envolvidos. Quando tudo está no lugar certo e existe talento verdadeiro envolvido surgem momentos como Party Of One da Brandi Carlile ao lado do Sam Smith.

Pouco conhecida aqui no Brasil, Brandi Carlile é uma já consagrada cantora estadunidense de folk rock e americana (uma mistura de vários gêneros como country, rock, R&B, entre outros) que no começo do ano lançou By The Way, I Forgive You, sendo o seu sexto trabalho. Recentemente, a cantora convidou o Sam Smith para regravar uma das canções do álbum para ser lançada como single de caridade. E a decisão não poderia ser mais acertada, pois, além de ser uma ótima canção, a união entre os dois artistas é impecavelmente linda. 

Donos de texturas vocais diferentes, ambos conseguem uma harmonia e química impressionantes. A voz delicada e com uma sensação de já ter contado "mais de mil histórias" de Brandi parece se encaixar com a melancólica e soulful voz de Sam, criando performances de uma beleza simples e, ao mesmo tempo, avassaladoras sem precisar de nenhum arrombo vocal. É impressionante notar que os dois não precisam de muito para emocionar verdadeiramente, usando apenas os seus timbres e, principalmente, a capacidade de interpretação. Apesar da imensa qualidade dos interpretes, Party Of One não precisaria de cantores tão talentoso, pois a faixa já é por si só um trabalho excepcional. Uma tocante balada pop/folk sobre solidão à dois e aquela sensação de impotência de ver quem se ama cometer erro após erro, independentemente de tudo o que a gente faz para ajudar. Tocante e quase brutal demais para quem já passou por isso, Party Of One é o tipo de canção que não se espera, mas, felizmente, aparece para mostrar que o talento é sempre o melhor componente para um encontro.
nota: 8,5

24 de outubro de 2018

A Paloma Certa

Loyal
Paloma Faith

A carreira da Paloma Faith parece ser feita de altos e baixo quando o assunto é a qualidade das suas canções. Devido a sua estética e personalidade tão distintas, as canções da cantora estão sempre entre o acerto ou o erro. Não existe quase nada entre esse dois extremos. Felizmente, a cantora tende a acertar mais como é o caso da recém lançada Loyal.

Loyal é uma pop soul que demonstra a melhor faceta da cantora que sempre entregou ótimas canções nesse caminho. Sem precisar de muitos artifícios sonoros, Loyal é uma elegante e bem estruturada balada que tem como principal pilar de sustentação a presença de Paloma. Dona de uma voz tão diferentona do que normalmente se ouve atualmente, a cantora coloca, além de força, uma personalidade impressionante que lembra a "velha guarda" sem precisar, porém, cair na imitação. Melhor ainda é a composição, pois, ao contrário do que se espera, Loyal é sobre um relacionamento  disfuncional em que ambos são infiéis. Sincera e desconcertantemente ácida, a canção mostra que quando acerta, a Paloma Faith é uma artista quase perfeita.
nota: 8


23 de outubro de 2018

Internacionalização

Mia (feat. Drake)
Bad Bunny

Apesar de já ter construindo nos últimos anos o seu nome no mercado latino, o rapper porto-riquenho Bad Bunny só está vendo a sua carreira alcançar outro patamar após participar do mega sucesso I Like It da Cardi B. E não mais normal que o artista queira "monetizar" sobre essa oportunidade ao lançar a sua parceria com o Drake em Mia.

Apesar de ser o possível breakthrough para a carreira de Bad Bunny, Mia é, como diz o meme, meio pombo. A presença do Drake em espanhol é interessante, mas a sua presença é tão sem brilho que não ajuda em quase nada, além do fato de seu nome forte como presença. Mesmo com uma produção que acerta no tom comercial, Mia é uma corriqueira e ordinária latin trap/dancehall que não tem um pingo de criatividade. E mesmo com a voz grave e diferente, Bad não tem muito o que fazer na sua própria música, perdendo a oportunidade de criar ainda mais forte a sua persona no mercado internacional. Mesmo assim, Bad Bunny tem boas chances de virar o próximo grande nome latino nos Estados Unidos.
nota: 5,5

22 de outubro de 2018

Queen Para Iniciantes

Under Pressure (feat. teddy 3)
Shawn Mendes

Prestes a ser lançado o filme Bohemian Rhapsody que irá contar a história do lendário Freddie Mercury, as músicas do Queen estarão em voga novamente no mainstream e, sejamos sinceros, não será nenhuma injustiça, pois a banda é dona das melhores músicas de todos os tempos. Além das versões originais, público também será apresentando a uma imensa onda de regravações de todos os estilos como é o cado da verão de Shawn Mendes para o clássico Under Pressure.

Shawn Mendes é, sem dúvida nenhuma, um artista talentoso que vem crescendo à olhos nus desde que começou a carreira. E a presença de Teedy Geiger, conhecido mais como o produtor de Shawn, parece ser bastante auspiciosa. Dessa maneira, a versão de Under Pressure é uma tentativa esforçada de replicar o clássico de 1981. Entretanto, Under Pressure é uma das canções mais difíceis e complexas do Queen, pois, além de ter uma instrumentalização icônica, a canção tem como participação outra lenda da música: o camaleônico David Bowie. Apesar da boa vontade, Shawn passa bem longe de recriar a mágica original ou dar uma nova cara à altura, resultando em uma versão morna, asséptica e quase como uma pastiche. Felizmente, como dito anteriormente, o jovem cantor segura bem os vocais dentro do seu limite vocal e não deixa a canção ser uma bomba verdadeira. O melhor da canção é apresentar para um público bem jovem o trabalho do Queen para, quem sabe, criar uma nova legião de fãs para a banda.
nota: 6 

21 de outubro de 2018

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Stronger
Britney Spears

Uma das melhores palavras em inglês para designar aquelas canções que deveriam ser melhor reconhecida é overlooked que pode ser traduzido como negligenciado. Uma dos maiores casos de overlooked no mundo pop é Stronger da Britney Spears.

Lançada em 2000 como terceiro single de Oops!...I Did It Again, segundo álbum da cantora, Stronger obteve um bom sucesso ao alcançar o 11° da Billboard e ter um dos melhores clipes da carreira de Britney, mas, infelizmente, passado dezoito anos parece que a canção ficou renegada ao "segundo" escalão da discografia da cantora. Claro, nas sombras de grandes sucessos antigos e mais novos da cantora, Stronger ocupa um lugar menos expressivos, mas, para aqueles fãs de verdade, deveriam perceber que a canção é, sem nenhuma dúvida, uma das melhores que Britney lançou até hoje.

A canção é de um tempo em que a cantora estava, não só no auge de sucesso, mas, também, no pico da forma artísticas em que era rodeada apenas pelos principais nomes em ascensão do pop. Produzido pelo Rami e, aquele que iria virar um dos principais nomes do pop na última década, Max Martin, Stronger é um verdadeiro biscoito fino do pop ao ser uma eletrizante e incomparável dance-pop misturado com teen pop e toque de pop rock que deveria ser lembrada como o verdadeiro marco de começo de transição de amadurecimento da Britney. Obviamente, a canção Oops!...I Did It Again já tinha sido lançada e possui uma imagem vinculada mais adulta. Entretanto, Stronger é, na verdade, muito mais pungente nesse aspecto, pois consegue ter uma autoconsciência sobre a artista que é bem incomum e de uma inteligência notável. Isso acontece quando a composição dispara no refrão: "My loneliness ain't killing me no more". Essa frase é claramente um referência ao primeiro sucesso de Britney, ...Baby One More Time quando a cantora diz o contrário ao declamar "my loneliness is killing me". Pode até parecer sem tanta importância esse momento, mas foi fundamental para a construção da carreira da Britney daí para frente. Todavia, isso não é só o que faz Stronger tão boa.

Além da produção ser uma das melhores da carreira de Britney deixando os trabalhos mais recente comendo poeira na sua totalidade, Stronger é um verdadeiro hino de empoderamento bem antes do tema entra em pauta no pop. Apesar de uma simplicidade de conteúdo, a letra é uma verdadeiro ensino sobre como deve se comportar uma composição de música pop que precisa ser ao mesmo tempo vendável e ter alguma profundidade. Além de ter a sensacional autoconsciência, a letra é divertida, fácil de lembrar e com um refrão certeiro sem precisar cair em repetições de onomatopeias ou qualquer grande clichê do gênero. Além disso, a performance da cantora é ótima, mostrando carisma, domínio, personalidade e força vocal que parece que ficou quase totalmente presa em um passado meio distante. Uma pena. De qualquer forma, Stronger é o tipo de canção que merecia muito mais respeito e reconhecimento por ser uma dos melhores momentos pop da era moderna.
nota: 8 

20 de outubro de 2018

Jaden in Progress

GOKU
Jaden Smith

Deve ser realmente difícil ser um filho ou filha de um grande astro e descobrir que a sua vocação é também é pelo mundo artístico, principalmente no começo em que a sombra do pai/mãe deve ser um peso frustrante. Felizmente, quando esses filhos de peixa conseguem quebrar esse problema é possível que se transformem em artistas realmente interessantes e que a sua filiação é apena um detalhe no currículo. Pode ser que o Jaden Smith não chegue nesse patamar, mas que o mesmo está tentando para valer.

Depois do primeiro álbum lançado no ano passado, o filho de Will Smith está preparando para lançar o segundo e já tem como single lançado a curiosa GOKU. Exatamente isso, querido leitor, a canção tem o mesmo nome do famoso personagem de anime japonês que virou febre aqui no Brasil no final dos anos noventa e começo dos dois mil. Essa característica mostra que Jaden é sem dúvida reflexão dele ser parte da atualmente famosa geração do milênio. Isso não é um problema, pois apenas é como Jaden se expressa. Na canção, porém, o problema é o rapper precisa ainda refinar a sua técnica em composição que em GOKU soa superficial e meio sem graça. Isso não impede que o resultado final seja surpreende já que a canção é uma eletrizante mistura de rap/hip hop com música eletrônica que dá uma personalidade interessante para o rapper que ainda está em fase de descobrimento de quem é artisticamente. A canção não é genial, mas, felizmente, ajuda o Jaden a dar mais um passo longe da sombra do pai.
nota: 7

19 de outubro de 2018

Em Todos Os Lugares

Better
Khalid

Uma das táticas para um novo artista se manter relevante nos primeiros anos da sua ascensão ao estrelato é fazer o máximo de parcerias com outros artistas do mesmo gênero e, também, de outros estilos. Ás vezes, surgem tantas parcerias que o a gente acaba esquecendo-se da carreira solo desse determinado artista. Esse é o caso do Khalid que, nos últimos tempos, parece estar em todos os lugares. Felizmente, o cantor está construindo uma carreira sólida sozinho como mostra a legal Better.

Dono de uma das vozes mais distintas surgidas nos últimos tempos, Khalid consegue dar para qualquer canção uma pessoalidade que ajuda Better a resultar em algo melhor. Dono de uma produção correta e pouco restrita, o single é sonoramente um bom R&B/dancepop que consegue conquistar aos poucos com a batida gostosinha de se ouvir. Nada exatamente especial, mas devido a inserção de nuances a instrumentalização e, claro, a presença marcante de Khalid, Better se torna uma canção digna de ser escutada, mostrando que o cantor é um artista bem mais interessante que as suas próprias canções e quando tiver um material a altura terá a sua carreira lançada para outro nível e deve parar de ser o featuring para virar o artista principal.
nota: 7

17 de outubro de 2018

Presa Ao Passado

Bottled Up (feat. Ty Dolla $ign & Marc E. Bassy)
Dinah Jane

Começar uma carreira solo depois de ter alcançado o sucesso fazendo parte de uma banda ou grupo é algo bastante complicado. Para qualquer um que decidir fazer esse processo deve-se, independentemente do resultado, receber os parabéns apenas por tentar. Colocando isso de lado, todos sabemos que para cada Beyoncé existem, infelizmente, uma dezena de Michelle Willians que não conseguem alcançar o mesmo patamar, apesar de serem talentosos. O pior quando o artista não consegue descobrir a sua verdadeira persona artística, ficando presa a sonoridade feita anteriormente quando ainda estava na banda que acabou de sair. Esse é o caso da Dinah Jane.

Depois do inegável sucesso da Camila Cabello e o bom desempenho de Normani, Dinah Jane começa a trabalhar na sua carreira solo com o lançamento de Bottled Up. A canção tem até apelo comercial, mas erra pesadamente ao ser, na verdade, uma "continuação" direta que a cantora fazia com o Fifth Harmony, principalmente em relação ao sucesso de Work from Home. Claramente, as duas canções bebem da mesma fonte, pois Bottled Up é uma redondinha R&B/electropop com toques de hip hop, puxando bastante para uma sensualidade hermeticamente bem pensada para atrair um público pré-definido. Não é ruim, pelo contrário, já que a canção tem uma produção bem redondinha, mas, infelizmente, para a carreira da Dinah é um péssima opção, mostrando que a cantora pode não saber como ir além do que ela já tinha feito e evidenciando uma restrição preocupante. Para piorar esse problema, Bottled Up tem a presença de Ty Dolla $ign que também fez parte do sucesso da girl band, ampliando a noção de já ouvirmos essa canção antes. O resultado final deixa bem claro que para se dar bem na carreira solo, Dinah precisa urgentemente se desprender do passado e encontrar o seu caminho.
nota: 6

Pop Com P Maiúsculo

All For You
Years & Years

Enquanto muitos pensam que o pop é apenas o gênero com maior popularidade e, de certa forma, sem precisar ter alguma profundidade real, a verdade é que o pop pode ser bem mais do que apenas feito para bater cabelo. E quando um artista consegue quebrar a expectativa, o público é contemplado com músicas como a ótima All For You do Years & Years.

Terceiro single do genial Palo Santo, All For You é, superficialmente, uma divertida e dançante dancepop com uma produção afinada e bem instrumentalizada. Isso acontece quando a gente apenas olha de relance para All For You, pois, na verdade, o Years & Years entrega uma complexa canção pop que tem um tema mais ousado que o público pode imaginar. Dona de uma composição liricamente muito bem desenvolvida e, artisticamente, redondinha, All For You é sobre o final de um relacionamento em que a outra parte parece ter causado algumas agressões psicológicas ao longo do tempo que ficou com o narrador da canção. Essa percepção em relação ao tema central da canção ajuda a transformar o resultado da canção em algo mais interessante que o que as pessoas podem pensar sobre o que uma canção pop deve ser. Ousada, bem feita e surpreendente, All For You é o verdadeiro pop com P maiúsculo graças ao tino perfeito do Years & Years.
nota: 8


16 de outubro de 2018

Peças Soltas

Taki Taki (feat. Selena Gomez & Ozuna & Cardi B)
DJ Snake

Algumas músicas parecem nascer para virarem verdadeiros hits mundiais. Outros nascem para virar hits em determinados lugares do mundo. E outras nascem apenas para serem verdadeiras promessas. Qual será o caso de Taki Taki do DJ Snake ainda é difícil de descobrir, mas existem coisas que dão alguns indícios.

Taki Taki tem uma concepção ousada, mas não tão original ao unir três nomes em ascensão no mercado mundial: o cantor porto-riquenho Ozuma, a rapper Cardi B e a cantora Selena Gomez. Sendo os três de origem latina, Taki Taki ganha substância verdadeira ao ser uma dançante latin pop/reggaeton bem produzida e com um carisma inegável. Entretanto, a canção tem alguns problemas na sua estrutura que atrapalha o resultado final, sendo o principal deles a falta de química entre os envolvidos, além do fato que cada um canta a sua parte quase sem envolvimento dos outros. É necessário dizer, porém, que cada um entrega boas performances, mas que ficam meio perdidas no final. A letra é legalzinha e tem potencial para virar algo tão grudento como outros exemplos de canções em inglês/espanhol, mas, ao mesmo tempo, Taki Taki carece de algumas aparadas de pontas aqui e ali para dar uma coesão entre todos os versos. Boa produção e uma batida viciante não ajudam a tirar a sensação de déjà vu durante toda a sua duração. Taki Taki tem possibilidades de virar qualquer uma das opções expostas no primeiro parágrafo, mas só o tempo irá dizer em qual delas a canção irá se estabelecer.
nota: 7

15 de outubro de 2018

O Curioso Caso das Garotas Que Quebraram as Expectativas

Woman Like Me (feat. Nicki Minaj)
Little Mix

A trajetória das meninas Little Mix é algo para ser admirado e elogiado. Ao contrário de quase a maioria dos ganhadores de um reality musical, a girl banda, além de alcançar o sucesso verdadeiro, conseguiu crescer a sua base de fãs ao longo dos anos e, provavelmente, muitos deles nem viram as suas apresentações na época do The X Factor UK. Preparando para lançar o quinto álbum, o Little Mix continua a prova a sua relevância no pop ao lançar a divertida Woman Like Me.

Evidenciando o lado de empoderamento feminino que as meninas estão construindo ao longo dos anos, Woman Like Me é uma divertida e bastante carismática reaggaeton/dancepop/R&B que consegue dar para as meninas certa distinção no atual mercado, mas sem fazer que nenhum traço da personalidade delas seja perdido. O primeiro desses traços é o ótimo trabalho vocal, pois, além de terem uma química absurda, as meninas conseguem brilharem individualmente sem ter uma que se sobressaia mais que as outras. Talvez essa seja um dos motivos que até o momento não houve rumores sobre uma separação da girl band. Escrita pelo produtor Steve Mac ao lado do Ed Sheeran e Jess Glynne, Woman Like Me mostra as meninas ainda mais empenhadas em refletir sobre o poder feminino, mas, ao contrário do que os primeiros singles de cada álbum delas, Woman Like Me careceu de uma pitada pop levemente mais forte na hora de entregar um refrão melhor. Isso não é um grande problema, pois a presença de Nicki dá uma boa arrematada no resultado final. O melhor de tudo é poder ver a carreira do Little Mix  ainda florescer depois de tanto tempo e contra todas as expectativas.
nota: 7,5 

13 de outubro de 2018

Voltando Às Raízes

Guiding Light
Mumford & Sons

Nem sempre voltar atrás significa uma regressão, pois, ás vezes, essa volta é o que trás a verdadeira melhora. É exatamente isso que o Mumford & Sons está fazendo ao lançar o single Guiding Light, primeiro do quarto álbum intitulado Delta.

Depois do lançamento desastroso de Wilder Mind em que a banda decidiu investir em uma sonoridade mais pop rock, Guiding Light vem para resgatar a sonoridade pop/rock folk que a banda estabeleceu nos primeiros trabalhos, especial no vencedor do Álbum do Ano Babel de 2012. Assim sendo, o single é uma volta bem vinda da banda que consegue entregar uma canção com personalidade definida, coesa do começo ao fim, lindamente produzida e com um resultado quase impecável. Sem precisar de ser genial, a canção tem todas as qualidades da banda intacta ao ter uma instrumentalização riquíssima, composição certeira e, principalmente, uma performance sensacional do vocalista Marcus Mumford. A canção mostra que nem sempre é não desonra em voltar ás raízes para corrigir um erro de estrategia.
nota: 7,5 

12 de outubro de 2018

Um Doce Presente

Honey
Robyn

Pronta para reivindicar a sua parte que lhe cabe no latifúndio pop, Robyn prova que não está de brincadeira para o lançamento do seu oitavo álbum ao lançar o segundo single e canção que dá nome ao álbum, a sedutora Honey.

Continuando a vertente que mostrou em Missing U, a canção mostra ser uma delicada, envolvente e sensual dancepop/electropop/indie pop que puxa bem para uma atmosfera que transita entre o mid-tempo e a balada de forma refinada e inspiradíssima. Sem medo de esticar a canção para quase cinco minutos, Honey consegue o que poucas canções pop nos últimos tempos tem alcançado ao ser aquele tipo que gruda na cabeça aos poucos para não sair mais. Além disso, a canção acerta na sua composição madura e de uma sexualidade ousada, mas sem ser vulgar ao utilizar espertas metáforas. E para fechar o pacote existe a carismática presença de Robyn que sabe como deixar a sua marca vocal sem apelas para truques, deixando apenas o seu terno e marcante timbre brilhar. Um verdadeiro presente em um ano tão tumultuado a volta de Robyn.
nota: 8 

9 de outubro de 2018

No Limite

Without Me
Halsey

A Halsey é uma boa artista, mas parece que não consegue sair do lugar seguro que a própria construiu como mostra a boazinha Without Me.

Talvez a canção mais carismática dela nos últimos tempos, Without Me é uma redondinha, bonitinha e legalzinha indie pop/electropop que está bem dentro do campo de atuação da cantora. Isso é bom por um lado, pois deixa a cantora confortável para entregar o seu melhor. Entretanto, isso também restringe a possibilidade da cantora de surpreender com algo que realmente eleva a sua sonoridade. É uma verdadeira pena, pois o público está diante de uma artista interessante como mostra uma inteligência em construir uma composição com certa profundidade sobre solidão. Quem sabe se Halsey não quebrar seus limites não irá decolar artisticamente como tem o potencial.
nota: 7

8 de outubro de 2018

Nostalgia Pop

1999
Charli XCX & Troye Sivan


Uma das definições de nostalgia explica que "é a sensação de saudade originada pela lembrança de um momento vivido no passado ou de pessoas que estão distantes". E se existe uma nicho que adora relembrar o passado e exalar a nostalgia é a música, pois é fácil perceber que a mesma sempre está olhando o passado para construir o futuro. Essa noção é o que se baseia o novo single da Charli XCX com o Troye Sivan, a divertidíssima 1999.

A canção é uma ode ao um tempo que não volta mais, pois, como o próprio nome já revela, 1999 é sobre o período em que o pop era basicamente o rei e Britney Spears era a princesa em ascensão. Falando de várias referências pop (como a própria Britoca) e de costumes daquela época, 1999 é uma inteligência e despretensiosa canção que consegue falar sobre nostalgia e, ao mesmo tempo, ser bastante atual. Um refinado e eletrizante electropop que equilibra bem a modernidade sonora com toques da sonoridade pop daquele tempo ao adicionar toques de bubblegum pop. Donos das melhores trajetórias pop recentes,  Charli XCX e Troye Sivan parecem um dueto feito no paraíso pop com o carisma de dois astros pop. O curioso, na verdade, é o fato dos dois que ambos não tem idade suficiente para terem aproveitado 1999 plenamente para sentirem tanta saudades daquela época. Isso não é um problema de fato, pois 1999 termina sendo uma pérola pop da melhor marca.
nota: 8

Um Bate Cabelo de Respeito

Overtime
Jessie Ware

Ás vezes as melhores surpresas vem dos lugares menos propensos a fazer qualquer coisa que não seja o rotineiro. É por isso que ouvir que a cantora Jessie Ware pode ser dona de uma das canções dançantes do ano.

Normalmente, transitando entre entre o indie pop, pop soul e R&B que não passa de canções mid-tempo, a cantora britânica lança inesperadamente a interessante Overtime que vai quase completamente contra a sua sonoridade normal. A canção é uma deliciosa e dançante que mistura perfeitamente EDM/electropop com a personalidade de Jessie, pois é possível perceber na construção da canção dose generosas de pop soul/R&B que ajuda a dar personalidade para o resultado final. Se isso não fosse o bastante, a produção também acerta na parte "dançante" já que entrega uma cruza sensacional de "música para dançar e sensualizar na pista" com uma pegada de atmosfera dos anos '90, criando nuances e texturas pouco ouvidas atualmente nesse tipo de música. Além disso, a presença sensual e encorpada da voz de Jessie é outro ponto importante para o resultado final da canção, pois ajuda a rematar qualquer ponta solta que poderia atrapalhar ótimo desempenho. E não teria outra melhor canção para começar uma semana tão complicada como a que vivemos. E que venha muito mais surpresas como essa.
nota: 8

6 de outubro de 2018

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Enquanto muitos pensam que o pop serve apenas para bater cabelo e lacrar ao som de Divas do momento, mas, para quem sabe um pouco sobre o gênero, lembra que o mesmo serve também para refletir/criticar/protestar em relação a sociedade e os seus imensos problemas no passado, no presente ou no futuro. Atualmente existem vários artistas que continuam a usar a música para levantar questões importantes, mas ainda é necessário lembramos que muitos parecem lavar as mãos ou fazer igual certas cantoras brasileiras e se posicionar apenas quando a "coisa" pega de verdade. Felizmente, sempre existiram artistas que estavam dispostos a refletir sem medo a sua realidade e lançarem canções que colocaram o dedo na ferida dos problemas da sua época. Assim sendo, o especial As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer irá falar sobre uma dessas canções que consegui até extrapolar os limites da língua para denunciar...


5 de outubro de 2018

O Fim de Uma Lenda Urbana Mordena

Let You Love Me
Rita Ora

Uma das lendas urbanas surgidas nos últimos anos e que mais gerou "discussão" no meio musical recente vai acabar no final de Novembro quando a Rita Orá irá, finalmente, lançar o seu esperado e quase mítico segundo álbum. Intitulado Phoenix, o trabalho chega ao lançamento do seu quarto single com a boa Let You Love Me.

Seguindo os passos de Your Song, Let You Love Me é uma clean e interessante mid-tempo electropop que consegue unir o fator comercial com um leve artístico, elevando a sonoridade final da canção. Lembrando o EDM feito na Inglaterra no final dos ano noventa e começo dos dois mil, a canção consegue se distanciar do atual cenário pop mundial ao ter certa profundidade na construção temática ao falar sobre o medo de se deixar levar por um amor. Melancólica na medida certa, Let You Love Me é uma auspiciosa prévia do que pode estar por vim com o lançamento do álbum, provando que a espera pode ter sido realmente necessária para o crescimento artístico de Rita Ora. Triste pela morte de uma lenda tão presente nos últimos anos.
nota: 7,5

Um Tema Para Chamar de Seu

Here Comes The Change
Kesha

Recentemente vários cantores lançaram canções que servem como temas dos mais variados filmes. Um desses nomes é a da Kesha que dá voz a canção Here Comes The Change para o filme On the Basis of Sex.

O filme narra a história da juíza da suprema corte americana Ruth Bader Ginsburg e a sua luta ao longo das décadas pelos diretos das mulheres. Então, a canção não poderia ter um tema diferente do que acreditar que tempos melhores e mais juntos estão por vim. Esperançosa e positiva, Here Comes The Change poderia ter uma letra mais profunda esteticamente e que não se esbarra-se tanto em clichês do estilo, mas esses problemas são deixados de lado devida a performance radiante e poderosa de Kesha. Sonoramente, Here Comes The Change tem as mesmas características do álbum Rainbow ao ser uma madura e cativante balada folk pop. Se todo estiver caminhado como acredito que possa estar, o Oscar próximo será o que mais terá nomes pop de todos os tempos na categoria de Melhor Canção.
nota: 7,5

3 de outubro de 2018

Antes Tarde do Que Nunca - Votação

A próxima votação para escolher o álbum resenhado no Antes Tarde do Que Nunca terá um tema peculiar, pois será entre cinco álbum que nem de longe podem ser considerados clássicos ou verdadeiramente importantes para a música. Na verdade, os álbuns escolhidos podem ser lembrados como exemplos sobre o que não fazer no mundo pop. Flops de critica e de público, os escolhidos aqui tem em comum serem grandes fiascos de divas pop, principalmente comparados aos trabalhos anteriores de cada uma. Então, qual será a escolha de vocês para ser resenhada? E mais: será que os comentários negativos foram merecido de verdade? Votem!



American Life - Madonna
Bionic - Christina Aguilera
Glitter - Mariah Carey
Just Whitney -Whitney Houston

2 de outubro de 2018

Uma Nova Vida Para Avril

Head Above Water
Avril Lavigne

Depois de passar um período de cinco anos longe dos holofotes devido uma luta séria contra a doença de Lyme, a Avril Lavigne finalmente está pronta para retomar a carreira. Preparando para lançar o sexto álbum, a cantora lançou a tocante Head Above Water.

Head Above Water é sobre o momento mais difícil da batalha dela contra a doença em que a cantora pensou que iria morrer. A composição fala sobre o pedido da cantora à Deus para não morrer e a sensação que estava se "afogando", perdendo a batalha contra a doença. Forte, emocionante e sincera, a composição de Head Above Water acerta o ponto para não se transformar em uma coleção de clichês melosos e forçados que parece desesperada para emocionar. Apesar da qualidade, o refrão parece meio truncado e em relação ao resto da canção, resultado em uma falha de fluidez emocional para a canção. Lembrando Praying, Head Above Water é uma power balada pop rock/gospel que, se não ganha pontos pela criatividade, ao menos é um trabalho sólido e bem estruturado. Avril entrega uma performance forte e emocionante que combina perfeitamente com a atmosfera da canção. Espero que coração que Head Above Water seja o começo de uma nova era para a Avril Lavigne na carreira e, principalmente, na vida.
nota: 7


Encontros Para a Juventude

Here I Am
Dolly Parton & Sia

Dolly Parton é um dos principais nomes do cancioneiro estadunidense de todos os tempos e, nos altos dos seus 72 anos de idade, a cantora não precisaria se preocupar mais em surpreender o público com novos lançamentos. Felizmente, não é isso que a artista deve pensar, pois ela continua a entregar novos trabalhos regularmente. Dessa vez, Dolly volta a cuidar de uma trilha sonora de um filme ao ser responsável pelas músicas do longa Dumplin'. Como primeiro single foi lançada a surpreende regravação de Here I Am ao lado da Sia.

Regravação de uma canção lançada pela própria Dolly em 1971, a nova versão de Here I Am consegue abarcar as personalidades das duas cantoras ao ser uma inspirada balada country pop/ gospel, dando espaço para as duas cantoras brilharem. E é muito surpreender e auspicioso que duas artistas que são tão diferentes conseguiam ter uma química tão grande, entregando performances sensacionais ao seus estilos e, principalmente, sem tentar ofuscar a outra. Caso não fosse uma regravação, a canção teria boas chances de concorrer ao Oscar de Melhor Canção. Uma pena. Apesar de ser liricamente simples e com uma sonoridade pouco imaginativa, Here I Am é um trabalho comovente e de uma beleza perfeita para sustentar o talento das suas interpretes.
nota: 8

1 de outubro de 2018

Lose My Breath 2

Dose
Ciara

Existem músicas que acabando soando muito parecidas com outras, mas nem sempre isso é caso para ser considerado como plágio. Só assim explica o caso do novo single da Ciara.

Dose é perigosamente parecida com Lose My Breath das Destiny's Child, principalmente a batida de tambores que incia e que dá a cadencia para toda a canção. Isso seria um grande problema se não fosse uma questão: as duas canções foram produzidas pelo Darkchild. Então, seria plágio copiar a si mesmo ou estamos diante de um produtor que tem um estilo que se repete ao longo dos tempos? Questões para serem pensadas em momentos mais apropriados, mas o fato é que Dope é uma boa canção. Dançante da maneira que a Ciara sabem bem dominar e com uma pegada que poderia bem ser transformada em um sucesso, mas que parece que não tem muito espaço nos dias atuais. Obviamente bem produzida, Dose erra na sua bem intencionada, mas rasa composição sobre empoderamento que deveria ter sido melhor refinada. E essa sensação é maior quando obrigatoriamente é comparada com a poderosa Lose My Breath. De qualquer forma, Dose é uma canção melhor que o esperado, mas que passa uma vibe de "já ouvi isso antes" que impede dela decolar como deveria.
nota: 7

Ressurge Uma Estrela

Shallow
Lady Gaga & Bradley Cooper

Lady GaGa é uma fênix. Essa constatação já foi comprovada várias vezes ao longo da sua carreira quando, ao lançar um novo álbum, se reinventou completamente para a nova era que começava. Entretanto, GaGa está dando um passo a frente em sua nova fase da carreira ao investir profundamente na carreira de atriz ao estrelar o filme Nasce uma Estrela. 

Ao aceitar em ser a protagonista da terceira versão da história da jovem aspirante a estrela que se apaixona por um astro decadente, GaGa arriscou altíssimo ao lado do ator/diretor Bradley Cooper e tudo poderia ser um grande fracasso, mas, felizmente, a aposta está sendo paga de forma avassaladora. O filme está sendo ovacionado pela critica que já o coloca como um dos favoritos ao Oscar com indicações a Melhor Filme, Diretor, Ator e, principalmente, Atriz para GaGa que, se a premiação fosse hoje, a estatueta dourada estaria nas suas mãos. Ainda falta um bom tempo e muita água está para passar debaixo da ponte, mas, provavelmente, GaGa também deve concorrer em outra categoria e com muitas chances para vence ao ser a compositora de várias canções ouvidas durante o filme e uma delas já foi lançada como single.

Ouvida primeiramente no trailer do filme, Shallow é, provavelmente, a canção mais importante do filme, pois deve marcar o começo da ascensão da carreira da personagem de GaGa. Além disso, a canção também parece mostrar os dois mundos dos personagens de Bradley e GaGa, pois a canção é uma emocionante balada country/rock/pop. Produzida pela própria GaGa e Benjamin Rice, Shallow tem uma composição simples e contida, mas tocante que deve ser perfeita para atrair os votante da Academia. Além disso, por insistência da cantora, a faixa foi gravada ao vivo durante as filmagens do longa, ajudando a dar uma atmosfera completamente orgânica para a canção. Um dos destaques da canção é ver que Bradley é um bom cantor e até melhor que vários artistas masculinos country atualmente, mas é impossível brilhar mais que GaGa em uma performance avassaladora que tem no refrão final o seu ápice. Além, claro, da química entre latente entre os dois que deixa todo mais tangível. Então, depois de um momento de dúvida na sua carreira, Lady Gaga mostra que talento é a principal fonte para manter uma carreira e reinventar quando mais precisar.
nota: 8